Apenas eu - 7. Como eu conheci seu pai

Conto de Soturno como (Seguir)

Parte da série Apenas eu

Olá!

Bom ver sempre gente nova lendo, mas esse povo nunca volta pra outro capítulo. É uma pena, contudo continuo feliz.

Vamos lá a mais um capítulo.

Às vezes eu sentia-me só. Precisava de alguém que eu pudesse contar, claro nas horas que minha mãe não pudesse me atender. Esse espaço poderia ter sido preenchido por um pai se ele não fosse um monstro psicopata. Bom era isso que eu imagino sobre um pai.

– Ele não é um mostro. Ele é uma das pessoas que mais respeito. – Defendeu Ravi.

– Então por que ele não veio me conhecer? Se ele é tão bom.

– Isso você vai ter que perguntar a ele.

– E minha mãe? Por que ela mentiria pra mim desse jeito?

– Eu não sei. – Disse ele se sentado na cadeira em frente a mim – Ei me escuta não pode contar nada pra ninguém. Se não pode aumentar ainda mais os nossos problemas.

– Eu quero vê-lo. Onde ele está?

– O que? Ele não pode nem sonhar que eu contei a verdade. Nada disso podia ser relevado. No inicio eu só teria que te vigiar e apenas isso, e nenhum contato direto com você. – desabafou ele com raiva na voz – Já chega! Eu mesmo vou te levar até lá amanhã e contar tudo mesmo que isso arranque minha cabeça fora.

Eu fiquei preocupado com ele que estava mesmo com medo não falei nada e continuei na minha postura de sério. O caminho de volta foi silencioso. Antes dele ir para casa, me olhou triste e eu o abracei inesperadamente para mim.

– Vai dar tudo certo. – Eu disse a ele.

Entrei em casa e vi as luzes acesas. Era final de tarde e minha mãe estava em casa. Entrei na casa e pus as chaves no pote. Fui para o quarto e coloquei um casaco. Me dirigir para a cozinha onde ela estava saboreando um prato quente de sopa.

– Olá, mãe.

– Oi.

– Não vai perguntar onde eu estive? – questionei desconfiado.

– Você estava com aquele seu amigo novo não era?

– Sim, mas...

– Eu sempre sei onde está. – Afirmou ela logo após de tomar mais uma colher de sopa depois do processo de esfriamento com sopro.

– Ah! Eu queria ter fazer uma pergunta sobre o meu pai.

– O que desejas saber?

– Como vocês se conheceram?

– Bem eu sabia que esse dia chegaria. De novo. – falou irônica – Foi no dia da nossa formatura no ensino médio. Nós nunca nos falamos e naquele dia ele estava nervoso, veio falar comigo todo atrapalhado tropeçou e me levou junto. Ele ficou envergonhado e eu o convidei para dançar ele aceitou e a partir dai começou a história da gente. E foi assim que conheci seu pai.

Eu esperava uma longa história, porém e melhor do que demorar nove temporadas enrolando para dizer essa bendita frase. Ela contou como se não soubesse de nada ou se já estava ficando boa na mentira. De toda maneira eu decidiria ouvir a versão do verdadeiro “pai” e compararia. Depois de comer fui para o quarto fazer minhas atividades.

No dia seguinte indo para escola não pude deixar de escutar um papo na casa do meu vizinho agora distante.

– Eu já disse que temos o domingo livre. Mmm! – disse uma voz melosa e em seguida um som de estalar de um beijo.

Voltei e fiquei de tocaia, Léo estava lá junto com seu namorado, abraçados num amasso só. O papinho do casalzinho ainda era meloso quase me dando aos nervos. Enquanto olhava e imitava com caretas suas falas alguém me surpreendeu.

– Não acha que está sendo indiscreto demais? – disse a voz atrás de mim que me fez gelar.

Virei assustado e vi que era o Sr. Moscovis o pai de Leonardo. Ele tinha uma barba grisalha, era magro e trajava uma roupa social típica de dono de uma multinacional de refrigerantes.

– Olá, senhor. – Disse disfarçando.

– Você está esperando meu filho?

Ele não me deixou nem começar a frase e me puxou para dentro do jardim frontal onde chamou seu filho. Claro que fiquei envergonhado já fazia um tempo que eu tinha indo com o ele até a escola. E ainda mais com seu namorado.

– Oi Tony, quanto tempo hein... – Cumprimentou o dono da casa após que me aproximei da entrada oficial da casa.

– Pois é né?... – Falei com um sorriso sem graça.

– Leonardo dê um pulo aqui na sala. – Ordenou o homem.

Enquanto o pai dele foi falar com ele a sós. O Nathan veio me cumprimentar e depois disso um silêncio constrangedor se instalou ali por alguns segundos. Um não olhava na cara do outro, mas porque diabos ele não conversava comigo? Já sei! – pensei.

O Léo deve ter contado sobre algo sobre nossos “lances”. Aposto que fizeram um acordo de sem segredos na relação. Aquilo era tão romântico e tosco ao mesmo tempo. Se tivesse demorado mais um segundo eu juro que teria um troço ali mesmo. Ele voltou e colocou o braço em volta do pescoço do amado e nos guiou até o carro.

Os dois sentaram nos últimos bancos, e eu nos do meio. O riquinho deu o sinal ao motorista que logo ligou o automóvel o fazendo andar.

– Então Léo que vai fazer hoje à noite? – perguntou Léo.

