Capítulo 5: A Noite do amor

Parte da série Quando O Amor Acontece

Rodrigo parecia ter muito talento para aquilo. Ele tirou cada peça de roupa minha sem desgrudar os lábios dos meus. O êxtase se espalhava pelo meu corpo, que naquele instante estava apenas protegido pela cueca que eu usava, foi a única peça que Rodrigo deixou-me. Sentia a sua ereção tocando a minha, e sua língua viajando na minha boca, logo depois descendo para o meu pescoço, me fazendo fechar os olhos. Rodrigo realmente sabia o que estava fazendo, e eu estava gostando muito. Ele mordiscava minha orelha, e o arrepio na pele era inevitável, e suas voz me levava ao céu:

- Sou louco por você, Miguel. Louco por você.

Ele me beija novamente, agarrando minha bunda e me fazendo sentir cada vez mais a sua ereção, que parecia explodir naquela cueca preta. Eu passeava com as minhas mãos pelas costas fortes de Rodrigo, sentindo cada músculo de seu corpo. Ele se agarra mais em mim e nos joga na cama, numa cena que me fez soltar um sorriso, esse cara me deixa louco.

Ele se deita e eu fico sobre ele, admirando aquele homem inacreditavelmente bonito, que agora era meu, apenas meu. Percorro todo o seu corpo, beijando cada centímetro até chegar no seu membro, que já não cabia mais naquela cueca. Então tinha que fazer algo a respeito disso, era uma ofensa deixar aquele mastro preso em uma cueca, hora de libertá-lo. Tirei lentamente a cueca de Rodrigo, que estava de olhos fechados, parecendo gostar daquilo.

Quando se revela aquele monumento escondido, vem a conclusão: era realmente avantajado, levemente peludo, e muito atrativo. Coloquei aquilo tudo na boca sem titubear, fazendo movimentos pra cima e pra baixo, enquanto Rodrigo agarrava os lençóis e gemia baixinho. Eu passava a língua por toda a extensão daquele mastro, tinha um gosto muito bom. O tempo que passou-se nisso foi incálculável, mas nem era preciso contar os minutos, tinha que aproveitar cada segundo daquele homem.

De repente, Rodrigo se senta na cama de frente para mim, e me beija:

- Você. Me. Deixa. Louco. - Fala, intercalando entre os beijos.

Ele me deita de bruços na cama, e tira a minha cueca lentamente. Sinto ele beijando os meus pés, subindo para as pernas, coxas, até chegar na bunda. Então ele começa a morder levemente, e eu estremeço. Eu o quero agora. Me agarro aos lençóis e fecho os olhos, estou adorando tudo isso.

Rodrigo pega um envelope no criado mudo e abre. Ele veste o seu membro com o preservativo e vem até meu ouvido, falando baixinho:

- Quero você. Eu te amo Miguel.

Fico paralisado por um momento. Rodrigo, aquele homem perfeito, dizendo que me ama. E eu também o amava. Ouvir ele dizer isso pela primeira vez me fez ficar mais bobo ainda:

- Eu também te amo, Rodrigo.

Era o sinal verde para ele seguir em frente, e assim ele o fez. Foi penetrando em mim lentamente, me fazendo sentir uma dor absurda, e eu quase gritei, quando ele me disse baixinho:

- Desculpa, meu amor. Não quero te machucar. Vamos mais devagar, tá bom?

Concordei com a cabeça. Ele continuou a penetrar, dessa vez mais lentamente. Cada centímetro fazia a dor ficar mais intensa, mas os beijos carinhosos que ele me dava no pescoço faziam qualquer dor parecer insignificante. Aos poucos, fui me acostumando com aquele membro enorme dentro de mim. Rodrigo começou lentos movimentos de vai e vem, e eu delirava, viajava até a lua e voltava. E os movimentos ficavam cada vez mais intensos, assim como o prazer só aumentava. De repente, Rodrigo me vira de frente para ele, e continua a me penetrar. Agora eu podia ter uma bela visão daquele homem maravilhoso. O suor que escorria pelo seu corpo malhado o deixava ainda mais gostoso. Esse homem agora é meu. Apenas meu.

