Capítulo 8: Um acontecimento inesperado

Conto de Mahrio como (Seguir)

Parte da série Quando O Amor Acontece

OLÁ PESSOAL! Resolvi publicar mais um capítulo da série e peço desculpas pela demora. Ainda estou indeciso quanto a duração da série, e se terá mais uma temporada. Por isso peço a contribuição de vocês, enviando suas sugestões, críticas, elogios, etc. Vamos à leitura.

[...]

Já faz mais de duas semanas desde que eu saí da casa de Rodrigo. Acho que a presença da mãe dele, Carla, causou um afastamento quilométrico entre ele e eu, por que desde que saí da casa dele, nunca mais o vi, nem de longe. Fui trabalhar pensando que poderia encontrá-lo, até por que a lan house nem fica tão longe assim da casa dele. Mas nem isso foi possível. E agora que eu estou morando com as garotas, não posso mais vê-lo nos ônibus da vida, por que volto pra casa com as meninas. Acho que é melhor assim, Rodrigo não é a pessoa certa pra mim, e eu também não sirvo pra ele.

Estou em mais um dia de trabalho, já está quase na hora de fechar a lan house e tem apenas três clientes aqui comigo, daqui a pouco é hora de ir pra aula. Quando olho pela porta da lan house, vejo uma pessoa estranha entrar, um rapaz alto, totalmente vestido de preto, e usando um capacete de motoqueiro na cabeça. Logo atrás vinha outro homem, igualmente alto e forte, cheio de tatuagens pelos braços musculosos, e também usando capacete. Os dois vindo em minha direção com capacetes, um péssimo sinal, eu estremeço e engulo seco. O cara vestido de preto chega perto do meu balcão, e puxa algo da cintura. Eu não tenho coragem de olhar, mas sei que é uma arma, estou suando frio. Ele aponta a arma pra mim e grita:

- PERDEU OTÁRIO! DEITA NO CHÃO!

Só consigo ver os olhos do sujeito, que parecem arder de ódio. Eu fico estatizado por um momento, mas o obedeço. Eu saio da minha cadeira e deito no chão.

Ele vai até onde eu estava e recolhe tudo o que podia do caixa. Eu olho para o lado e vejo o seu comparsa rendendo os clientes, tirando o seu dinheiro e celulares rapidamente. De repente, ouço o barulho de sirenes ao longe. Os homens se assustam e gritam:

- A POLÍCIA! VAMOS MANO!

Vejo que duas viaturas da polícia estão lá fora, e os policiais apontam suas armas para os bandidos. O ladrão vestido de preto me levanta violentamente e me enforca, apontando a arma na minha cabeça. Eu estou sem ação, parecendo estar anestesiado. Nunca pensei que um dia passaria por isso. O outro bandido também rende os outros cliente e aponta uma arma para eles, que ficam ajoelhados no chão e com as mãos pra cima, em sinal de rendição. O bandido que aponta a arma para mim grita:

- NÓS VAMO MATAR GERAL AQUI!

- Calma! Não façam nada sem pensar! Vamos negociar! - os policiais gritam lá fora.

- SE A GENTE NÃO SAIR DAQUI EM SEGURANÇA EU METO BALA EM TODO MUNDO AQUI! - o bandido grita, e parece estar muito nervoso, sinto que ele me enforca cada vez mais forte.

- Tudo bem! Vocês pode sair daí com calma, não vai acontecer nada. Mas liberem os reféns! - os policiais falam, e consigo perceber que uma multidão está lá fora, acompanhando esse espetáculo de terror.

- VAMO LIBERAR ESSES TRÊS AÍ! - o bandido aponta para os clientes. - MAS ESSE AQUI VAI SAIR COM A GENTE! - ele aponta para mim, e eu fico cada vez mais nervoso. Os clientes saem lentamente da lan house, e são recebidos pelos policiais lá fora. Agora, eu sou o único refém, e o medo toma conta de mim. O bandido que me rendia me solta, e ordena que eu fique ajoelhado, com as mãos na cabeça, e eu o obedeço. Agora a distância entre os policiais lá fora e nós três aqui dentro é maior.

- Agora liberem o último refém e saiam lentamente! Nós garantimos que nada vai acontecer com ninguém, é só liberar o refém! - os policiais tentam negociar.

- SÓ VAMOS SAIR SE TIVER UM VEÍCULO AÍ FORA PRA NÓS! - o bandido de preto grita, sem tirar a arma do meu foco.

- SAIAM AGORA! - os policiais gritam.

O outro bandido parecia estara muito nervoso, de repente, el aponta sua arma para os policiais e atira. O som do tiro me ensurdesce, e eu me deito no chão, tapando os ouvidos. Os policiais revidam e atiram nos ladrões, que correm para trás do balcão. E o tiroteio começa, eu estou no meio do fogo cruzado. Em meio a tantos disparos, ouço o grito de um dos ladrões, que parece ter sido atingido. Os tiros continuam, então, eu ouço o grito do outro ladrão, e sinto que algo me atinge, eu grito de dor. Levo a mão até minha barriga, e vejo que está sangrando. Eu levei um tiro.

Os policiais entram rapidamente na lan house. Eles vão até onde os bandidos estavam escondidos, e constatam que os dois foram atingidos e morreram. Outros dois policiais vem até mim, e dizem:

- Você está bem? Foi atingido?

