Capítulo 9: A Reconciliação

Conto de Mahrio como (Seguir)

Parte da série Quando O Amor Acontece

Está quase anoitecendo, quando o médico entra no quarto e me dá alta. Géssica e Roberta estão comigo, para me ajudar a sair da cama, e arrumar tudo para ir pra casa. Luana já estava lá embaixo nos esperando. Eu caminho com certa dificuldade, e ainda sinto uma leve dor no local do tiro, mas acho que vou ficar bem.

Nós saímos do hospital rapidamente, na verdade eu gostaria mesmo de esquecer que estive aqui, mas a cicatriz na minha barriga vai ser uma lembrança daquele assalto. Por falar nisso, as meninas me disseram que a minha chefe e amiga, Samara, veio me visitar enquanto eu ainda estava apagado, e que ela iria conversar comigo depois, para decidir o que faríamos a respeito da lan house. Não sei, mas acho que não vou querer voltar la tão cedo.

Quando chegamos nos carro, Luana já nos recebe com um belo sorriso:

- Pronto pra ir pra casa?

- Super pronto! - eu respondo.

E logo, nós estamos indo em direção a nossa casa. Durante o caminho, eu paro pra pensar um pouco, e lembro da minha mãe:

- Meninas, a minha mãe ficou sabendo do que aconteceu? - E um silêncio constrangedor se instala no carro, enquanto as meninas ficam se entreolhando. Pelo jeito, nenhuma delas quer falar sobre isso, até que Roberta decide falar:

- Amigo, nós avisamos a sua mãe... - ela faz uma pausa, parece escolher as palavras mais adequadas - Mas ela não disse nada. Quando ligamos para ela avisando, ela desligou o telefone... Talvez ela estivesse um pouco ocupada. - a voz de Roberta é apaziguadora.

- Ou talvez ela não queria mesmo saber de mim. Fala sério, gente... eu quase morri. Acho que agora eu sou a decepção e a vergonha da família.

- Não fala assim amigo. Dê tempo ao tempo. Vai dar tudo certo, pode ter certeza. E nós vamos estar sempre aqui te apoiando. - Luana fala, tentando acalmar os meus ânimos.

- Pode ser. Ainda bem que tenho vocês ao meu lado, suas lindas. - eu digo, um pouco mas calmo. E Géssica, que estava comigo no banco de trás, aperta minhas bochechas com os dedos:

- Claro que sim, coisa fofa. - ela me aperta, Géssica e suas manias engraçadas, eu rio.

Já estava quase anoitecendo, e em pouco tempo, nós finalmente chegamos em casa. Eu já me sinto melhor, e saio do carro sem dificuldade, mas as garotas insistem em me ajudar:

- Calma, apressadinho. Toma cuidado, você acabou de sair do hospital, quer ficar de castigo? - Luana tenta ser durona.

- Tá bom, minhas patroas! - eu levanto as mão, fazendo careta, e Luana me mostra a língua, toda infantiloide.

Nós entramos, e eu vou direto para o meu quarto, preciso descansar um pouquinho. Eu deito na cama e fecho os olhos, enquanto abraço um travesseiro. Paro para pensar em tudo que aconteceu em tão pouco tempo. Minha vida nunca tinha sido tão agitada quanto nesses dias que passaram. Tanta coisa aconteceu, eu ainda tentava processar tudo.

Eu penso em Rodrigo, que vai aparecer aqui logo logo... lembro da mãe dele, que claramente me odeia... lembro do assalto, que eu quero esquecer o mais rápido possível... lembro que tenho que conversar com a minha chefe, Samara... lembro que tenho que voltar às aulas na faculdade... é uma avalanche de pensamentos, eu acho que vou pirar.

Fico um bom tempo deitado na cama, nem percebo o tempo passar. Roberta aparece na porta para falar comigo rapidamente:

- Amigo, estamos indo para a aula. Você vai ficar bem sozinho?

- Vou sim, Rob! Fica tranquila, eu vou me cuidar! - eu digo, tentando acalmá-la.

- Tudo bem então. Se você precisar de alguma coisa liga pra gente! Tchauzinho! - ela diz, e joga um beijo pra mim, e eu jogo um outro em retribuição.

Algum tempo depois, meu estômago começa a reclamar, e eu resolvo ir na cozinha procurar alguma coisa para comer. Encontro uma pizza na geladeira, parece ser a melhor coisa para comer agora. Nem me preocupo em estar gelada, apenas a levo até a boca e engulo. Minha barriga ainda dói levemente, mas vou sobreviver (eu acho).

Mal termino de engolir a pizza, e ouço a campainha tocar. Acho que sei exatamente quem é, e está na hora de colocar as coisas em pratos limpos. Vou até a porta, respiro fundo e abro, e lá está Rodrigo, usando uma camiseta preta em gola V, um pouco justa, deixando os músculos bem atraentes, e calça jeans azul. Parece que ele veio disposto a acertar as coisas entre nós. Ao me ver, ele sorri, e eu fico meio sem graça, afinal, dias atrás eu o deixei sem dar explicações.

- Oi! Tudo bem? - eu falo, tentando esconder a vergonha.

