Cap. III,II:

Conto de Salém como (Seguir)

Parte da série DESEJO DE SANGUE

- Você chamou sua irmã? – Miguel o interrompe preocupado.

- Sim, ela cuidou de você, mas não se preocupe, eu não falei nada.

- Como assim, eu não entendo, ele não havia mais aparecido para mim, e agora ele volta, e aqui, como?

- Eu achava que você me diria.

- Eu ataquei um lobo, a bocada.

- Sim, e ele se transformou, era um menino devia ter uns 16 anos, você meio que arrancou um pedaço do pescoço dele.

- Meu deus – Miguel sente nojo, ao mesmo tempo que remorso,- e mesmo assim você me ajudou, porque?

- Primeiro porque quando você tentou me atacar, foi o que eu pensei na hora, você estava me impedindo de pisar na armadilha, daí você me empurrou e pisou – ele faz uma pausa – e pelo fato de você ser lindo, tanto assim como homem, mas também vira um lobo cinza, muito lindo, que eu adoraria ter em casa. – ele se aproxima de Miguel que estava sentado no sofá, apenas com seu lençol cobrindo o corpo nu, pega na mão de Miguel, e com a outra acaricia eu rosto, se aproxima e o beija, Miguel retribui o carinho com a mesma intensidade. – eu não conseguia assimilar a possibilidade de te perder.

Miguel o olha nos olhos, e é como se visse nos olhos do outro um menino ecoado com medo do mundo, então o abraça, e recebe o mesmo abraço, com mais força, que o faz resmungar:

- Fernando, eu to todo dolorido.

- Imagina como vai ficar depois de passar a noite comigo – Fernando o olha com olhar irônico – bom se passarmos mais uma noite como essa, quem vai estar dolorido sou eu! – eles riem.

- Se tudo aconteceu como você me disse, porque você me soltou?

- E eu sei là, eu acho que é sua cara de cachorro pidão, ou melhor de lobo pidão!

Miguel tenta se levantar, mas sente uma forte fisgada no pé direito, e geme de dor, Fernando então o pega no colo o levando até a mesa onde o café já estava servido:

- Eu preciso me lavar, tomar um banho pelo menos antes do café, até onde você me contou eu corri pela floresta.

- Ta bem, vamos lá eu te ajudo!

- E meu orgulho vai aonde?

- Nada de orgulho, eu já te carreguei meia mata ontem a noite, o que é alguns degraus.

- Mas eu posso andar.

- E eu posso te carregar – Fernando o pega no colo mais uma vez, subindo as escadas em direção ao banheiro – e assim eu tenho uma desculpa pra te dar banho.

- E quem disse que você vai me dar banho?

- Eu tô dizendo!

Fernando leva ele até o banheiro o coloca de pé no box, liga o chuveiro, enquanto tira a própria roupa:

- O que você ta fazendo? – pede Miguel incrédulo.

- Eu falei que ia te dar banho, eu não estava brincando.

-Mas Fernando ...

- Nada de mais – interrompe Fernando entrando embaixo do chuveiro com ele, Fernando então pega o sabonete e começa a esfregar no corpo de Miguel, começa pelos braços, passa pelo peito, no início Miguel ri, achando graça, mas logo fica sério, sentindo as mãos fortes e grossas de Fernando percorrendo seu corpo com a barra de sabonete, então fecha os olhos e se deixa levar.

Fernando segue com suas mãos ensaboando todo o corpo de Miguel, desce sua barriga, chegando até sua virilha, seu membro já demostrava sinal de vida, então passou o sabonete nas perna do outro, se abaixando para isso, percorreu sua coxa, joelho, panturrilha, passou pelos pés, tomando cuidado com a perna enfaixada do outro, logo subiu de volta, nesta hora o membro do outro já estava completamente em riste, ele olhou para o rosto de Miguel e viu seus olhos fechados, ficou em pé e virou Miguel de costa, então fez o mesmo ritual, passou o sabonete pelas costas, nesta hora seu membro também já estava completamente duro, estar com Miguel, o deixava sempre excitado, continuou a esfregar as costas do outro, até descer as suas nádegas, percorrendo a extensão com a mão e o sabonete, seguiu pelas pernas até o pé, e logo voltou as nádegas, onde ficou tempo esfregando, percorreu cada extremidade, até adentrar sua mão por entre elas, sentiu Miguel se contorcer e jogar a cabeça para traz, então com seus dedos percorreu o anel do outro, logo introduziu um dedo ali dentro, era tão quentinho, apertado, uma sensação maravilhosa percorreu o corpo de Fernando fazendo seu membro pular, assim como o de Miguel, ele então introduziu mais um dedo, os dois, percorriam o interior de Miguel, logo ele começou um entra e sai com seus dedos, Miguel gemia de prazer, com a outra mão livre Fernando se masturbava. Então introduziu mais um dedo, Miguel deu como um grito de dor, mas logo se acalmou, Fernando também parou os movimentos até o outro tranquilizar, então continuou a circular la dentro, para então reiniciar o vai e vem, era uma sensação fantástica, tinha três dedos dentro de Miguel, que gemia cada vez mais alto, Fernando sentiu seus espasmos chegando e gozou ali mesmo nas costas do outro. Continuou com seus dedos dentro de Miguel e agora com sua outra mão livre começou a masturbar o mesmo, que não demorou também gozou, despejando jatos na parede do banheiro.

