Capitulo 2

Parte da série O Amor Nunca Morre

Agradecimentos :

Obrigado a "Um alguém" e ao "Red" vocês me inspiraram a escrever, muito obrigado mesmo, de coração !

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Eu me endureci por completo, pude sentir meu coração parar por um momento, meu sangue esfriou e no meu estomago parecia haver pedras de gelo. Não sei como ele conseguia causar essa reação em min, era surreal, acho que me espantaria menos se fosse um assaltante. Ele continuou com um sorriso torto mesmo vendo que eu estava congelado, ele continuo vindo em minha direção, e neste exato momento eu acordei do meu transe e dei um passo para trás.

- Fica parado ai – eu disse

A expressão do rosto dele mudou de um sorriso tímido para uma cara de tristeza, e eu não pude evitar que meu coração batesse mais forte naquele momento mesmo sentindo toda raiva que eu sentia.

- Oque você ta fazendo aqui ? – perguntei calmamente

- Eu vim te ver, e se soubesse que você estava assim tinha vindo o quanto antes – ele respondeu

Meu rosto parecia que pegaria fogo, e senti meu rosto corar, apesar de não ser tão branco minha pele morena clara não disfarçava a vergonha que aquilo me causou.

- Vai embora agora – falei engolindo seco

- A gente precisa conversar

- A gente não tem nada que conversar – Falei já gritando olhando em seus olhos

Ele deu mais um passo em minha direção, eu levantei o jarro mostrando pra ele o que eu poderia fazer caso ele se aproximasse mais de min. Ele olhou para minha mão e deu um passo para trás de volta.

- Ca, eu .......

- Não me chama assim – gritei novamente sentindo minha garganta secar e meus olhos marejarem

- Carlos, eu preciso te explicar o que aconteceu a 3 anos atrás, você entendeu tudo errado.

- Eu entendi tudo errado – nesse momento não pude controlar a raiva e estava agora eu caminhando em sua direção – você ta ficando louco ?!

- Carlos, aquilo so aconteceu por que....

- Para – eu gritei – neste momento não pude controlar o choro e nem impedir que algumas lagrimas escorressem – por favor, para.

Ele agora me olhava com uma cara de preocupação e dó, mais eu não queria nem um sentimento que viesse dele, não mais, eu ainda não tinha superado o que tinha acontecido, eu comecei a tremer sem saber o porquê, e mais uma vez ele veio em minha direção, eu apenas levantei a mão para ele fazendo com que ele parasse.

- Por favor, vai embora, por favor

- Eu, eu....

- Por favor – naquele momento eu não pude mais controlar a emoção, mais deixei evidente a minha raiva, olhava em seus olhos com firmeza e segurança – eu não vou pedir outra vez

- Me desculpa, eu não queria causar isso em você

Percebi que seus olhos também estavam marejados, ele saiu andando de vagar olhando pra min, ate chegar as cortinas e desaparecer no meio da noite. Eu desabei, não aguentava mais segurar, chorava feito um menino abandonado, queria apenas um abraço, alguém pra me reconfortar. Me controlei e me forcei a levantar, fui ate a janela e a tranquei novamente, me arrependo intensamente de ter ensinado a ele uma forma de entrar na minha casa, ter deixado ele entrar na minha vida. Eu sentei no sofá ainda sem entender como e por que ele mexia comigo daquela forma. Me encostei no sofá e fiquei ali so de toalha olhando pro teto esperando a minha respiração se controlar novamente. Depois de um certo tempo, peguei meu celular e já se passavam das 21:30hrs, desliguei as luzes da sala e sai correndo para o meu quarto, tranquei a porta, fui ate o meu armário pegar alguma coisa para vestir. Peguei uma cueca box preta, liguei o ar e me joguei na cama, eu não parava de pensar nele, em como ele havia mudado, virou um lindo rapaz, um delírio aos olhos de qualquer ser humano, tentava desviar esse tipo de pensamento e fazia de tudo pra lembrar do que tinha acontecido, dessa forma a raiva vinha e eu poderia desviar daqueles pensamentos. A audácia dele me surpreendeu, nunca imaginei que ele teria coragem de vir na minha casa e ainda entrar por um lugar que eu ensinei a ele quando crianças. Peguei meus fones, me aconcheguei nos meus cobertores e fiquei ali esperando o sono chegar aos poucos, acordei por volta das 2:00hrs, tirei os fones e coloquei meu celular pra carregar, e voltei a dormir. Acordei por volta das 7:00hrs com o despertador do meu celular, depois daquele susto eu havia esquecido que tinha marcado com a Julia e o Theo, e eu precisava levantar pra organizar tudo. Me sentei, respirei fundo e levantei. Vesti um short fino que costumava usar pra jogar bola, e fui para o meu banheiro escovar os dentes. Desci e arrumei alguma coisa pra comer, tirei algumas carnes pro churrasco e liguei a hidromassagem da piscina. Olhei para o relógio e eram quase 8:00hrs, guardei as coisas do café da manhã, e subi para tomar um banho, coloquei uma sunga e um short de banho, uma regata azul claro e meus ósculos escuros. Apesar de estar meio abalado com que tinha acontecido na noite anterior eu tinha que parecer forte por que não poderia falar nada pra Julia, ela e meia esquentada e já pensaria em chamar a policia ou algo assim, isso me fez dar um sorriso bobo, imaginando a Julia gritando feito uma loca com ele e ameaçando chamar a policia. A piscina ficava atrás da casa, do lado esquerdo e do direito uma área coberta com uma churrasqueira e uma mesa enorme e outras menores. Como so estaríamos nos três eu não me esquentei muito em limpar tudo ou tirar muita carne, voltei para a cozinha e tinha acabado de colocar o arroz no fogo, quando a campainha toca:

- Oi

- Abre a porta bundão – era Julia do outro lado, demos uma pequena risada juntos.

- Não acha melhor colocar o carro pra dentro, você vai ficar aqui ate mais tarde mesmo.

- Ta bom, abre o portão grande então.

Ela colocou o carro pra dentro, desceu com algumas sacolas e veio ao meu encontro me abraçando e me beijando.

- Bom Dia

- Bom Dia – ela respondeu

Fiz um sorriso com os lábios e voltamos para cozinha, para terminarmos a comida.

- O Theo falou que vai chegar pelas nove por que ele não tinha feito a matricula ainda e tinha que fazer logo pra não correr risco de ficar sem vaga – ela disse.

- Que lindo, ele vem lembrar disso faltando 4 dias pras aulas começarem, tomara que tenha vaga na turma.

- Por falar nisso onde será que ele vai estudar ?

- Ele quem ? – eu perguntei mesmo sabendo de quem se tratava

- O Ricardo ué

- Tomará que não seja na nossa escola, tomará que seja no quinto dos infernos – falei zangado enquanto cortava os tomates com tanta força que parecia que iria quebrar a tabua de vidro

Julia ficou em silencio apenas me observando cortar os tomates, acho que ela de uma forma ou de outra entendeu o que eu tava sentindo e apenas consentiu. A campainha tocou novamente, deu pra ver pelo interfone que era o Theo, dei um sorriso pra Ju e ela retribui já apertando o botão para falar com ele :

- Ei, vai querer colocar o carro pra dentro, você vai demorar aqui mesmo – ela usou quase que o mesmo argumento que o meu, porem era por precaução, hoje tudo anda muito perigoso.

- Eu acho interessante, não quero deixar o bebe pegando sol aqui. – demos uma risada em conjunto e a Ju pegou o controle do portão.

Ele colocou o carro pra dentro e pegou algumas coisas que trouxe no banco traseiro. Eu sai na área com a Julia e abrimos um enorme sorriso pra ele, e ele retribuiu. Passou por ela e a abraçou, e depois fez o mesmo comigo me apertando parecendo que iria me estrangular. Eu gritei de dor e começamos a rir. O Theo era um cara muito bacana, cabelos castanhos e olhos meio cor de mel , um sorriso bonito, mostrando dentes alinhados e limpos, era pouca coisa mais alto que eu, cerca de 1,78 e um corpo muito bacana, primeiro por que era pé de academia e segundo por que jogava futsal frequentemente. Eu parecia um monstro perto dele e da Julia. Voltei para cozinha para terminar o almoço enquanto a Julia tirava a roupa pra pegar sol e o Theo arrumava a churrasqueira. Terminei e a Julia me ajudou a deixar tudo na região da churrasqueira, logo nos três estávamos apenas de roupa de banho, encostados na beira da piscina jogando conversa fora, quando o Theo falou :

- Ficaram sabendo que o Ricardo Rodrigues está de volta a cidade ?!

