Cap. II,III:

Conto de Salém como (Seguir)

Parte da série DESEJO DE SANGUE

Fernando aguentou o medo, pegou a gaze na mão colocou soro esse aproximou mais do lobo, o mesmo abriu a boca mostrando os dentes para Fernando:

- Olha aqui você não me salvou pra me matar agora né, eu quero te ajudar, para de me olhar com esta cara feia – o lobo continua com seus dentes arreganhados – isso vai doer, mas com certeza vai doer mais em mim que em você, só por favor, não me morda.

Fernando então pega a pata ferida que o lobo lambia, e passa a gaze molhada para limpar o ferimento, o lobo uiva olhando para a janela:

- AUUUUUUU

Mas desta vez seu uivo era distinto, como de suplica, Fernando então sente algo áspero no ferimento, tenta retirar com o dedo e não consegue, esta profundo na pele do lobo, pega então uma tesoura pequena que tinha no kit, e com a ponta puxa, o lobo uiva mais uma vez no mesmo tom de dor e suplica, Fernando consegue retirar, era meio gomo da corrente de prata, por isso ainda sangrava, a prata ainda agia em sua pele, Fernando então volta a limpar sua pata, e assim limpa um por um dos ferimentos, o lobo apenas o olhava, algumas vezes gania e mostrava os dentes para Fernando, que fazia cara feia e continuava a limpar suas feridas, depois com uma faixa branca que encontrou enfaixou a pata que estava mais aberta pela corrente, e enfim se levantou, foi até a pia do banheiro e lavou as mãos e o rosto, em sua cabeça reviu toda a cena novamente, o lobo negro entrando pela janela e o arremessando contra a parede, depois viu Miguel arremessando o outro lobo pela janela como se fosse uma pena. Ele adorava Miguel, até poderia parecer clichê, pois fazia tão pouco que o conhecia, mas sentia por ele algo estranho, mas bom, mesmo no começo quando cismará que Miguel era o assassino, na verdade só queria era poder ficar perto de Miguel, mas agora isso, não sabia se estaria pronto para suportar isso, era um homem forte, sempre fora, mas isso era demais, ele ficará no meio de duas feras, não entendia direito o que havia acontecido, como Miguel se libertara das correntes, o porque o salvara e o por que não o atacará? Eram tantas perguntas, muita coisa passou pela cabeça de Fernando, ele então lavou novamente o rosto, e quando estava secando abriu os olhos e viu na porta do banheiro o lobo cinza, era como se o tivesse esperando, Fernando então saiu devagar do banheiro e voltou para a sala em direção a porta de sair, quando o lobo pulou em sua frente impedindo sua passagem, o lobo então rosnou pra ele mostrando novamente uma boca escancarada de dentes afiados. Fernando então começou a retroceder, andou de ré até cair sentado no sofá, o lobo veio até ele, mais ai quando chegou perto, se sentou sobre seus pés e ali ficou o olhando, era como se ele não quisesse que Fernando fosse embora. Fernando então se abaixou no chão com o lobo, que se deitou no tapete, Fernando olhou em seu celular, era 1hora da manhã, como passará rápido, com tudo que aconteceu nem viu a hora passar. Ao seu lado o lobo estava deitado não sabia se ele estava dormindo, mas preferiu não arriscar, e ali ficou.

Fernando sentiu frio, e uma tremenda dor nas costas, abriu os olhos, estranhou o ambiente, ai se lembrou de tudo o que acontecerá, olhou para seu lado deitado no meio da sala da casa de Miguel, estava ele, Miguel, o lobo já não estava mais ali, Fernando olhou pela janela quebrada de onde vinha a brisa gelada e percebeu que já era dia, olhou novamente para Miguel, ele estava nu, suas pernas e peito mostravam ainda o ferimento da prata, mas agora bem menores do que ele lembrava, em seu braço uma faixa branca enrolada, ele também lembrava de ter feito isso, tentou se levantar, mas ao se mover Miguel também se move, se virando para ele ainda dormindo, era tão lindo, seu rosto, sua pele, a barba por fazer, era realmente um homem muito bonito, seu corpo também não deixava a desejar, Fernando ainda lembrava de sua primeira noite com Miguel, onde o mesmo o possuirá por horas, sua sede de prazer era incontrolável, quem sabe fosse o sangue do lobo, mas não importava, aquele homem havia sido dele, e não havia lobo que fosse que tiraria isso dele. Fernando então passou a mão pelo rosto de Miguel, descendo por seu pescoço, chegando a seu peito, fez carinho em seus ferimentos, continuou passando as mãos por ele quando percebe que o outro abriu os olhos. Miguel o olhava assustado sem entender o que havia acontecido, ele já havia dito a Fernando que a memória do lobo permanecia no lobo, que ele nunca lembrava o que havia feito durante a transformação. Miguel se levantou rápido assustado, olhou seu braço enfaixado, seu peito marcado suas pernas feridas mais que o normal da prata, olhou então para sua casa, tudo revirado, viu então a janela quebrada, e viu ao seu lado Fernando, que o olhava com um olhar curioso:

- O que aconteceu aqui? – pergunta Miguel desorientado e sonolento.