A água ainda caia escorrendo por seus corpos, levando embora todo e qualquer resquício do que acontecerá. Miguel e Fernando saíram do banheiro, enrolados em toalhas, foram ao quarto de Fernando, Miguel viu suas roupas do dia anterior colocadas sobre a cama, então as pegou e vestiu, Fernando foi até seu armário, pegou uma cueca box azul escura que combinava perfeitamente com seu corpo moreno, peludo e grande, então se jogou na cama, chamando por Miguel, que continuava se vestindo, Fernando chamou de novo. Sem ter resposta se levantou da cama, foi até onde Miguel estava, o pegou pelas pernas e o carregou até a cama o atirando nela, Miguel tentou protestar, mas não deu tempo, pois Fernando já estava sobre ele.

Era estranho, pois nenhum deles era adolescente ou estava descobrindo a sexualidade, não, já eram homens feitos, ambos com seus vinte e tantos, não que a idade significasse algo, mas era estranho, de um jeito bom, Miguel sentia tudo novo para ele, agiam realmente como dois adolescentes descobrindo o corpo um do outro, se entregando totalmente e com tanta facilidade ao prazer que era como fazem os adolescentes, sem medos, diferente dos ‘adultos” que fazem tudo com o pé atrás. Tudo era tão natural, cada toque, cada beijo, cada afago, Miguel tinha receio de dizer em voz alta seus pensamentos, pois sabia que para Fernando era da mesma forma, era tudo tão intenso, tão profundo ao mesmo tempo que era tão simples, sentia o calor do corpo do outro e isso lhe aquecia, sentia a presença do outro e isso lhe saciava, ao sentir o beijo, era como um terremoto em seu corpo, um turbilhão de adrenalina lhe invadia, até mesmo mais forte que quando a lua o dominava.

Fernando o beijo calorosamente, invadindo sua boca com a língua, experimentando cada canto da boca do outro, sentindo o hálito quente, sentindo a fervura do sangue do lobo, a anciã por prazer. O toque era igualmente singelo e carinhoso, percorria sua face, após seu cabelo, passando por seu braço, e voltando a seu cabelo. Miguel retribuía com a mesma tranquilidade, tocando-o de leve, sentindo seus pelos em seus braços fortes, tocando em seu cabelo, em sua face, a barba por fazer arranhava sua mão o que causava uma sensação deliciosa.

Tudo era tão louco entre eles, em um momento tudo era forte, no outro delicado, e era maravilhoso ter todos estes efeitos, ainda mais com a mesma pessoa, e sendo ainda uma pessoa que você sabe que pode confiar, pois era isso que sentia com Fernando, confiança reciproca, ele lhe revelará, por mais que não intencionalmente, seu maior segredo, algo que poderia acabar com qualquer chance, remota que fosse de algo, e ao contrário, foi o que iniciou tudo o que estava vivenciando.

Miguel sentia o peso de Fernando sobre seu corpo, e era ótimo sentir todo aquele homem sobre ele, sentindo cada parte de seu corpo, e com o outro estava de cueca e ele estava sem camisa, pois não conseguira colocar antes de Fernando o joga-lo na cama, ele sentia ainda mais o calor do corpo de Fernando, seus pelos causavam uma deliciosa sensação em sua barriga, em contraste com a sua lisinha. Mais do que sentir o outro, era se sentir desejado pelo outro, um desejo aflorado e visível a todo momento, ainda mais agora que sentia um forte volume em suas partes baixas e sabia que era Fernando, e isso lhe causou também uma ereção, desproposita, mas que fez o outro sorrir em meio aos beijos.