Eu não consigo falar nada, apenas aponto para a minha barriga ensanguentada. Minha visão começa a escurecer, e as vozes ao redor de mim ficam incompreensíveis. Antes de apagar completamente, consigo ver uma equipe de paramédicos vindo em minha direção, e então, eu fecho os olhos.

(...)

Meus olhos vão abrindo lentamente, estou deitado em algum lugar, e uma luz muito forta acima de mim parece me cegar. Eu aperto os olhos e observo o ambiente ao meu redor, estou em um quarto de hospital. As lembranças do assalto me assombram, eu tremo. Vejo que a porta do quarto se abre, e as minhas amigas entram, com balões e flores nas mãos, armando um verdadeiro circo, mas é bom ver um rosto amigo por aqui. Quando eu as vejo, consigo ensaiar um sorriso.

- Nerd! Que bom que você está acordado! Como você está, meu bem? - Géssica diz, toda animada.

- Oi gente. Acho que estou bem. Me sinto um pouco cansado. - minha voz sai bem baixinha.

- Quem bom, amigo! Ficamos preocupadas com você. Quando Rodrigo nos avisou o que estava acontecendo ficamos malucas e corremos pra cá. - Roberta diz, me deixando surpreso.

- Rodrigo? Ele que avisou vocês?

- Sim. Na verdade ele fez muito mais do que isso. - Luana fala, olhando para as meninas.

- E o que aconteceu depois que eu apaguei? Não lembro de muita coisa. - eu digo.

- Os policiais disseram que um dos ladrões acertou um tiro em você. Mas logo você foi socorrido e trazido para cá. Fizeram uma cirurgia para retirar a bala, mas você não vai ficar com sequelas. Você está aqui há dois dias. - Géssica explica.

- E teve uma pessoa que ficou esse tempo todo aqui no hospital com você... - Roberta diz, com um sorriso discreto no rosto.

- Rodrigo! - Eu digo. E nesse momento, ele entra no quarto, me dando um baita susto. Ele estava com uma expressão cansada. Devia estar algum tempo sem dormir direito, mas continuava do jeito que eu me lembrava.

- Com licença, meninas. Oi, Miguel! Você está bem? - ele fala baixinho.

- Estou bem, obrigado. - eu respondo, um pouco envergonhado.

- Bom, nós vamos deixar vocês a sós. Voltamos daqui a pouco. - Roberta diz, e as garotas saem do quarto, me deixando sozinho com Rodrigo. Eu estremeço.

- Fiquei preocupado com você. Quando me avisaram o que aconteceu eu fui correndo ver o que podia fazer. - ele fala, meio tristonho. Ah, que droga, eu não quero viver esse drama agora.

- Tudo aconteceu rápido demais. Mas acho que vou ficar bem. O que aconteceu com os ladrões?

- Eles foram atingidos no tiroteio e morreram. Eles já estavam sendo procurados por outros crimes. - Rodrigo responde. Eu fico meio sentido em saber o destino dos ladrões, mas eles fizeram uma escolha errada, e não tem mais volta.

- Você parece estar cansado. - eu falo para ele.

- Estou com um pouco de sono. Fiquei aqui te acompanhando desde que você chegou. Eu queria ter certeza de que ia ficar tudo bem. - Rodrigo responde, olhando pra mim.

- Me desculpa. Eu não queria causar preocupação pra ninguém. Não precisava você ficar aqui tanto tempo, mas eu agradeço. - eu digo, envergonhado.

- Eu queria ter certeza que você ficaria bem. Miguel, eu te amo, você sabe disso. - ele fala, e parece que quer chorar.

- Eu também te amo, Rodrigo. - eu digo, quando ele se aproxima de mim e segura minha mão.

- O médico disse que você vai ter alta hoje. Eu queria conversar com você. - ele diz, acariciando minha mão.

- Tudo bem. A gente conversa. - eu respondo, e sinto meu rosto corar. - Você precisa descansar um pouco. Deixa que as meninas me levam para casa.

- Tudo bem. Mais tarde eu passo lá pra ver como você está. Se cuida, hein? - ele diz, e planta um beijo em minha testa.

- Tchau! - eu digo, e Rodrigo sai do quarto. Eu me sinto confuso. Sei que ainda amo Rodrigo, mas a mãe dele não gosta de mim. E depois do que aconteceu na lan house, não sei o que vai ser da minha vida. Parece que está tudo de cabeça pra baixo. Tantas coisas na minha cabeça, é demais pra mim. Não sei o que fazer.

Comentários

Há 4 comentários.

Por Delawor em 2016-05-05 11:31:18
Ahhh, que lindo! Tomara que eles fiquem juntos, o amor deles não pode acabar por causa da mãe de Rodrigo. #Ansiedade pelo próximo capítulo!
Por edward em 2016-05-05 07:16:25
Estou amando a série
Por Mahrio em 2016-05-04 22:11:46
O Miguel não é um cara bem medroso, eu concordo kkkkkk. Mas vamos aguardar que ele mude com o tempo. Quem sabe esse episódio do assalto não sirva para ele repensar seu jeito de agir, não é mesmo?
Por Nando martinez em 2016-05-04 17:44:36
So acho que ele foi muito bobo ao aceitar tudo que a mãe dele disse e não lutar pelo seu amor