Capítulo 3 (Temporada 2): AGINDO POR IMPULSO

Conto de Mahrio como (Seguir)

Parte da série Quando O Amor Acontece

OI GALERA! Desculpem ter demorado tanto pra publicar a série, mas agora que eu tô de férias da faculdade, vou me dedicar mais à série. Prentendo publicar todos os dias, ou pelo menos algo perto disso. Aproveitem a leitura! :*

(...)

Eu fico parado ali na porta observando aquela cena tentando acreditar no que estou vendo. Bom, pelo menos eles não estão nus, acho que cheguei a tempo de pelo menos impedir isso. Mas a raiva começa a tomar conta de mim, eu sinto vontade de ter superpoderes e voar no pescoço de Vitor e esganá-lo. Mas eu paro pra pensar por milésimos de segundo, e resolvo tomar uma atitude diferente: entro no quarto, a começo a aplaudir, deixando os dois assustados:

– Parabéns! Muito boa essa cena romântica, casal! – eu aplaudo, e forço uma expressão de contentamento, o que obviamente é mentira, por dentro eu estou em chamas. Rodrigo e Vitor pulam da cama e se levantam, e Rodrigo vem atém mim:

– Miguel, calma. Não é nada disso que você está pensando. – Ai, que merda de frase clichê. Eu não merecia isso, não agora.

– Rodrigo, não precisa vir com explicações. Eu sei muito bem o que eu acabei de ver. Vocês estavam dando o maior beijão. – eu começo a expressar a raiva interior. Olho para Vitor, e ele parece estar se divertindo muito com essa situação.

– E parabéns pra você, Vitor. Você conseguiu o que queria. Agora o Rodrigo é todo seu. Aproveite bastante. – eu digo, enquanto olho para ele com um olhar fuzilante.

– Pode deixar comigo que eu vou fazer exatamente isso: aproveitar. – ele cruza os braços e me olha com desdém. Que cara mais desgraçado.

– CALA ESSA SUA BOCA, SEU MERDA! – Rodrigo grita para Vitor, e eu me assusto. – SAI DAQUI AGORA! OU EU QUEBRO A SUA CARA. – Rodrigo parece estar muito irritado.

– Não precisa não, Rodrigo. Quem vai embora sou eu. Aliás, de novo né? – eu digo para Rodrigo.

– Tudo bem, eu já estava de saída mesmo. Acho melhor vocês conversarem sozinhos. – Vitor diz, e caminha em direção à porta do quarto. Quando ele chega perto de mim, eu estendo a mão para bloquear a sua saída:

– Você pode sair, mas antes, leva uma lembrancinha minha. – Eu levanto a mão e levo em direção ao rosto de Vitor. Dou-lhe um tapa tão forte que ele vira a cara e quase cai no chão. Minha mão começa a arder, mas consigo liberar um pouco da raiva que sentia naquele momento. Vitor se vira para mim e não diz nada, apenas segue até a porta, e vai embora.

O último lugar da casa em que eu quero estar agora é nesse quarto. Olhar para a cama é relembrar o beijo que acabei de ver entre Rodrigo e Vitor. Eu me viro e saio do quarto, em direção à sala. Rodrigo vem atrás de mim.

– Miguel, me deixa explicar o que aconteceu.

– Ele vem falando enquanto me segue até a sala, mas eu finjo não escutar nada. Eu sento no sofá, e as lágrimas ameaçam cair, mas eu não quero parecer triste. Tento segurar ao máximo o choro. Olho para a TV, que ainda está ligada, em um canal qualquer. Eu finjo que estou assistindo, enquanto Rodrigo senta ao meu lado e começa a falar.

– Miguel, fala comigo, por favor.

– O que você quer que eu fale Rodrigo?

– Me deixa explicar o que aconteceu!

– Explicar? Rodrigo, não precisa explicar nada. Eu vi tudo. Você e aquele idiota do Vitor estavam se beijando. Foi isso. Você me traiu. – eu falo, tentando segurar a barra. Rodrigo fica calado por um tempo, talvez tenha entendido que ele está errado. Mas depois de um tempo, ele fala.

– Miguel, eu sei que errei. Mas me perdoa, por favor. Foi burrice minha deixar aquilo acontecer. Me perdoa meu amor. – eu nem olho para ele, finjo não escutar nada, mas quero chorar. Ele se ajoelha em frente a mim, e segura meu rosto com as mãos, e vejo que ele começa a chorar.

