Capítulo 9 - A Festa De Ano Novo

Conto de Sonhador Viajante como (Seguir)

Parte da série As Férias Dos Meus Sonhos (Baseada Numa História Real)

O barulho da música indicava que a festa tinha acabado de começar... Preparei-me e me perfumei já vestido, com minhas roupas novas e meu penteado de sempre. Eu estava pronto! Olhei-me no espelho e me senti confiante... Determinado... Imbatível... Sereno... E com um astral inalcançável. Não deixaria que nenhum idiota me intimidasse de novo. Tinha me animado tanto com a festa de ano novo, para desanimar por causa de um animal intimidador? Não dessa vez! Já estava mesmo na hora de encarnar, o justiceiro que se escondia dentro de mim! Se me batesse... Ia levar!

A música tocava altamente ritmada e dançante, lá fora. Rompendo paradigmas e posturas superficiais, numa balada contagiante de emoções. Eu desci as escadas, totalmente impressionado... Era tanta gente... Que eu senti minha máscara de autoconfiança, balançar um pouco, mas me recompus e segurei meus passos firmemente nos degraus. A sala belamente decorada com um lindo lustre clareando á todos, estava cheia de convidados conversando e bebendo. Uma mesa enorme recheada de comes e bebes foi colocada bem no meio, atraindo multidões. Era gente bonita e de bem com a vida, á cada espaço vago da sala. Parecia até uma festa de modelos, de tanto rosto bonito. Senti alguns olhares em mim, ao descer os últimos degraus. Sorri e cumprimentei os estranhos, que para minha sorte, falaram simpaticamente comigo. Aquilo era inédito... Senti-me parte daquela ambiente... E não mais deslocado, como sempre me sentia.

Todos os lugares brilhavam com a iluminação poderosa e cortês. Pessoas conversavam e sorriam despreocupadas, bebendo taças e mais garrafas de champanhe... Peguei uma taça e comecei a bebericar, indo até o jardim e me encantando com a quantidade de convidados que chegavam. Os donos da casa, Eliza e Eduardo, cumprimentava e recebia á todos com uma elegância e simpatia extraordinária. Tinha muita gente ao redor de toda piscina e no gramado do jardim... Dá onde tinha saído àquelas pessoas? E eu pensando que seriam somente aqueles hóspedes familiares... Quando na verdade, parecia que o bairro inteiro estava ali. A casa estava cheia, numa lotação de pessoas que tomava conta de cada parte daquele grande casarão. Eu nunca tinha visto tantas pessoas de branco, num só lugar. A decoração tinha sido tão bem equipada e preparada, que nada parecia falhar. Tudo combinava. A família Schneider era mesmo arrasadora em tudo que faziam... Incluindo os filhos, lógico.

Olhava para um lado e para outro, procurando algum conhecido, mas não encontrava ninguém. Até que senti uma pessoa me abraçar por trás e fui surpreendido pela Jennifer, linda num vestido branco, cheio de pérolas, com um salto alto elegante e fino. Olhei-a dos pés a cabeça, admirando-a. Seus cabelos roxos claro estavam envolvidos numa linda tiara de flores brancas.

– Que gata hein... Não quero nem te olhar muito pra não me apaixonar... – brinquei sorrindo.

– Hum... Olha que eu quero hein! Você tá maravilhoso com essa calça... Que bundinha apetitosa hein... – disse ela, me apalpando.

– Sua louca... – digo me esquivando e ele pega meu braço e nós caminhamos por entre os muitos desconhecidos. – Quando você disse que ia ter uma festinha de ano novo, não imaginei que fosse ser isso tudo... Dá onde saíram todas essas pessoas, Jennifer? – perguntei, tomando mais um gole de champanhe.

– Assim que é bom... São todos daqui de perto mesmo... Vizinhos, parentes de outros parentes... Enfim... Toda galera tá aqui! Chamei alguns da minha faculdade... Depois te apresento alguns. Você não tem ideia do quanto de solteirões que tem aqui... Hoje eu me acabo e você também viu! – dispara ela, sorrindo e acenando para alguns gatos que a gente via.

Eu não queria dizer nada, mas eu não queria conhecer ninguém... Já tinha um gato na área e no meu coração... O Wallace. Procurava por ele por todos os cantos e ainda não o tinha visto... Onde ele estava? Eu me tremia só de pensar que ia vê-lo... Tocá-lo... Beijá-lo... Tudo me fazia pensar nele! Eu só queria estar nos braços dele e mais nada.

