Cap. 01,4:

Conto de Salém como (Seguir)

Parte da série OS FILHOS DA LUA

Jacob lembrou-se de recobrar a consciência no galpão abandonado, no chão, e sacudir a cabeça para remover os cabelos e o sangue que o impediam de enxergar. Bem em tempo, vira o monstruoso Saul debruçado sobre o jovem e reconhecera que não poderia chegar até ele a tempo. Sua cabeça doía tanto, que mal podia se concentrar no poder de que fora dotado. Jamais antes havia experimentado aquele sentimento de impotência e frustração. Cometera enganos imperdoáveis no encontro, e esses erros quase haviam custado duas vidas, a dele e a de Isac. Não deveria ter sido necessária a interferência providencial na situação. Mesmo depois de tanto tempo, mesmo com mais de um século separando esse encontro do anterior, devia ter lembrado de todas as características de um transformado.

Sabia em que a mente dementada de Saul estivera focada, o que o corpo deformado buscava quando avançara contra o pequeno ser. Um Demônio no estado em que Saul se encontrava tinha apenas duas necessidades básicas, urgentes. A primeira era a autopreservação. Por isso era tão vantajoso ter um Demônio escravizado. Assim que se removia dele as camadas de civilização por meio de encantamentos que eram como acido descamando sua natureza, a criatura capturada faria qualquer coisa por seu mestre, desde que ele prometesse a vida ou a eventual liberdade, e para obter essas vantagens o Demônio transformado não hesitaria em seus poderes elementares para servir aquele que o escravizara.

Satisfeita a necessidade de autopreservação, a segunda necessidade dessa criatura era, obviamente, saciar sua luxúria incontrolável, um estado especialmente ampliado durante a lua cheia de Samhain, período que viviam. Era uma forma similar de reação aquela que o obrigara a perseguir e conter o irmão. Era o que a mulher ruiva teria vivido, se ele não houvesse interferido e obrigado Kane a recuperar o senso e a razão. Mas o tratamento que Kane teria dispensado aquela mulher seria uma sombra pálida do que Saul, transformado e pervertido como havia estado, teria dispensado a Isac.

Pensar nisso causava repulsa, revolta, sensações que faziam seu coração bater mais depressa. Jacob pôde ver o falo distendido de Saul no momento em que tentava se colocar sobre Isac. Agora, era preciso fechar os olhos para impedir que as imagens nítidas de sua imaginação o inundassem. Ele cerrava os punhos enquanto as bania da mente.

Era proibido para um Demônio fazer mal a um ser humano inocente. Essa era a regra dourada da espécie. A lei que Jacob havia jurado cumprir acima de tudo. Era tabu tentar se unir fisicamente a um ser humano. O amor entre Demônios era sempre permeado por uma ferocidade elementar que freqüentemente ultrapassava a agressão excessiva. Isac se partiria como porcelana sob tamanha pressão.

Isso não significava que Kane, Gideon ou todos os outros que Jacob havia sido forçado a conter ao longo dos séculos, fossem transviados da pior espécie. Eles eram apenas vítimas da maldição de sua raça. Os Demônios passavam todo o período de crescente e minguante relacionado as luas sagradas de Samhain e Beltane lutando para manter o controle. Cada minuto desses dois poderosos períodos era um exercício de tormento enquanto corpo e espírito clamavam pela lua que os enlouquecia. Em algum lugar de seu código genético estava escrito que, nesses períodos, o impulso da copula seria mais forte que tudo. Normalmente, os Demônios se satisfaziam uns com os outros, mas como viviam em constante proximidade com os humanos, tomava-se fácil direcionar de maneira errada esse instinto de procriação.

Todos os anos, era forçado a conter anciões por quem tinha grande estima, e causava-lhe grande sofrimento ver a loucura se manifestar naqueles por quem tinha amizade, ou, no caso de Kane, amor.

Ele mesmo nunca fora vitima desse descontrole. Nem mesmo na adolescência, centenas de anos atrás, quando não havia no mundo mais de seis bilhões de seres humanos, como agora. Sempre tivera dificuldade para imaginar como seria essa atração incontrolável. Apesar da aparência física semelhante, Demônios e humanos eram distintos na química, na mente e no intelecto. Por que um Demônio se sentia atraído por um ser inferior? Era a maldição da lua. E, algum tempo antes, Jacob chegara a pensar que podia haver mais do que isso. Experimentara o poder de um corpo delicado, de um par de olhos cor de negro...