– Miguel, por favor, me escuta. Eu sei que errei. Me perdoa. – eu olho pra ele, e não consigo segurar o choro. Eu desabo em lágrimas, chego a soluçar. Ele me abraça forte, e repete as mesmas falas.

– Me perdoa. Me perdoa. Eu te amo. – eu faço força para me soltar dos braços de Rodrigo e enxugo as malditas lágrimas. Eu respiro fundo e olho para ele, que continua chorando.

– O que você fez me machucou muito, Rodrigo. Se eu não tivesse chegado naquela hora, eu flagraria vocês dois transando. Mas sabe o que é pior nisso tudo? É que você tinha me dito que não deixaria nada atrapalhar a nossa relação, e bastou um cara aparecer que você vai e beija ele. Como você acha que eu me senti vendo aquela cena? Chego em casa, e vejo meu namorado beijando outro. Você acha que isso é normal?

– Mas foi ele que me beijou, Miguel. Eu não sei o que deu em mim. Ele chegou aqui, dizendo que queria conversar um pouco, daí a gente conversou um pouco, e eu fui para o quarto trocar de roupa e ele foi atrás de mim. Ele ficou me paquerando, e eu deixei bem claro que estou com você, mas ele continuou insistindo. Foi nessa hora que você chegou. Eu sentei ao lado dele na cama para explicar que sou seu namorado e que te amo, e ele me agarrou. Eu não tive reação, simplesmente aconteceu. Mas isso não muda nada, Miguel. Eu te amo. – Rodrigo se explica, mas eu não consigo engolir essas palavras, é demais para mim.

– Isso era tudo que aquele cara queria. Ele tá caidinho por você, Rodrigo. Mas eu entendo que você tenha se deixado levar, afinal, ele é bonito, forte, rico. E eu não sou nada disso. Nunca soube o que você viu em mim. Eu sempre fui um Zé Ninguém.

– Miguel, para com isso. Eu te amo pelo que você é. Nunca te trocaria por cara nenhum desse mundo. É você que eu quero. Por favor, me perdoa. – ele continua insistindo, mas eu estou relutante.

– Eu preciso de um tempo pra pensar, Rodrigo. Isso tudo é demais pra mim. Você me magoou demais. – eu falo, sem olhar para ele.

– Você vai me deixar de novo? Vai embora? – Ele fala, já recuperado de tanto choro.

– Não sei Rodrigo, não sei. Preciso de um tempo. Me deixa sozinho um pouco, por favor. – eu digo, um pouco irritado.

– Tá bom. Vamos dar um tempo então. Se é isso mesmo que você quer, não vou brigar. – ele fala, e eu percebo que está cabisbaixo.

Eu me viro, e vou em direção ao banheiro para tomar um banho. Entro embaixo do chuveiro e fico sentindo a água cair sobre mim. As lágrimas se misturam com a água que cai do chuveiro, e eu estou anestesiado. Tento pensar no que fazer agora, pra onde ir? Quero correr para os braços da minha mãe, pedir conselhos, colo, carinho. Quero correr para a casa das meninas, para chorar um pouco nos ombros amigos que elas sempre me dão. “Foi só um beijo, não seja idiota”, minha consciência tenta me convencer. Eu me sento no chão gelado do banheiro e continuo chorando. Fico embaixo do chuveiro tanto tempo que minha pele começa a enrugar. Eu saio e me enxugo, indo em direção ao quarto pegar alguma roupa limpa. Olho para meu celular, e há uma mensagem de Géssica:

“Oi nerd da minha vida! Eu sei que você praticamente acabou de sair daqui de casa, mas vamos sair pra dar uma volta agora à noite? Vamos passar aí na sua casa para te buscar, ok? Beijos.”

Óbvio que eu não estou muito no clima de sair, mas resolvo aceitar a ideia. Procuro uma roupa legal e me visto rapidamente. Preciso sair um pouco para pensar, para conversar, para esquecer o chifre que levei. Eu rio de mim mesmo. Termino de me arrumar, e envio uma mensagem para Géssica, avisando que estou pronto. Ela responde rapidamente, dizendo que está a caminho. Eu enfio o celular no bolso, e saio, indo para a sala. Rodrigo está lá, assistindo alguma coisa na TV. Ao me ver, ele me olha intrigado:

– Vai sair? – ele pergunta, me analisando dos pés a cabeça.

– Vou dar uma volta com as garotas. Não demoro pra voltar pra casa. – eu digo, cruzando os braços e sem olhar para ele.