– Eu não vi o Wallace... Ele já desceu? – pergunto como quem não quer nada.

– Ah! Nem adiantar querer vê-lo agora... Aquele ali passou á tarde inteira e inclusive o começo da noite na cozinha, preparando tudo... Ele fez questão de preparar todo o bufê... Pela hora... – disse ela, olhando no relógio. – Nossa... Já são dez e meia... Ele deve tá descendo logo mais... Por que o interesse, Alef?

– Apenas queria saber... – falo e ela me encara desconfiada. – Nada demais, Jennifer! Não pensa coisa errada tá? – esclareço, desconcertado e ele percebe. Ela ia falar alguma coisa, mas foi interrompida por um gatinho que nos cercou.

– Jennifer... – disse o rapaz, aparecendo na nossa frente.

– Caio... Meu Deus... Você veio! – enfatiza Jennifer, abraçando-o.

– Eu sempre cumpro minhas promessas... – disse ele, beijando sua bochecha.

Os dois se abraçaram e eu senti um clima rolar... Olhei ao redor á procura de alguém específico que eu não encontrei.

– Bom... Esse é meu melhor amigo, Alef! – apresenta-me ela.

– Oi! – falo, apertando a mão do sujeito.

– E aí cara! – sorri ele e acena.

– Tá com alguém ou veio sozinho? – pergunta Jennifer.

– Minha namorada, tá por aí... Sabe como é né? – desculpou-se ele.

Jennifer se decepcionou na mesma hora e sorriu pra disfarçar... Eu e ela não tínhamos sorte mesmo! Ela mentiu dizendo que ia ver alguma coisa e nós saímos dali e zanzamos para outro lugar. Jennifer tomou uma taça inteira depois dessa decepção... Era foda aquilo de se interessar e o cara já ser comprometido. Ou ele só estava mentindo pra ter que ficar com muitas nessa festa. Vai saber...

– Você era tão afim dele assim? – perguntei, tentando animá-la.

– Por que você acha que eu o chamei? Mas, o filho da mãe tinha que arrumar uma namorada... Eu devo mesmo ser muito feia e gorda... Tô me sentindo goticamente grotesca... Aí amigo, será que eu só sirvo pra ser usada? – pergunta-me ela, fazendo o drama que eu conhecia bem.

– Apaga esse pensamento e para já com isso... Ei... Cadê a minha heroína que sempre me coloca pra cima hein? Tem muito cara gato aqui amiga... Não se entristece não! Vai aparecer alguém ainda melhor que ele... – falei abraçando-a e ela se acalmou um pouco.

Jennifer se animou novamente e resolveu me apresentar á todos os convidados que ela conhecia... O que fez com que ela se distraísse um pouco e desencanasse desse carinha, que tava mesmo pegando geral. A gente tinha acabado de rodar todo o jardim, quando perto da piscina, nos topamos com duas figuras desagradáveis.

– Aff... Lá vem aquele encosto... – enoja-se Jennifer, olhando para a Paty, caminhando na nossa direção, com seu irmão guarda-costas.

Saulo me encarou e eu o encarei também. Sentindo ainda mais nojo das suas feições magnificamente debochadas. O pior era que o desgraçado era bonito. Um loirão dos olhos azuis, com corpo de academia sarado e tonificado. Saulo poderia ser muito intimidador, mas o Wallace dava mil á zero nele sem nem precisar ir à academia.

– Vamo pra outro lugar? – peço, tarde demais.

Os dois chegam todos sorridentes, numa falsidade que quase me fez vomitar.

– Oi, gente! Animados para a contagem regressiva? – enfatiza Paty, analisando nosso figurino e meio que reprovando o que via com caras e bocas nada disfarçáveis.

– Um pouco... – respondi indiferente, já que a Jennifer fingia que não a via bem na nossa frente e a ignorava completamente.

– Cadê sua animação, Alef? Animo cara! – ironiza Saulo, tocando meu braço numa batidinha que só os héteros faziam quando se encontravam. O cínico mostrava um sorriso perfeito e perversamente debochado. – O que tá achando da festa? Aposto como você nunca deve ter ido, á um ambiente tão socialmente formal... Ou já entrou de penetra?

– Nunca precisei entrar de penetra na festa dos outros... Sempre fui convidado! – retruquei o enfrentando cara á cara. – Ao contrário de outros por aí... Que parecem sempre ser penetras, mesmo sendo convidados. Não é engraçado? Os pobres coitados nunca se tocam que não são bem vindos.