- Por onde começar, a lua apareceu, um lobo uivou, você uivou, virou lobo, ai o lobo apareceu, destruiu a janela do seu quarto – o outro se assusta – tentou me matar ...

- Meu deus, você está bem? – Miguel o interrompe, mas Fernando ri.

- Sim, por incrível que pareça, e o mais incrível, foi que você me salvou, depois tentou me matar, mas primeiro me salvou.

- Como você consegue rir?

- Porque para mim foi digamos terrivelmente emocionante!

- Ahh?

- Eu não sei, você se libertou das correntes, e pulou contra o outro lobo, o jogando contra a janela – fala Fernando apontando para a janela quebrada – ai você o mandou embora uivando, ou o assustou não sei direito, sei que ele foi embora, dai você me cheirou, eu devia estar perfumado, ou fedendo muito, você me deixou e ficou aqui no tapete se lambendo, lambendo seus ferimentos, então eu cuidei de você, por mais que você rosnasse quase me mordesse várias vezes.

- Meus Deus, desculpe Fernando – Miguel se aproxima dele, mas Fernando o para no meio do caminho segurando suas mãos.

-Eu estava prestes a ir embora, esquecer você e tudo o que aconteceu, mas ai você não me deixou sair, parou na frente da porta a rosnou pra mim, eu achei que você fosse me atacar, eu voltei e cai sentado no sofá, você então se sentou nos meu pés, eu me sentei com você, e você deitou – Miguel o olha incrédulo, ele volta suas mãos para seu corpo:

- Então você vai embora?

- Na verdade, quando eu vi você, ou melhor o lobo, ai deitado, indefesso, todo machucado, rosnando pra mim – ele ri – eu percebi que você vai precisar de mim para cuidar das suas feridas. – Miguel o olha mais incrédulo ainda, sem entender direito. – eu sei que faz pouco na verdade pouquíssimo tempo, isso me soa estranho até pra mim que sempre fui controlado, mas eu gosto de você Miguel, mesmo você sendo um gigante e feroz lobo cinza nas noite de lua cheia, eu descobri que gosto muito de você, e não poderia te abandonar quando você mais precisou de alguém do seu lado!

- Nossa – Miguel estava com lagrimas nos olhos – desculpa, eu ...

- Você não tem do que se desculpar, eu não sei como nem porque você fez o que fez ontem, mas você me salvou, como eu poderia ir embora depois disso, depois de você lutar contra seu próprio instinto para me salvar.

Miguel o abraça emocionado:

- Só tem uma coisa Miguel, você está pelado, eu to com um tezão do caralho e você me abraçando assim a coisa não fica fácil!

- E quem disse que é pra ser fácil – Diz Miguel com um olhar pervertido.

Miguel agora senta no colo de Fernando o beijando com calma e carinho, passa suas mãos pelo cabelo de Fernando, logo descendo pelo pescoço e pelas costas, então ao chegar na cintura, começa a subir a camisa do outro para cima, lentamente, até tira-la por completo, revelando o peito definido e cheio de pelos negros, então ele começa a descer com a boca, beijando o pescoço, descendo para seu peito, chegando aos mamilos, fica revessando de um para outro, enquanto Fernando se contorce de prazer, Miguel então desce mais, fazendo todo o trajeto da barriga do outro até chegar ao cós da calça, então continua a beijar por cima da calça sentindo um grande volume de dentro dela, ele então começa a baixa-la, seus olhos miravam os olhos de Fernando que o olhava em meio a sensações de prazer, Miguel tira toda a calça de Fernando, revelando uma cueca branca em contraste com as coxas morenas e cheia de pelos, Miguel roça novamente a boca no membro de Fernando por cima da cueca, fazendo o outro gemer em meio a afagos, logo então tira também a cueca do outro revelando um membro grande e duro, moreno como o resto do corpo de Fernando, e também com muitos pelos ao redor, Miguel então colocou sua boca percorrendo toda a extensão do membro, seus olhos ainda estavam fixos aos de Fernando que agora nem os abria mais, estava totalmente entregue, e Miguel se aproveitou disso, passando sua língua em toda a virilha do outro intercalando com mordidas suaves que faziam o outro delirar, Fernando então se joga para trás deitando no sofá, Miguel se acomoda melhor entre as pernas do outro, enquanto suga o membro passa suas mãos pelo peito do outro, em meio a arranhões e apertos.

