Capítulo 12 - Crepúsculo Infernal

Conto de Sonhador Viajante como (Seguir)

Parte da série As Férias Dos Meus Sonhos (Baseada Numa História Real)

Abri meus olhos e a primeira pessoa que veio á minha mente, foi o Wallace. O sonho foi tão real, que me deixou entorpecido na cama por vários minutos. A sensação que eu tinha sentido ao perdê-lo, me deixou abatido e desconsolado. Revirei para um lado e vi a imagem dele, revirei para o outro e mesmo assim só dava ele na cabeça. Sabe quando você acorda e fica deitado, pensando na vida que você queria que acontecesse? Pois é! Foi assim mesmo que eu fiquei... A completa escuridão assolava o quarto, deixando-o sombrio e vazio, enquanto eu olhava para o teto, devaneando sobre minha história indefinida. Queria me levantar e sair da cama, mas não conseguia e até mesmo nem queria. Sentia-me como uma flor murchando e secando, á cada pensamento imaginário, que eu sabia que nunca iria acontecer.

Minha cabeça rodava tonta e perdida, depois de ter dormido por horas á fio. Um barulho distante ecoava lá embaixo, devia ser algum resquício da festa da madrugada, ainda ativa. Levantei-me devagar e olhei indisposto para as horas no monitor do celular. Eram 18h10min da noite, ainda do dia 01 de janeiro. Uau! Pelo visto eu tinha dormido o dia inteiro. Meu celular se enchia de mensagens de várias pessoas, que eu não responderia nem tão cedo, pois, dada ás minhas condições físicas e emocionais, á única coisa que eu queria agora, era comer. Meu estômago gritava por comida!

Vesti uma roupa, escovei os dentes e resolvi descer. O barulho de vozes e músicas enchia o ambiente lá embaixo. Tanto dentro de casa, como lá fora. Ao chegar à sala, avistei logo três pessoas... Paty sentada numa pequena poltrona, mexendo no celular. Ela parecia pensativa, como se estivesse magoada com alguma coisa. Lembrei o beijo que ela tinha dado no Wallace e reprimi um enjoo repentino que fechou á minha garganta. Yumi e Alexandre jogavam no Xbox, um jogo de tiro. Ninguém me viu passar... Que bom, pois, eu mais parecia um fantasma naquela noite. Não queria ser notado mesmo.

Decidi ir até a cozinha e ver se encontrava algo para comer. Ao chegar lá, fui maravilhado com a vista de uma grande mesa cheia de comidas... Nem hesitei... Peguei um prato e comecei a colocar um pouco de quase tudo... Após me servir, peguei uma lata de refrigerante e me encaminhei com meu prato cheio na mão direita e meu refrigerante e talheres na esquerda, para fora da cozinha. Tentando não derrubar nada, num equilíbrio desconcentrado. Só que o destino gostava mesmo de gozar com a minha cara, pois na hora em que eu ia saindo da cozinha, algo esbarrou em mim e quase me fez derrubar tudo no chão.

Ainda assustado, olho para ver quem é, e tenho o maior susto... Wallace, dessa vez sóbrio, me encara e eu engulo em seco. O choque de vê-lo me faz soltar o prato e tudo que está na minha mão, cai na cerâmica de porcelana. Espalhando comida por meus pés. E sabe a fome? Foi como se ele tivesse preenchido o vazio na minha barriga em questão de segundos. Tremi... Eu não queria sentir nada daquilo... Mas a verdade é que tem pessoas, que conseguem transformar nossos ossos em gelatina, só de vê-las na nossa frente. Wallace fazia isso comigo... Era ver esse cara, para meu corpo ficar frágil e molenga.

– Aí meu Deus... Desculpa! – digo desesperado, me abaixando para tentar limpar a sujeira.

Ele se abaixa também e pega minhas mãos trêmulas. Olho para ele e sinto seu aroma reconfortante e desejoso. Era melhor nem medir minha pressão naquele momento.

