Capítulo 14 - Revele Ao Mundo Seus Segredos

Conto de Sonhador Viajante como (Seguir)

Parte da série As Férias Dos Meus Sonhos (Baseada Numa História Real)

Cara, eu estava tão na fossa, mas tão na fossa... Que até o fundo do poço parecia melhor do que eu... Sentia-me afundando numa grande bosta movediça... Minha vida tava patética... O que tinha de errado comigo? Quantos graus de irracionalidade, eu ainda alcançaria? Por que minha sorte sempre se transformava num balão furado? Meu estado emocional só piorava e eu resolvi definitivamente, morrer na praia.

Aquelas primeiras horas da manhã de sábado, do passeio de lancha, foi o pior momento daquela estádia na casa dos Schneider. Primeiro: Wallace e eu tínhamos terminado. Dois: Ele não falava comigo e nem parecia querer me notar. E três: Eu estava me roendo de ciúmes, com a súbita aproximação dele com a Paty. Já fazia mais de três horas que eu estava vivendo aquele tormento em alto mar, com o Wallace no meu encalço, ignorando-me explicitamente e esnobando-me. Eu deveria superar e dar á volta por cima... Mas não conseguia. Àquela altura do campeonato, eu já tinha mesmo me apaixonado por ele. Portanto, tentar ignorá-lo era uma tarefa impossível, naquelas circunstâncias. E o que eu poderia fazer? O cara era bonito pra caralho... Meu coração só faltava parar perto dele... Não parava de pensar no desgraçado um só minuto... Porra! Eu me via completamente sem saída.

Num determinado momento a lancha parou no meio do mar. Jennifer e Yumi foram as primeiras a pular na água para mergulhar... Eu não estava muito afim, mas acabei topando, só pra não ter que ficar vendo o Wallace passar protetor solar nas costas da Paty. Aquelas cenas eram como facadas no meu coração... Mas eu resistia... Eu tentava, pelo menos. Acho que quanto mais uma pessoa nos ignora, mais a gente á quer. Tão clichê... Mas sempre vai ser! Quanto mais forte a luz, mas intensa é a cegueira.

Tirei minha camiseta e calção, ficando apenas de sunga.

– Pula logo, Alef! – gritou Jennifer, jogando água em mim.

– Calma... A água tá muito gelada? – perguntei.

– Cara, se você precisa de ajuda, eu posso te empurrar! – disse Otto, sarcástico.

– Não precisa! Eu vou pular! – desespero-me.

Otto pulou primeiro, depois dele Saulo e Alexandre, enquanto eu tomava coragem para me jogar... Na verdade eu só estava um pouco com medo de tubarões... Eu tinha certo receio para entrar no mar... Desde pequeno! Era uma fobia, que eu viva tentando superar.

Olhei para os lados e vi Wallace, se alongando para mergulhar. Paty falou algo no ouvido dele e ele sorriu. Ah, então agora eles já estavam de cochichos? A vaca pulou majestosamente, como uma nadadora profissional. Fiquei ainda mais com medo do meu pulo. Eu era um desastre! Coloquei os pés na ponta do barco e me preparei para saltar. Caramba, se eu não pulasse, pagaria mico geral. O pessoal gritava pra mim, me encorajando... Puta que pariu! Petrifiquei ainda mais... Após alguns minutos, a galera cansou de fazer plateia e se dispersaram, desaparecendo debaixo d’agua... Paty olhava pra mim com uma cara debochada, como se tivesse se divertindo com minhas reações. Aí meu Deus! No que eu me meti? Fechei os olhos e me preparei para saltar... Respirei fundo e desisti de pular. Ao me virar para o lado, topo com ele. Wallace me encarava com uma intensa potência. Nossos olhares se encontraram e meus medos foram esquecidos, em questão de segundos.

– Esperando por mim? – perguntou Wallace.

A grande torre magistral estava bem na minha frente, só de sunga... Olhei para cima e encontrei seus olhos me comendo. Tremi... Suei... E minha cabeça deu um giro de 360° graus. O corpo incrivelmente explícito dele era banhado com toda luz solar, bronzeando toda sua musculação á mostra e seus pelos delineados que cobriam boa parte do peitoral e da barriga. A pele branquinha lisa e peluda. Minha vontade era de pular nos braços dele e saciar todo meu desejo, que eu sabia ser infinito. Ele sorriu pra mim e eu virei pó... Senti como se eu tivesse acabado de me apaixonar por ele. De novo!