Depois de muito feito no membro de Fernando ele sente o outro tendo seus primeiros espasmos, antecipando um gozo, Fernando percebe também e tira a cabeça de Miguel de seu membro, Miguel sobe sua boca pelo peito do outro, chegando até a boca de Fernando, ele sobe então no colo de Fernando e roça seu membro também rizo no de Fernando que joga a cabeça para traz, Miguel então beija o pescoço do outro e começa a roçar seus membros um no outro, e com sua mão ajuda a masturbar o membro do outro com o seu, depois de um tempo seus espasmos também começam, mas Fernando não aguenta e lança seus jatos de prazer sobre o próprio peito e também o de Miguel, depois Miguel também sente seu membro jorrar, e lambuza novamente o peito dos dois, Miguel então cai sobre o peito do outro, seus corpos se unem como um só, Fernando também sente o cansaço em seu corpo, sente o peso do corpo de Miguel sobre o seu, sente o liquido entre eles, mas isso não o incomoda.

Ele olha para Miguel, está com os olhos fechados:

- Está dormindo?

- Não! Mas se tivesse, você teria me acordado!

- É que eu tenho de ir trabalhar, e você precisa dar queixa do que ouve aqui!

- Ta – Miguel levanta sua cabeça e o olha – e o que eu digo que um lobo gigante invadiu minha casa e eu o joguei pela janela, ou eu seria taxado de louco ou de mentiroso! Não quero nem um desses, já tenho outros para me preocupar.

- Ta certo lobinho!

- Viu, esse já é suficiente!

Fernando ri, Miguel então se levanta, olha para seu peito, depois para o de Fernando, ri também:

- Acho que antes de ir trabalhar você vai ter de tomar um banho!

- Boa ideia, melhor ainda se for acompanhado! – ele olha com um olhar safado para Miguel:

- Seria sim uma ideia maravilhosa, mas dai nem eu nem você íamos trabalhar hoje! – eles riem juntos.

Miguel vai até seu quarto, Fernando se dirige ao banheiro, Miguel lhe leva uma toalha, e quando Fernando sai vestindo as mesmas roupas do dia anterior Miguel entra tomar seu banho, ao sair da de cara com Fernando o esperando na porta do banheiro:

- Eu estou indo, mas tome cuidado, a noite eu volto!

- Tomar cuidado com o que, pelo que você me contou eu pus aquele lobo para correr.

- Por isso mesmo, imagino que ele vai voltar!

- Provavelmente, mas se ele foi a causa de eu me transformar ontem, eu me transformarei novamente, eu li algo sobre isso em minhas pesquisas, a presença de um lobo causa algo em nosso sangue, não sei direito, só sei que força nossa transformação mesmo a lua não tendo força total.

- Mas se a lua não tem força total como ele se transformou?

- Pelo que li, ele deve ser o líder da alcateia, o que faz com que a lua seja muito mais forte nele em todos os dias!

- Alcateia?

- Sim, é tipo um grupo, ou sei lá, o lobos se reúnem, eles nunca andam sozinhos, pois apesar de o lobo ser um animal solitário, a alcateia lhe oferece algo mais parecido possível com uma família, e os que escolhem viver solitários são sempre um perigo para as alcateias, e o que causa perigo, é o medo do diferente, de como um lobo possa viver bem solitário, isso fere toda a estrutura do bando.

- Então eles querem te matar? – pede Fernando preocupado:

- Ainda não – Miguel ri irônico – eles primeiro vão querer que eu me junte a bando deles, ai se eu me recusar, ai sim, eles tentaram me matar!

- Mas isso é sério Miguel – Fernando pensa um pouco – eu vou colocar seguranças na sua casa.

- Claro que não, você viu do que são capazes, eles não tem, ao contrário de mim, medo de se expor, eles não estão nem ai se serão vistos, então isso coloca gente em perigo, por isso eu sempre fico pouco tempo em cada lugar, quando um bando me encontra eu vou embora para outro lugar.

- Você vai embora – Fernando o olha nos olhos tentando ler o que passava no íntimo de Miguel.

- Não – fala exaltado – ainda não – diz mais calmo, quase como um sussurro – vai você precisa trabalhar, a noite nos vemos. – Fernando olha estranho – vai, eles só aparecem a noite, durante o dia eu estou seguro.

Fernando se vira de costas e vai em direção a porta, saindo em seguida, Miguel corre até ele, mas apenas a tempo de vê-lo sair em acelerado com o carro.