– Calma... Acontece! Eu vou mandar limpar isso aqui... Não se preocupa não! Você não fez por mal! Vêm! Vamo fazer outro prato pra você! – diz ele.

– Não! Olha só toda essa comida que eu estraguei... É melhor eu não comer nada... – insisto.

– Você vai comer sim senhor... Acidentes acontecem! – diz ele.

Tento ir embora, mas ele pega meu braço fortemente e acalma meu descontentamento com seu toque firme.

– Desculpa! Eu não queria que isso acontecesse... – falo.

– Alef, você não teve culpa de nada... Eu que tive! Tudo bem? Relaxa! Eu esbarrei em você! Foi isso! Agora, vem fazer outro prato, porque eu não tô aguentando mais escutar teu estômago roncando desse jeito! E não me faça te obrigar á comer... – disse ele de um jeito fofo e cuidadoso.

Wallace pega minha mão e me leva para a mesa, onde eu me sirvo novamente. Ele me analisa, aprovando minha decisão. Não consigo encará-lo e deixo meus olhos baixados, enquanto refaço meu prato.

– Que bom que você se recuperou... – ressalto, cortando o silêncio.

– De quê? – indaga ele.

– Do seu estado... Você parecia muito alterado hoje de manhã, não se lembra? É normal você beber tanto assim? – perguntei.

– Só ás vezes... Mas eu nem lembro o que aconteceu... – diz ele.

Os bêbados sempre se esquecem do que fazem e do que dizem... Será mesmo?

– Mas eu me lembro, perfeitamente! – falo, lembrando-me dele chamando meu nome e do vídeo no celular da Jennifer.

Ele se viu descoberto... Como se eu tivesse tocado num assunto proibido... Encarei-o pela primeira vez sem receio... Absorvendo toda sua intensidade... Mas como nossa história não é perfeita, algo nos atrapalhou e chamou a atenção dele... Fazendo-o correr em direção ao fogão.

Uma torta foi retirada do forno tão rapidamente, que fez ele se queimar, fazendo-o soltar um palavrão ao largar a fôrma no grande balcão. Wallace balançou as mãos, agitado e com raiva. Deixo o prato na mesa e corro até ele. Ficamos bem perto um do outro e eu pego sua mão grandiosa. Suas mãos eram lisas e macias, com pequenos pelos que tomavam conta do seu braço.

– Você se queimou? – pergunto preocupado, olhando o ferimento.

– Pior que sim... Mas não é nada! – responde ele.

– Onde tem gelo aqui?

– Naquela porta... Mas não precisa! Eu não acho que precise... – deduz ele.

– Mas eu acho! – digo.

Abro a porta da segunda geladeira e pego alguns cubos de gelo. Ele acompanha meus passos e quando me viro para vê-lo, nossos olhares se cruzam. Suas íris brilhando ao me olhar... Sabe aquele olhar que parece querer te proteger de tudo e de todos? Era exatamente assim que eu sentia que ele me via.

Pouso o gelo na pequena vermelhidão dos seus dois dedos atingidos, e massageio carinhosamente ao redor. Ele morde os lábios, sentindo um pouco de dor.

– Tá doendo? – pergunto.

– Um pouco...

– Vai melhorar... Tenho certeza! – falo reconfortando-o.

Ele ri um pouco, olhando fixamente para mim. Enquanto eu tento desviar-me do seu sorriso, incrivelmente apaixonante.

– O que foi? – digo confuso.

– Você! – responde ele.

– Eu o quê?

– A forma como você tá me tratando... Sei lá! É meio familiar demais... Apesar de fazer poucos dias que a gente se conhece, toda vez que eu toco em você, sinto como se nós fossemos namorados há muito tempo... – esclarece ele.

Afasto-me dele, recuando um pouco. Segurando com todas as minhas forças, as batidas ritmadas e descontroladas do meu coração.

– Namorados? Acho que com a gente, nem em sonho né? – deduzo.