Encaramo-nos e ele ficou tão surpreso, que tomou um gole de champanhe e riu forçadamente, fuzilando-me com aqueles olhos azulados. Engoli com vontade e sorri com entusiasmo. Paty percebeu a oportunidade e conseguiu chamar a atenção da Jennifer.

– Nossa! Vocês estão tão lindinhos! O vestido é o mesmo do ano passado, Jennifer? –espantasse Paty, apontando descaradamente para Jennifer.

– Não querida! São seus olhos... Acho que você devia usar óculos... Os tocos do meu irmão devem tá te afetando tanto que tá te deixando cega sabia? – rebate Jennifer, que dessa vez avançou na Paty e a examinou. – Posso te dar um conselho? Esses cílios te deixam com um olho muito grande... É Tanto que chega a saltar pra fora... Horrível! – humilha Jennifer.

– Pega leve aí garota... Esse teu amiguinho incubado aí deve ter feito uma lavagem cerebral muito da bem feita né não? Tu não eras assim com a gente, Jennifer. Foi juntar-se á ele pra você virar a cabeça... A gente é tua família esqueceu? – defende-se Saulo.

– Mas é muito cara de pau mesmo né... Se toca garoto! – disparo, descontrolado, avançando nele.

Ou era a champanhe fazendo efeito, ou eu tinha de fato, tomado as rédeas da minha personalidade fraca e inútil.

– Vai querer me enfrentar agora, vai? – induz Saulo.

– Eu não tenho medo de você! – falo.

– Pois devia... – ameaça ele.

– Me pega então... – chamo.

Saulo avança e Jennifer se atravessa na frente e o fuzila com um olhar de desprezo.

– Se mexer com meus amigos, vai mexer comigo também... Você devia saber disso, Saulo. Nossas férias em fortaleza mostraram isso muito bem, lembra? Pois eu me lembro, detalhadamente... Sua irmã não é nenhuma santa... Tudo dessa garota é brincadeira... Brincadeiras essas que machucam as outras pessoas... – dispara Jennifer.

– Tenho pena de pessoas que levam tudo á sério desse jeito... Aí credo! Quanta caretice! – rebate Paty.

– E eu tenho pena de você... Por ser o que é... E Saulo... Fica longe do Alef! Sua pose de bad boy é falsa... Eu já ouvi muitas histórias suas... E não me faça dizê-las para todo mundo! – surpreende Jennifer, fechando o tempo dos olhos de Saulo, que se sentiu atingido.

Jennifer pega meu braço e nós nos misturamos do outro lado do jardim. Longe daqueles seres detestáveis. Agora, eu só queria abraçar o Wallace, mas ele continuava sumido.

...

Uma hora depois... Sentado no sofá da sala, conversando com Yumi e Otto... Eu já me sentia um pouco tonto pela bebida, e decidi beber apenas refrigerante. A festa ficava ainda mais animada com a seleção de músicas, que eu tinha certeza serem da playlist da Jennifer. Jennifer estava lá na piscina conversando com um cara gatinho, enquanto Otto só fazia me perguntar se ela poderia estar ficando com alguém... Eu queria dar uma força pra ele, mas estava complicado segurar a Jennifer num só canto. Yumi não tirava o olho do celular e me contava várias fofocas do seu mundo nos games. Eu já estava com sono daquele mesmo assunto, mas pelo menos eu tinha a companhia deles.

Graças á Deus, não tinha mais visto nem o Saulo e nem a Paty... E era melhor assim... Não queria ter que brigar com o Saulo... E olha que eu me segurei, pra não pular nele naquela hora... Era melhor mesmo ficarmos distantes. Como se eu pudesse mesmo vencer aquele touro.

Eu me levantei do sofá e fui em direção á mesa recheada de comidas na segunda sala, quando de repente, ouvi um murmúrio repentino e várias garotas olhando para a escada que dava acesso aos quartos. Olhei naquela direção e tomei um banho de hipnotismo ao vê-lo.

Wallace descia resplandecente e ainda mais bonito do que qualquer um ali. E pra me acabar ainda mais, ele tinha tirado a barba, deixando-o com um rosto liso e jovial. Sua blusa de manga comprida branca, apertada e delineando todo seu peitoral avantajado e peludo, realçavam perfeitamente com a bermuda creme e os sapatos da Nike, deslumbrantemente alinhados. Os cabelos penteados para trás e alisados com um gel, emolduravam sua cabeça e o deixaram ainda mais atraente. Um anjo descendo poderosamente na minha frente. Eu não conseguia nem piscar. Era lindo demais. Se eu não estava apaixonado antes, agora, de fato estava. Meu coração dava solavancos á cada passo que ele dava.

