Cap. 02,4:

Conto de Salém como (Seguir)

Parte da série OS FILHOS DA LUA

Isac não esperava ouvir uma voz tão próxima, considerando as circunstâncias em que se encontrava, e deixou escapar um grito assustado. Uma das mãos soltou a prateleira e balançou no ar antes de encontrar o peito sólido. Ele a segurou contra o corpo, os braços sustentando seus joelhos eo outro em sua coluna. O calor do corpo másculo a inundava com uma agradável sensação de segurança e conforto, e Jacob o pôs no chão segundos depois sem fazer alarde.

- Precisava me assustar desse jeito? Essa sua mania de chegar sem fazer barulho está começando a me enervar.

Queria soar severo, aborrecido, mas o esforço foi inútil. E como poderia dar essa impressão, se continuava aninhado nos braços dele como um gato? Demônio ou não, Jacob era uma tentação! Ele vestia calça preta e uma camisa azul noturno com as mangas dobradas ate os cotovelos. Sentia a qualidade da seda no rosto, e quando inspirou foi invadida pelo aroma de terra que emanava de sua pele. A Terra de onde ele extraia suas habilidades.

- Quer que eu o leve de volta e o deixe cair? - ele perguntou, deixando que ele tocasse os pés no chão.

Jacob estava ali, bem vestido e perfumado, enquanto ele devia estar descabelado, coberto de poeira e suor, com sombras escuras e cansadas em tomo dos olhos e um ar completamente aparvalhado depois do susto que acabara de levar. Jacob sorriu da preocupação tola. Vaidade humana... A cada dia era mais fácil ver claramente as imagens projetadas pela mente de Isac.

- Eu não teria caído. Ou, talvez caísse, mas não teria morrido - Isac argumentou obstinado. - Na pior das hipóteses, teria fraturado uma perna ou sofrido uma concussão. Vocês Demônios têm um jeito todo especial de fazer tudo parecer mais intenso e crucial!

- Porque somos um povo de grande intensidade.

- Eu sei - ele respondeu enquanto se afastava alguns passos. - Tenho lido livros e pergaminhos de até sete séculos atrás. Nessa época, você devia ser só um brilho nos olhos de seu pai, imagino.

- Demônios podem ter períodos de gestação mais longos que os humanos, mas nem tanto assim!

- Foi só uma piada. E eu li sobre isso também. Treze meses, não é?

- No mínimo.

- Deve ser difícil.

- Por que?

- Ah! Você só pergunta porque nunca teve de carregar uma criança dentro do corpo por tanto tempo!

Jacob sorriu. Encantado, segurou a mão dele e levou-a aos lábios, mantendo um contato visual que era a mais pura expressão de promessas cheias de sensualidade. Isac foi invadida por um súbito calor.

- Posso assegurar que um Demônio nunca trata essa questão com tanta... leveza - ele disse .

.- Eu acredito. - A súbita alteração na atmosfera a inquietava, e ele mudou de assunto. - Então, o que o traz ao ambiente empoeirado da biblioteca do grande Rei?

- Você.

Oh, como uma única palavra podia conter tantos significados e soar tão inteiramente honesta? Isac era forçado a lembrar toda a história do tabu sobre a união entre Demônios e humanos, mas nem isso era suficiente para aplacar o calor que sentia cada vez que Jacob o tocava. Era como se chamas ardessem sob sua pele espalhando-se por todo o corpo.

- Eu? - Ele se aproximou. Queria imaginar todas as coisas assustadoras e terríveis que podiam acontecer, caso se entregasse a Jacob, mas a mente só conjurava imagens deliciosas e provocantes. - Por que queria me ver? - Ele se afastou, optando pela cautela. Perturbado, recolheu o livro que derrubara pouco antes. Era grande e pesado, e ao deixá-lo sobre a mesa que transformara em estação de estudo, provocou outro baque surdo e mais uma nuvem de poeira.

- Porque não consigo me controlar, pequeno Isac. O som suave e sedoso da voz dele deslizava por sua nuca e descia pelas costas, causando arrepios. Ele levantou uma das mãos para ajeitar os cabelos empoeirados, recusando-se a encará-lo.

- Ah, bem, eu... Escute... Demônio, mais humano, igual a... coisas muito ruins, certo? Lembra? Lua cheia? Outubro? Alguma dessas coisas o faz pensar em sinais de alerta, em perigo iminente?