– Eu? Não! Eu só... Não tô muito a fim de pular! – falei estabanado, numa euforia repentina.

Gente, meu coração tá á mil... Como que faz pra isso parar? Vou ter um enfarte em Três... Dois...

– Por que não? – quis saber ele. – Já sei... Você tem medo de mar não é?

– Não muito... – menti.

– Tem certeza? Não é o que parece? Você tá branco... – disse ele, pegando minha mão. – E gelado!

Será que ele não entendia que era por causa dele? Soltei sua mão e recuei um pouco.

– O que é? Á algumas horas atrás, você nem estava falando comigo... Por que você se importa, agora? – objetei, chateado.

– Eu só me afastei... Esqueceu-se da nossa conversa? Eu lembro nitidamente o que você me pediu... Pois é! Tô cumprindo minha parte... Eu tô disposto á esquecer você! – admite ele, duro como uma rocha.

Entristeço-me de novo... Eu queria chorar... Droga! Aquele término era pra ter tido um efeito diferente... Eu só queria que ele se tocasse e visse o quanto estava errado... Pelo visto, ele não mudaria mesmo.

– Ótimo! Paty tá te esperando! Vai! Pode ir! – falei, me afastando e sentando na cabine.

– O único problema é que eu não consigo te tirar da cabeça... Por mais que eu queira! – dispara ele, surpreendendo-me e me enchendo de esperança.

– Nem eu... – admito sem querer, cedendo a minha paixão descarrilhada.

Surpreso com minha resposta, ele veio até mim e sentou-se ao meu lado, pegando minha mão e apertando-a com força.

– Alef, eu tô cansado de tentar ficar longe de você... Não consigo querer te ignorar, cara! Mesmo você sendo uma pessoa difícil de lidar, eu desejo e quero te cortejar! Dá pra acreditar nisso? Pois, acredite... Eu te vejo como um namorado perfeito sabia? Nossa! Até parece que você foi feito pra mim... Nossas brigas já deixaram isso bem claro, né?! – disse ele, sincero e carinhoso.

Nós dois rimos um do outro e eu acaricio sua mão. De fato, nosso término já poderia ter sido considerado um trampolim... Nunca que ele falaria aquelas coisas, se eu não tivesse dado um chega pra lá nele... Ou seria apenas uma ilusão de palavras jogadas, para um tolo como eu? Não sabia o que pensar daquela declaração dele. Essa coisa de nunca ter certeza de algo, me deixava sempre em negação.

– Eu não sei o que fazer? Tenho medo de você me machucar de novo... Se eu te der uma chance, vou estar me condenando! Wallace, você não entende? Eu amo você, cara! E não tenho á mínima noção de como lidar com isso... – digo baixinho, segurando suas mãos.

Suas mãos se enlaçam na minha e me prende á ele.

– Então me dá uma chance... Deixa rolar... EU QUERO VOCÊ PRA CARALHO! POR FAVOR! CONFIA EM MIM... EU PROMETO NÃO TE DECEPCIONAR... EU JURO! – dispara ele, olhando fundo nos meus olhos.

O que você faria? Diria não? Aceitaria? Jogaria uma chance por medo de ser dispensado no final? É... Difícil né? E se eu esperasse a minha vida toda? E se nunca aparecesse ninguém que me despertasse algo, daquela magnitude de novo? E se eu nunca mais tivesse aquela sensação que tenho com ele, com outra pessoa? De uma coisa eu tinha certeza: Se o amor era um precipício... Nada podia nos livrar de um fim inimaginável.

Quer saber? Chega de me acabar por pensar demais no futuro... Cansei de esperar por algo concreto... E se eu apenas me deixasse levar? Que mal tinha nisso? Ele me queria e eu o queria! Pronto! Fechou! O que mais eu queria? O amor se construiria... E se não... Pelo menos eu tinha tentando algo.

– Me beija? – pedi, esperando um “não”, como resposta. Mas mais uma vez, fui surpreendido.

