Cap. IV,I:

Conto de Salém como (Seguir)

Parte da série DESEJO DE SANGUE

Passaram dias desde de seu último encontro com Fernando, depois da polícia encontrar o corpo do menino de 16 anos, na mata morto pelo que parecia uma mordida de animal, ninguém ligou aos outros crimes, erra horrível mas era um em vários outros mortos por animais selvagens na mata.

Os lobos do bando não apareceram mais, o que tranquilizou Miguel, mas não parou de pensar em tudo o que Fernando lhe dissera, ele até procurou pelo outro, na delegacia, e nenhuma vez ele o recebeu, foi ao chalé, mas o outro não apareceu por la, ele sabia que estava sendo evitado, mas não aceitava, ele ouviu o “ desabafo” de Fernando agora era vez do outro o ouvir, o problema era que o outro não estava o deixando falar.

Ele então resolveu procurar a irmã de Fernando, no encontro que tivera com ela no restaurante ela disse ser enfermeira de uma hospital no centro da cidade, então foi até la, pediu na recepção por ela, logo ela aparece atrás dele:

- Pelo que vejo seu ferimento na perna já não esta o incomodando mais – ela sorri, Miguel então lembra que Fernando havia a chamado naquela noite para lhe ajudar com a perna machucada, mas também lembrava que no outro dia quando a lua apareceu no céu sua perna ficou como nova em folha.

- Pois é, e nunca tive a chance de agradecer a você, por mais que eu estivesse inconsciente, o Fernando falou o que você fez.

-Pois bem, presumo então que veio agradecer.

-Também, entre outros assuntos, será que você tem uns minutos.

- Na verdade não, mas como posso negar algo pro namorado – ela baixa o tom de voz- o namorado lindo do meu irmão. – Miguel fica acanhado – não liga não, ele é bem resolvido, mas eu prefiro não colocar lenha na fogueira né, mas venha cunhadinho.

- É que na verdade – ele a segue rumo a lanchonete do hospital - eu e seu irmão não somos namorados – ele também baixa o tom.

- E pelo que eu sei, porque você não quer.

- Como?

- Eu não sei o que ouve com você aquela noite, mas o Fernando prometeu que um dia me conta, mas o que ele me disse foi que tava muito afim de você, e ele deixou bem claro, mas você meio que recusou, palavras dele – ela se defende de antemão.

- É que é complicado para mim, sabe, seu irmão é um cara maravilhoso além de muito bonito, mas eu tive certas experiências na minha vida que me deixaram meio receoso.

- Eu te entendo cunhadinho, o Fe também já passou por maus bocados, em vários sentidos, preconceito então nem se fala, pela profissão dele então né, por isso ele mantem essa cara de durão, mas no fundo ele é bem coração mole.

- Pois é e eu to tentando falar com ele a dias mas ele não me atende, nem me recebe na delegacia, dai fica difícil conversar.

- Bom como eu falei, ele tem essa cara de durão, mas ele também ta morrendo de vontade de falar com você, mas não vai dar o braço a torcer, ao mesmo tempo que não deixa você se aproximar, mas eu vou dar um jeito nisso.

- Qual?

Já era noite quando a campainha da casa de Samanta tocou, ela foi abrir sorridente, Fernando entrou com cara de poucos amigos, ela o abraçou e zombou:

- Maninho com essa cara que você está estou me sentindo uma de suas testemunhas em interrogatório!

- Não sei não Samanta eu te conheço bem de mais, na verdade lhe conheço a seus exatos 27 anos e sei bem que quando você me chama até sua casa é porque não vem coisa boa.

- Assim você me ofende maninho, parece que eu só apronto, pois até onde bem me lembro quem aprontava todas la em casa era você, eu sempre fui a certinha da família.

- Ai que está, pra ver como as coisas se inverterão.

- Já que vai ser assim, eu vou saindo, tenho de trabalhar.

- Como assim, você me chama pra sua casa agora tem de sair, pode me explicar o que está acontecendo aqui?

- Na verdade depois você me diz o que aconteceu aqui – ela fala enquanto Miguel aparece na sala – e eu quero tudo nos mínimos detalhes – ela sai e fecha a porta a trancando por fora, Fernando tenta abrir, ao que ela responde – a outra chave está com o Miguel, e ele tem ordens minhas de só abrir quando tudo estiver resolvido – ela faz uma pausa – e nem tente arrombar minha porta maninho – ele então para quando estava prestes a fazê-lo:

- Será que a gente pode conversar? – pede Miguel entre a dúvida, o medo e a raiva.

- Eu não sei o que você pensa que a gente tem pra conversar – responde um Fernando entre dentes, se dirigindo ao outro com olhos de raiva.

- Primeiro só me responde o que eu te fiz pra você ter tanta raiva de mim, uma hora estava tudo bem e do nada você muda, e nem olhar na minha cara olha mais, o que aconteceu? o – pergunta Miguel sem baixar o tom de voz.

- Não aconteceu nada, eu apenas percebi onde estava me metendo.