- Francamente, Isac! Acha que não sei de tudo isso?

- A questão soou baixa, séria. - Pareço estar descontrolado? Acha que eu seria capaz de machucá-lo?

- Não acredito nisso. - Finalmente ele o encarou. Mas naquela noite em que nos conhecemos... e depois, quando me trouxe para cá a... Você e os outros disseram que ninguém está imune. - Isac cruzou os braços sobre o peito como se quisesse proteger-se de um mal invisível, de um perigo aterrorizante. - Esqueceu que vi um Demônio dominado pelo pior tipo de luxuria? As vezes, fecho os olhos e vejo Saul pairando sobre mim. Isso me apavora, Jacob. Não quero que seja assim, mas é.

Jacob baixou a cabeça. Saber que o outro o temia o incomodava muito, mas era ainda pior tomar conhecimento de que ele comparava as possibilidades que desabrochavam entre eles com o lamentável encontro com um monstro pervertido. De qualquer maneira, essa era a verdade dos sentimentos de Isac, ou de parte deles, e precisava conhecê-los. - Talvez eu deva partir - ele sugeriu sem convicção, fingindo ajeitar os papeis sobre a mesa. - Talvez outra pessoa deva se encarregar dessa pesquisa. Noah tem mais experiência do que eu nisso tudo. Sei ler os textos em inglês, ate os que estão em latim, mas não consigo ler os trabalhos que estão naquele outro idioma. Existem Demônios acadêmicos por aqui, e eu sou só um humano...

- Não. Nos precisamos de você. - o tom dele era firme, inabalável.

- Mas minha presença o incomoda. E, pelo que tenho lido, você não precisa disso agora. Não em um momento de tanta tensão e trabalho redobrado.

- Você não vai partir. - Era uma ordem, um comando repleto de frustração e apreensão. Em seguida, como se percebesse o que acabara de dizer, ele suspirou e passou as mãos pelos cabelos, revelando grande agitação. - Prefiro sofrer esse tormento de ter de me controlar e me conter durante todo o tempo, a abrir mão de algo que pode ser importante para o meu povo.

- Lá vamos nos outra vez. Tudo é sempre tão extremo para o seu povo?

- Sim, sempre. - Ele o tocou no rosto, segurando-o de forma a poder fitar seus olhos, os dedos descrevendo círculos lentos entre a orelha e a raiz dos cabelos. - Escute bem o que vou dizer, Isac. Em toda a minha vida, tenho sido incansável e obstinado em minha devoção a um grande numero de coisas e pessoas, sempre movido pelas razões de meu povo, pelo bem-estar da raça. Mas você... Você e a primeira coisa a que desejo me dedicar por mim, só por mim. Não pense que falo essas coisas por causa da lua sagrada. Garanto que o que temos aqui é algo muito mais profunda, algo mais importante e amplo.

- Oh, Jacob... - Isac estava sem ar. Porque um homem normal não podia dizer essas coisas?

Finalmente conheço alguém romântico, fascinante e inteligente, e ele nem é da minha espécie! Que sorte! Jacob sorriu.

- Sou um homem normal - ele disse.

- Ei! Pare com isso! - Ele cobriu a cabeça com as duas mãos. - Está lendo meus pensamentos! Não é justo!

- Não é justo? O que a questão da justiça tem a ver com tudo isso? Não sei por que tenho essa habilidade de sentir seus pensamentos, mas já que e possível, decidi que a novidade é pratica e útil.

- Pode ser pratico e útil, mas não e ético! - Agora ele estava com as mãos na cintura, o que o divertia. - Às vezes penso coisas muito particulares, privadas, e você não tem o direito de invadi-las. O fato de poder fazer alguma coisa não significa que deve fazer. Por acaso eu tiro as coisas da sua cabeça sem sua permissão?

- Seria ótimo se pudesse... - ele riu, adotando um tom sugestivo e causando um arrepio com o comentário aparentemente ingênuo.

- Bem... Agradeço se ficar fora da minha cabeça. E já que mencionou alguma coisa sobre sua normalidade, saiba que e tão normal quanto um furacão.

- Sim, mas há períodos em que ate os furacões são considerados normais.