Jacob praguejou mentalmente e passou os dedos pelos cabelos mais uma vez, indo se servir de uma bebida. Não era o álcool consumido pelos mortais, mas leite, de preferência na temperatura do corpo. Leite de cabra, ovelha e até de animais mais exóticos tinham sobre os Demônios o mesmo efeito inebriante do álcool sobre os mortais; o leite pasteurizado vendido em lojas era como,suco de frutas, o leite de zebra ou girafa, por exemplo, podia ser comparado a um bom conhaque.

Jacob serviu-se de um copo de leite de cabra do Himalaia e sentou-se em uma poltrona confortável. Girando a cabeça de um lado para o outro, tentava amenizar a tensão na nuca, revendo tudo que acontecera mais uma vez, ruminando pensamentos, sabendo que em breve teria de conversar com Noah, mesmo que não chegasse a uma conclusão sobre tudo que vivera nas Ultimas horas.

Ele ainda estava ali, refletindo sobre os últimos eventos, quando ouviu uma voz hesitante, doce.

- Olá?

Jacob pôs-se em pé de um salto, virando-se para a criatura que esfregava os olhos e caminhava com passos pesados, lentos.

Impossível!

Ele não era capaz de lançar encantamentos do sono sobre a mente das pessoas como Kane fazia com tanta facilidade, nem podia drenar a energia de um corpo com um simples gesto de mão, como Noah, mas sabia como misturar ervas e criar uma poção forte o bastante para induzir um sono profundo e prolongado. Isac deveria dormir por horas sob efeito do poderoso coquetel de ervas. Mas estava ali, ao pé da escada e sorrindo sonolento.

- Ah, ai esta você. Jacob, certo?

- Sim - ele confirmou, sem saber o que fazer.

Ele a estudava enquanto tentava pensar numa solução, mas só conseguia reconhecer sua beleza e seus inegáveis encantos. O confronto no galpão o deixara sujo e com as roupas molhadas, e ele o despira do jeans, da camiseta e das meias e o cobrira com uma de suas camisas. A imagem era um poderoso estimulo visual. O cabelo negro e sedoso emoldurava o rosto inocente. O corpo era perfeito. O decote da camisa sob o pescoço, uma abertura causada pelos botões que deixara de fechar ao vesti-lo.

Jacob sentiu o sangue pulsar em resposta a essa análise e desviou o olhar, deixando o copo vazio sobre a mesa. Sentia que Isac se aproximava, registrava seu aroma e os sons de seus movimentos, e sua presença despertava-lhe a lembrança de uma sensual noite de verão.

Era uma fragrância pura, quente e tentadora a atração. E ele se aproximava passo a passo.

- Devia estar dormindo - ele disse de repente, sentindo o sobressalto que causara com a brusca interrupção do silêncio opressor.

- Eu acordei.

Ele o imaginou encolhendo os ombros. Era como se tudo ali fizesse perfeito sentido para o jovem, enquanto que, para ele, a situação era cada vez mais confusa. Isac deu mais um passo. E outro.

Não! Maldição! Você é mais forte que um frágil humano! Não. Não permitiria que a loucura da lua o dominasse. Jamais havia perdido o controle, e essa não seria a primeira vez. Criara um exemplo de solidez e estabilidade por mais de quatrocentos anos, e não macularia uma reputação tão ilibada e superior.

Com o rosto composto numa expressão austera, ele se virou para encará-lo.

- O que estou fazendo aqui? Que lugar é esse? Os dedos tocaram um bibelô sobre uma mesa muito antiga, desenhando sua forma, explorando a textura e o trabalho artesanal até fazê-lo sorrir numa resposta apreciativa. O prazer causado pela beleza rara do objeto iluminou seus olhos. - Presumo que essa seja sua casa...

- Sim, você esta em minha casa.

- Não me lembro de ter vindo. Sua casa é linda - ele elogiou, olhando em volta e captando a riqueza da decoração do ambiente. - Vejo que gosta de antiguidades.

Jacob assentiu. As pecas que ele chamava de antiguidade eram novas quando ele as comprara, mas isso era algo que não precisava revelar.

- Você não e de falar muito, e? - Isac perguntou, tocando uma estatueta de madeira que fora esculpida por uma mulher de uma tribo africana extinta havia muitos anos. - Entendo que não se sinta muito animado depois do que aconteceu ontem, mas...

Isac devolveu a estatueta ao lugar de origem, sobre uma estante, passando ao objeto seguinte, indo de um em um enquanto sua curiosidade sensorial devorava todas as curvas e detalhes de cada peça. Os dedos acariciaram a superfície de uma mesa, aproximando-se da mão dele.