Depois de um longo tempo, Rodrigo anuncia que iria explodir, ele tira o membro de dentro de mim, descarta o preservativo e começa a se masturbar intensamente. Não demorou muito e ele explode, espalhando aquele líquido branco sobre a minha barriga, e eu faço o mesmo que ele, me entregando ao prazer de ter aquele deus grego ao meu lado. Ele se deita ao meu lado, suspirando profundamente, e me beija. Ficamos ali, deitados, olhando um para o outro, eu fico admirando a beleza de Rodrigo. É até difícil acreditar que esse cara me ama, ele é perfeito. Depois de um tempo em silêncio, ele recupera o fôlego:

- Fiquei com medo que você não gostasse de mim. Depois que beijei você naquela noite, eu achei que você nunca mais falaria comigo. - Ele diz, passando as dedos no meu rosto.

- Você é muito bobo. Eu que achei que você nunca daria bola pra um zé mané igual a mim. Eu não sou bonito, não tenho dinheiro... Achei que você nunca iria querer algo comigo. - Ei digo, retribuindo seus carinhos.

- Então somos dois bobos. Miguel, você é lindo sim. Por fora e por dentro. Desde a primeira vez que eu te vi, achei você um cara incrível. Fiquei tantos dias pensando em você, pensando se algum dia eu poderia te beijar, ter você nos meus meus braços... E agora a gente tá aqui, nessa cama. Parece que eu tô sonhando.

O sorriso de Rodrigo me iluminava. Eu estava realmente apaixonado por ele. Queria ficar pra sempre ao seu lado. Mas tinha também muito medo do que pensariam de nós. Estávamos perto da minha antiga casa. Se minha família soubesse que eu estava ali tão perto, não sei o que poderia acontecer.

- Rodrigo, temos que tomar cuidado. Tenho medo que meu padrasto descubra que eu estou aqui tão perto deles. Tenho medo que ele faça alguma coisa contra você.

- Meu amor, não podemos viver com medo de ninguém. Temos que ser forte. Não se preocupa. Não vou deixar que nada de mal aconteça, principalmente com você. - Rodrigo me abraçou, me trazendo muita segurança. Ele tinha razão. Não podía sentir medo. Tudo que eu precisa era ter ele ali comigo.

- Bom, agora precisamos de um banho. Vamos juntos? - Ele diz, se levantando e estendendo as mãos para mim. Eu retribuo o gesto, dizendo:

- Tem razão. Vamos.

Ele me guia para o banheiro, e nós nos jogamos embaixo da água quente que caía do chuveiro. Eu limpo aquele corpo musculoso, passando minhas mãos por cada músculo dele. Ele faz o mesmo, me tocando suavemente, passando o sabonete em meu corpo, o desejo à flor da pele começava a aflorar de novo. Estamos um de frente ao outro, sentindo a água cair sobre nós, nos aproximamos lentamente, e os beijos molhados intensificam o clima. Eu amo Rodrigo, e o quero pra sempre. O cansaço pela nossa intensa primeira relação sexual também começa a dar sinais, terminamos o banho, e precisamos dormir um pouco para recarregar as energias. Rodrigo gosta de dormir de cueca, e eu visto meu shorts, nos deitamos naquela enorme cama, e ele be abraça por trás, na romântica posição de "conchinha":

- Boa noite, meu amor. - Ele beija meu pescoço.

- Boa noite, amor. - Eu repondo, acariciando suas mãos. O sono não demora muito para nos atingir. Num instante, caímos num sono profundo. Foi uma noite perfeita.

(...)

Quando acordo, com a luz irritante vindo da janela, Rodrigo continua dormindo ao meu lado. Eu me viro para ele e fico admirando-o. Lbro da noite passada, da nossa primeira noite juntos na cama, e sorrio, enquanto passo os dedos naquela barba linda. Rodrigo parece ficar ainda mais bonito dormindo, é inexplicável, parece um anjo. Acho que meus carinhos o despertam, ele começa a abrir os olhos lentamente e sorri ao me ver:

- Oi! Bom dia! - Ele diz, com a voz ainda sonolenta.