Ele sorriu e não esperou nenhum minuto... Puxou-me para dentro de um compartimento, dentro do barco e me encostou á parede. Suas mãos levantaram meu queixo para cima e sua boca começou a mordiscá-lo e beijá-lo. Suspirei! As mãos dele desceram pela minha cintura e sua boca avançou para meus lábios, puxando-os e tomando-os no seu... Fechei os olhos e enlacei meus braços no pescoço dele, puxando-o contra mim. Nossas testas se encostaram por alguns segundos, enquanto suspirávamos. Seu beijo devagar e lento, amordaçava minha boca, tornando-a dele... Minhas terminações nervosas efervesceram e eu cheguei ao meu ápice. Sua língua me invadia, encontrando lugares e esconderijos, que só ele conhecia. Seu cheiro suave e gostoso penetrava minhas narinas, me fazendo quere-lo ainda mais. O calor do corpaço dele incendiava-me e eu o beijei com mais força... Um beijo com sede... Daqueles tão intensos, que não se parava facilmente.

Seu pênis estava pronto... Ele o esfregou na minha barriga e me pressionou com força, me fazendo gemer de prazer. Meu suor escorria em litros e o dele também.

– Wallace? Alef? O que vocês estão fazendo? – gritou Paty, ainda na água.

– A gente já tá indo... Só um minuto! – gritou Wallace, pressionando-me com mais força.

– Wallace! – sussurrei espantado, olhando para o volume se intensificando na sunga. – Você tá bem preparado não?

– Sempre! A gente tem três minutos... Você acha que consegue? – pede ele, levando minhas mãos para seu pau.

– Vou tentar... – avisei.

– Por favor... Agora! – implorou ele.

Comecei a beijar seus pelos da barriga... Lambendo cada parte até chegar embaixo... Puxei a sunga dele e me vi de frente com seu bastão de beisebol. Suas mãos agarraram minha cabeça e eu me vi sendo fodido na boca pelo seu pênis longo e dotado.

Ele gozou em menos de três minutos... Gemendo insaciável e cansado.

– Na hora do almoço a gente acaba isso... – disse ele, beijando minha boca e ajeitando a sunga.

Eu estava tão possuído de prazer, que me sentia meio chapado... Também né, era muito pra processar... Ele me arrastou para a água e eu finalmente pulei no mar... O torpor de êxtase foi tão grande, que até parecia que tinha sido uma transa completa. Mergulhei sem medo, pelas profundezas daquele azulado mundo submerso, com ele bem atrás de mim.

...

Após nadar e mergulhar por duas horas... Wallace e toda a nossa turma resolvemos ancorar num quiosque para almoçar. Tudo muito diversificado e saboroso... Escolhemos uma grande mesa e lá ficamos. Wallace fez questão de se sentar do meu lado. Eu estava vivendo um sonho... Quando estava mergulhando, ele ficava sempre perto de mim, como se me protegesse... Claro, com certa cautela pra ninguém desconfiar, mas ainda assim, ele estava perto de mim... Puxando conversa, olhando furtivamente e de vez em quando me tocando sorrateiramente. A reviravolta dessa viagem era mesmo impressionante.

Eu estava dando mais uma garfada no peixe do meu prato, quando a mão de alguém me agarrou á coxa. Olhei e vi Wallace, que piscou para mim e apertou sua mão na minha coxa, me fazendo tremer e me contorcer. Tentei me desvencilhar, mas sua força era dominante. O pior era que nossa mesa estava lotada e eu não podia dar um pio... Ele ia me pagar, quando saíssemos dali.

Comi cautelosamente e bebi um pouco de refrigerante. A temperatura estava escaldante!

– Wallace, a gente bem que podia visitar aquela praia do pôr do sol, né? Lembra que você prometeu me levar lá uma vez? Eu adoraria ir hoje... Que tal, ir eu e você! – chamou Paty, do outro lado da mesa.

– O passeio é em grupo... Se você for... Todos nós vamos também tá! – rebateu Jennifer.

– Essa decisão é do Wallace, querida... – respondeu Paty.

– Não mesmo... Hoje, ele não está só á sua disposição, amada! – criticou Jennifer.

– Dá pra parar vocês duas? Caramba! – enfureceu-se Wallace, acariciando ainda mais a mão na minha coxa.

Jennifer via tudo, pois estava bem do meu lado. Wallace foi subindo sua mão bem devagar, chegando bem de mansinho ao meu pau. Engoli em seco e me retraí um pouco... Cara, aquilo não ia prestar... Eu estava no meu limite.

