Capitulo 8

Conto de PedrãoC como (Seguir)

Parte da série O Amor Nunca Morre

Meu caro "Red" e bom ter você de volta, mas calma, a história vai se desenrolar ainda muito mais ! Abraços.

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Ficamos conversando mais um pouco e viemos embora, elas me deixaram em casa, e partiram em direção a casa delas que não ficava muito longe da minha. Entrei correndo pra poder pegar meu celular e mandar mensagem pra Ricardo, mas lembrei que o dele havia estragado e ele so iria ganhar outro depois do Natal. Pelo visto eu teria que esperar ate o dia seguinte pra saber o que tinha acontecido mais isso não me deixava nem um pouco a vontade, pelo contrário, so me deixava mais nervoso. Eu quase não dormi direito mas o tempo passou e la estava eu e Cami esperando a Van pra irmos para escola, a Julia também ia na Van, por que nessa época a mãe dela era muito atarefada e essa era a alternativa mais simples para ambas, a van chegou, subimos e fui ao encontro da Julia que estava em uma das poltronas do meio, cumprimentei-a e sentei do seu lado, cerca de 15 minutos depois já estávamos na escola, fui direto pra sala mais Ricardo ainda não havia chegado, me sentei no lugar de costume e fiquei apreensivo esperando que ele chegasse logo e me conta-se o que havia acontecido, a professor já estava na sala quando ele chegou, nossos olhares se encontraram, e ele ao invés de sentar do meu lado como de costume, sentou-se la na frente, as aulas pareciam que não passavam, quando deu o primeiro intervalo, ele saiu apressado da sala, e eu correndo atrás dele :

- Ei, ei – eu disse puxando o braço dele

- Oi Ca – o rosto dele estava inchado, parecia que tinha chorado a noite inteira

- O que ta acontecendo ?! – perguntei preocupado – você tava chorando ?!

- E que... – nesse momento senti que seus olhos se voltarem para outro canto e eu os acompanhei e vi que eles se dirigiam para Theo, que ao ver que eu havia olhado, fingiu estar mexendo no celular – minha mãe queria que eu procurasse uma coisa pra ela la em casa

- Mas como que ela te ligou se celular estava estragado ?! – perguntei duvidoso

- E que..- ele pensou – ela ligou no fixo, como ela sabe que eu vivo na sua casa mesmo – disse ele dando um sorriso singelo

- Ta bom então – eu disse mesmo desconfiando de algo – então, vamos lanchar ?

- Eu vou na biblioteca, na saída a gente se vê, beleza ? – disse ele já saindo

- Ta bom então – respondi meio triste vendo meu melhor amigo saindo e me deixando sozinho ali plantado

O resto das aulas passou ate que relativamente rápido, tão rápido quanto a saída de Ricardo no final das aulas, eu nem mesmo vi ele saindo da escola ou ate mesmo da sala. Ficamos parada na entrada que possuía alguns bancos e arvores espalhadas, eu estava com a Ju, e a Cami com algumas amigas em uma rodinha mais na frente e tinha mais outras pessoas que também iam na van, além de outros alunos esperando seus pais. Vejo Theo todo sorridente vindo em nossa direção :

- Eai Ca, vai fazer o que hoje ? – perguntou ele

- Acho que vou na casa do Ricardo, ele ta muito estranho esses dias – respondi meio apreensivo

- Você em, não larga desse Ricardo, bora fazer alguma coisa so a gente – ele disse já agoniado

- Uai Theo, não estou te entendendo, por acaso você sabe que ele e meu melhor amigo ?! – perguntei arqueando minha sobrancelha em tom de ironia

Ele engoliu em seco e ficou meio sem graça depois da minha reação, eu percebendo fiquei um pouco sentido pela forma que usei minhas palavras

- Desculpa, e que.... – tentei falar quando fui interrompido

- Não tudo bem, tudo bem – disse ele balançando a cabeça – eu entendo, eu so queria poder te um espaço também

- Para Theo, e por que eu to preocupado, ele ta muito estranho e nunca foi assim ! Vai la em casa hoje pra gente assistir um filme a Ju talvez vai também – eu disse soltando um sorriso leve

- Ta bom, vou ver – disse ele caminhando em direção a rua, parecia que seu pai havia chegado para busca-lo – qualquer coisa apareço la – disse ele acenando para min

- Ta bom – respondi, devolvendo a despedida

A van chegou e todos que iam nela subiram e se acomodaram, fiquei o caminho escutando musica com a Julia e rindo muito das nossas vozes incrivelmente ruins. Desci e fui correndo almoçar por que tava varado de fome, por sorte Dona Martha, havia mandado preparar um bife bem passado do jeito que eu adorava e eu logico devorei sem pensar duas vezes. Era pra Theo e Julia chegarem por volta das 14:0hrs mais nenhum dos dois apareceu, e assim seguiu o resto da minha semana, a Julia tava envolvida demais com a viagem que faria pra Disney de presente do aniversário de 15 anos, o Ricardo nunca mais falou comigo e eu fiquei apenas seguindo aquela rotina chata sem nenhuma animação, ainda mais por se tratar da ultima semana do ano. Chegou a sexta-feira e com ela ansiedade e medo, eu tava com medo de perdeu meu melhor amigo, mas não era so isso, algo me preenchia e me fazia sentir vazio, sentia uma mistura de sentimentos que nunca senti com ninguém, a ausência dele chegava a doer. Eu não aguentando mais e vendo que faltava apenas mais uma aula pra acabar tudo e nos despedirmos para as férias então decidi tomar uma atitude e ir falar com Ricardo. A aparência dele estava horrível, cabelo bagunçado, olhos fundos e o rosto inchado, parecia ate que estava com alguma doença ou algo assim, aproveitei a saída de um professor pra ir na carteira dele la na frente:

- Rick – chamei ele que estava com a cabeça baixa

- Oi – ele respondeu levantando a cabeça

- Se ta bem ? – perguntei preocupado

- Eu to sim, apenas uma virose – ele respondeu timidamente

- Eu vou la na sua casa hoje – disse seriamente

- Não Ca, e que... – interrompi ele antes que ele terminasse

- Não coisa nenhuma, esteja lá por que eu vou aparecer la – disse saindo pois vi que o professor estava entrando na sala

- Ta bom – ele respondeu mostrando um sorriso que eu sentia tanta saudade

A aula acabo e eu não via a hora de chegar a tarde para poder ver o Ricardo e entender o que estava acontecendo, eu não marquei horário justamente pra ele nem pensar em inventar uma desculpa, eu iria descobrir o que estava acontecendo com ele, e não passaria de hoje. Ricardo não morava muito longe da minha casa, cerca de uns 500m mais ou menos, a diferença ficava apenas entre uma avenida que separava nossas quadras, aproveitei minha bike nova e segui para casa dele, quando estava já próximo, vi Theo passar, voltando na direção que era da casa dele, mais pensei que algum parente ou amigo morava por ali também. Segui em direção a casa de Ricardo, bati a campainha e esperei cerca de 10 minutos, bati novamente ate que o portão se abriu, acho que ele percebeu que se tratava de min e abriu, estava entrando sorridente quando vejo ele, chorando nas escadas :

- Para ai – ele gritou chorando

Eu me assustei e por ali mesmo fiquei, não tive nenhuma reação, apenas me paralisei como se alguém tivesse me congelado

- Vai embora – ele disse

- O que ? – eu perguntei sem entender o que estava acontecendo

- VAI EMBORA – ele gritou se acabando em lagrimas

Eu não entendia nada, minha garganta secou eu meus olhos se encheram de lagrimas, eu estava prestes a chorar

- Mas Rick, você e meu melhor amigo – eu disse quase chorando – deixa eu te ajudar

- Você não sabe nada de min – disse ele chorando – eu não sou seu melhor amigo e você também não e o meu, você não e nada pra min

Neste momento parecia que eu havia levado um soco na boca do meu estomago, parecia que me chão tinha sido tirado e eu estava apenas sendo enforcado

- EU TE ODEIO – ele gritou caindo no chão – EU TE ODEIO

As lagrimas desciam como se uma barragem houvesse sido rompida, eu não conseguia parar, meu peito ardia feito brasa, e minha visão estava meio que embaçada. Eu peguei minha bicicleta e estava saindo quando escutei o ultimo grito de dor de Ricardo, parecia que ele tinha quebrado um braço, ele chorava e gritava, eu não entendi, nunca havia visto ninguém assim. Eu apenas comecei a pedalar a bicicleta, minha visão estava turva de tantas lágrimas, quando de repente uma buzina me acorda, um carro quase me atropelou, eu estava em choque, estava com uma dor que nunca havia sentido antes e nem sabia por que aquilo estava acontecendo, e muitos menos comigo, Ricardo sempre foi tão atencioso, e nesse ultimo ano ele estava sendo tão carinhoso comigo. Cheguei em casa quase com uma sensação que iria morrer, entrei no meu quarto, tranquei a porta e desabei, aquilo era o que eu precisava, colocar tudo pra fora, pra ver se aquela dor passava, aquela dor que pareciam que estavam perfurando meu peito, uma dor insuportável. Acabei acordando no outro dia apenas, não queria sair do meu quarto, fiquei ali o dia inteiro, não senti fome, nem sede e nem nada, so queria que aquela dor diminuísse e nunca mais voltasse, levantei no domingo pela madrugada, sai do meu quarto e vi que alguém tinha deixado um sanduiche de presunto e um suco de laranja. Peguei e devorei aquele lanche, depois avaliei tudo, e percebi que eu tinha que seguir com minha vida, tomei um banho e fiquei mais um pouco deitado escutando musica, como era domingo a Cami não iria acordar cedo e Dona Martha não vinha aos domingos, so quando meus pais estavam aqui, o que era raro. Desci pra piscina e fiquei la tomando sol ate umas 10:00hrs quando decidi ir fazer o almoço, já se passavam das 11:00hrs quando Cami levanto assustada, e toda descabelada :

- Meu Deus que susto – disse ela colocando a mão no coração – achei que você tinha sumido

Soltei um sorriso de canto e voltei minha atenção para comida que estava preparando : uma macarronada

- O que aconteceu Ca ? Eu vi você entrar chorando mais quando fui atrás você já havia trancado a porta e so conseguia ouvir seus soluços – ela disse preocupado

- Ai Cami, tanta coisa , nem sei por onde começar – eu disse sinceramente

- Nem precisa, eu já sei que foi com o Ricardo

- Como você sabe ?! – perguntei espantado

- Primeiro por que você não e de chorar por qualquer coisa, e segundo ele basicamente mora aqui mais não vejo ele desde aquele domingo passado – ela disse dando de ombros

- E realmente você me conhece – eu disse forcando um sorriso – mais o pior Cami que eu nem sei o que fazer !

- Depois você me conta irmãozinho, mas lembra que tudo tem um por que, então fica tranquilo – ela disse me abraçando e me dando um beijo na bochecha

- Espero, espero mesmo !

Continua...........

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