- Bom dia, seu lindo. - Digo, sorrindo. Ele me beija rapidamente e se levanta, animado:

- Vamos tomar café da manhã? Estou faminto.

- Vamos. Também tô faminto. - Eu digo, fazendo carinha triste, e ele sorri.

- Vou preparar um café maravilhoso para você. - Ele diz, indo para a cozinha, e eu sigo seus passos até lá. Depois de escovar os dentes, ele começa a preparar as coisas para o café. Rodrigo preparou tantas coisas, e eu comi tanto que sentia que iria explodir com um simples toque. Quando eu disse isso, Rodrigo gargalhou, me chamando de bobo.

- Bom... e agora? O que vamos fazer o resto do dia? - Eu perguntei.

- Bom, eu pensei que a gente posia sair, pra dar uma volta por aí. O que você acha? - Rodrigo respondeu com aquele sorriso encantador.

- Parece bom. Onde você quer ir?

- Quero te levar em um lugar que eu gosto. É uma surpresa. - Rodrigo misterioso... esse lado dele eu ainda não conhecia, mas estava disposto a conhecer.

- Hum.. Tô curioso. - Olhei maliciosamente para ele, que se levantou e veio até mim, para me dar uma daqueles beijos que só ele sabia dar, doce e suave, com aquela barba roçando em meu rosto, eu amo aquela barba.

Nos vestimos, roupas casuais e saímos. Espero que não tenhamos a infelicidade de encontrar minha mãe ou meu padrasto por aí. Se bem que eu estava com saudades de minha mãe, mas ela sequer me ligou. Deve estar tentando esquecer que eu existo afinal, ela nunca gostou de gays. Rodrigo e eu tivemos sorte, não encontramos nenhum dois meus familiares na rua, e seguimos nosso caminho em direção ao ponto de ônibus. Não demorou muito e o ônibus passou, o mesmo de sempre que Rodrigo e eu pegamos todos os dias. Só que a partir de agora, estaríamos juntos todos os dias. O sorriso no meu rosto ao pensar nisso era inevitável, essa rotina seria maravilhosa.

Algum tempo depois, Rodrigo anuncia que chegamos ao nosso destino, e nós fazemos sinal para descer do ônibus. Ao descer, não reconheço o lugar onde estávamos. Mas era um lugar muito bonito, um tipo de parque, com muitas árvores, campo gramado, flores... Um lugar ideal para passar o dia tranquilamente. Caminhando um pouco entre as árvores, chegamos a um lago, com uma água tão límpida que era possível ver tudo através dela. Eu ficava me perguntando como nunca tinha ido ali. Em que planeta eu vivia que não conhecia esse lugar? Nós sentamos na borda do lago, com os pés imersos naquela água agradável.

- Então... o que achou? Gostou? - Rodrigo falava, apontando tudo com as mãos.

- É lindo. Quer dizer, olha isso tudo, é maravilhoso. E eu nem sabia que esse lugar existia. Acho que vivi tempo demais escondido em uma caverna. - Eu disse, rindo. E Rodrigo ria junto.

- Queria que você conhecesse aqui. Esse lugar é uma espécie de refúgio pra mim. Venho aqui muitas vezes, sentar na beira do lago, admirando a vista. - Ele dizia, olhando para o horizonte em nossa frente. Ficamos algum tempo em silêncio ali, sentindo a brisa nos tocar, aproveitando o momento. Mas algo me dizia que Rodrigo me trouxe aqui por mais alguma razão, será que ele estava querendo me dizer alguma coisa? Parece que sim, ele quebrou o silêncio entre nós e disse:

- Miguel, preciso te falar uma coisa. - Ele pega minha mão e olha pra mim. - Falei sobre você com a minha mãe. Ela sempre me entendeu e apoiou minhas decisões e eu confio muito nela. Ela está saindo de férias no trabalho, e vindo para o Brasil, me visitar. Ela quer conhecer você.

Então era isso. A mãe de Rodrigo estava chegando. E queria me conhecer. Parece que as coisas estão começando a ficar mais sérias entre Rodrigo e eu. Mas, será que a mãe dele iria gostar de mim? O medo me assombrava. Mas como Rodrigo me disse, temos que encarar os medos de frente, e era o que eu faria.