O dia passa normal, pelo menos sem a notícia de mais nenhuma morte, o que era ótimo referente aos últimos dias, passou pela cabeça de Miguel que o responsável pelas mortes fosse o lobo que lhe atacou, mas se comentasse essa suspeita com Fernando ele ficaria ainda mais preocupado, ele até pensou em ligar para Fernando, mas achou melhor não, ele não estava afim de se envolver sério com alguém no momento, ele curtia estar com Fernando, era até certo ponto estranho o outro “aceitar” tão bem o fato de ele ser um “lobisomem”, mas preferia não pensar nisso, pois o fato de ele aceitar o tornava ainda mais especial, mas mesmo assim Miguel não queria se apaixonar por Fernando, pois toda vez que isso acontecia, no fim o sofrimento era ainda maior quando precisava ir embora, e isso sempre acontecia, até que decidiu não mais se apaixonar, com Guilherme fora somente curtição, ele era um menino comparado a toda a experiência de Miguel, mas foi só curtição.

Mas Fernando estava sendo diferente, ele nunca se revelará a ninguém, e por mais que o fato de Fernando saber não foi proposital, mesmo assim, tudo deixava a situação mais complicada. Ele não queria admitir, até mesmo pelo pouco tempo que o conhecia, mas em seu íntimo, algo era diferente com Fernando, e não só pelo fato dele ser um homem tão bonito e másculo, o que realmente o atraia em outra pessoa, mas com Fernando parecia ter algo mais, ele tentava evitar pensar no assunto, mas quando parrou para pensar não queria aceitar a verdade. No fundo ele sabia, pois o simples fato de esperar a noite chegar para com ele Fernando ir a sua casa, isso já era uma amostra de sua real intenção, e não era só pelo sexo, que por si só já era fabuloso, era a presença do outro, tudo no outro o deixava abismado, como nunca tivera por ninguém, mas mesmo assim era melhor evitar!

A noite chegou de mansinho, Miguel já estava apreensivo, Fernando não viera, ele estranhou, mas era melhor assim, cortar no início, antes que fosse tarde, e alguém se machucasse.

A noite passou tranquila, Miguel se acorrentou, pois era a quinta noite da lua, mas nada aconteceu, nem a presença do outro lobo, nem transformação, nem uivo nem nada, ele então se desacorrentou e foi dormir em sua cama.

E assim passou quase um mês, Fernando não apareceu mais, nos primeiros dias Miguel sentiu pela falta do outro, depois acabou concordando que fora melhor assim. Até pensou em procura-lo, mas pra que? Com qual motivo? Eles nunca tiveram nada, foi apenas sexo, apenas isso, era o que Miguel tentava se convencer.

Já era lua cheia novamente, a primeira das sete noites, saiu mais cedo do trabalho e foi para sua casa, as correntes já estavam preparadas, ele teve de comprar correntes novas depois de ter arrebentado elas na noite em que o outro lobo veio lhe “ver”, ele ainda não entendia como tinha arrebentado a prata, isso nunca acontecerá, e nunca soubera de outro caso parecido, as queimaduras e cortes foram profundos e por mais que Fernando tenha tratados deles logo, demoram para cicatrizar, nem mesmo a lua conseguiu cura-los com rapidez, ele ainda via as marcas em seus pulsos e pernas e também no peito, e isso lhe trouxe a lembrança de Fernando. Pensara no outro todo os dias do mês que não o viu, chegará até a sonhar com o outro, até teria mesmo o procurado, mas seu orgulho não permitiu, e hoje mais um noite de lua cheia, a sua fera interior iria novamente se libertar.

Quando estava pondo as correntes em seu corpo a campainha tocou, ele já estava apenas de cueca, então ficou em silencio, a campainha voltou a sonar, e ele permaneceu em silencio. Então mais nada, provavelmente fora embora, agora sim, voltou sua concentração para as correntes e cadeados, já havia fechado todos, jogado a chave a uma distância considerável, então a porta de seu quarto abriu, e Fernando passou por ela, sério olhou para Miguel;

Miguel não entendeu, nem a cara do outro, nem o por que dele estar ali, ainda mais daquela forma, ele havia invadido a sua casa, e por que para Miguel isso não fosse nada, ele não aceitava o outro ter sumido por quase um mês, e depois do nada aparecer, invadir a sua casa e ainda estar com aquela cara mau humorada:

- O que você ta fazendo aqui, e porque você invadiu a minha casa?

Fernando sentou na beirada da cama, e ficou ali, olhando para Miguel, ainda sério, quando falou pela primeira vez:

- Eu vim garantir que você não mate ninguém esta noite!

Comentários

Há 1 comentários.

Por Tyler Langdon em 2016-10-24 02:40:26
Uai, fiquei confuso. Aiai, tava tudo tão bom shausha Esperar pelo próximo né