– Por que você tá dizendo isso?

– E não é verdade? Tudo que a gente tá vivendo... Os beijos... Os olhares... Até mesmo o sexo... É apenas passageiro não é? Não deve significar nada pra você... – falo, tentando puxar o assunto que eu tanto queria discutir.

– Não tô dizendo isso... Você que tá! O que você quer que eu faça? A gente tá se curtindo e isso não deveria ser bom pra gente? – pergunta-me ele.

Se curtindo? Ele tinha acabado de estragar tudo... Balancei a cabeça, inconformado... Ia responder o que achava daquilo, mas fui interrompido por pessoas entrando na cozinha e falando com ele. Pego meu prato e saio dali... Percebendo o olhar dele me acompanhando, até me perder de vista.

...

Mesmo tendo me alimentado... Eu me sentia mais vazio do que nunca. E tudo por causa dele... Era sempre ele! Yumi e Jennifer conversavam comigo, perto da piscina e eu só fazia pensar no bendito Wallace, que estava do outro lado da piscina, conversando com seus familiares e de vez em quando, me soltando olhadas furtivas, que me faziam suspirar. Eu precisava terminar aquela conversa, mas não conseguia encontrar brechas. Tinha medo de chamar ele e receber outro fora, como naquela noite. Wallace nunca falaria comigo na frente daquelas pessoas.

Na frente dos amigos ele era uma coisa, já na minha era um ser que eu queria acreditar ser o verdadeiro. Desisti de encará-lo e fui conferir as mensagens do meu celular. Resolvi ligar para minha mãe, que pela voz na chamada, estava de ressaca ainda da festa de ontem. Contei para ela que estava bem e ela queria que eu voltasse logo. Prometi que voltaria na segunda e ela ficou feliz... E foi no meio de tantas mensagens de amigos e familiares, que encontrei as do Plínio. Li todas atentamente no mesmo minuto.

Plínio: Tá de pé nosso encontro hoje á noite?

Caramba! Eu tinha me esquecido completamente... A mensagem tinha sido enviada á muitas horas atrás.

Plínio: Oi? Tá dormindo ainda?

Plínio: Bom! Eu só queria te dizer, que você pode me ligar á qualquer hora, se quiser...

Plínio: Tô com saudades! Me liga ao ver essas mensagens, por favor?

Plínio: É muito esquisito o que vou dizer agora, mas eu não paro de pensar em você!

Plínio: Você deve tá ocupado né? Entendo! A gente se fala então... Qualquer hora dessas!

Como eu poderia ter esquecido ele? Até por mensagem ele conseguia ser paciente e insistente... De um jeito meigo e esperançoso... Cara! Eu queria muito dar uma chance á ele, mas não conseguia, pois não queria machucá-lo.

Plínio: Vou sair com alguns amigos... Na verdade eu nem queria, mas eles tão insistindo tanto que eu não consigo dizer não, sabe? Se você resolver querer me encontrar, eu posso te buscar... Á QUALQUER HORA! Tô louco pra te ver! Beijo!

Li a última mensagem com um aperto no coração... Plínio era mesmo perfeito... Queria tê-lo conhecido antes. Comecei a digitar uma resposta... Mas pensei melhor e resolvi não responder. Pois, se eu respondesse, daria esperanças para uma pessoa que eu sabia que estava esperando, mais que uma resposta minha. Fechei a janela da nossa conversa no whatsapp e desliguei o celular pensativo... Olhei para Wallace e decidi jogar tudo para o alto, de uma vez por todas.

Levantei da cadeira e num impulso determinado e caminhei em direção á ele. Era agora... Tinha que ser! Jennifer nem disse nada... Ela já sabia o que eu ia fazer.

Wallace me viu chegando perto dele e veio até mim. Para minha surpresa.

– Eu preciso falar com você! – disparei com medo da reação dele.

– Vamo pro meu quarto... – respondeu ele.