- Oi! Tava com saudade. - ele diz, enquanto eu o convido para entrar. O guio até o sofá na sala, e ele se senta. Eu faço o mesmo, me sentando em frente a ele.

- Como você está? - ele pergunta.

- Estou bem. Sinto um pouco de dor na barriga, mas não é nada demais. - por que me sinto tão envergonhado em falar com ele?

- Que bom. Eu fiquei muito preocupado com você. Você me deu um baita susto. - ele diz, sorrindo.

- Pois é... me desculpa.

- Não precisa se desculpar, Miguel. Agora é vida que segue. - ele faz uma pausa. - E por falar nisso... acho que precisamos conversar sobre nós.

- Eu sei. - eu tento tomar coragem para falar com ele, e vejo que ele se levanta e se senta ao meu lado. Ele segura minhas mãos nas suas, e diz:

- Miguel, o que aconteceu naquele dia? Por que você foi embora daquele jeito? Você sabe como eu fiquei depois daquilo? - a expressão dele é de tristeza, eu me sinto mal.

- Me desculpa, Rodrigo. Eu sei que errei em te deixar daquele jeito, mas acho que é por causa desse meu jeito meio bobo, meio idiota demais. - eu tento olhar nos olhos dele.

- Então me explica, o que aconteceu? Eu perguntei pra minha mãe e ela disse que você simplesmente foi embora sem razão. O que houve? - ele pergunta.

- Eu estava conversando com a sua mãe, e depois que você saiu ela me disse que não apoiava o nosso relacionamento. Eu fiquei super mal, por que de início achava que ela não veria problema, mas não foi bem assim. E ela me disse que iria morar com você, por isso eu achei melhor sair de lá. - eu digo, tentando segurar o choro e a raiva de mim mesmo. E ele diz:

- Mas a minha mãe não vai morar comigo, ela já voltou para os Estados Unidos. - eu me surpreendo com a revelação.

- Acho que ela disse aquilo por que queria que eu me afastasse de você. Mas eu não quero mais ficar longe de você, Rodrigo. Esses dias foram uma tortura pra mim. - e o choro começa a surgir.

- E eu, Miguel? Você acha que ficar longe de você foi fácil pra mim? Eu fiquei maluco, não sabia o que fazer sem você. Não faz isso comigo, por favor. Minha mãe é muito cabeça dura, mas não vou deixar ela se meter na nossa vida. Eu te amo! Volta pra mim Miguel. - ele diz, olhando fixamente em meus olhos, e eu sinto um fogo arder entre nós.

- Me desculpa. Eu sei que sou muito burro. Eu não queria ser motivo de briga entre vocês. Mas eu não aguento mais ficar sem você, Rodrigo. - eu o abraço forte, sentido o cheiro doce de seu perfume.

- Você não é burro, Miguel. Só precisa aprender a se impor mais, não deixar ninguém te impedir de ser feliz, ninguém. - ele fala com voz firme, e me beija. Um beijo intenso e furioso, me faz ficar desnorteado. Mas eu senti muita falta desse beijo, desse cheiro, do carinho de Rodrigo.

- Você tá certo. Eu fui burro demais. Mas eu prometo que não vou deixar nada interferir na nossa relação. Eu te amo, Rodrigo. - eu digo, e retribuo o seu beijo. Ele me aperta, e eu reclamo um pouco, afinal, eu saí a pouco tempo do hospital.

- Desculpa, amor. Não quero te machucar.

- Tá tudo bem. - eu tento tranquilizá-lo. Logo estamos nos beijando de novo. Ele me envolve em seus braços musculosos, e eu estou entregue. Ele tira a camisa e revela aquele corpo musculoso, com alguns pêlos discretos na barriga. Ele tira a minha camisa com cuidado, para não me machucar, eu ainda sinto leves dores na barriga. Mas Rodrigo é muito cuidadoso, ele consegue tirar minha camisa sem causar danos, e volta a me beijar.

- Senti tanta saudade desse beijo. - ele diz. - Vamos pro seu quarto? - o convite parece tentador, não posso negar isso.

- Eu tava louco de saudade de você, Rodrigo. - mal consigo termnar de falar, e ele se levanta do sofá, e me agarra, como se eu fosse uma criança. A cena é bizarra, eu seguro o riso. Eu o guio até meu quarto, e ele me coloca cuidadosamente na cama. Eu me deito, e fico olhando ele se livrar das roupas de baixo, até ficar totalmente nu. O membro já estava em brasa, ele se aproxima de mim e tira minha roupa. Estamos nus, e ele explora meu corpo com as mãos, eu estremeço. Estava louco de vontade por isso, ter Rodrigo aqui comigo me deixa mais leve, e me faz esquecer as coisas ruins que aconteceram nesses dias, e ele tem razão, não posso mais ser tão covarde. Preciso lutar pelas coisas que acredito, e é o que vou fazer a partir de agora.

Comentários

Há 2 comentários.

Por will em 2016-05-11 08:57:54
Amando a serie,ansioso pelo proximo capitulo.
Por Delawor em 2016-05-09 00:43:21
Muito bom ! '-'