Capítulo 1: O novo emprego

Conto de Mahrio como (Seguir)

Parte da série Quando O Amor Acontece

Acordo com o barulho irritante do despertador. É o sinal para mais da minha casa tem uma lan house, que eu frequentava muitas vezes. Era cliente tão fiel daquele lugar, que acabei criando amizade com a proprietária, Samara. E foi essa confiança que ela tinha em mim que fez com que ela me convidasse para trabalhar para ela. Samara iria abrir uma nova lan house em outro bairro, e eu ficaria em seu lugar, tomando conta de tudo. Samara era uma das minhas pouquíssimas amigas, junto com o meu trio de quase irmãs da faculdade. E como era meu primeiro dia de trabalho, não podia me atrasar. Levanto da cama o mais rápido possível e começo a me arrumar para sair. Antes, procuro alguma coisa na cozinha para comer, e lá está minha mãe, Janaína. Minha mãe era minha referência na vida, forte e guerreira. O seu único defeito era o preconceito, e isso fez com que eu nunca falasse para ela que eu era gay. Mas como dizem por aí, que mãe sempre sabe das coisas, eu desconfio que ela sempre soube de mim. Pego uma fruta na cozinha e falo com minha mãe rapidamente;

- Bom dia, mãe! Estou saindo! A Samara está me esperando na lan house! Não posso me atrasar!

- Mas tão cedo assim, Miguel? - Minha mãe parecia surpresa - Vê se toma cuidado por aí, meu filho! Trabalhar nesses lugares é perigoso.

- Pode deixar, mãe! Eu me cuido! - Gritei, já saindo porta afora.

Quando cheguei na lan house, que era bem próxima da minha casa, Samara já estava lá me esperando, com aquele belo sorriso no rosto:

- Bom dia Miguel! Pronto pra pôr a mão na massa?

- Sempre pronto chefinha! - Cumprimentei-a sorrindo.

- Que bom! Eu sei que você vai se sair bem. Você já conhece quase tudo por aqui.

- É mesmo, acho que vai ser fácil.

E abrimos o estabelecimento. Logo os primeiros clientes chegariam. Samara me passou as últimas intruções sobre o funcionamento dos computadores, e se despediu:

- Então eu vou indo nessa! Boa sorte Miguel! Se precisar de alguma coisa é só me ligar!

- Pode deixar, Samara! Vai dar tudo certo! - Eu disse, confiante.

E logo que Samara sai, os primeiro clientes já chegam. Como já conhecia bem como funcionavam as coisas por lá, não tive dificuldades para atendê-los. Passava a maior parte do tempo navegando na internet. Era o emprego dos sonhos!

O dia passou tranquilamente, sem nenhuma grande problema que eu tivesse que resolver na lan house. Quando chegou a tarde, tinham poucos clientes comigo, cerca de cinco pessoas. Eu olho para a porta, e vejo ele entrar. A beleza daquele garoto era espetacular, hipnotizante. Fiquei até envergonhado por ficar olhando tão fixamente para ele, afinal, tinha que respeitá-lo como cliente que ele era. Mas foi bem difícil manter a compostura. Ele era alto, quase a mesma altura que eu, cabelos curtos, uma barba marcante, olhos castanhos e uma boca pequena. Uma beleza única. Parecia que o tempo tinha parado naquele momento em que ele entrou, e veio caminhando em câmera lenta em minha direção. Quando ele chegou até mim, eu estremeci:

- Oi, boa tarde! Gostaria de um computador para acessar a internet, por favor.

Parece que eu fiquei mudo. Não conseguia parar de admirar aquele garoto. Ele era a perfeição em forma de pessoa. Ele percebeu a minha mudez momentânea e pigarreou:

- Desculpa, algum problema?

- Ah... É que... Nada não. Me desculpa. Eu me distraí. - Acho que fiquei vermelho de tanta vergonha.

- Então, você pode disponibilizar um pc pra mim? - Aquela voz grave me deixou mais louco.

- Claro! Pode ir no pc número 4, por ali! - Apontei o caminho a ele.

- Obrigado! - Ele respondeu.

E assim, o garoto foi para o pc. Mas algo que me chamou a atenção era o fato de ele ficar o tempo todo olhando para mim. Mesmo que o cara fosee lindo, aquilo me deixou um pouco incomodado. A cada dez segundos, ele olhava para onde eu estava, me deixando cada vez mais envergonhado. Depois de um certo tempo nessa troca de olhares, ele se levanta e vem até mim:

- Pode encerrar a minha sessão, por favor! - Ele disse, sorrindo.

- Claro! Custou três reais. - Eu respondi, ainda envergonhado.