Jacob removeu a mão da madeira, que usava como um artifício para permanecer ligado a razão e ao concreto, e recuou um passo, destruindo sua graça habitual com o movimento desajeitado e a aflição gerada pela necessidade de se afastar da presença perturbadora.

Inferno, ele pensou com veemência, o outro devia ter mais juízo! Devia saber que não é sensato se aproximar de um homem que nem conhece direito! Especialmente um homem humano. Ele não possuía poder, nenhuma forca inata com que pudesse proteger-se, mas ali estava, colocando-se ao alcance de sua mão e demonstrando uma confiança ingênua, quase tola.

- Não quero parecer grosseiro ou antipático - ele conseguiu dizer com tom polido, apesar do turbilhão de emoções, mas não estou habituado a ter companhia de outras pessoas.

Isac inclinou a cabeça para o lado, causando um movimento sedutor, o olhar se assemelhava a uma caricia física, o brilho negro transmitia uma curiosidade que o levava a estudar seu rosto sem reservas, um estudo que seguiu pelos ombros e terminou em seu peito largo. E em todos os lugares em que esse olhar pousava, Jacob sentia a pele queimar, os músculos enrijecerem, a roupa se tomar insignificante como medida de proteção, o abdome se contraiu, os tendões das coxas estavam tensos, e a inspeção ainda continuava. Logo ela perceberia a constrangedora ereção.

- Um solitário - ele comentou finalmente. Era uma afirmação, e ele assentiu como se concordasse com a própria declaração e a confirmasse. - Bem, pelo menos sei que não tem seis filhos correndo pela casa. Não com todas essas pecas preciosas espalhadas pela sala. A propósito... Ele o encarou diretamente, e Jacob sentiu que não podia respirar direito. - Você me despiu?

Nesse momento Jacob teve certeza de que ele não podia ser humano. Nenhuma mortal ousaria formular essa pergunta de maneira tão direta e serena. Não para um homem que mal conhecia. Um homem evidentemente excitado e a poucos passos dele.

Isac não percebeu o movimento. Num minuto ele estava parado, no outro as mãos estavam sobre seus braços. Os dedos fortes a tiraram do chão e a puxaram contra o peito musculoso. Ele emitiu um grito abafado e surpreso, e o ar deixou seus pulmões num jato poderoso. Antes que pudesse inspirar, os lábios de Jacob cobriram os seus com ferocidade contida.

As mãos de Isac se ergueram instintivamente, agarrando o tecido da camisa em busca de equilíbrio e planejando um potencial protesto, o protesto pretendido nem chegou a germinar, porque o corpo másculo e atlético projetava sua forca nos quadris dele, mais suave e suplicante. Ele era esguio, dono de músculos definidos e perfeitamente desenhados, e podia sentir nele a vibração da vida. Masculinidade e potencia. Podia sentir essas características em todas as partes daquele corpo. As mãos de Jacob eram firmes e seguras em seus movimentos, mantendo-o colado em seu peito.

A boca de Jacob parecia queimar a dela com sensualidade, uma mistura equilibrada de natureza e talento. Era um beijo diferente de todos que havia experimentado no passado, e não havia nada de platônico ou ingênuo nas sensações por ele despertadas. Ele o beijava com agressividade, a boca quente e a ponta da língua to canto seus lábios, provocando e exigindo ao mesmo tempo, como se ele conhecesse um segredo, algo pessoal de que ele mesma jamais tivera conhecimento. Havia vertigens, ondas de calor e alterações de freqüência cardíaca. O peito formigava e o corpo ardia em chamas. Estava inundado pela adrenalina, tomado por um desejo sensual que jamais imaginara que existisse. Ele relaxou os lábios contra os do maior, o coração batendo como as asas de um pássaro pego numa armadilha.

Jacob sentiu o convite instintivo. Estivera esperando por ele. E o aceitou com uma ousadia erótica, a língua invadindo a boca tímida e quente do humano, buscando despertar a porção animal que ele mantinha adormecida. Esse era o único pensamento em sua mente... Fazer contato, saboreá-lo de um jeito especifico, sorver seu sabor e ir buscá-lo em dimensões ricas o bastante para enlouquecer um santo. Todas as outras idéias giravam em tomo do paraíso de um beijo quente 'e doce. Não havia mais nada.

