Capitulo 1

Conto de PedrãoC como (Seguir)

Parte da série O Amor Nunca Morre

Fazia calor, como fazia calor, eu estava muito cansado, tinha acabado de chegar em casa, estava como de costume de toda segunda-feira jogando aquele vôlei com os amigos, as partidas geralmente começavam as 22:00 e rolavam ate as 00:30/1:00 dependo do ritmo. Eu estava muito feliz, meus pais viriam dormir em casa hoje e logo cedo poderia tomar café com eles. Eles não costumam muito ficar em casa, ambos são cirurgiões plásticos, viajam muito pelo país, as vezes um pra cada canto, mais geralmente ficam em Brasília, onde possuímos um apartamento. Tenho uma irmã, Camille, ela é um ano mais velha que eu e acaba de ser aprovada em Medicina na UFG( Universidade Federal do Goiás), a família toda esta muito feliz, principalmente meus pais que queriam que um de nós fizessem o curso, já que ambos fizeram e tomaram muito amor pela profissão. Ela também está aqui, mas amanhã já parte com eles para arrumar as coisas necessárias pra sua nova jornada. Eu me chamo Carlos, tenho 16 anos e estou indo para meu ultimo ano de ensino médio, moro em Palmas-TO e levo uma vida um tanto tranquila, as vezes ate demais. Naquela manhã de terça, acordei por volta das 8:00 e fui direto pra cozinha, onde encontrei meus pais e uma mesa farta para podermos celebrar aquela pequena vitória de estarmos juntos. Minha irmã desceu 15 minutos depois, e quando percebi estávamos todos juntos, rindo a toa e jogando conversa fora, como eu queria congelar aquele momento e ter eles ali pra sempre junto a min. Sempre fui muito carente, mais a partir de amanhã terei que lidar com muitas responsabilidades que eu não tive antes. Morar sozinho pra alguns e um desapego, mas para min que sempre fui muito sozinho e bastante ruim, ainda mais agora que minha irmã vai embora também. Passados aquele momento divertido, todos subiram e foram arrumar suas malas para seguirem viagem, eu fiquei na sala, sentado com a garganta seca, aquilo estava sendo muito difícil pra min, meus pais eu já estava acostumado a não serem tão presentes quanto deveriam, mais a Cami não, eles era meu porto seguro, meu anjo protetor. Meus pais desceram primeiro e chamaram o táxi, eu não poderia e nem queria ir pro aeroporto despedir deles, primeiro por causa do espaço a Cami tinha muitas malas, segundo por que odeio despedidas, sempre fico muito mal e ressentido com tudo. Cami desceu chorando, e depois disso eu também não aguentei e comecei a chorar. Ela me abraçou e me afagou em seus braços, eu fiquei ali aproveitando aquele momento que parecia ser o ultimo em nossas vidas, demoraria muito para vê-la novamente, ainda um curso que exige tanta dedicação, quanto medicina. Terminamos nosso momento de carinho e depois fui me despedir dos meus pais que também ficaram emocionados com a cena. Levei-os ate a porta e fiquei ali chorando ate o táxi dobrar a esquina. Entrei, subi para o meu quarto e fui tomar um banho, sai e olhei no meu celular e passavam das 9:30, eu estava pensando o que iria fazer para o almoço quando recebo uma mensagem da Julia, ela e minha melhor amiga, umas das poucas que desde pequenas estão comigo, entramos juntos na escola e se Deus quiser sairemos juntos também. Ela me convidou para almoçarmos juntos em um restaurante que a gente adorava, Empório o nome, ficava quase que no centro da cidade um pouco próximo da onde eu moro, pra falar verdade aquela mensagem me surpreendeu por que eu achava que ela só iria chegar no sábado, a gente combinou tudo certinho e ela fico de passar aqui em casa por volta das 11:30, a Julia e um ano mais velha que eu, ela já tem carteira e podemos “tranquilamente” andar pra cima e pra baixo. Eu coloquei uma bermuda jens branca, uma camisa vermelha vinho que eu adorava, minha correntinha e um tênis sport fino. Esperei ela buzinar e eu sai logo em seguida. Ela desceu do carro e me recebeu com um sorriso enorme, ela estava linda, acho que o ar litorâneo fez muito bem pra ela. Ela tem cerca de 1,70 de altura, loira dos olhos azuis, corpo bem definido, pele clara, mais naquele momento ela estava com umas marquinhas muito bonitas da praia. Ela me abraçou e me cheirou como de costume:

- Que saudade Ca, você só cresce garoto, aff, mas continua cheiroso como sempre. (risos)

- Nossa Ju, eu tava morrendo de saudade de você, e ainda bem que eu cresci, morria de medo de ficar com menos de um 1,70.

- Olha o bullying

Demos boas risadas e entramos no carro em direção ao restaurante, estávamos muito agitado e comentando algumas coisas das férias, e comentando de um cara com quem ela tinha ficado na viagem. Chegamos ao restaurante e ele como de costume muito cheio, procuramos um local pra estacionar o carro, o que estava muito difícil ainda mais pelo movimento, mas acabamos estacionando debaixo de uma arvore que da praça que fica em frente ao restaurante. Atravessamos a rua e fomos fazer nosso prato, eu estava morto de fome, e meu prato virou uma serra em minutos. A Julia também não escondia a fome e fez um prato gigante. Pegamos um suco e nos sentamos em uma mesa de canto próxima a janela.

- Como que se tá Ca ? – Ela disse

- Ahh, eu to bem, é estranho sabe, ainda mais sem a Cami. Quero ver mesmo daqui uns 10 dias como que vai ficar.

- Pode parar, se sabe que eu vou estar sempre aqui com você !

- Eu sei, eu sei !

- Por falar nisso, cadê o Theo ?

- Realmente, eu falei com ele no domingo, tá previsto pra chegar amanhã.

- Ata, que ótimo, quero muito ver ele também, vamos marcar alguma coisa.

- Vamo pra piscina la em casa, o que você acha ?

- Eu acho ótimo ! – Ela riu e largou as talheres pra bater umas palminhas, simulando um parabéns pela minha ideia.

Terminamos de almoçar e ficamos ali jogando conversa fora ate umas 13:00, depois como de costume pedimos açaí que nós amamos, principalmente com muito leite em pó, frutas e chantilly. Apreciamos bem devagar aquela maravilha e vimos que já estava dando duas da tarde quando resolvemos ir embora. Estavamos no caixa, quando percebi uma mão tocar meu ombro:

- Carlinhos ?

Eu me virei e me deparei com uma senhora muito elegante e que por sinal me conhecia e eu tinha uma leve lembrança de quem era.

- E a Denise, não lembra de min ?

Eu levantei minhas mãos a boca em sinal de espanto, eu a conhecia, eu cresci junto com o filho dela, e nossas famílias sempre foram muito ligadas, a minha mãe já tinha feito cirurgias para ela.

- Meu Deus Dona Denise, como você tá ? – Respondi

- Dona não Carlinhos, só Denise. Menino como você cresceu, virou um rapaz muito lindo.

- Obrigado – Respondi sem graça

Logo em seguida cumprimentei o Dr. Marcos que estava ao seu lado e abriu um largo sorriso pra min também.

- Olá Dr. Marcos, tudo joia?

- Olá Carlos, estou bem sim e você? E por favor me chame apenas de Marcos

- Estou bem obrigado !

- Já esta de saída Carlinhos? O Ricardo está vindo, só foi estacionar o carro.

Eu olhei pra Julia com uma cara que ela já conhecia, uma história antiga envolvia muitas coisas que eu não estava afim de reviver, ela sendo minha, entendeu a situação e arranjou uma desculpa :

- A gente já esta de saída, eu tenho que ir no salão.

