Capítulo II - Primeiras Impressões

Conto de Pete Cyrus como (Seguir)

Parte da série Unconditionally

Minha expressão mudou, ele havia REALMENTE me assustado.

- Você é sempre assim? - ele perguntou parecendo zombar de mim.

- Eu? Assim como? - disse tentando parecer o menos alterado possível.

- Tá de sacanagem comigo. - ele sorriu e passou a mão no rosto. - Claro que é você só estamos nós dois aqui. Você é sempre assustado desse jeito?

- Ah claro! - sorri tentando não parecer um idiota. - É você realmente me assustou. - baixei o rosto como sempre fazia em situações embaraçosas, maldita timidez!

- César! Meu nome. - afirmou ele vindo de encontro a mim para um abraço. Não tenho palavras para descrever, o que estava acontecendo comigo? Seus braços eram fortes, seu abraço apertado demais, para um cumprimento, seu perfume me deixava confuso. Tentei pronunciar algumas palavras:

- Prazer meu nome é Vinic... - fui interrompido.

- Já sei o seu nome. - sussurrou, pondo o dedo indicador na minha boca. - Tem outra coisa que preciso saber...

Imediatamente sua boca encostou na minha, e seus braços, não sei como se enroscaram em minha cintura, ele sentou-me na bancada da pia, e me deixei levar por aquele beijo. Eu nunca tinha feito aquilo ainda mais com um garoto, mas foi tão instintivo, que quando abri a boca, buscava Cesar, seja lá quem ele fosse. Após um tempo mergulhado naquelas emoções, minha consciência me traz de volta a realidade, como eu estava fazendo aquilo? O que estava sentindo? Empurrei ele com todas as minhas forças, e sai correndo corredor afora, até tropeçar em um homem alto de uniforme que vinha pelo corredor.

- Olha por onde anda garoto! O que está fazendo fora da sala? Imediatamente para sua sala. - ele berrou.

Somente assenti com a cabeça, ele não me deu tempo nem para que respondesse.

Quando cheguei na sala Cesar não estava lá, e todos pareciam estar dormindo.

- Que demora esse banheiro hein! - cochichou Julia.

- Ah to me sentindo um pouco estranho!

- Cê tá bem? - Julia pareceu preocupada.

- Tô sim! - era só o que conseguia responder por hora.

As aulas transcorreram normalmente naquele dia, não vi mais Cesar, nem no intervalo, porém na hora de ir embora algo que eu realmente não esperava aconteceu. Logo após me despedir da Ju (ela disse que se sentia melhor sendo chamada assim), estava caminhando em direção a parada para pegar meu ônibus, quando vejo um Audi preto vindo em minha direção em alta velocidade, tentei desviar, mas era tarde, o motorista tentou parar, mas acabou me derrubando, senti uma dor muito forte no meu tornolezo. Assim que passei a mão no meu rosto, senti um líquido quente, e só então percebi que era sangue, quem me conhece sabe que toda vez que vejo sangue desmaio, é bobagem, mas?

-Vinicius, tu ta bem cara? - uma voz distorcida ecoava na minha cabeça.

Eu abri os olhos devagar, não sabia onde estava, mas percebi que quem falava comigo, era aquele menino da minha sala, o Rodrigo.

- To bem, onde estou?

- Cara foi mal, mesmo eu tipo...te atropelei, você tá no hospital, o médico disse que foi uma torção no tornozelo, pela queda, e um pequeno ferimento na cabeça. - ele parecia assustado.

- De boa, eu to bem, tenho que ir embora, devo ter perdido meu ônibus, merda! - resmunguei enquanto me levantava.

- Calma cara, você podia ter morrido, e tá preocupado com o ônibus, eu te deixo em casa, é o mínimo que posso fazer. - ele sorriu, eu pude ver melhor seus olhos verdes.

Assim que entrei no carro percebi que era novo, sentei no banco do carona, e mais uma vez não sabia o que dizer, maldita timidez! Ele acelerou e continuamos em silêncio, dei as instruções de como chegar em minha casa, e permaneci em silêncio.

- Olha desculpa pelo acidente, foi muito mal mesmo! - ele sorriu sem jeito.

- Imagina, eu estava distraído também, se tivesse prestado atenção, não teria acontecido.

Nossa porque toda vez que a gente precisa, fica sem saber o que dizer, aquela era uma situação extremamente embaraçosa, tive vergonha alheia de mim mesmo, será que é possível?

Resolvi quebrar o silêncio.

- Então, você dirige sem habilitação, digo, é menor? - sempre sem jeito com as palavras.

Ele sorriu. - Não eu já sou maior cara, é que digamos que não tenha muita intimidade com a escola, estou fazendo só porque se não meus pais acabam com minha vida boa.

Nossa ele era sincero, fiquei sem palavras.

- Ta entregue! Peço desculpas novamente! - disse ele após estacionar o carro em frente a minha casa.

- Imagina, obrigado pela carona. - desci do carro e antes que pudesse vê-lo novamente ele já tinha arrancado.

Cheguei em casa, e assim que fui ver o celular, tinha duas chamadas da minha mãe, e um SMS da Ju.

Vi, hj a noite vai ser o niver de uma garota lá da escola, ela me convidou, ai qm sabe um carinha legal como vc pudesse me acompanhar. Aguardo resp. XOXO

Talvez fosse ser legal, quem sabe eu também não veria o Cesar por lá, mas a pergunta era como despistar minha mãe. Liguei para ela e pedi com jeito, no início ela disse não, mas com um pouco de insistência após ela ligar para os pais da Ju, e quem sabe os antepassados dela até a quinta geração, rolou. Estava ansioso, mas o jeito era esperar até mais tarde.

Comentários

Há 3 comentários.

Por Cyruz em 2014-08-12 08:30:52
Já acompanho. Imagino que ele fique dividido entre o César e o Rodrigo.
Por Pete Cyrus em 2014-07-26 16:08:22
Obrigado gente! Continuem acompanhando novo capítulo postado.
Por Anderson P em 2014-07-24 23:46:27
Gostei do conto, vou acompanhar.