As pessoas o olhavam como se ele fosse uma celebridade... Mulheres fizeram fila para cumprimentá-lo. Wallace não me viu, e nem me veria, pois estava rodeados de curiosos e convidados assíduos por sua atenção. Todos conversando com ele e ele sorrindo perfeitamente com seus belos dentes brancos. A simpatia e a forma como ele falava, me encantava cada vez mais. Tentei me aproximar dele, mas não o sentia me procurar ou até mesmo querer me ver. Como se ele não estivesse nem aí pra mim... Sei lá, acho que ele é um sonho impossível demais pra mim. Martirizei-me...

– Sorte da sortuda que conseguir pegar o Wallace! Ter um homem desses é como ganhar na loteria, você não acha Alef? – pergunta-me Yumi, que estava agora junto de mim, admirando-o também.

– Se é... – respondo cabisbaixo e mastigo uma uva.

– Eu vou lá falar com ele... Você não vai?

– Não! Vai você... Eu vou zanzar por aí um pouco... – falei.

Saí de mansinho por entre as muitas pessoas e ainda olhei pra trás. Ele estava entretido. E nem sequer olhava para os lados. Vai ver ele tinha coisas bem melhores pra conhecer. Peguei uma taça de champanhe e bebi, indo em direção á piscina. Era minha cara querer fazer drama com tudo... Aí... Eu devia me internar.

...

Faltava menos de meia hora pra meia noite... E eu estava tão ansioso para falar com o Wallace. Só que ele parecia me ignorar... Andava para um lado e para outro... E nunca me via. Ou não queria ver. Conformei-me e fiquei sozinho na beira da piscina conversando com um grupo de jovens, que estavam me convidando para madrugarmos juntos. Já estava na quinta taça de champanhe... Mas nada muito bêbado, eu acho... Quando de repente a Jennifer me chamou entusiasmada.

– Alef, você não vai acreditar... Têm um cara doido pra te conhecer... Você não tem noção do gatinho incrível que ele é... Vêm! Eu vou te apresentar... – diz ela, me puxando. Só que eu me desvencilho.

– Acho melhor não amiga... Eu não tô a fim de conhecer ninguém hoje... Não nesse sentido entende? Tô bem do jeito que eu tô... – minto.

– Eu não tô acreditando que você vai dispensar um cara desses? Alef, você tá maluco? Ele disse que te viu desde a hora em que você desceu as escadas lá na sala... Tipo, ele meio que se encantou contigo, só não viu oportunidade, pois não sabia se você curtia e tal... Além de tudo, ele é um gato criatura... Um desses não se encontra facilmente não hein... – disse Jennifer.

Essa mania era mesmo de PRAXE... Era por isso que eu estava sozinho... Ninguém conseguia me ver como eu era... Deveria colocar uma placa com “GENTE EU SOU GAY!” Cheguem a mim, falou!?

– Desculpa mesmo amiga, mas eu não quero! Inventa qualquer coisa pra ele... Só não dá falsas esperanças ok? – peço.

– E por que você mesmo não vai falar com ele? Ele é tão simpático... Super gente boa... Vai lá vai!

– Jennifer, não! – falei, encerrando o assunto.

– Desperdício... Tá! Beleza! Depois não reclama de estar sozinho... Ah! Vai todo mundo pra praia agora... Vê a queima de fogos e tal... Você vai né?

– Claro! – admito.

– Ótimo! Vou chamar o Rafael e a gente vai tá? Pega a Yumi e o Otto! – pede Jennifer.

– Vou tentar encontrar eles... – respondo.

Jennifer se despede e sai por entre as pessoas, me deixando sozinho... Procuro meus novos amigos e não encontro nenhum. Mas alguém dá as caras... No meio do jardim, vejo o Wallace, conversando com dois caras... Passo por ele e dessa vez ele me vê... Vou até o deus grego, tentando me controlar.

– Wallace! – falo entusiasmado e ele me ignora. – Você viu a Yumi ou o Otto?

– Sei lá... Devem tá na sala! – responde ele, indiferente.

– Posso falar com você? – peço.

– Agora não! – disse ele distante.