Isac sentiu uma onda de calor brotando da essência de seu corpo, espalhando-se em todas as direções e inundando vasos e veias. O sentimento era extraordinário. Ate experimentá-lo ele mesma, mantivera-se ignorante quanto ao efeito que provocava nele. Agora, tomado por aquele fogo incontrolável que fazia arder a pele, deduziu que Jacob sentia o mesmo. A língua buscou a dele. Curiosidade e ousadia se misturavam, calando a voz da precaução.

A boca explorava a dele com desespero, com uma necessidade primitiva que ele nem tinha esperança de compreender em sua ingenuidade. Era como se fosse o último homem da terra, o única que merecia ser beijado. Sentia o hálito momo e úmido envolvendo seu rosto, misturando-se a sua respiração. Os dedos de Jacob percorriam sua coluna, subindo e descendo.

Jacob gemeu quando a boca sob a dele se abriu um pouco mais, convidando-o a exploração. Isac era doce, incrivelmente doce, como se tivesse o ingrediente secreto de um néctar proibido e tentador. A temperatura da pele subia rapidamente, diferente da pele fria de um Demônio, e ele podia sentir cada grau como um toque provocante. Ate sua pele, normalmente tépida, alcançava uma temperatura incomum para os de sua raça. Uma cacofonia de urgências ecoava em seu interior, tantas que os pensamentos mergulharam no caos. o instinto assumiu o controle enquanto as mãos percorriam o corpo do outro, sorvendo o calor da pele macia. Tocava-o do ombro ate a cintura, descendo um pouco mais para tatear o início da curva de um glúteo arredondado. Era como se ele se encaixasse perfeitamente na forma de sua mão. Os dedos apertaram um glúteo, erguendo-o do chão e puxando-o para um contato ainda mais completo com seu corpo.

De repente ele interrompeu o beijo, respirando com dificuldade. Era como se estivessem enroscados um no outro. Os olhos estudaram o rosto do outro, analisando-o como se fosse um complexo enigma. Isac agarrava-se a ele, colado como estava ao corpo poderoso e forte. As narinas de Jacob se dilataram quando ele inspirou profundamente, buscando levar mais ar aos pulmões, talvez capturando uma fragrância. Mas o menor não usava perfume. Depois, ele se inclinou e cheirou o pescoço delicado, inalando o aroma da pele quente.

Era um gesto erótico, e Isac sentiu o corpo responder imediatamente. A língua quente deslizava por sua pele, acompanhando a veia que pulsava na base do pescoço, os dentes pressionando a região sensível. O estimulo causou um arrepio que ele não conseguiu conter.

Jacob sentiu o tremor. Um som rouco brotou de sua garganta e os lábios buscaram os do menor mais uma vez, sorvendo o sabor, deixando nele seu cheiro pessoal. Isac gemeu, um som sensual e rouco que levou a loucura os sentidos já tão estimulados do Defensor.

De repente, ele passou um braço pela superfície da mesa próxima, jogando longe todos os objetos de sua preciosa coleção. As mãos urgentes o tiraram do chão e o colocaram sobre a mesa. Sentado, ele afastou as pernas naturalmente. Os joelhos envolviam o quadril de Jacob, os tornozelos acariciavam a parte posterior de suas pernas, como se ele houvesse repetido a ação centenas de vezes antes.

Isac nem se deu ao trabalho de pensar na própria inexperiência, no fato de nunca ter feito isso antes. Sentia no próprio peito as batidas furiosas do coração de Jacob, e a vibração percorria seu corpo em ondas sucessivas. As mãos dele seguravam sua cabeça, os dedos tocando seus cabelos com reverencia e ansiedade. Era uma experiência divina.

Jacob agia impelido pelo impulso, movendo a boca contra a do outro e refletindo com cada movimento a necessidade imperiosa de gratificação. As mãos encontraram o quadril e o puxaram para frente, para a beirada da mesa, enquanto o corpo mergulhava entre suas pernas. Ele não conteve um gemido ao sentir a força com que ele comandava seu corpo ardente, e depois gemeu baixinho quando sentiu a impressionante ereção contra seu corpo. O corpo de Jacob era quente, duro, e só a barreira das roupas impedia que ele encontrasse o que buscava, que realizasse seu objetivo. O som que brotou da garganta de Isac era de abandono e prazer, e os movimentos que ele executava contra o corpo másculo o convidavam a possui-lo. Os dedos passeavam pelas costas do defensor, tocando a cintura e acariciando os glúteos, onde podia sentia músculos poderosos.