Isac deixou escapar um suspiro irritado. Ele era impossível! E irresistível. E mais petulante e sexy do que gostaria que fosse. Jacob estendeu a mão e tocou seu pescoço, sentindo nele a vibração de desejo causada por esses últimos pensamentos. Isac engoliu em seco. Eram reflexos vitais, sinais de vida e de intensidade. Jacob podia sentir a pulsação da veia sob a pele delicada. Podia acompanhar a aceleração da freqüência cardíaca de Isac. O sangue ia se tomando mais quente nas veias, e logo ele pode sentir o perfume que ele exalava novamente. Era tóxico para ele, como excesso de açúcar, causando reações imediatas e perigosas. Era como se o eixo de seu mundo se alterasse, se inclinasse. Uma parte primitiva dele despertava, mostrando a cabeça acima da superfície do controle racional.

Isac viu o fogo iluminando os olhos escuros e profundos. Ela conteve a respiração, momentaneamente hipnotizada pela voracidade que invadia e dilatava suas pupilas. Os olhos brilhantes o devoravam, intensos como um contato físico. Tinha total consciência da força, do poder, de como ele poderia manipular todas as coisas de forma a adequá-las a sua conveniência, e tudo com um mínimo de concentração. Ele compreendia que era uma dessas coisas. Sempre que Jacob se aproximava, ele se curvava inevitavelmente como uma flor buscando o calor e a luz do sol.

- Como raízes buscando o alimento ofertado pelo solo... - ele corrigiu. - Mas tudo isso pode servir para descrever o que sinto, meu pequeno- A voz dele era quente como a terra banhada pelo sol. - Sempre que o vejo, sou dominado pela necessidade de lançar raízes próximas das suas, de entrelaçá-las para sempre, de plantar meu caule em seu corpo para que você possa nutrir-me.

Ele se aproximou. Um passo, dois... As imagens eram como relâmpagos percorrendo seu corpo. Isac ofegava e sentia um calor intenso inundando suas veias, fazendo ferver o sangue que por elas corria. Sua cabeça se inclinava para trás, seu rosto ia ao encontro do dele, os olhos permaneciam fixos no contorno da boca tentadora...

Seu corpo buscava o dele. Havia entre os dois uma sintonia impressionante que coordenava os movimentos. o contato era inevitável. O encaixe era perfeito. O desejo de Jacob ardia em sua pele, e ele respirava profundamente enchendo os pulmões com a fragrância que era só do outro.

Os lábios de Jacob eram suaves sobre os de Isac. As mãos o tocavam, mas não tentavam puxá-lo de encontro ao corpo.

“Venha para mim, meu pequeno, se me quiser. Venha para mim...”

O sangue fervia nas veias de Isac. Havia em seus ouvidos um zumbido, um som tão alto que ele quase não ouviu a voz ecoando em sua mente. De qualquer maneira, ele decidiu que estava farto desse jogo. Erguendo-se na ponta dos pés, colando seu corpo ao dele, o beijou com ânsia e paixão. Jacob abriu-se imediatamente para a invasão agressiva da língua quente e úmida, gemendo ao sentir o desejo de Isac refletindo em seu corpo.

Isac segurava a parte da frente de sua camisa de seda, apertando-a entre os dedos. Seu corpo buscava o dele, o beijo era inebriante, quente...

Uma urgência violenta se apoderou de Jacob; era uma sensação progressiva e incontrolável, como afiados dedos de gelo contrastando com o ardor de seu corpo.

Ele recuou de repente, empurrando-o para trás. Estava tremendo, e ele podia sentir o eco desses tremores. Tão forte, tão poderoso, mas instável como se placas do centro se movessem em sua alma.

A reação se estendeu por alguns instantes, mas a natureza assumiu o comando. Isac gritou ao sentir os braços em tomo de sua cintura, firmes como cintas de aço, determinados na ânsia de puxá-lo de encontro ao peito musculoso. A boca se apoderou da dele, devorando-o como se fosse uma deliciosa iguaria e ele, um glutão. O beijo punia, era poder e domínio, como se Isac tivesse de pagar pelos anos seguidos de privação e negação. E Isac nem tentava evitar. Pelo contrario, ele correspondia aos beijos ardentes e as carícias cada vez mais ousadas, saltando sobre o corpo de Jacob e enlaçando-o com as pernas.

Ele era tão leve, tão pequeno... Jacob pensou. E o perfume que exalava de sua pele também era magia e encantamento. Não tinha chance de escapar.

