Cap. II,I:

Conto de Salém como (Seguir)

Parte da série DESEJO DE SANGUE

- Fernando, me desculpa – ele se aproxima – é que isso nunca aconteceu! -

- O que, beijar alguém?

- Não – ele faz uma pausa – eu nunca falei para ninguém, nunca tive opção, nem coragem, sabe isso não é uma coisa que você diga em uma roda de amigos, ai você vem, me ve virando o mostro que eu sou, e continua aqui. Isso é novo pra mim!

- Escuta – Fernando se aproxima dele colocando sua mão no cabelo do outro – você não é nenhum mostro, se fosse não se preocuparia em ferir os outros ferindo a si mesmo, se prendendo em correntes de prata, esse é o maior gesto de humanidade que alguém poderia fazer por seus semelhantes. – ele faz uma pausa – E que saber, pra mim isso também é novo, eu nunca beijei nenhum homem depois dele ter passado a noite transformado em lobo – ele ri, se aproxima de Miguel e o abraça, quando vão se libertando, ele se olham novamente nos olhos, se vendo um no olho do outro, então novamente o beijo aconteceu. Mas desta vez diferente da anterior, foi calmo, sereno, tranquilo, seus lábios se tocaram, logo a língua de um alcançou a do outro, suas mãos passeavam uma pelo corpo do outro, Miguel sentia cada musculo de Fernando ficar cada vez mais rijo, suas mãos percorreram as costas do outro, seus ombros largos, voltando ao seu cabelo, já Fernando fez o mesmo trajeto nas costas do outro, passeava livremente por sua cabeça, desceu até os ombros, passando lentamente costas até chegar as nadegas do outro, onde apertou com força, um gemido foi ouvido e acalentado pela boca de Fernando, e assim ficaram por um tempo até Miguel perder o folego:

- Olha eu acabei de passar a noite como lobo, minhas forças foram todas embora junto com a criatura.

Eles então se separam.

- Eu já vou indo então, afinal tivemos mais um assassinato, preciso investigar, já são 3 em pouco tempo.

- Certo, já que eu não sou mais suspeito, você ficou sem nenhuma alternativa não é!

- Pois é!

Fernando sai pela porta, Miguel fica no meio da sala, até se lembrar que tinha que ir trabalhar, subiu ao seu quarto, trocou de roupa, foi para eu carro e saiu, o transito estava lento como sempre, o que não atrapalhou Miguel de lembrar de tudo o que acontecera pela manhã, muitas notícias boas em uma manhã só, ele não era o assassino, o fato de ser um lobo, não atrapalhou de ter uma bela recepção do seu detetive pela manhã, claro, ainda havia um assassino terrível a solta por ai, e isso era preocupante, mas não tanto quanto não saber se o assassino era ele.

O dia transcorreu calmo e tranquilo, sem grandes novidades, a menos pelo assassinato que já estava em todos os meio de comunicação, não pelo fato, mas sim pela quantidade, como o detetive falara eram 3 em pouco tempo, e todos de uma forma terrível, o que marcava se um assassino em série, com sangue frio e escrúpulos algum.

A polícia não tinha suspeitos, pistas ou qualquer coisa, era quase calamidade pública, se tratando de uma pequena cidade, era quase um caos coletivo, o que não impedia das pessoas saírem, fazerem compras, passearem com seus animais de estimação, todas com mais cautela, mas como todos os assassinatos aconteceram a noite e com as vítimas em suas casas, a rua não era perigosa, na verdade era mais segura que a própria moradia de cada um.

A diferença com as outras vítimas que já estavam na terceira idade, esta era uma mulher de 30 anos, mas também solitária, era como se o assassino as escolhesse por esta caraterística, já os outros traços eram os mesmo, muito sangue, partes do corpo espalhados por toda a casa e quintal, arranhões na pele infringidos pela própria vítima, até mesmo a suspeita de um vírus chegou a se espalhar, mas sem grande força ou consistência. O caso era de assassinato mesmo.

A noite chegava vagarosa, parecendo que até mesmo ela estava com medo de aparecer, Miguel já estava em sua casa, pronto para se acorrentar, não sabia se aconteceria esta noite, já era a terceira lua cheia do mês, mas como sempre preferia não arriscar, quando a campainha toca, ele já estava de cueca e mais uma vez pensou em fingir não ter ninguém, mas ai ouviu uma voz conhecida:

- Ei Miguel, você pode abrir a porta, ou terei de arromba-la de novo?

- Estou indo! – ele então abre a porta dando passagem a Fernando – eu achei que uma noite do terror basta-se pra você!

- Não se menospreze – Fernando o agarra pela cintura – você é um lobo lindo! – então Fernando o beija.

- Pelo menos quando não estou tentando lhe comer!

- Bom, depende de que forma não seria tão mal assim - ele ri, dando mais um beijo longo e intenso.

-Ta bom senhor certinho, para aquele detetive durão você fica bem diferente entre 4 paredes.

- Você não viu nada – novamente ri irônico.

- Ta bom, chega disso, eu preciso me acorrentar.

- Deixa, eu te ajudo. - Miguel olha para ele sério:

- Você tem certeza disso?

- Claro, foi por isso que eu vim – ele faz uma pausa – eu tenho uma certa tara por masoquismo.

- Você sabe o quanto isso é estranho vindo de um detetive? – questiona Miguel com a sobrancelha arqueada:

- Mais estranho do que um homem virando lobo, nem vem – eles andam até o quarto, Fernando então pega a corrente e passa pelos pés de Miguel enquanto este o auxilia, depois passa pelo tórax e depois nos braços, então se afasta com a chave no bolso – e agora?

- Agora nada, pra falar a verdade, eu não sei se vai acontecer, a lua é muito forte nas duas primeiras noites, mas a partir da terceira ela já não age com tanta força, na maioria das vezes eu nem me transformo, mas eu prefiro não arriscar!

- E você faz isso, de se acorrentar, desde quando?

- Desde que eu descobri que a prata tem este poder de prender a fera, mas antes disso acordei muitas vezes sem roupas, arranhado, machucado e tudo mais, mas ai quando anoitece eu me curo novamente, a lua tem este poder, mas foi muito tempo assim, até descobrir das correntes.

- Mas isso não tem cura nem ...- Miguel o interrompe:

- Nada, nem cura, nem como evitar, é o que eu sou, faz parte de mim, não tem como tirar nem como separar, o que você imaginar, eu já tentei, já pesquisei, e nada, o único que posso fazer é evitar de machucar outras pessoas.

- Uma batalha eterna!

- Sim, eterna.

Comentários

Há 1 comentários.

Por haryan em 2016-10-18 00:26:41
muito legal. mas ja estou curioso para saber quem é o assassino....