- Nossa e demorou em – diz Miguel irônico – quando tempo precisou pra você perceber que um cara que se transforma em lobo é perigoso ou sei la o que você pensou, podia ter parado antes, causaria menos dor ou angustia.

- Não é por você ser um lobo, é pelo homem que você é!

- Não entendo!

- Claro que não – fenando se senta no sofá ainda olhando Miguel em pé – pra você é tudo uma loucura.

- Meu Deus Fernando, será que tem que ser sempre assim, você tem mesmo que levar pro outro lado tudo o que eu falo – Miguel também se senta no sofá, olhando o outro nos olhos – quando eu disse loucura não era pra me afastar de você ou algo assim, é porque vamos ser honestos, eu sou um homem que se transforma em lobo nas noites de lua cheia, você um detetive que primeiro de tudo me considerava suspeito de assassinato, e pra completar somos dois HOMENS – ele da ênfase na última palavra – você quer que eu veja isso tudo como se não como loucura.

Fernando baixa a guarda:

- Mas o que você não entende é que isso tudo pra mim não importou quando eu me entreguei a você ou quando você se entregou a mim, e não sei porque importaria a você!

- Porque pra você Fernando é fácil, você não se transforma em lobo, você não vive com medo de machucar outras pessoas, e o pior, nem ter a consciência disso.

- O que eu sei é que você nunca me machucou, e teve várias oportunidades para isso, a única vez que me feriu, foi quando disse que tudo o que a gente tinha era loucura.

- Então porque você não me atendeu o telefone, não me recebeu na delegacia ou qualquer coisa, porque fugiu?

- Eu queria evitar, ou melhor tentar ignorar que o que eu sentia por você era rela, e que podia ser desfeito rápido – ele vira o rosto – tolo engano.

Miguel se aproxima de Fernando, pega seu rosto e vira pra ele, olhando olho no olho, ele vê a insegurança estampada no outro, ve os medos e as reservas indo ao chão, então se aproxima e um beijo acontece. Um sente nos lábios do outro a saudade impressa em cada movimento, quando suas línguas se tocam tudo explode, e o contato é imediato, suas mãos se procuram, seus corpos se colam de maneira que caem deitados no sofá, Miguel sobre o corpo do outro.

Ali dormem abraçados, como se o tempo tivesse parado, como se nada tivesse acontecido, como dois namorados adolescentes na descoberta do primeiro amor, sim, Miguel sabia que realmente era amor, o pouco tempo que se conheciam receava erro, mas a falta que sentira na ausência do outro comprovara o que ele estava tentando evitar, um sentimento tão forte que poderia amolecer o coração até mesmo da mais terrível fera, porque não a de um lobo, ou pelo menos a de um meio lobo.

O sol atravessou as janelas da sala ao mesmo tempo que Samanta abria a porta e entrava em sua casa, dando de cara com Miguel e Fernando dormindo abraçados em seu sofá, ela logo fala os acordando:

- Vocês sabiam que tem um quarto de hospedes no fim do corredor não é – eles a olham sonolentos – só me digam que vocês não fizeram o que eu acho que fizeram no meu sofá?!- eles a olham incrédulos.

- Não a gente não fez nada maninha – responde Fernando entre bocejos.

- Porque não fizeram? – ela pergunta em dúvida

- Por favor Samanta – Fala Fernando lhe atirando uma almofada, que ela pega no ar lhe atirando de volta.

Fernando olha para Miguel deitado sobre seu peito rindo, Fernando então lhe da um selinho:

- Isso sim é acordar bem – fala Fernando entre risos, Miguel se levanta ajeitando sua roupa.

Samanta já não estava mais na sala, Fernando também levanta, e puxa Miguel pela mão o levando até o quarto de hospedes, chegando fecha a porta atrás de si, olha para Miguel:

- Minha maninha fez uma força pra a gente se ver novamente não podemos fazer desfeita.

- Na verdade ela não fez força nenhuma, ela só ligou pra você e você veio que nem um cachorrinho, como ela me disse que viria.

- Cachorrinho é, sei, até onde me lembro se tem alguém aqui que vira algum animal esse alguém é você.

- Sim e você bem que gosta não é – fala Miguel andando de costas até a cama.

-Adoro – fala Fernando pulando sobre o outro o derrubando na cama – agora vou te mostrar quem é o cachorrinho, ou melhor cachorrão, acho que to mais para um pit bull.

- Na verdade eu diria um Chuaua.

- Ta bom senhor sabichão, pois fique sabendo que os pequenos não os mais perigoso e agressivos.

- Agressivos, perigosos, posso me acostumar com isso.

Fernando já estava sobre ele o beijando e mordendo sua orelha, começa a tirar a própria camisa depois tira a do outro, Miguel olha fixo para seu peito nú, ao que Fernando fala provocativo:

- Você gosta de me ver assim.

- Muito.

Comentários

Há 1 comentários.

Por Chria em 2016-11-24 02:37:14
Reconciliados até que enfim. Espero que Fernando para de ficar tão na defensiva. Que policial mais arisco!