– Caraca! Olha só que gata olhando pra você, Saulo! – observou Alexandre.

– Quem? – perguntou Saulo.

– Gostosa hein... – disse Otto.

– Ei... – disse Yumi, furiosa com Otto.

Saulo começou á fazer uns acenos de cabeça para a garota da outra mesa... Só que ele não dava a intenção de estar tão interessado assim.

– Tá tudo bem, Alef? Você tá tão vermelho! – disse Paty, percebendo meu descontentamento.

– É o sol... Devo ter ficado muito tempo exposto... – falei suspirando.

– Exposição ao sol é um perigo, hoje me dia... – disse Wallace, sarcástico.

A mão dele já tinha chegado lá e eu só faltei morrer. Ele segurava-o sem dó.

Os minutos se passaram e ele finalmente me soltou, para meu alívio. Terminamos de almoçar e nos encaminhamos para o cais. Já íamos subir á bordo da lancha, quando Wallace falou:

– Vocês deveriam aproveitar um pouco essa região... Tem muitas praias e dunas por aí... Eu tenho que visitar um amigo... Vocês se importam de ficar por aqui por algumas horas? No final da tarde eu pego vocês... Fechado?

Quando ele disse isso... Já até vi minha tarde sendo uma completa solidão. Fiquei triste e não olhei para ele.

– Beleza! Eu e o Saulo temos mesmo muita gatinha pra pegar! Vamo nessa? – chamou Alexandre, levando um Saulo desanimado. Os dois evaporaram rapidamente, para alegria do Wallace.

– Será que eu posso ir com você! – pediu Paty.

– Não! Eu tenho mesmo que ir sozinho, Paty! Desculpa, mas não dá! – respondeu Wallace.

Ela bateu o pé e ficou plantada ali... Esperando não sei o quê.

– Ok! Eu vou bater perna com os meus best aqui! – disse Jennifer, pegando meu braço e o de Yumi.

– Amiga, eu vou dar uma volta com o Otto... Importa-se? – pede Yumi.

– E poderemos demorar um pouco... – observou Otto.

– Tá! Beleza! – disse Jennifer.

Otto e Yumi saíram de mãos dadas. Wallace olhou pra mim e fez um sinal... Não entendi... Até que ele falou:

– Jennifer, eu posso falar com você? – perguntou Wallace.

– Pode ser... – disse ela.

Os dois se afastaram e eu fiquei sozinho com a Paty. Um vento forte vinha do mar... Devia ser mais ou menos umas duas e meia da tarde.

– Você e o Wallace viraram amigos de longa data, assim do nada... Que estranho! Não sabia desse contato todo de vocês dois... – disparou Paty, cruzando os braços, como se exigisse uma explicação.

– É... E daí? – falei.

– Ele não é muito receptivo com estranhos... Mas com você, foi rápido... Vocês praticamente tão tendo uma amizade intimamente forte, né? Percebi isso no barco e agora aqui... Vocês estão até se sentando juntos... Que meigo!

– Por que você tá me falando isso? O que é que têm de mais?

– Não sei... Será mesmo só amizade? Ou tá rolando algo entre vocês? – perguntou ela.

– Tá maluca? Claro que não! A gente não tem nada e se tivesse? Não seria da sua conta! – rebato.

– Mas seria dos pais dele... E acredite... Os pais dele com certeza vão querer saber de tudo! – ameaçou ela.

– Você devia se preocupar com a sua vida... E deixar a dos outros em paz! – respondi.

– Ele é a minha vida... Custe o que custar... Ele sempre será! Portanto, eu tenho direito á saber tudo que se passa com ele... Até as coisas mais indesejáveis! – disse ela, olhando-me de cima á baixo.

– Ah é? Nossa! Você devia se valorizar mais, sabia? Ele já deixou bem claro que não quer você na vida dele... Você nunca vai se tocar? – pergunto.

– E você? Acha mesmo que eu não sei do casinho de vocês? – ressaltou ela, chegando bem perto de mim. – Quanto tempo até ele ir embora e te deixar? Você acha mesmo que uma coisa como você, vai prender ele aqui no Brasil... Se toca VOCÊ! Ele merece coisa muito melhor... Em que mundo você vive, garoto? Wallace nunca vai abandonar a vida dele lá fora, só pra ficar com você! Você é apenas mais uma diversão das férias... Quer saber? Eu nem me importo muito... Por isso aproveita! É POR POUCO TEMPO! – dispara ela, deixando-me sozinho.