Jacob gemeu de prazer ao sentir a resposta ardente do menor. Ele usava a boca de maneira selvagem, beijando-o até deixá-lo marcado, ofegante e tremulo, entoando com seus suspiros e gemidos uma canção de estimulo e incentivo que era como álcool sobre o fogo de seu desejo. Sentia-se bombardeado pelo perfume natural, pela excitação e pelo calor de sua pele. o sangue se acumulava em regiões especificas de seu corpo, aquecendo-as além do que considerava suportável. Era uma mistura intoxicante, e já se sentia embriagada por ele.

Isac afogava-se em paixão e desejo, hipnotizado pela rigidez do corpo másculo e pela boca que parecia querer devorá-lo.

Ele se movia contra seu corpo como se quisesse acariciá-lo por inteiro. Os dedos buscavam ávidos a pele sob a camisa que o outro usava, tocando o abdômen magro do menor, e subindo, percorrendo todo o corpo do outro. O toque era habilidoso, uma manipulação experiente que combinava pressão e suavidade. Jacob pegou entre o polegar e o indicador um mamilo túrgido, rolando-o e provocando sensações indescritíveis. Isac gemia, inclinando as costas e impulsionando o corpo na direção dele. Ele gemeu novamente quando os dedos encontraram o outro mamilo e o manipularam de maneira semelhante, provocando um calor que descia por seu corpo como um liquido incandescente. O cheiro de Jacob invadia seus sentidos, uma mistura almiscarada e exótica, e ele interrompeu o beijo para aproximar a boca do pescoço dele e encher os pulmões com a fragrância excitante, como ele fizera anteriormente. A língua lambia a pele sobre uma veia pulsante na base do pescoço largo e musculoso, e ele murmurou por entre os dentes uma frase num idioma estranho. Seu corpo todo estremeceu.

- Fale - exigiu ofegante. De repente Isac ergueu o corpo, segurando a camisa e abrindo-a com violência inesperada, sem parar para pensar em como o gesto poderia parecer convidativo. Ele olhou para baixo, para o abdômen exposto, para as mãos que os tocavam e acariciavam. Pousando as mãos sobre as dele, ele o guiava e incentivava a prosseguir com o carinho provocante, aumentando a pressão. - Fale - repetiu com voz rouca, provocante.

Jacob estava em brasas. Todas as terminações nervosas recebiam o calor do corpo de Isac e o espalhavam por sua pele. Os sentidos entraram em convulsão. Era como se um vulcão explodisse dentro dele, destruindo razão, lógica e senso de dever e lei. o animal contido em seu ser estava tão próximo da superfície, que podia ouvi-lo rugir nos recessos de sua mente.

- Você é meu - ele murmurou com voz rouca e ameaçadora. Era quase um rugido. - Meu... - Sabia que poderia possuí-lo ali mesmo, sem encontrar resistência. E o impulso era forte.

- Sim - Isac respondeu sorrindo, os olhos iluminados pelo desejo. Algo em seu inconsciente dizia que devia estar com medo da intensidade desse desconhecido, mas não o temia. Não temia o encontro nem a forca da própria paixão. Pelo contrário, queria vive-la completamente. Queria descobrir como era a experiência de ser possuído por um homem, por um homem como Jacob.

Foi nesse momento que a sala explodiu.

Isac foi jogado no chão pela força da explosão. Uma violenta ventania castigava seu corpo, levantando-o e girando-o no ar como se fosse uma boneca de pano. Ele aterrissou sobre uma cadeira e, tonto, afastou os cabelos do rosto. A visão clareou a tempo de ver Jacob sendo jogado contra uma parede pela mesma ventania. Só então ele notou que havia outro homem na sala.

Percebendo o desconhecido de cabelos claros como uma ameaça e registrando o grunhido ultrajado de Jacob, Isac levantou-se e se atirou contra o intruso. Era como atacar uma rocha. Ele virou a cabeça, olhou em sua direção e sorriu com... surpresa? Deboche? Um gesto da mão fina e longa, e o menor foi novamente arrastado pela ventania que o impedia de respirar.

Comentários

Há 3 comentários.

Por J.K.Haroold em 2016-07-27 04:13:30
Já estou amando ❤❤adorei
Por Anjinho Sonhador em 2016-05-24 22:41:21
oii por favor nao some nao. Queria saber se vc vai continuar com a serie Sangue e Desejo
Por Anjinho Sonhador em 2016-05-22 02:27:34
nossa, Jacob tem que fazer algo para salvar Isac, por favor nao demore a postar.