Ele pagou a comanda, e ficou olhando fixamente pra mim. Aquele cara tinha alguma coisa especial no olhar, um brilho. Mas eu não queria tirar conclusões precipitadas, pois ele é bonito demais pra se interessar por alguém como eu. Eu devolvi o troco à ele, que agradeceu e saiu.

"Cara, o que foi isso que acabou de acontecer aqui?" - Pensei comigo mesmo.

Aquele cara era lindo demais. Mas eu nunca o tinha visto no bairro. Concluí que ele talvez fosse um morador novo. Já estava quase anoitecendo quando o último cliente saiu da lan house. Estava na hora de fechar tudo e ir para a faculdade.

No caminho para a aula, o cliente gato não saía do meu pensamento. Peguei o ônibus, coloquei os fones de ouvido e segui meu caminho, mas o garoto continuava nos meus pensamentos. Caramba, aquele cara era perfeito demais!

A aula passou quase toda sem que eu percebesse. O garoto continuou povoando a minha mente. Aquelas trocas de olhares... Isso é tão idiota. Até parece que um cara igual aquele teria algum interesse em alguém como eu.

Saí da sala e fui para o ponto de ônibus. Não demorou muito e o transporte veio. Seguia seu caminho normalmente, quando vejo que naquele momento, o tal garoto também subiu no ônibus.

Ele parecia mais bonito ainda. Estava vestindo uma calça jeans bem justa, que permitia ver que suas pernas eram bem torneadas, assim como uma camisa rosa também justa, que marcava os músculos dos braços de maneira muito provocante. O cara era simplesmente maravilhoso. Eu estremeci. Pra piorar a situação, ele me viu e sorriu, vindo se sentar ao meu lado. Acho que perdi o ar nesse momento:

- Oi! Olha você por aqui! - Ele disse de um jeito bem alegre.

- Oi! - Foi tudo o que consegui dizer quando ele chegou ao meu lado.

- Acho que não fomos apresentados hoje. Meu nome é Rodrigo! - Ele estendeu a mão para me cumprimentar.

- Meu nome é Miguel! Prazer te conhecer! - Respondi, com a voz meio trêmula.

- Você tá voltando da aula? - Ele parecia curioso.

- Estou sim! Faço faculdade. - Minha voz estava cada vez mais trêmula. Eu realmente não sou muito bom na arte de conversar com gente bonita.

- Eu também faço faculdade! Na verdade, eu comecei hoje. Me mudei de cidade e transferi os estudos para cá. - O sorriso dele me fez corar.

E ficamos falando de coisas aleatórias. Descobri que ele tinha 19 anos, que tinha se mudado para a cidade a poucos dias, e que morava no mesmo bairro que eu. Quando chegamos no ponto final do ônibus, descemos juntos:

- Parece que vamos nos ver bastante por aqui. Pegamos o mesmo ônibus e descemos no mesmo ponto. - Ele disse, animado.

- É verdade. Acho que vamos nos ver muitas vezes.

E fomos caminhando na mesma direção. Descobri depois que ele morava na mesma rua que eu. Éramos vizinhos. Acho que Rodrigo seria pelo menos um bom amigo pra mim. Eu não tinha muitos amigos homens. Pelo menos amigo dele eu poderia ser. Quando chegamos na casa dele, que era no início da rua, elense despediu:

- Tchau vizinho! Até mais ver!

- Tchau, Rodrigo! - Eu respondi, e continuei caminhando até chegar em casa.

Quando cheguei, os pensamentos em Rodrigo voltaram com tudo. Acho que eu iria gostar de encontrar com ele por aí. Mesmo que seja apenas amizade, eu gostei do jeito dele.

Ele foi tão simpático, engraçado... Uma companhia muito agradável para voltar para casa. Eubtinha que me contentar em ser apenas amigo dele. Seria ridículo uma pessoa que nem eu, que não tenho nenhum atributo especial ou atrativo, achar qua alguém como o Rodrigo se sentiria atraído por mim. Mas, as vezes, o destino nos proporciona algumas surpresas. E foi o que aconteceu naquela semana.

Comentários

Há 2 comentários.

Por ®red® em 2016-04-05 12:44:00
gostei. Tamanho de texto bom, a trama parece promissora, e sua escrita e bem limpa. Vou continuar te acompanhado, e quando tiver uma opinião formada sobre seu conto, eu deixarei nos comentários. Abraço.......
Por Mahrio em 2016-04-04 18:33:16
Bom pessoal, esse é o primeiro capítulo da série. Tô começando agora nesse lance de escrever, e espero que gostem! Prometo melhorar a história de acordo com o que vier na minha mente "brilhante"! Abraços!