Entristeci-me na mesma hora. Nossa! Valeu pela frieza explícita... O que tinha dado naquele cara? E de novo ele me machucava! Será que era por causa dos amiguinhos dele? Poxa! Ele mudava da água para o vinho num piscar de olhos... Fiquei o encarando e ele me ignorando e conversando. Sai dali me sentindo a pior pessoa do mundo e também a mais azarenta. Encontrei Yumi, sozinha, agora sem o Otto.

– Yumi... Ainda bem que eu te achei... Vamo? Cadê o Otto?

– Foi na frente com o Alexandre e outros caras! Cadê a Jennifer?

– Deve tá nos procurando... – digo, pegando-a pelo braço e a levando lá pra fora.

Todo mundo já estava descendo para a praia, que ficava logo de frente pra casa. Yumi e eu nos misturamos e descemos a encosta que nos levava para a areia. Tudo muito lotado e cheio de gente de todas as idades. O mar jogando suas ondas calmamente na areia.

– Tá tudo bem, Alef? – pergunta Yumi.

– Tô, por quê? – respondo.

– Parece meio pra baixo...

– Impressão sua mesmo... – digo, tentando disfarçar minha decepção.

Encontramos a Jennifer e nesse mesmo momento, começou a contagem... 2015 ia embora e junto com ele todas as minhas desilusões e fracassos. Todo mundo se abraçava e se beijava! Muito champanhe sendo estourado, por todos os lados e pedidos sendo feitos... Uma energia boa se espalhava por todos aqueles sorrisos e abraços. Os fogos de artificio tomaram conta do céu, transformando o escuro num colorido de luzes incandescentes.

Após receber tantos abraços e beijos na bochecha, deveria me dar por satisfeito, mas nunca era o bastante. Eu precisava dele... Olhei ao redor... E finalmente o vi! Ele abraçava sua família... Deveria deixar o Wallace de uma vez por todas ou continuar a insistir nessa história que não tinha futuro e só me fazia torturar-me? Sua presença me descontrolava... Era eu vê-lo para acabar perdendo o controle... Poderia algo tão intenso assim, não ser amor?

Wallace já tinha abraçado á todos, menos eu... Até que ele me viu, e sentiu que eu não estava bem... Tudo á nossa volta, passava em câmera lenta... Vultos e pessoas nos rodeando, enquanto nos encarávamos... Só que não deu tempo nem de nos aproximarmos um do outro... Algo nos separou de vez ali... Num abraço exagerado, Paty se atravessou na frente dele e deu o maior beijo na sua boca. Uma lágrima desceu e eu baixei a cabeça e virei o rosto. Andei por alguns segundos para longe e o deixei pra trás, de uma vez por todas. Até que parei e fiquei olhando pro mar. Já estava cansado...

Algo rompeu minha estagnação e cobriu meus olhos. Quem estava cobrindo meus olhos? Virei-me e vi um cara estranho me analisando profundamente... Quem era ele?

– Oi... Enfim, nos conhecemos... – disse ele, sorrindo.

Eu não sorri... Apenas o encarei sem entender.

Continua...

Playlist de músicas do capítulo 9: á pedidos do leitor Edu!

Ellie Goulding – Hanging On (feat. Tinie Tempah). (Cenas do Alef se olhando no espelho e logo em seguida descendo as escadas).

Seven Lions – Strangers (feat. Tove Lo). (Cenas do Alef e da Jennifer conversando e tema de fundo da quase briga com Paty e Saulo).

Bruno Mars – It Will Rain. (Cena da chegada do Wallace).

Super8 & Tab feat. Julie Thompson - No Frontiers. (Cenas da Jennifer querendo apresentar um cara para o Alef e musica de fundo do Wallace lhe dando um chega pra lá).

Rise Up - Andra Day. (Cenas finais, incluindo a última olhada entre Wallace e Alef, o beijo da Paty e o encontro com o desconhecido).

Comentários

Há 4 comentários.

Por dfc em 2016-03-15 22:51:18
Perfeitooo
Por LuhXli em 2016-03-12 13:58:48
Gente! Adorei o episódio! Alef finalmente deixou de ser uma batata tonta desgovernada! Agora só precisa melhorar a alto ruins e valorizar o passe (ser humilhada só atrai mais humilhação, amiga!)!!!
Por Anjo perdido em 2016-03-11 21:11:51
Aleluia Alef reagiu a, acho bem pregado pro Wallace ele dá uns pega no amigo da Jennifer, cara sinistro não sabe o que quer, custava ele ao menos ter sido simpático
Por Agui em 2016-03-11 19:07:02
Gostei! Espero que o próximo capítulo já esteja pronto pra amanhã.