- Sua namorada essa linda moça Carlinhos ? – Perguntou Dona Denise

- Não, do.. Denise, desculpe! Essa e minha amiga a Julia – Eu disse

- Ahh, prazer Julia – Ela esticou a mão e a cumprimentou.

- Ele e todo meu Denise. – Disse Julia

- Por que você não fica com a gente Carlinhos, colocar o papo em dia. – Disse dona Denise

Naquele momento eu vi que ele estava dobrando a esquina, e vindo em direção a porta principal.

- Ele que vai dirigir pra min, por causa das unhas – Disse a Julia me salvando.

- Ahh, então tá bom, aparece lá em casa Carlinhos, a gente voltou a morar na mesma casa ! – Disse Dona Denise

- Tá bom, eu vou sim!

Os cumprimentei novamente e ao sairmos olhei para o lado, ele quando me viu parou e ficou me olhando extasiado, e creio que tive a mesma reação por que a Julia saiu me puxando pelo braço. Vi ele entrar e conversar alguma coisa olhando na minha direção. Entramos no carro, eu estava ofegante, não sabia o por que daquilo ter acontecido, a Julia olhava pra min com uma cara de preocupada, eu apenas respirei fundo e liguei o som do carro, ela acho que percebendo que eu estava melhor, saiu em direção a minha casa. No caminho todo ninguém disse uma palavra se quer, eu apenas fechei meus olhos e abri a janela pra respirar um pouco de ar fresco. Ao parar na porta da minha casa ela perguntou:

- Você esta bem Ca ?

- Eu estou sim – Respondi para ela ficar mais tranquila

- Tem certeza Carlos ? Já te falei que você pode contar comigo para tudo

- Eu sei Julia, eu sei ! Eu to bem, pode ficar tranquila ta ? Agora vou so tomar um banho e descansar um pouco para poder fazer uma janta pra min. Se você quiser vir jantar comigo seria bom.

- Não vou poder hoje, tenho que visitar meus avós, deixa pra próxima.

- Tudo certo pra amanhã ?

- Por min sim

- Então ta bom – Dei um beijo nela e sai do carro – Ate amanhã.

- Até – Ela saiu dando uma leve buzinada

Entrei em casa meio chocado com tudo o que tinha ocorrido. Como assim eles tinham voltado?! Por que ?! Meu maior medo foi que ele estudasse na minha escola, mais creio que isso dificilmente aconteceria, ou não. Eu estava meio atordoado e evitei esse pensamento, subi para o meu quarto e liguei o ar-condicionado, me deitei e peguei meus fones, logo adormeci e acordei por volta das 5 da tarde, levantei e desci direto pra cozinha e fiquei pensando no que eu iria preparar para o jantar o quando minha mãe me ligou:

- Oi filho, tudo bem ?

- Oi mãe, tudo e a senhora ?

- Tudo ótimo. Já ta sabendo da nova ?

- Qual mãe ? - Perguntei meio desconfiado

- A Denise voltou pra cidade por uns dias, ela me mandou uma mensagem dizendo que te viu no Empório e que você estava muito lindo.

- Ahh, sim, eu vi ela e o Dr. Marcos, eu fui la pra almoçar com a Ju.

- Ata, ela me falou que te viu com uma moça mesmo.

- Mas ela vai morar por aqui mãe ?

- Não meu filho, você sabe que a Denise não para quieta, mais parece que o Ricardo vai morar ai agora.

- Como assim mãe ?

- Você sabe que a Denise vive viajando o país e o mundo por causa do emprego de Advogada ainda mais que ela agora virou cliente fixa de alguns famosos, e ela acha melhor o Rick ficar por ai, por que e mais seguro e ele vai ter os amigos de infância.

- Rum, aiai.

- Aconteceu alguma coisa Carlos ? – Minha mãe perguntou com um tom de preocupação, culpa minha que esqueci que tava falando com ela – Vocês eram tão amigos.