– Cobra! Você não presta! É FEIA POR DENTRO E PODRE POR FORA! VACA! – gritei indignado.

– Eu não discuto com baixa qualidade... Aliás, espécies do seu tipo é um erro na tabelinha, sabia? Vai se tratar, moleque! – rebateu ela.

A vaca saiu e me deixou á ver navios... Se o objetivo dela era me deixar com uma pulga atrás da orelha, ela tinha conseguido. Desmanchei-me em lágrimas e nublei.

– Alef... O que aconteceu? Ei... Por que você tá chorando? – pergunta Wallace, preocupado, vindo ao meu encontro e me abraçando.

Abraço ele com todas as minhas forças e ele me aconchega no seu peito. Choro litros e soluço.

– Não chora! Eu tô aqui, tá bem? Xii... Não chora! – sussurra ele no meu ouvido, afagando meus cabelos carinhosamente.

– Eu não quero atrapalhar vocês dois, mas o que porra foi que aconteceu? – indaga Jennifer.

– É o que eu quero saber também... Fala pra mim, Alef... – pede ele, enxugando minhas lágrimas.

– Nada! Eu só não queria ficar longe do Wallace! Foi isso... – menti, abraçando-o.

Eu não podia dizer nada, pois conhecendo a Jennifer, ela pegaria a safada da Paty e faria picadinho dela... Não que isso fosse uma má ideia, mas isso acarretaria na vingança dela, que seria contar para os pais do Wallace nosso lance... Enfim... Eu estava praticamente na mão dela! Não deixaria ela me afastar do Wallace... Não mesmo! Para vencê-la, eu conquistaria o cara da minha vida e mostraria pra ela, que o amor tudo vence.

– Quem disse que eu vou te deixar longe de mim? Você é a minha visita... É com você que eu vou passar minha tarde, seu bobinho! – disse ele, beijando-me apaixonadamente na frente da Jennifer.

...

Wallace tinha levado a lancha para o meio do mar, numa costa deserta e ensolarada. Deitados numa poltrona, em cima da lancha, aconchegávamo-nos abraçadinhos. Avistando toda paisagem marítima daquele paraíso, com o vento forte da tarde, batendo em nossos rostos. Pousando minha cabeça no ombro dele, acariciei seu queixo, enquanto ele beijava delicadamente minha testa, acariciando meus cabelos. Tudo estava perfeito... Eu poderia passar o resto da minha vida, ali com ele nos meus braços.

– Por que você chorou? – insistiu Wallace.

– Eu já te disse...

– Não! A sua resposta foi vaga... Ninguém choraria por mim daquele jeito!

– Você que pensa... Eu fiquei assustado... Foi isso! – digo.

– Por quê? – perguntou ele, eu baixei o olhar. – Olhe pra mim... Fale comigo! Se você não falar o que te aflige, nunca vou poder te conhecer de verdade... Me diga... Do que você estava com medo? – pergunta-me ele, avaliando minha reação.

– Eu tenho medo de te perder... De você voltar pra sua vida e simplesmente, me esquecer... É disso que eu tenho medo... É o futuro que me assusta! Eu não sei mais o que pensar... – respondo perdido.

– Apenas pare de pensar, ok? – aconselhou-me ele, acariciando minhas costas. – Pare de pensar no que vêm á seguir! Não faça isso... Está bem? Tudo o que importa é o que está acontecendo agora... Esquece o futuro! Sabe, esse é o seu problema... Você se preocupa demais com o amanhã!

– Acho que penso tanto, que acabo querendo tudo de uma vez, sabe? Como se eu quisesse ter todo o roteiro pronto, com final e tudo mais... – admito.

– Exatamente... Você quer a história toda, com medo do desfecho... Olha, Alef, ninguém controla nada... Se você não deixar as coisas acontecerem naturalmente, nada vai ser verdadeiramente genuíno. Não se pode querer controlar começo, meio e fim! – deduziu ele.

Ele beija meu nariz e me abraça ainda mais apertado. O calor que emana dele me inebria e eu desfaleço nos seus braços, absorvendo sua essência.

– Se eu pudesse parar o tempo... Eu ficaria aqui pra sempre! – digo.

– Você já faz isso...

– Faço? Como? – indago.