Fiquei ainda mais surpreso com sua resposta direta... Assenti e nós caminhamos em direção á mansão.

...

Ele abriu á porta do quarto e eu entrei... Ele fechou á porta e me encarou.

– Bom... Aqui estamos! – disse ele.

Não deu nem tempo de falar... Wallace me puxou para seus braços e começou á me beijar. Desviei-me dele e o empurrei, mas era difícil domá-lo. Desisti de resistir e o beijei com força, querendo-o comigo para sempre. Seu aroma forte alucinava minhas ideias e me faziam querer devorá-lo. Agarrei seu pescoço e o pressionei contra mim. Ele me agarrou e me jogou na cama, deitando por cima de mim com todo seu peso esmagador e dominador. Respirei com dificuldade e tentei pará-lo.

– Posso te fazer uma pergunta? – sussurro, com ele beijando meu pescoço.

– Qual? Não pode ser depois? – diz ele, tentando arrancar minha blusa.

– Não! Precisa ser agora! Para, Wallace... É SÉRIO! – grito, jogando-o de lado e me levanto da cama.

Ele se assusta com minha atitude e fecha a cara.

– Nossa! Tudo bem... Pergunta, então! – diz ele, mal humorado.

– O que você sente por mim? – pergunto.

– Que pergunta é essa?

– É apenas uma pergunta... Responde!

– Tá... Eu gosto de você! É isso! Satisfeito? – diz ele, pragmático. Passando ás mãos no cabelo e desviando o olhar. Encaro-o fixamente. – Qual é a da pergunta, agora? Eu pensei que você tivesse vindo...

– Transar? Era isso que você tinha pensado? Pois, pensou errado! Não foi pra isso que eu te chamei! – exclamei.

– Pra quê foi, então? – perguntou ele, enraivecido.

– Você ainda pergunta? Eu quero conversar sobre a gente! – admito.

– Eu pensei que você tivesse entendido aquele nosso último papo... Eu te disse que a gente ia se conhecer e vê o que rolava depois... – disse ele, querendo mudar o foco.

Wallace queria fugir desse assunto. Percebi.

– E eu entendi, sim! Até tentei confiar em você... Mas eu não consigo! Wallace, você tem noção de como eu fiquei, depois de você ter me ignorado naquela festa, me tratando como se eu fosse um lixo na frente dos seus amiguinhos! Nem falar direito comigo, você falou! E pra piorar ainda mais, você ainda beijou aquela garota! O que vocês tão tendo, afinal?

– Nada! Eu não tenho nada com a Paty... Quantas vezes eu vou precisar dizer isso á você? Alef! Foi ela que me beijou! Você não viu quando eu a empurrei? Nem se ela fosse à última mulher do mundo, eu nunca ficaria com aquela garota! E sobre a festa... Eu não queria dar bandeira na frente dos outros... Você sabe como as pessoas falam! Não posso me arriscar, á meus pais saberem sobre a gente... – disse ele.

– Por que não?

– Porque eu não quero. Nunca quis! Entende uma coisa, Alef... Você não tem que cobrar nada de mim... A gente não é um casal de namorados pra você tá exigindo coisas de mim! É exatamente por isso que eu não quero relacionamentos... As pessoas sempre se tratam como propriedade uma das outras... E eu não quero isso pra mim!

– O que você quer, então? Apenas usar as pessoas? É isso? É só pra isso que eu sirvo pra você né? Pra transar com você e depois fingir que nem nos conhecemos?

– Claro que não! – afirmou ele e pausou confuso. – Por que você tá tão grilado com isso? Eu pensei que você tivesse gostando do que a gente tava tendo...

– O problema é exatamente esse... Eu gostei sim... Muito por sinal! Tanto que dói... Desculpa, mas eu não consigo levar essa nossa “relação”, do jeito que você quer... Não dá pra mim, cara! – digo.

– Tu quer dizer o que com isso? Até ontem você tava curtindo tranquilamente... Hoje tá diferente... O que mudou? – perguntou-me ele.