- Não mãe ta tudo bem, porem o tempo passa e algumas coisas mudam.

- Mas tente ser acolhedor filho, não deixe ela ficar sozinho por ai.

- Ta bom mãe, vou fazer o possível.

- Está bem meu anjo, agora deixa eu ir por que tenho uns pacientes pra ver daqui uns minutos, beijos e até mais. Te amo

- Ta joia mãe, também te amo, beijo.

Agora eu fiquei comprometido, mas não consigo dizer não para minha mãe. Se ela soubesse tudo o que aconteceu ela provavelmente não falaria isso. Fiquei um tempão sem para de remoer esse assunto na minha cabeça ate que me dei conta que já estava escuro, olhei no relógio de parede da cozinha e já era 19:00hrs, por fim decidi fazer uma lasanha de frango, peguei os ingredientes e comecei a organizar. Coloquei o frango pra rechear enquanto fazia o molho branco. Desfiei o frango e deixei tudo próximo para a montagem. Montei tudo muito rápido e coloquei pra assar logo em seguida, como demoraria uns 15 minutos decidi subir e tomar um banho rápido. Nem me enxuguei e desci enrolado na toalha mesmo por causa do calor. O Theo me mandou um áudio dizendo que havia chegado e que a Julia falou pra ele do programa de amanhã. Eu o respondi e fui jantar por que estava morto de fome. Terminei e já tinha lavado a louça suja, por que a minha secretaria do lar( melhor que empregada) so iria voltar a trabalhar pela segunda e como ainda era terça, não queria que a louça ficasse acumulada. Estava saindo da cozinha e indo em direção as escada quando algo me chamou atenção na sala de tv, a minha casa tinha uma enorme sala de estar que e quando as pessoas entram pela porta da frente e já ficam nela, ao lado direito fica uma sala com a mesa o jantar, um pouco acima da sala de jantar, vem a cozinha, a única coisa que separa a cozinha da sala de jantar e uma parede com um arco no meio, da cozinha você poder ir pra sala de estar, pra sala de jantar ou já subir as escadas que ficam no canto direito da sala estar so que um pouco mais para o interior do cômodo. Do lado esquerdo fica a sala de tv, e acima da sala de tv uma pequena sala com um mini bar, mesa de sinuca e uns moveis bacanas, local mais para uma festinha ou para qualquer tipo de momento mais descontraído. Como as luzes estavam apagadas, eu não pude perceber o que estava acontecendo, quando de repente vi uma figura passar pela janela da sala de tv, eu me aproximei tentando ver quem ou o que era aquilo, quando começou a andar em minha direção, eu estava com meu celular na mão e digitei o numero da policia no mesmo instante. Meu coração acelerou e meu estomago embrulhou, eu estava caminhando para trás em direção as escadas, com a ideia de me trancar em algum quarto e ligar pra policia. Eu comecei a gritar:

- Quem é que ta ai ?

A figura continuava a andar lentamente em minha direção.

- Eu vou chamar a policia – Disse – quem está ai ?

Eu andando para atrás passei por um vazo de planta que ficava no inicio das escadas, peguei ela na mão e ameacei novamente:

- Eu vou chamar a policia ! quem esta ai ?

Vi algo que parecia ser um sorriso, e finalmente ao se aproximar da luz da sala de estar, percebi de quem se tratava. Era Ricardo.

Por favor deixem comentários pra saber se devo continuar ou não.

Comentários

Há 2 comentários.

Por ®red® em 2016-02-21 23:24:32
continua com certeza. adoro contos envoltos no passado recente. e sua escrita e bem gostosa de ler , meio coloquial né? Por bem do site continue sim S2
Por Um alguém em 2016-02-21 19:14:38
Ai meu Deus, continuaaa!!! Como vc termina um capítulo assim?? OMG conta tudooo, super ansioso para o próximo capítulo!!