– Desde nossa primeira vez... Eu sinto como se minha vida parasse toda vez que eu fico com você... E é verdade... Com você tudo para... Como se você fosse o play de um vídeo em retrocesso, entende? É assim que eu me vejo com você! – fala ele.

– Sério? – pergunto, sentando-me e olhando bem pra ele.

– Demais...

Não resisto e pulo em cima dele, dando o maior beijão. Ele me segura com uma pegada irresistível e devolve meus beijos com uma força arrasadora. Nossas bocas se fundem e sinto todos os pelos do meu corpo arrepiarem.

– Eu tenho medo de acordar... Wallace, eu não quero acordar! Nunca! – digo.

– Você não vai! Eu não vou deixar... Eu prometo!

– Não prometa! – disparo.

– Confia em mim! – pede ele, com aquela voz sedutoramente eloquente.

Beijo o pescoço dele e mordisco seus largos ombros. A sensação dele só pra mim era indescritível. Nem uma palavra poderia descrever... Suas mãos acariciaram minha bunda, no seu colo, e eu me entreguei completamente.

– Você me deixa louco, sabia? – revela ele.

– Que bom! É isso que eu quero! – sussurro no seu ouvido.

De súbito, ele me coloca nos seus braços e me leva para dentro do barco... Apenas uma poltrona aconchegante, é o suficiente para nós. Ele me deita lá e pousa delicadamente sobre mim. O peso do seu corpo me abate e eu suspiro, querendo ser esmagado por ele. Os beijos dele envolvem meu pescoço e vão descendo lentamente pelo meu peitoral. Começo á pegar fogo quando ele chupa á base do bico do meu peito, mordendo levemente e puxando-o, como se sugasse minhas energias. Estremeço e seguro com força no banco do assento. Wallace desce mais um pouco e começa a tirar meu calção. Com ferocidade, ele arranca minha sunga com a boca e começa a beijar meu pênis.

– Não para! – exclamo suspirando.

Ele avança e me leva ao céu por cinco minutos... Quando ele acaba, eu fico totalmente destruído. Preso numa vontade louca de adormecer fecho os olhos, e me recupero do imenso êxtase... Mas quem disse que ele quer dormir... Ele tira a sunga rapidamente e me pega de jeito.

– Eu quero te foder... Fala que me quer... – sussurra ele,

– Eu quero você dentro de mim... Mas, será que não dá pra esperar eu me recuperar? – falo extasiado.

– Eu tô muito excitado... Tem certeza de que não quer isso agora?

Ele esfrega seu pênis no meu pau e fica pressionando-o com um excitante vai e vem... Não penso duas vezes e faço que sim com a cabeça. Ele pega a camisinha e a coloca.

– Pronto? Eu vou bem devagar...

– Devagar não... Surpreenda-me! – falo safadamente.

Gente... Aquele não era eu... Não mesmo! Eu era safado, assim?

Wallace sentou-se na poltrona e colocou-me por cima dele... Quando dei por mim, a penetração me tomava com movimentos leves, enquanto eu cavalgava segurando seus pelos do peito, arrancando-os com a força dos espasmos flexivos. Ele apalpava minha bunda e batia de leve, apertando-as e deixando as marcas de suas grandes mãos. Os movimentos se tornaram mais intensos, bruscos e frenéticos. Wallace me olhava com prazer e murmurava palavras carinhosas, relaxando-me e excitando-me á cada estocada. Caí nos seus braços, suado e acabado, após algumas horas.

Wallace respirou ofegante e eu me deixei adormecer no seu peito. Ouvindo o som do mar, junto com o balanço do barco reconfortante, estava quase pegando no sono, quando ele murmurou palavras ininteligíveis no meu ouvido:

– Ya’arburnee!

Um dia, entenderia exatamente o que ele tinha me dito... Mas só um dia.

...

Eram cinco e meia da tarde, quando a lancha parou no cais, onde encontraríamos a galera. Para meu desprazer, Paty foi a primeira a entrar. Olhou de cara feia pra mim, enquanto falava ao telefone. Eu nem olhei para ela. Jennifer, Yumi, Otto e um Saulo pouco feliz entraram em seguida. Alexandre ficou por último, pois falava com uma garota ao longe. Wallace o chamou e ele mandou a gente esperar um minuto... E era aquele bendito minuto que mudaria tudo.