Explodi meus sentimentos em cima dele... Não aguentando mais todo aquele caos.

– Isso aqui... – digo, apontando para meu coração. – Foi basicamente isso que mudou... Quando o coração bate forte, pula e dispara sem medo... Tudo muda! Você ainda não entendeu? Não percebeu os sinais, sempre que eu te vejo... Pega na minha mão! – digo, pegando á mão dele e apertando-a levemente. – Viu só? Gelada! Agora, sente isso aqui! – levo sua mão ao meu coração. – Percebe o batimento? Forte e intenso, como um verdadeiro tambor interno... E sabe por que isso tá acontecendo, agora? Porque eu tô perto de você... Toda vez que eu te vejo ou fico perto de você, isso acontece! E pode acreditar... É mais intenso á cada encontro nosso!

Ele ficou branco e imóvel... Perplexo com meu discurso explícito.

– Eu não só gosto de você... MAS EU TE AMO! Eu acho que tô apaixonado por você! E esse sentimento tá me matando aos poucos por dentro, como uma porra de um cupim corroendo-me. Então, me diz, sinceramente... Você sente alguma coisa por mim? Por que se sente, eu sou capaz de esperar o tempo que for preciso por você! Mas me fala... – desabafo, olhando bem nos olhos dele.

– Não sei o que dizer... Desculpa, mas, eu tô muito confuso... – diz ele, andando pelo quarto assustado com tudo que eu tinha dito. – É muito para processar!

Um silêncio se estendeu depois disso... E ele não olhou mais para mim.

– Já entendi... Não precisa dizer mais nada! – digo sorrindo de decepção. – Você não vai me dizer o mesmo não é? Claro que não! Tudo bem... Eu já esperava por isso mesmo... É sempre assim não é? A gente sempre vai amar alguém, que nunca vai nos corresponder! Tava na cara que isso poderia acontecer! Mas sabe de uma coisa? Pelo menos agora, você sabe o que eu sinto de verdade por você! Tá tudo bem! Eu entendo sua confusão... Desculpa! Eu só pensei que você pudesse sentir alguma coisa... Bom! Era isso... Eu vou embora, agora! Desculpa mesmo...

Wallace estava de costas pra mim, pensativo, sem dizer uma palavra. Não vi seu rosto. Balancei a cabeça conformado e abri á porta do quarto. Esperando que ele fosse dizer alguma coisa, mas tudo que ele fez foi me ignorar. Foi eu fechar á porta, para correr descontrolado para meu quarto. Trancando-me e chorando rios de tristeza.

Então ele não sentia mesmo, nada por mim... O vídeo tinha sido um lapso de bebida, era isso... Só podia ser! O meu sonho com ele, no final das contas tinha sido uma previsão? Provavelmente sim! Chorei pelo mico de ter me declarado e mais uma vez por não ter sido correspondido. Algum dia seria? Acho que não... Era mesmo meu fim! Encolhi-me na cama e senti-me como uma árvore, cheia de folhas secas caindo e sendo levadas por um vento friento de outono.

...

No dia seguinte, eu definitivamente estava na pior... Toda minha alma se encontrava num verdadeiro crepúsculo infernal, nublando todo meu coração... Tentei ao máximo disfarçar minha dor, mas a máscara sempre caia. O dia estava lindo... Mas para mim, tudo parecia preto no branco, literalmente.

Tomei café da manhã com a Jennifer e a Yumi do meu lado. Não falando nada... Calado e na minha. Wallace não tinha aparecido e nem eu queria vê-lo... Nunca mais se fosse possível. Eu estava mastigando uma torrada, quando me chamaram...

– Tem um rapaz aí fora, querendo falar com você, Alef! Tal de Plínio... Conhece? – avisou-me a mãe da Jennifer.

– Claro! – digo, bebendo um gole de iogurte.

