Capítulo 7 (Season 2): ENCONTRO COM O ACASO (PARTE II)

Conto de Mahrio como (Seguir)

Parte da série Quando O Amor Acontece

Quando Diego apareceu no banheiro eu senti que aquilo não acabaria bem. Rodrigo se virou e encarou Diego com uma expressão confusa, tentando se lembrar de onde o conhecia. Ele ficou alguns segundos olhando para Diego, e disse:

– Espera um pouco. Eu já te vi antes. – Rodrigo dizia para Diego, enquanto o encarava.

– Quem é você cara? – Diego perguntava para Rodrigo, e eu permanecia mudo.

– Quem sou eu? Não importa quem sou eu. Você é o cara que eu vi naquele dia. Eu lembro bem, vi tudo de longe, mas lembro de você. É ele Miguel? – Rodrigo se vira para mim.

– O que tem ele Rodrigo? Do que você está falando? – eu finalmente consigo falar alguma coisa.

– Foi esse cara que eu vi te beijando você naquele dia no bar. – Rodrigo parecia mais enfurecido. E de repente eu ligo os pontos e sei do que ele está falando: ele me viu naquele dia no bar, enquanto eu beijava Diego. Droga!

– Por que você não disse nada pra mim? – eu pergunto para Rodrigo.

– Por que eu queria que você mesmo me explicasse o que aconteceu. Mas é engraçado por que quando eu expliquei o que aconteceu com Vitor você não quis acreditar em mim. E eu fui atê você pedir perdão, mas você resolveu terminar comigo. – Rodrigo estava ficando cada vez mais alterado, e Diego assistia aquilo tudo com muita atenção a mim:

– Ei, peraí cara. Vamos manter a calma um pouco. – Diego dizia.

– Cala a sua boca cara. Você já fez o bastante por aqui. Quer dar o fora? – Rodrigo gritou para Diego.

– Eu não vou sair. Miguel, você está bem? – Diego pergunta para mim.

– Tô bem, Diego. Fica calmo. – eu tento apaziguar a situação.

– Miguel, por favor, me escuta um pouco. Minha vida tá um inferno desde aquele dia. Sinto sua falta. – Rodrigo se aproxima de mim, e eu tento me esquivar. Diego permanece ali.

– Rodrigo, para com isso, por favor. Acabou. – eu tento não olhar nos olhos dele. Rodrigo estava com a aparência abatida. Eu causei isto nele?

– Desculpa Miguel, esse era o seu namorado? – Diego se infiltra na conversa, e Rodrigo lança um olhar de ódio para ele.

– O que você em a ver com isso cara? – Rodrigo pergunta.

– Era ele sim. – eu respondo para Diego.

– Como assim “era” Miguel? Você vai mesmo insistir nisso? Eu tô aqui pedindo pra você voltar pra mim, o que eu ainda preciso fazer? – Rodrigo quase suplica.

– Rodrigo, eu tô muito confuso. Você pode me dar um tempo pra pensar pelo menos? Por favor. – eu levo as mãos ao rosto, estou sem ar.

– Tá bom Miguel. Vou te dar todo o tempo do mundo, mas pensa com carinho. Eu estou te esperando. – Rodrigo passa os dedos nos meus cabelos, e eu tremo. Sinto sua falta, não posso negar.

– E você... – Rodrigo aponta para Diego. – Não vai pensando que o caminho está livre. Eu amo o Miguel, e não vou desistir dele.

Diego não fala nada, permanece olhando para mim com os braços cruzados. Rodrigo se vira e vai embora, deixando Diego e eu sozinhos. Diego vem para perto de mim:

– Você está bem, Miguel? – ele pergunta, e põe a mão em meus ombros.

– Acho que sim. Obrigado por se preocupar.

– Não precisa agradecer. Esse seu ex-namorado é meio esquentado hein? – ele diz, rindo discretamente. Eu concordo em certo aspecto com Diego, mas dou certa razão para ele, Rodrigo estava bem exalado. Ciúmes? Talvez. Diego e saímos do banheiro e voltamos para a mesa, onde todos já estavam preocupados com tanta demora. Olho para a mesa em que Rodrigo estava, e ela está vazia. Ele provavelmente foi embora.

A diversão na mesa se encerra, e eu me despeço de Teresa, Antônio e de minha nova melhor amiga Mariana. Diego me guia até o seu carro, e diz que vai me levar em casa. Acho a ideia um pouco perigosa, afinal Rodrigo pode nos ver, mas por conta do horário resolvo aceitar. Vamos o caminho quase todo sem conversar muito, fico pensando naquela cena toda com Rodrigo no banheiro, e me sinto um pouco mal em tê-lo visto daquele jeito. Quando passamos em frente a casa de Rodrigo, não vejo nem sinal dele, apenas avisto o carro na garagem, e ele provavelmente deve ter ido dormir, para trabalhar no dia seguinte.

Chegamos em frente a minha casa e Diego para o carro:

– Bom, obrigado por me trazer. E parabéns de novo pela apresentação. – eu digo, olhando para Diego com uma cara meio tristonha.