– Tudo bem. Divirta-se. Eu vou ficar aqui. – ele diz, olhando para a TV. Parece estar irritado, mas eu não me importo. Ele precisa pensar no que fez. Ouço uma buzina na frente de casa, e me preparo pra sair.

– As garotas chegaram. Estou indo. Tchau. – eu digo, mas Rodrigo continua olhando para a TV. Ele só responde com um modesto “tchau”, e eu saio. Apenas Géssica e Luana estão no carro, eu entro no carro e cumprimento as meninas.

– A Roberta ficou em casa? – eu pergunto, intrigado.

– Ficou sim. Ela estava um pouco cansada e resolveu ficar em casa. – Luana explica.

– E você? Está bem, nerd? – Géssica pergunta.

– Não sei, amigas. Vocês não vão acreditar no que aconteceu. – eu falo, olhando para fora do carro.

– O que houve? Você e o Rodrigo brigaram? – Luana pergunta, e se vira para mim.

– Quando cheguei em casa hoje, flagrei o Vitor e o Rodrigo se beijando. – eu digo, quase vomitando as palavras. As meninas fazem cara de espanto.

– O quê? Que doideira. Como isso aconteceu amigo? – Luana pergunta.

– Eu não sei meninas. Aconteceu. – é só o que eu consigo responder.

– Quem o Rodrigo pensa que é pra fazer isso com você? Vou quebrar a cara dele. – Géssica diz, um pouco irritada.

– Não se preocupem meninas, eu tô bem. Só quero esquecer um pouco que isso aconteceu.

– Tá bom amigo. Vamos aproveitar e nos divertir um pouco então. – Luana diz.

Nós continuamos seguindo nosso caminho, chegando até um barzinho, que tinha muita gente e uma música muito agradável tocando. Sentamos em uma mesa, e pedimos algumas bebidas. Eu opto por beber alguma coisa com álcool, não quero nem saber. Eu e Luana bebemos um pouco, e Géssica fica apenas nos sucos, pois vai ser a motorista da rodada. Logo as meninas se levantam e vão para a pista dançar. Eu prefiro ficar na mesa, observando as pessoas. Fico um pouco surpreso quando vejo um rapaz em um mesa em frente a minha, que não para de olhar para mim.

Ele é um cara alto, forte, e muito, mas muito bonito. Tem cabelos curtos, e um topetinho engraçado. Ele olha para mim e sorri, enquanto ergue o copo, como se quisesse fazer um brinde. Eu retribuo o gesto, e ergo meu copo. Pareceu ser um convite. O rapaz se levanta e caminha em direção a mim. Eu fico pálido. Quando ele chega, eu percebo que ele era mais bonito ainda de perto. Ele senta perto de mim e fala alto:

– Oi. Desculpa ficar te olhando tanto assim, mas percebi que você tava sozinho. E acho um absurdo um cara tão bonito quanto você estar aqui sozinho. – Ok, ele também sabe falar muito bem.

– Eu bonito? Você tá brincando comigo né? – eu me recuso a aceitar elogios assim. Sei que nunca fui nenhum modelo de beleza. Esse cara deve estar muito bêbado.

– Claro que não tô brincando. É serio. – ele sorri, e eu fico admirado. Esse cara é muito bonito. – Meu nome é Diego, e o seu?

– Miguel. – ele estende a mão para me cumprimentar e eu retribuo seu gesto.

– É uma satisfação conhecer você Miguel. – ele diz, sorrindo. Ele realmente tem um sorriso muito encantador.

– Eu digo o mesmo, Diego. – tento parecer simpático.

– Posso confessar uma coisa? – Diego pergunta.

– Bom, acabamos de nos conhecer, mas acho que pode. O que foi? – eu digo, curioso.

– Eu fiquei olhando tanto pra você por que achei você um cara muito interessante, e fiquei gamado em você. Você tá solteiro? – ele pergunta, e eu fico mais pálido ainda.

– Bom... Eu não sei nem o que te dizer. – eu fico sem ação. Realmente não é nada comum um cara bonito igual a Diego me dizer que está “gamado” em mim. Eu penso em Rodrigo, e no quanto eu o amo. Mas também penso no que ele me fez. Um sentimento de vingança paira pela minha cabeça, e eu pareço ser controlado por controle remoto. Eu seguro o rosto de Diego com as mãos, e o beijo. E esqueço o mundo ao redor de mim.

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