– Se divertiu? – perguntou Jennifer, ao meu ouvido.

– Bastante e você? – disse.

– MARAVILHOSAMENTE SIM! – enfatizou-me ela.

– Algum carinha novo?

– Sempre é... – disse Jennifer, piscando animada.

Paty desligou o celular e olhou para mim. Um olhar debochado e desafiador. Pronto! Agora, fodeu! Eu virei o rosto com indiferença e não dei bola... Foi aí que ela começou.

– Que demora hein, Wallace! Você não acha que passou da hora? – disse Paty, bem alto.

– Eu me empolguei e acabei conversando muito com meus amigos... – respondeu ele.

A vadia explodiu num acesso de riso, que silenciou geral. Paty tinha esse efeito, sempre que queria aparecer e fazer cena.

– “Conversando”? Querido... Conta outra! Eu vi quando vocês chegaram e também quando saíram... Sua putinha te satisfez a tarde inteira, não foi? – explodiu ela.

– O que é que você tá falando, garota? – pergunta Wallace.

– É obvio que eu falando do seu lance escroto, com esse garoto! – esbravejou ela, apontando pra mim. – Curtiram à tarde? Aposto que sim...

Gelei de constrangimento. Todo mundo me encarou. Pra piorar, meu celular começou a tocar... Quando vi o nome “PLÍNIO”, engoli em seco e desliguei. O Plínio teria que esperar.

– Paty, você tá louca! – disse Wallace, querendo desconversar.

– Louca? Não! Você é que tá... Que vergonha! Eu nunca pensei que você seria tão baixo!

– Baixo? Olha só quem fala... A rainha da baixaria! Cala essa boca! Você não sabe de nada! – disse ele.

– Do que porra ela tá falando, Wallace? – perguntou Saulo, se intrometendo na briga.

– Nada! Ela não tá falando de merda nenhuma!

– Está com medo de todo mundo saber, o que você faz com isso aí? Lamentável sua canalhice! Fala pra ele, Wallace! Todo mundo quer saber a verdade! Já está mesmo na hora, não é mesmo? REVELE AO MUNDO SEUS SEGREDOS! – disse ela, teatralmente.

– Cala essa boca, Paty! AGORA! – exclamou Wallace.

Eu comecei a tremer. Yumi e Otto congelaram. Já Jennifer se preparava para entrar em cena.

– Meu irmão não tem que te dá satisfação de nada! Para de querer se intrometer na vida dele sua vaca!

– Olha só quem fala... Não foi você mesmo que armou pra eles saírem, hoje á tarde? Você é farinha do mesmo saco! GORDA IMPRESTÁVEL! – gritou Paty, avançando nela e sendo segurada pelo Saulo.

Jennifer avançou nela e eu a segurei.

– Não caí na pilha dela... – amenizei.

– Fica na sua, Paty! O que tá acontecendo contigo? – pergunta Saulo, espantado.

– Vadia! Eu vou acabar com a tua raça! – gritou Jennifer, furiosa.

Paty estava descontrolada em níveis, dignos de camisa de força.

– Wallace e Alef, estão tendo um casinho de amor... Vocês sabiam disso? Pois acreditem! Os dois tão se comendo... Isso mesmo! – despejou ela para todos ouvirem.

– Isso não da conta de ninguém, Paty... – disse Yumi.

– Como é que é? – disse Alexandre, chegando nessa hora.

O choque no rosto do menino foi paralisante. Além de ser o irmão mais novo do Wallace e da Jennifer, Alexandre era apenas um garoto, que não merecia saber de uma coisa dessas, assim desse jeito. Caralho! Eu queria sumir... Sentia-me causador daquilo tudo.

– Alê? Essa louca está descontrolada... Não caí na conversa dela! – grita Jennifer.

– Meu irmão não faz isso... É MENTIRA, né Wallace? – pergunta Alexandre.

– Mentira não! Os dois passaram a tarde juntos! Foi por isso que ele nos deixou aqui... Conta pra ele, Wallace! Se revela de uma vez todas! – ironizou ela.

Wallace olhou pra ela com toda sua fúria e se segurou muito pra não fazer besteira.

– Ela tá inventando isso... É claro que não é verdade! – rebateu Wallace.

– Mentiroso! Você é gay! Sempre foi! – gritou ela aos berros.