Me virei ajoelhado no banco para conseguir um contato visual com os meninos e falei:

– Provavelmente vou ao cinema em casa e você?

– O Nathan e eu vamos ao clube. Você quer ir com a gente?

Instantaneamente depois dessa fala Nathan suspirou fitando a janela. Eu sabia quando não era bem vindo, por isso neguei a minha presença na hora.

Nathan era alto aparentava ser mais velho, devia ser por causa da sua barba rala. Ele tinha um cabelo castanho baixo. Ele era até charmoso se não tivesse com aquele olhar de drogado, também sua dicção era um pouco lenta.

– Tem certeza? Vai ter bebidas...

– Por mais que isso seja tentador, não quero segurar vela para vocês dois.

– Que isso? Nosso amigo Luiz vem conosco. – Falou o namorado de Léo em meio a um sorriso assustador.

– Vai ser uma noite entre amigos – Completou Léo.

– Então acabei de lembrar que combinei com Beth de ajudá-la com suas tarefas. Foi mau gente quem sabe outro dia não é?

Voltei à posição inicial e fiquei contanto os segundos para sair daquele inferno. Me despedi rápido e fui direto para a biblioteca para fingir que iria ler, antes das aulas iniciarem. No caminho procurei por Beth, que pelo jeito não se encontrava em lugar nenhum no colégio. Resolvi por fim e enviar-lhe um SMS pelo celular.

Eu: “ONDE TU TÁ?”.

Beth: “TÔ INDISPOSTA HJ NÃO VOU PRA ESCOLA. EU PODERIA IR NA SUA KSA MAIS TARDE? PRECISO ESCLARECER UMAS COISAS”.

Eu: “PODE, MAS DESSA VEZ NÃO LEVA AQUELE GATO PRETO HORROROSO DE NOVO HEIN, SÓ PORQUE É BRUXA NÃO TEM ESSE DIREITO. OK?”.

Beth: “:)”.

Ainda Apenas eu indignado: “OK?”.

Beth: “OKAY! RAZEL GRACE”.

E assim foi mais um dia chato na escola, todavia eu estava feliz que eu poderia gritar a minha frase favorita: Hoje é sexta-feira Uhuu! (Somente na minha mente é claro). Em casa conversando com minha mãe na sala, recebo a prevista visita de Beth. Ela estava bem vestida como se ela tivesse vindo para conhecer sua sogra.

– Olá Julieta. Como vai a senhora?

– Me chame de Sra. Delgado. Eu vou ótima obrigada. – Falou e saiu do cômodo.

– Não liga não, ela é assim com todo mundo. – Pausei para conter o riso – Bem, o que queria esclarecer... ah não eu lembrei.

– Ei fala baixo ninguém pode saber.

– Vamos pro meu quarto.

Depois de procurar fotos de doenças genitais no celular eu já estava com a mente limpa e poderia assim conversar sobre ela ter transado na escola com o professor de Matemática. (Droga! lembrei de novo).

– Olha não precisa se preocupar, eu não vou contar a ninguém, como eu disse naquele dia: Eu não vi nada. Você resolve ou não. Faça do o quiser. – Confessei

– Que bom que posso confiar em você. Aquilo foi um pequeno deslize e não vai mais acontecer.

– Como eu disse não me deve explicações.

– Ah! Por favor, me diz alguma coisa se não eu enlouqueço.

– Minha opinião é esquecer isso. Só porque VOCÊ quis isso ainda é um crime. E ele pode perder sua carreia e você se tornar uma celebridade “B”. – contei com um sorrisinho de lado.

Ela entendeu e ficou pensativa sentada na cama. Minha mãe me chamou e eu fui vê do se tratava e antes de sair ainda fiz um comentário:

– Mas você chegou há tão pouco tempo na escola e já fisgou aquele verme? Você é rápida hein – disse antes que o travesseiro que ela jogou não batesse em mim.

Desci as escadas... (Ah espera aqui não tem escada, esquece) ela estava ali se aprontando em frente ao espelho colocando sua maquiagem. E perguntei o que era. Respondeu que estava saindo e que só voltaria no outro dia. Eu desconfiava de que ela mentia sobre ir à casa da minha tia. Teve uma vez que vi o seu navegador em uma página aberta de encontros românticos.

– Ei dava para a senhora ser mais gentil com as visitas?

– O que? Eu e você chamamos os pais de seus amigos pelo último nome e só eu não vou entrar nessa lista? Eu tenho que ser importante. – Falou com um lindo sorriso.

– Está bem mãe, eu te amo. – falei e a abracei.

– Eu também meu filho.

– Eu vou preparar algo para nós lancharmos está bem?

– Sim querido.

Me retirei e fui para cozinha, peguei uns salgadinhos e alguns sanduíches com suco de goiaba e pus prontamente na bandeja. Caiu um pouco do suco no chão, tive que limpar e no momento que me abaixei para calcar o rodo com um pano ouvi um enorme grito, que poderia ter vindo de qualquer lugar de tão alto que foi.

Corri ate a sala minha mãe tinha sumido então corri para meu quarto minha mãe estava lá vendo alguma coisa e quando fui ver era Beth estirada sobre o chão seus olhos estavam pretos e nem pareciam que estavam mais no seu rosto. Era como se estivesse queimado. Do lado de suas mãos estava aquele caderno em branco.

– Você abriu o Diário? – Perguntou minha mãe alterada.

Comentários

Há 1 comentários.

Por TonT em 2016-10-06 23:25:01
A cada capitulo novo fica mais interessante, to amando