Droga! Ainda mais essa agora... Não estava com cabeça para falar com ele e nem com ninguém. Levantei-me da cadeira e caminhei para o portão. Já até sabia o que eu ia falar pra ele.

Plínio estava encostado na moto, me esperando no portão. Ele sorriu ao me vê... Já eu só queria morrer.

– Plínio, eu... – comecei. Mas ele me interrompeu.

– Oi! Desculpa chegar assim de repente, mas, eu queria muito te ver... Você não respondeu ás minhas mensagens... Aí eu pensei que tivesse acontecido alguma coisa... Você tá legal? – perguntou-me ele com uma cara preocupada.

– Tô! – menti. – Tô sim! E valeu por ter se preocupado! Mas eu acho melhor a gente não se ver por um tempo... – começo á dizer e percebo os olhos do Plínio ficarem molhados.

Ele abaixa á cabeça e dá de ombros... Eu não queria machucar ninguém... Droga! Mais uma coisa pra me deixar triste... O dia só piorava.

De repente, um carro conhecido apitou na nossa frente... Olhei para ver quem era e o vi... Wallace desceu do carro e bateu á porta com força. Não olhei para ele... Plínio tinha deixado á moto na frente do portão, bloqueando á passagem de quem chegava.

– Plínio? Tá fazendo o que por aqui essa hora? – perguntou Wallace despreocupadamente.

Eles se conheciam? Plínio foi até ele e os dois apertaram ás mãos e se abraçaram, como dois amigos de longa data. Pronto... Fodeu!

– Eu vim falar com o Alef! Tava dando uma volta e resolvi passar por aqui. – disse Plínio.

– Vocês se conhecem? – pergunta Wallace.

– Na verdade, estamos nos conhecendo ainda... – responde Plínio, olhando para mim.

Wallace percebe o clima e muda a expressão descontraída... Assumindo uma pose séria e autoritária, encarando Plínio firmemente.

– Como é que é? Se conhecendo? Tá maluco cara... – enfurece-se Wallace.

Não entendi nada... Porque ele estava assim?

– Por quê? O que é que tem? O Alef é muito bem resolvido e eu também... – rebateu Plínio, batendo de frente com ele.

– Você não sabe? Ele não te contou? – disparou Wallace.

– O quê?

– Eu e o Alef, estamos namorando! – enfatizou Wallace, vindo até mim e colocando o braço em volta da minha cintura.

Em algum lugar eu podia jurar que estava tocando (Florence And The Machine - Cosmic Love).

Continua...

Comentários

Há 5 comentários.

Por dfc em 2016-05-17 06:33:11
Nossa q final tenso kkkk
Por Anjo perdido em 2016-03-26 07:04:42
Nada melhor que um concorrente pra mostrar o que você pode perder, e ver o que tem a sua frente ou do seu lado o medo do outro ser melhor e tomar o que é seu faz agir sem pensar, e lutar com todas as forças para proteger o que amamos. Definitivamente Wallace ama o Alef também, mas como boa parte do mundo sabe já é difícil a pessoa se aceitar e quando ela tem medo de não ser aceita só piora, boa sorte Wallace porque você vai precisar
Por LuhXli em 2016-03-26 01:12:47
Kkkkkkk Terrível essas pessoas que não se decidem e ainda acham que têm o direito de reclamar de algo! Mas isso, em grande parte, é culpa de Alef! E olhe que ele melhorou bastante, mas continua humilhado. Espero que agora ele se de valor, pq só assim para os outros verem ele pelos olhos que ele deseja ser visto.
Por Agui em 2016-03-26 01:04:46
Esse final aí aí, tô ansioso pro próximo capítulo. Espero que não demore.
Por Ali T. Jones em 2016-03-26 01:00:18
PUTA QUE PARIU! QUE PLOT TWIST FOI ESSE???? PELO AMOR, FAZ O ALEF DAR UM TAPÃO NA CARA DO WALLACE!!!!#TEAMPLINIO❤ PS.: Amando a série 💖