Cap. 28:

Conto de Salém como (Seguir)

Parte da série Uma História de Amor

Seguimos em direção ao shopping para almoçar, no carro o Rodrigo foi olhando

pela janela e perguntando sobre tudo que lhe causava curiosidade, o Daniel morria de rir no volante e eu sempre explicando o que era e pra que servia tudo que ele me perguntava.

Chegamos ao shopping e fomos para a praça de alimentação que por sinal estava lotada.

Era impressionante como o Rodrigo tinha boa memória, já de início ele se lembrou de

quando a Vânia ficou com medo de subir na escada rolante:

- Pai, lembra que a Vânia ficou com medo de subir a escada?

- Lembro...

- Hahaha... Que burra...

Eu segurava em um lado de sua mão e o Daniel do outro, na hora de subir na escada

levantamos ele, que começou a gargalhar:

- Opaaaaaa...

- Hahaha...

- Que risada gostosa ele tem, né Bader?

- Sim...

Chegamos à praça de alimentação e quase não conseguíamos andar:

- Daniel, acho melhor procurarmos um lugar pra ficar antes de fazer pedido...

- Procure você e o Rodrigo enquanto eu busco a comida de vocês. O que vocês vão

querer comer?

- Eu vou querer yakisoba.

- E você, Rodrigo?

- Eu quero sanduíche.

- Tá bom.

Enquanto o Daniel foi comprar nossa comida eu e o Rodrigo fomos procurar uma

mesa, demos duas voltas na praça de alimentação até encontrar uma mesa pra quatro

pessoas:

- Olha ali uma mesa, pai.

- Vamos lá.

Sentamos na mesa e ficamos esperando o Daniel chegar com a comida, ele ficou um

pouco perdido com as bandejas e procurando por nós, quando o Rodrigo começou a gritar por ele:

- Aqui... Daniel...

- Hahaha... Ele já nos viu.

- Caramba, que lugar cheio...

- Deixa o Daniel sentar aí Rodrigo, vem aqui do meu lado.

Almoçamos como uma família, o Rodrigo mordia seu sanduíche com tanta vontade

que parecia que o sanduíche iria escapar da caixa. Eu comi yakisoba e o Daniel pegou o

mesmo que o Rodrigo, eu não gostava muito desse sanduíche com batata frita dessa rede de fast-food, os lanches vinham mornos, além de serem caros. Depois que terminamos de comer fomos dar uma volta pelo shopping.

- Pra onde vamos agora?

- Vamos ao parque de diversão?

- Obaaaaaaaaaaaaaaa...

- Que parque?

- Aqui dentro tem um parque no subterrâneo...

Levamos o Rodrigo até o parque dentro do shopping, era um parque infantil de uma

turma de personagem de desenho animado brasileiro muito famoso, os brinquedos eram

todos feitos para as crianças, mas nem por isso eu e o Daniel deixamos de nos divertir.

- Olha que bonito, pai?

- Tô vendo...

- O que é aquilo?

- É uma piscina de bolinhas... Quer brincar lá dentro?

- Não posso me molhar, se não eu fico doente...

- Hahaha...

- Hahaha... Você não vai se molhar, só tem bolinhas de plástico na piscina, não tem

água.

- Então eu quero!

- Vamos lá.

Depois de termos passado o dia inteiro com o Rodrigo no parque brincando, fomos

pra casa descansar, pois o dia foi muito agitado para todos.

Chegamos ao estacionamento do prédio, o Daniel estacionou na minha vaga da

garagem, desci do carro e abri a porta de trás, tirei o cinto de segurança do Rodrigo, peguei sua mochila cheia de roupas e dei a mão pra ele:

- Chegamos...

- O que é aqui, pai?

- Aqui é o estacionamento do prédio que eu e o Daniel moramos.

- Ah...

- Daniel, você pegou a chave de casa dentro do porta-luvas?

- Tá aqui no bolso.

Conforme o Daniel andava a chave ia fazendo barulho, dentro do bolso traseiro de sua bermuda tipo surfista que ele adorava usar com camisa regata e tênis sem meia, sem

contar a cuequinha aparecendo.

- Pra onde a gente vai agora, pai?

- Vamos pra casa...

- Que casa?

- A nossa... Segura na minha mão...

- Quer que eu leve a mochila, Bader?

- Não precisa, está leve.

Paramos em frente à porta do elevador, o Daniel apertou o botão e ficamos aguardando ele descer:

- O que a gente tá esperando, pai?

- Estamos esperando o elevador.