- Ficamos – a Julia disse – encontramos ele na churrascaria na terça-feira

Eu fiquei em silencio, não sabia se falava ou não o que tinha acontecido na noite anterior, dei um mergulho e fui parar no outro lado e sentei em uma espécie e “prainha”( uma região mais rasa feita para crianças geralmente) eles vieram atrás de min:

- Você ta bem ?! – Theo perguntou

- Claro – dei um sorriso tímido mais na verdade eu não estava

- Eu encontrei ele na escola hoje

- O que ? – eu a Julia perguntamos em uníssono.

- Uai, parece que ele tentou fazer matricula mas estava faltando alguns documentos, foi oque a moça da matricula me disse quando eu perguntei

- Tomara que ele não consiga – Julia disse

- Tomara mesmo – eu disse em seguida

Saímos da piscina e fomos almoçar, já eram quase meio dia e estamos famintos, a carne tinha ficado boa, junto com o arroz e o vinagrete que eu havia preparado. Comíamos e jogavamos conversa fora, em alguns momentos engasgamos com a comida de tanto rir, uma vez ou outra eu sentia um olhar de Theo em min, mais achei que fosse apenas saudade, já que passamos um bom tempo sem se ver. Theo era um típico garoto mulherengo, ao contrário de min que ficava com umas ou outras, ele sempre foi muito safado e tinhas umas brincadeiras sem vergonhas. Eu olhava pra eles dois ali, junto a min e me sentia tão bem que não poderia pensar em estar em um lugar melhor ou com companhias melhores. As horas foram passando e a Julia decidiu ir embora, Theo falou que ficaria mais um pouco pois não tinha nada pra fazer em casa e me ficaria fazendo companhia , despedi da Julia e entramos pra sala pra assistir tv :

- Como foi as férias ? – Perguntei entusiasmado

- Foram boas, so faltou você lá, quer dizer vocês – ele sorriu tímido, e eu sorri de volta dando um leve soco em seu braço

- E as garotas ?

- Ahh, se sabe ne ?! Umas ali outras ali, mas...

- Mas ?

- Nada comparado a estar com vocês

- Eu sei que você me ama cara – falei rindo e jogando uma almofada nele

- Amo mesmo – disse ele olhando seriamente em meus olhos

- É, é... – comecei a gaguejar por que aquilo de repente havia ficado estranho – Eu sei – disse sorrindo sem graça

- Eu vou tomar um banho, você quer banhar também ? – Perguntei já me levantando so sofá

- So se for com você – disse ele rindo me dando um tapinha na bunda

- Hahaha engraçadinho, cuidado com essa mão por que se não vou arrancar ela do seu braço

- Rum aiai – ele riu alto – isso eu duvido muito você fazer Ca.

Parei no pé da escada e olhei pra ele com os olhos semi serrados, com uma cara de “vacila pra você ver”, ele começou a rir e fez uma posição de lutinha como se me chamasse pra briga, eu virei de costas e continuei e subir ignorando a intimação dele. Entrei no meu quarto e fui logo tirando minhas roupas e ficando so de cueca, enquanto descia meu short olhei para trás e vi que Theo me olhava com uma cara de desejo, ele olhava meu corpo como se eu fosse uma zebra e ele o leão :

- Theo, pra onde você tanto olha meu filho ?

Ele saiu do transe que ele estava e ficou todo corado :

- É, é.... nada não, so pensando aqui mesmo – Disse ele envergonhado e fazendo uma cara de moleque levado

- Pensando em que ? – Perguntei cruzando os braços e arqueando minha sobrancelha em tom de duvida

- Quer mesmo saber ? – Ele veio andando em minha direção, mordendo o lábio inferior e me olhando de cima a baixo como se fosse me devorar.

- Aiai – disse virando de costas e saindo em direção ao banheiro

Ate que senti ele me puxar pela cintura e aproximar meu corpo do seu, ele me abraçava por trás enquanto eu gritava rindo pedindo pra ele me soltar, ele então parou de rir e eu pude sentir sua respiração em meu pescoço, eu estava entorpecido, ele me abraçando e respirando tão perto de min, eu estava ficando mole, me arrepiei todo com aquela situação, nem sabia o que estava acontecendo, quando de repente.

Continua......

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