– E você é a puta mais mal amada da face da terra! Não consegue superar o fato de eu só querer te usar... – dispara Wallace.

– Não fala assim com ela! – rebate Saulo, empurrando Wallace.

– Covarde! – gritou ela, chorando e avançando nele.

Paty cuspiu no rosto dele e ele avançou em cima dela. Saulo se atravessou na frente deles e deu um soco no Wallace. Numa rapidez impressionante, os dois se pegaram e todo mundo correu para apartá-los. Tentei segurar o Wallace, mas a força extraordinária era indescritível. Otto e Yumi seguraram Saulo, vermelho como um tomate.

– Para! Por favor! – pedi em prantos.

Nesse momento, Jennifer pegou Paty pelos cabelos e puxou sua blusa, arrancando-a do corpo. Paty ficou com os seios de fora e grunhiu, estapeando Jennifer. A gritaria se intensificou e a confusão generalizou. Eu corria para um lado e tentava separar as duas, que se engalfinhavam como duas lutadoras de boxe. Wallace e Saulo aproveitaram e voltaram para uma segunda rodada. Tentei segurar Jennifer e acabei levando uma tapa no rosto, que me fez recuar completamente... De repente, uma mão me pegou pelos cabelos e me puxou... Não tive tempo nem de pensar... Minha cabeça bateu num ferro e eu cambaleei. Sangue escorreu pelos meus lábios. Olhei para cima para conhecer meu agressor e vi uma criança me batendo. Alexandre me chutou a barriga e eu tossi.

– Você causou tudo isso! VOCÊ! – exclamou ele, me atingindo de novo.

– Para garoto! Eu não fiz nada... – exclamei desesperado.

Chutei sua perna e ele caiu no chão... Levantei-me correndo e parti em outra direção... Alcancei a frente do barco e vi Wallace contido nos braços de Otto... Chamei seu nome e ele me viu, mas já era tarde demais. Num impasse irregular, alguém me empurrou e caí no mar, totalmente de mau jeito. Atingi o fundo raso de um cais de barcos, batendo a cabeça numa rocha ou madeira, que rapidamente me fez perder todos os sentidos. Já estava escurecendo no céu... Depois que eu bati a cabeça, tudo escureceu ainda mais. Engoli água e apaguei.

Continua...

Voltei gente! Desculpa a demora de postar, mas o mês de abril foi alucicrazy total, por isso não postei! Eu posso demorar, mas sempre volto! Galera que comentou no capítulo anterior: Fla Morenna, Ali T. Jones, Nando Martinez, Anjo Perdido, Edu. Muito obrigado á vocês pela força e por estarem acompanhando sempre! Espero que continuem gostando <3!! O capítulo 15 tá que vocês nem imaginam... Beijos e abraços pra todos!

Comentários

Há 7 comentários.

Por dfc em 2016-05-17 07:36:20
Caraca joga essa Paty pros tubarão come .
Por fofaum em 2016-05-13 15:48:23
odeio essa paty que menina insuportável...meu o que será agora do alef ? tava morrendo de vontade de vc postar de novo fiquei esperando mas esse capítulo mim supriendeu ja tinha lido ele antes mas so hj que tive tempo de comentar sua série ta maravilhosa posta o próximo por favor♡♥☆ OBS: postei comentário novamente por que eu postei sem reeler o que tinha escrevido e foi muitas coisas escrito errado perdão
Por fofaum em 2016-05-13 15:45:19
odeio esaa patu que menina insuportável...meu o que será agora do alef tava morrendo de vontade de vc postar de novo fiquei esperando mas esse capítulo mjm supriendeu ja tinha lido ele antes mas so hj que tive tempo de comentar sua série ta maravilhosa posta o próximo por favor♡♥☆
Por Hp em 2016-05-11 08:40:25
Muito bom , me surpreendeu... Continua.
Por Anjo perdido em 2016-05-10 18:39:31
Publica o próximo o quanto antes
Por will em 2016-05-10 16:35:48
Ameii,muito show,gostei muito no vejo a hora,de ler o capitulo 15
Por Josha em 2016-05-10 15:43:11
Não comentei antes, mas estava a tempos esperando que você continuasse a história! Não me decepcionou! Capítulo eletrizante, maravilhoso! Também pesquisei o termo em árabe, e de um modo um pouco triste, é realmente muito bonito! Parabéns! Continua!