Apenas eu - 5. Festa do pijama

Conto de Soturno como (Seguir)

Parte da série Apenas eu

Olá, espero que estejam gostando assim como eu dessa história.

Mais um capítulo ai.

5. Festa do pijama

Estava de noite, o quarto estava decorado de rosa e vários travesseiros empilhados ao lado da cama. Havia um balde de pipoca doce e cupcakes azuis também uma música muito animada estava tocando.

Os participantes da festa não estavam lá muito amimados, exceto um: Leonardo. Movia a parte de cima do seu corpo para lá e para cá como se estivesse mesmo numa festinha de verdade.

Eu estava do lado daquela bruxa que conhecera há horas atrás, estava mais calma, mas continuava repetindo que iriamos morrer.

– Léo dá pra você parar com isso? – Eu disse depois de levantar da cama e me aproximar dele.

– Parar com o que? – disse antes de encher sua boca com pipoca.

– A garota está mal, e você ai se divertindo.

– Não foi ela mesma falou que vamos morrer aqui. Estou tentando aproveitar o máximo. Anda vem vamos dançar. – Proferiu e puxou meu braço.

– Imbecil! – eu disse e ele nem deu bola e voltou a dançar.

– Beth me escuta o que podemos fazer? – disse abaixado para ver seu rosto – Tem que ter uma saída.

– Não existe, é apenas um sonho de alguém que não termina nunca.

– Sonho de alguém. E seu? E não termina por quê? – eu questionei do seu lado agora ela prestava atenção em mim.

– Foi a minha primeira e última festa do pijama na minha casa eu tinha dez anos. Convidei todas as minhas colegas de classe eu estava muito animada, e não apareceu ninguém. Fui para o sótão chorar, mas minha mãe chegou me procurando para me avisar. As duas meninas mais populares da escola tinham vindo, Ashley e Rebecca, e convidado todas as outras.

– E o que ouve depois? – perguntei curioso.

– Tudo ocorria bem, ao total eram nove garotas contando com Ashley e Rebecca. Quando sair para pegar mais refrigerante, elas tramaram um plano e quando voltei me pegaram. O jarro da bebida derramou em mim e me arrastaram e disseram ser uma brincadeira. Eu disse o quanto não queria brincar. E elas continuaram cortaram meu cabelo, e melaram meu rosto inteiro com batom. Depois ficaram rindo de mim e tiraram fotos. Furiosa eu derrubei tudo que vi pela frente com meus poderes. A partir desse dia eu fiquei conhecida na escola como a bruxa má.

Depois dessa confissão ela começou a chorar, eu a abracei e alisei suas costas. De súbito ela se levantou e começou a destruir as coisas. Dessa vez manualmente, aniquilou o som e tudo ficou num silêncio que apenas ouvíamos a respiração ofegante de Beth.

Leo pareceu infeliz e ficou parado como sempre observando. Ao meu piscar de olhos tudo voltou ao seu devido lugar e a música foi uma delas.

– Eu disse. Nunca acaba. – Frisou Beth.

Aquilo me fez um medo terrível, fiquei sem fala após isso Léo quebrou o silêncio e indagou:

– Eu não entendi. O que essa história tem a ver com essa prisão aqui?

– São os parasitas do vaso. Quando salvei vocês dos cacos de vidros, eles devem ter saído. Eu os usei para apagar essa lembrança. Agora ela voltou. – esclareceu Beth.

– Isso explica porque nos dois estamos aqui. – eu falei me referindo a mim e Leonardo.

– Gente. Eu acho... – sussurrou Léo com suas mãos na cabeça.

Corri para socorrê-lo, entretanto já era tarde, pois ele tinha sumido e a bruxa e eu seriamos os próximos. Uma lagrima escorreu do meu olho, não conseguia pensar em nada a não ser ter que passar meus últimos momentos sem ele.

Cair de joelhos no chão, algo acontecia comigo, não sentia dor. E acordei caído no chão do quarto de Beth olhei para o lado ela estava caída lá. Um bicho estava grudado em sua nuca. Era preto e a cada sugada acendia um verde fluorescente. De repente Ravi aparece na minha vista, com um tipo de pinça na mão para capturar o parasita.