Isac sentiu os dedos desabotoando sua blusa. Sabia que se expunha ao perigo, mas não conseguia resistir. Ele se insinuava, invadindo pensamentos e emoções, dominando seu corpo... Era como se estivessem dentro um do outro.

De repente o menor ouviu um rugido bestial. Os dentes de Jacob estavam em seu pescoço, e uma das mãos segurava seu queixo, impedindo os movimentos da cabeça. Os pensamentos sombrios e primitivos o invadiam.

Sou Jacob, o Defensor, Demônio da Terra dominante. Sou cada folha de grama, cada canção de vida entoada no planeta. Sou o que tem sido desde o inicio de todos os tempos, conhecidos ou não. Sou cada predador, e como eles, anuncio que esta ser é meu deixando nele minha marca. Meu cheiro se mesclará ao seu, como o dele já se tomou parte de mim. Ele terá o cheiro de meu corpo, de minha essência, e também me marcara como seu.

Satisfeito com a declaração, Jacob o soltou, passando a língua pela ferida que tinha feito no pescoço de Isac. Sua língua traçou um caminho naquela maciez e seus dentes deixavam marcas no pescoço. Cada vez que isso acontecia, o corpo de Isac era tomado por intensos calafrios.

Com a boca faminta encontrou o peito do jovem, uma área agora tomada pelo suor. Ele não resistiu e sorveu as gotículas com a ponta da língua. E então sua boca tomou posse de um mamilo, depois do outro.

Isac não mais raciocinava, já que se sentia tão excitado como Jacob. Vagamente, percebeu que ele o pressionava contra uma estante de livros. Então as enormes mãos buscaram seus quadris e Isac entrou em choque.

Instintivamente, suas mãos cobriram as dele, mas a boca de Jacob devorava a sua naquele exato momento, fazendo com que se sentisse fraco da cabeça aos pés.

Isac gemeu ao sentir os dedos de Jacob tocar em suas pernas, mas agora por dentro do jeans. E ele assim chegava ao seu ponto mais íntimo sentindo assim sua excitação.

Jacob ergueu as pernas de Isac e as colocou em seus ombros. Em todo esse tempo, os lábios de ambos não se separavam, e nada mais pareceu importar para ele.

Jacob se viu livre para tocar peça de roupa que os separava, a única barreira que ainda existia entre ele o membro também duro de Isac.

Isac gemeu mais uma vez. A mão de Jacob deslizava por seu abdômen provocando-lhe sensações que jamais soube que existiam. Então os dedos atrevidos deslizaram para dentro da cueca, ele imaginou que estivesse em chamas. Seu corpo tremia violentamente, suas mãos esbarraram nos livros da estante, derrubando-os.

- Jacob! - ele gritou, agarrando-o pelos ombros conforme o medo crescia e lhe tirava a capacidade de respirar.

- Quieto, meu pequeno, não vou machucá-lo. Apenas sinta. Sinta o que meu toque provoca em você.

A voz de Jacob era hipnótica e sedutora, como se tivesse o poder de afetar as pessoas. Isac não duvidava que ele falasse a verdade.

Como ele ainda hesitasse, dividida entre o medo e a tentação, Jacob começou a acariciar-lhe o corpo sem parar e a falar palavras que soavam estranhas, mas eram certamente um elogio.

Ele estava disposto a enlouquecê-lo de prazer.

Jacob pegou com a mão o membro ereto de Isac, movimentando sua mão ali causando tremedeiras no menor. Ele gemeu, julgando que talvez não conseguiria resistir a caricia erótica. Ele sentiu a necessidade de se livrar das roupas e de entrar no corpo excitado de Isac. Tocou-o com o dedo, sentindo que ele estava pronto para ele.

Nunca antes outro ser ardera daquela maneira sob seu toque. E nenhum outro o fizera arder como Isac. Em breve o possuiria. Poderia finalmente penetrar naquela fortaleza que, sabia, o aprisionaria para sempre.

Ele começou a penetrar em Isac com um dedo, a invadi-lo, só mais um instante, só mais um centímetro para ter certeza de que ele estava mesmo pronto e...

Comentários

Há 2 comentários.

Por Lycan em 2016-06-13 15:37:35
se alguem apagar esse fogo que eles estão sentindo ficarei muito triste quero que eles fiquem juntos logo
Por Anjinho Sonhador em 2016-06-13 14:23:13
nossa que incrivel, sera que finalment eles vao ficar juntos?