– Obrigado. Gostei muito da sua companhia, e pelo jeito a minha família também gostou bastante de você.

– Eu também gostei deles. São pessoas adoráveis. Então tchau né? – eu digo, e estendo a mão para cumprimentar Diego, e ele pega minha mão e me puxa para perto do rosto dele, bocas quase grudadas. Ele me encara por um tempo:

– Acho que estou apaixonado por você Miguel.

As palavras de Diego me atingem como um milhão de facas afiadas no estômago. Eu fico olhando nos olhos dele com um olhar assustado, sem saber o que fazer. Ele se aproxima cada vez mais de mim, e seus lábios encostam-se aos meus. Eu me afasto dele, e olho para baixo, tentando esconder o constrangimento:

– Diego... Me desculpa... Eu estou muito confuso. Por favor, me desculpa.

– Tudo bem Miguel, eu não quero te forçar a nada. – ele diz, olhando para mim.

– É melhor eu entrar, já está tarde. Tchau Diego. – eu digo, e vou logo saindo do carro.

– Tchau Miguel. Tenha uma boa noite. – e Diego sai em disparado no carro, enquanto eu entro todo apressado em casa. Me jogo no sofá da sala e respiro fundo, tentando absorver tudo o que aconteceu hoje. Agora eu me vejo preso em um roteiro de novela mexicana, onde dois caras super lindos, fortes, sonhos de consumo de qualquer pessoa, disputam o meu amor. Que coisa mais brega. Um triângulo amoroso onde eu sou a principal peça... Era tudo que eu precisava agora. Subo para o meu quarto depois de tomar banho e praticamente mergulho na cama. Estou cansado, mas sem sono.

As imagens do dia se misturam na minha cabeça: Rodrigo, Diego, família de Diego, Rodrigo e Diego quase saindo no tapa, eu paralisado no banheiro... Quanta coisa para uma pessoa só. Fico horas pensando em tudo o que aconteceu, até que o sono me vence, e eu desmaio na cama.

(...)

Passaram-se alguns dias desde que conheci a família de Diego, e desde aquele episódio dramático Entre Rodrigo, Diego e eu no banheiro do restaurante. Fiquei todos esses dias sem falar com Diego, e sem ver Rodrigo. Minha rotina se resumia a ir para a faculdade e voltar para casa. Mas felizmente hoje era o último dia de aula, e semana que vem seria o dia da tão esperada formatura. Meu coração palpitava de ansiedade, afinal eu lutei bastante para concluir a faculdade. Me sentia realizado em ter concluído meu curso. Na sala, todos os meus colegas já se despediam, todos aprovados com êxito, e minhas amigas estavam loucas, abraçando todo mundo:

– Ai! Nem acredito que estamos nos formando gente, que coisa boa! – Luana dizia, todo animada, abraçando Roberta.

– Eu não acredito que passei em todas as disciplinas gente. Nem precisei colar do nerd! – Géssica dizia, enquanto rodopiava pela sala, fazendo todos rirem.

– Eu também estou tão feliz. E pensar que semana que vem já é a formatura gente. Vai ser tão lindo! – Roberta expressava sua animação.

– Vai ser muito bom. – resumi meu discurso a isso.

– Nossa, você está tão desanimado, amigo. Tá tudo bem? – Luana pergunta para mim.

– Tá sim, meninas, relaxem. – tentei tranquilizá-las.

A aula se passa em um clima de despedida. Todos os colegas se abraçam, e prometem se encontrar na formatura.

Acompanho as meninas até o estacionamento, e elas se vão. Como sempre fazia no início das aulas, preciso voltar para casa de ônibus, então vou caminhando até o ponto para esperá-lo passar. Vejo de longe que há poucas pessoas na parada esperando o ônibus, e fico um pouco confuso, afinal nesse horário é comum ter bastante gente por lá. Estou chegando próximo ao ponto de ônibus, quando percebo uma luz forte se aproximando de mim. Foi tudo muito rápido, eu até penso em me virar para ver o que era, mas as pessoas no ponto de ônibus gritam em desespero, e eu sinto uma pancada violenta nas costas. Sou atropelado de forma tão violenta, que sinto que estou voando a mil metros do chão, eu caio com força no chão, e vejo o carro que me atropelou indo embora, e as pessoas gritam para que ele pare, mas sem sucesso. Sinto uma dor muito forte, quase tão forte quanto a vontade de fechar os olhos. Lembro do episódio do assalto na lan house, e penso que desta vez eu não vou ter tanta sorte. A escuridão me atinge e meus olhos se fecham, enquanto uma pequena multidão se forma ao redor de mim.

Comentários

Há 4 comentários.

Por em 2016-07-08 19:58:24
gente essa historia ta muito boa
Por em 2016-07-05 22:45:32
gente ta muito bom. nao demora pra posta o proximo por favor.
Por em 2016-07-05 22:45:28
gente ta bom demais. nao demora pra posta ta, pelo amor de deus
Por em 2016-07-05 19:09:09
ai meu deus ja fiquei preocupada