Sou puxado para cima e vejo quem é meu ajudante: Léo. Ele estava com um pano estocando o sangue de sua cabeça na parte lateral. Perguntou se eu estava bem e afirmei que sim. Não pensei muito e o abracei, percebi um incômodo na minha perna, arrastei e me escorei na parede. Estava escuro, mas deu para notar um curativo feito.

Estava anoitecendo e nada da dona da casa acordar, até seu irmão apareceu e suspeitou da gente. Porém viu que também estávamos machucados, e foi se preocupar com sua irmã.

– Oi. Desculpa! Eu vim o mais rápido que pude. – contou Ravi limpando suas mãos na sua calça.

– Como sabia que eu estava aqui? – Perguntei.

– Com isso. – disse mostrando o GPS do celular – relutei em usar isso no começo, mas me acostumei com essa magia moderna.

Beth acordou tossindo me deixando aliviado e por isso Ravi foi ajudar. O meu acompanhante ao lado começou um interrogatório.

– Quem é esse cara? – Falou ele como quem não queira nada.

– Um amigo meu. – logo que disse notei que tenho outro amigo além dele.

– Você nunca me contou sobre ele.

– Muita coisa aconteceu sabe. E o conheço há pouco tempo.

– Você confia nele? – Falou nervoso.

– Sim. O que você tem contra ele?

– Nada. Apenas um cara estranho que te monitora, pra mim já é algo com que se preocupar.

– Ele nos salvou.

– Olha pode ser, mas eu não confio nele e acho que deveria duvidar também.

Ficamos em silêncio por um tempo.

– Me desculpa por ter agido como um babaca na “prisão” – disse ele ajeitando o pano que agora estava mais manchado de sangue – eu sempre faço isso quando as coisas dão merda.

– Pelo menos alguém se divertiu.

– O que? Aquela pipoca doce não tinha gosto de nada. – Disse dando uma risadinha.

Após saímos da casa, Léo estava bastante machucado e foi para o hospital. Meu salvador Ravi me trouxe em casa ficamos conversando por um tempo e ele me convidou para passar uma tarde com ele. Eu desconfio de que ele tenha ouvido minha conversa com meu vizinho. E por isso quer me fazer acreditar que ele é do bem.

– Você não quer entrar? – Perguntei de frente da minha casa.

– Nem que eu quisesse, não sou autorizado. Lembra?

– Me fale mais sobre essa regra.

– Ah. Boa tentativa. Vai ter que esperar só mais um tempo. – articulou ele.

– O que sabe sobre bruxas? – Eu disse mudando bruscamente de assunto.

– Sei que bruxas são bem piradas em usar magia que não conhecem. Elas deviam fazer como eu, só mexer com poções.

– E os sanguessugas, eles poderiam mesmo nos matar? – Conferi se Beth estava certa.

– Sim. Não são chamados de cogumelos da morte à toa. Alimentam-se de dor, angústia e o principal: sangue.

De certo modo eles pareciam cogumelos. Cogumelos sanguessugas. Tentei perguntar mais coisas, porém ele estava com pressa, e logo foi embora.

A primeira coisa que fiz quando cheguei em casa foi respirar e expirar calmamente depois de viver um pesadelo de festa do pijama. Fui à cozinha pegar algo para saciar minha sede e encontrei um bilhetinho da minha mãe pregado na porta da geladeira, que dizia:

“FUI VISITAR SUA TIA SUZANA, ELA ESTÁ MUITO DOENTE. VOU FICAR UMA NOITE CUIDANDO DE SUAS PRIMAS”.

Peguei a garrafa de água na geladeira, bebi e fui para o banheiro tomar um banho quente. Só o que o eu estava precisando. Apenas eu estava no Box, à água massageava minhas costas, estava uma boa sensação que até mesmo me masturbei. Fiz um curativo na perna.

Quando que sair de lá, fui escovar os dentes e minha pasta tinha acabado. Eu já tinha vestido apenas a cueca. Fui até o banheiro reservado do quarto da minha mãe. Assim que encontrei peguei em mãos o objeto e pensei ter visto algo se mexer no espelho do guarda-roupa. Cheguei pertinho e o vento feito por minhas narinas o fez mexer como uma textura líquida quanto água.

Aquilo era incrível, eu toquei de leve com os meus dedos da mão direita. Era gelado. Em instantes minha mão estava dentro do espelho. Eu retirei rapidamente com medo, contudo voltei a tocar, de repente sentir algo me empurrar para dentro daquilo.

– Droga! Onde eu estou?

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