Fernando usou a mão que passava pelo cabelo do outro e a desceu até a ereção de Miguel, colocou sua mão por dentro da calça do outro, sentindo o membro rígido em sua mão, Miguel nem pode falar nada pois Fernando seguia o beijando, enquanto sua mão trabalhava para cima e para baixo dentro da calça do outro. Fernando sabia que se Miguel quisesse poderia reverter a situação e subir pra cima dele, pois ambos tinham força, em uma luta, seria parelha, mas mesmo assim, Miguel se deixou tocar e acariciar por Fernando. Nos beijos Fernando sentia a cada movimento seu, uma manifestação de prazer do outro, em gemidos ou fechada de olhos, Fernando então usando as duas mãos para libertar o membro duro do outro, que tentou protestar com as mão, em vão, Fernando segurou as duas mãos do outro, as prendeu com uma e com a outra continuou seu trabalho. Tirando-o totalmente para fora da calça, então sua boca foi passeando pela face de Miguel, beijou sua bochecha, seu nariz, sua pálpebra, sua testa e voltou para a boca com um singelo selinho, desceu para o queixo, para o pescoço, seguindo pelo peito nu do outro, enquanto sua mão ainda agia, desceu mais a boca até o mamilo, onde fez Miguel se deleitar, seguiu então seu caminho pela barriga lisa e branca do outro, chegou em seu umbigo, e seguiu, percorrendo uns poucos e ralos pelos que levavam até seu objeto de desejo, sua mão continuava ali, trabalhando para cima e para baixo, então colocou sua boca, e a encheu com o membro duro de Miguel. Para cima e para baixo, agora com a boca, era o movimento que fazia, suas mãos percorriam as outras áreas sensíveis próximas, passeando por entre o anus e o membro de Miguel, quando seu dedo mais uma vez adentrou ali, Miguel como antes jogou seu corpo para trás, a cama era pequena para tamanha loucura.

Fernando não estava mais aguentando, por mais que quisesse proporcionar o máximo de prazer possível ao outro, sucumbiu ao seu próprio desejo, levantou as pernas do outro as colocando sobre seu ombro, cuspiu na própria mão e esfregou em seu próprio membro apenas tirado para fora da cueca que vestia, sem mais esperar colocou na entra do anus de Miguel, e foi introduzindo devagar, Miguel se contorcia sobre a cama, suas mãos estavam agarradas aos lençóis, sua face era um misto de dor e prazer. O membro de Fernando já estava metade dentro quando não suportou mais e em um ímpeto de loucura enterrou inteiro dentro do outro que controlou um grito, ele então parou sentindo nele mesmo espasmos de prazer, parou, deitou novamente seu peito sobre o de Miguel e lhe beijou a boca, sentindo o outro se acalmar recomeçou o movimento, desta vez tirou devagar e quando já estava quase todo fora, lhe cravou novamente com força, Miguel jogou a cabeça para trás, quase batendo na parede atrás da cama, Fernando se deliciava com a face de Miguel, entre a dor e o deleite Fernando se deliciava e fazia de novo, tirava quase todo seu membro e o empurrava com força até o fim, seu movimento então acelerou, não dando mais tempo de descanso, ele tirava e colocava sem dó, sem remorso, Miguel se contorcia e gemia, as vezes quase gritava tamanha a força usada por Fernando, que com cada gemido do outro tomava mais iniciativa e ia com mais força. Fernando então se agarrou no batente da cama, empurrando Miguel mais para o topo, e continuou o movimento desta vez com mais energia, em cada movimento empurrava todo o corpo de Miguel.

Quando estava prestes a chegar ao seu orgasmo, retirou seu membro do corpo de Miguel e foi em direção ao peito do mesmo, começou a se masturbar e não demorou para largar jatos e jatos brancos sobre o peito e barriga do outro, Miguel também já se masturbava e logo veio o seu gozo, se juntando ao de Fernando o lambuzando por completo:

- Vou precisar de outro banho – falou Miguel entre risos, quando sente Fernando se jogar sobre ele:

- Nós dois precisamos. – Fernando o beija, ainda sobre seu corpo.

- Então sai!

- Na verdade ta tão bom aqui! – diz Fernando fechando os olhos fingindo dormir.

- Levanta Fernando, eu estou literalmente todo gozado.

- Eu também, nem por isso to reclamando – fala Fernando ainda de olho fechados.

- Eu não estou reclamando. – Diz Miguel dando um beijo em Fernando, o empurrando para o lado – mas eu preciso tomar outro banho e ir trabalhar.

E assim o faz. Após sair do banho vê Fernando ainda nu, deitado na cama, o olhando, uma imagem fantástica, por mais que visse, olhasse, tocasse, quantas vezes fosse possível, cada vez que olhava era como se fosse a primeira, era uma imagem tão perfeita que por mais que tentasse não conseguia encontrar um misero defeito, algo fora do lugar, nada.

Mas Miguel sabia que o que sentia não era apenas pelo corpo do outro, que era belo, mas também seu coração, poderia parecer clichê pensar nisso depois de tudo que fizeram no banheiro e na cama, mas mesmo assim ele sabia que tinha algo, algo que tentava evitar, que tentou evitar também com Fernando, mas era mais forte, cada vez que ouvia sua voz, via seu corpo, sentia seu toque, era como se o mundo parasse.

Fernando o tirou dos pensamentos jogando um travesseiro nele:

- Ei bela adormecida, sonhando acordado.

- Só pensando!

- Em que?

- Nada não – Miguel vai então ate suas roupas e as coloca.

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