- Igual aquele do "xóspi"?

- Hahaha... Sim...

O elevador chegou, o Daniel abriu a porta para nós, segurando o Rodrigo e sua mochila entrei no elevador, logo em seguida o Daniel também entrou, apertou o 19º e começamos a subir.

- Ui...

- O que foi?

- Senti um frio na barriga...

- Hahaha...

Chegamos em casa, eu já estava exausto de tanto andar aquele dia pelo shopping,

mas muito feliz por ter tido a companhia do meu namorado e do meu futuro filho.

- Enfim chegamos.

- Petit, olha quem está aqui...

- Dani... Você já está melhor?

- O quê é "petí", pai?

- "Petit" quer dizer "pequeno" em francês.

- Mas você não é pequeno, eu que sou pequeno.

- Eu sei, mas esse "pequeno" que o Daniel se referiu não é de tamanho, foi só uma

forma carinhosa de se referir a mim. Entendeu?

- Entendi.

- Dani... Vem aqui com o papai...

- Por que você chamou ela de Dani?

- Porque ela se chama Dani.

- Você é pai dela também?

- Sou pai de coração, igual você.

- Vou levar essas roupas para um dos quartos vagos, Bader.

- Prepara a cama pro Rodrigo dormir, dentro dos armários tem lençol, cobertor,

travesseiro e edredom...

- Pode deixar.

- O quê o Daniel é da Dani?

- Pai.

- E o quê ele é meu?

- Pai também.

- Mas não é você que é meu pai?

- Sou, mas o Daniel também vai ser seu papai.

- Eu vou ter dois "pai"?

- Sim...

- E quem é minha mãe?

- Eu não conheço sua mãe... Não faz essa carinha...

- Eu queria ter uma mãe...

- Mas você tem duas mães, uma delas é a Roberta que cuida de você há muito

tempo, outra eu não conheço.

- Ah... Que pena...

- Mas pra compensar, papai do céu te deu dois papais, eu e o Daniel.

- Obaaaaaaaaa...

- Agora você tem o papai Bader e o papai Daniel.

- Bader, já arrumei tudo lá no quarto.

- Obrigado amor. Você já está com sono, Rodrigo?

- Não.

- Nem eu.

- E nem eu.

- Que horas são?

- 20h15. Vamos jogar vídeo game então?

- Vamooooooooo...

- Agora não, antes você vai tomar um banho...

- Mas tinha que ser o Bader mesmo pra estragar o clima...

Nisso o Daniel pegou uma almofada e atirou em mim, peguei a almofada e joguei

de volta, o Rodrigo pegou uma almofada e atirou em mim também, joguei uma almofada nele e acabou virando uma guerra de almofadas:

- É guerra...

- Hahaha... Pára...

- Hahaha...

- Ah é? Toma...

- Ai... Hahaha...

Caímos os três no sofá e começamos a fazer cócegas um no outro, quase tive uma

overdose de risos, o Rodrigo pulava em cima de nós fazendo cócegas também, parecíamos três crianças, o clima que pairou em nosso lar naquele momento foi de muita alegria, uma paz que brotava de todos os cantos, o Rodrigo acabou levando a alegria que faltava para nossa casa, até a Dani entrou na brincadeira.

- Já chega... Depois a gente joga uma partida de vídeo game, mas antes o Rodrigo

vai precisar tomar um banho e vestir uma roupa limpa.

- Tá bom...

- Enquanto eu dou banho nele, Daniel, vai até a locadora alugar algum filme pra

nós?

- Eeeeeeee... Mas é folgado mesmo, hein.

- Por favor, amor?...

- Pedindo assim eu vou, né... Onde está a carteirinha?

- Vê se está na gaveta do armário da cozinha, se não estiver lá, está na minha

carteira.

- Firmeza.

Levei o Rodrigo até o banheiro, abri a porta de vidro do box, quando ele viu a

banheira do lado direito ficou deslumbrado, parecia ter descoberto um outro mundo.

- Papai Bader...

- Oi.

- O que é isso?

- É uma banheira.

- Pra que serve?

- Pra você tomar banho bem quentinho dentro d'água. Você nunca tinha visto?

- Grande assim não, só de bebê...

- Quer tomar banho nela?

- Não... Eu me afogo.

- Hahaha... Eu deixo a água bem rasinha.

- Então eu quero.

- Vai tirando a roupa enquanto eu encho a banheira.

- Sim.

Comentários

Há 1 comentários.

Por em 2016-07-31 11:44:28
eu ja disse que essa serie e a minha preferida ?