O futuro pode esperar - PARTE 2

Conto de Cesar Neto como (Seguir)

Parte da série Um amor que só nós conhecemos

Opá meus lindxs desse site amado por muitos (e esquecidos por outros) como vocês estão? Venho aqui com a continuação do capítulo anterior ( e dessa vez eu não demorei um mês)(foram só 27 dias).

Brincadeiras a parte. Vamos falar um poquinho sério (só um pouquinho). Eu sei que muitos de vocês estão chateados comigo (e com razão), por isso eu acho que devo dar algumas explicações. Explicarei em 3 palavras. FIM DE SEMESTRE. É uma época do capeta e o pouco de tempo que eu tenho, eu o uso para respirar. É trabalho, escola, trabalho, escola... tá osso. Escrever leva tempo e eu não gosto de jogar qualquer coisa para vocês lerem, por isso eu vou devagar para não fazer cagada.

Eu disse que iria posta-lo no dia 18 de maio. E ia mesmo. Só que eu passei uma “bad” nesse dia inteiro, por conta do final desse capítulo. Quando vocês lerem, talvez vocês entendam. Fiquei muito na dúvida se eu deveria compartilhar esse momento da minha vida na série, e acabei tendo que mudar várias coisas no capítulo todo. Esse é o motivo do atraso total.

E vale lembrar. “Porque dia 18 Cesar!!”, no dia dezoito de maio foi o dia em que eu postei o primeiro capítulo. Então eu e a série fizemos aniversário!! Eu iria postar um texto cheio de considerações, mas agora não faz sentido (postarei no último capitulo)

E falando em último capítulo, sim ele está chegando... #medo... e será perfeito <3 (mesmo Cedrigo não sendo end game)(superem).

Já falei demais. Vamos aos comentários dos mais gostosxs desse site.

“Mrkurt” – Temos Cedrigo sim <3<3<3 mas não terminarão juntos <\3 kkkkkkkk olha, seria uma boa mesmo tirar um atraso algo me diz que eles tirarão muito mais do que isso... muito obrigado seu lindinho, e pode deixar que eu não o farei ficar esperando mais... beijão <3<3<3

“SafadinhoGostosoo” – kkkkkkkkk amo quando vocês comentam que o personagem tem que se foder mesmo... já sabemos que Rodrigo sofrerá... por isso é só aguardar... valeu safadinho (acho safadão mais a sua cara) beijão para você seu gato <3<3<3

“kaduNascimento” – soca o Cesar, soca o Rodrigo, soca uma punheta (zoas, pesado) aqui você pode socar o que quiser. “Ponderar minhas decisões”, ai que fofo *-* Muito obrigado Dr. Nascimento e um beijão pra ti <3<3<3

“B Vic Victorini” – Chega uma hora que cansa mesmo né? (mas os idotas não cansam de sofrer)kkkkkkkk pelo jeito eu te torturei por um mês,sorry , vou te recompensar com uma embalem de cinquenta paçocas, fechou? (cola aqui em casa e comemos juntinhos, topa?)(olha eu sendo safado, ignore) muito obrigado cara, beijão para você seu fofo <3<3<3

“Klaus” – se tá tenso é que você ainda não leu o resto kkkkkkk então fechou, to indo no mercado comprar um estoque de jujubas, pode ser? Kkkkkkk valeu klaus, beijão para ti seu lindo <3<3<3

“CarolSilva” – Ai Carol... descurpa o tio aqui... eu sou uma pessoa péssima mas vou te recompensar com um poema:

Carol eu sou idiota

Um babaca e sem noção

Demorei mais de um mês

Mas não te tirei do coração

Desculpa por esse momento vergonha alheia kkkkkk mas é serio, perdão. E SEJA BEM-VINDA!!! Beijão para ti lindona e muito obrigado <3<3<3

“diegocampos” – que feio em moço, lia mais não comentava, fiquei triste agora... kkkkkkkkkkkkk zoas lindão, muito obrigado por sempre acompanhar e agora também comentar. Mando um enorme beijo para você seu lindo <3<3<3

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VIII – O futuro pode esperar – PARTE 2

...

Pensei várias vezes se o meu plano (e sim, eu tinha um plano) daria certo. O Davi teria que ser bem idiota para aceitar a se encontrar comigo depois de eu quase mata-lo pela segunda vez. Mandei mensagens a ele e quando eu tinha percebido que era uma péssima ideia, Davi respondeu.

E foi mais fácil do que eu imaginava.

Combinamos de nos encontrar numa lanchonete no centro da cidade, uns vinte minutos de casa. Pelo que Bia havia me contado, Davi tinha saído do hospital com apenas dois pontos na testa. Pelo pouco que eu conhecia dele, deveria até ser pouco.

Fui caminhando pelas ruas da cidade. Vestia um shortinho preto bem desgastado, uma camisa regata branca bem velha e um havaianas do meu pai. Não estava nem um pouco afim de me arrumar para encontrar com aquela peste, mas mesmo assim eu me sentia bem bonito (gosto do estilo vira-lata da vida).

Cheguei na lanchonete e me sentei na primeira mesa que eu vi. Olhei o relógio e já eram cinco e meia da tarde, se eu quisesse conseguir jogar a final do campeonato eu precisaria me apressar ao máximo.

Davi apareceu para a minha felicidade. Mesmo com um puta arrombo na testa coberto por um curativo ele ainda teimava a se arrumar como se fosse desfilar por uma passarela. Seu topete loiro agora caia um pouco mais para frente na esperança de tampar um pouco o curativo. Ele vestia uma camisa de manga comprida e de uma marca famosa qualquer que eu não saberei o nome. Calça jeans e tênis também no esquema da camisa. Sua cara ainda parecia meio inchada, mas nada assim tão crítico. Ao me ver ele sorriu sarcasticamente e veio até minha direção.

- Como vai perdedor? – ele falou mal olhando em meus olhos – o que você quer falar comigo?

Respirei fundo para não manda-lo tomar no cu já cedo. Indiquei a cadeira ao meu lado para ele se sentar e até forcei um sorrisinho. Davi ainda não parecia convencido:

- Só para você ficar sabendo e eu deixar uma coisa bem clara – Davi disse – lá fora eu tenho dois amigos me esperando, se você resolver apelar para a violência de novo... bem, dessa vez eu não serei o único a sair daqui com pontos na cara.

Depois dessa “terrível” ameaça, Davi sentou-se e esperou eu dizer alguma coisa:

- Tudo bem cara – respondi abrindo um sorriso sincero para ele – eu só quero conversar com você normalmente. Acho que essa rivalidade não tem motivo para continuar, aliás, eu nem te conheço direito né.

- Se você pensa que eu irei me deixar levar por esses seu papinho...

Davi parou de falar quando eu aproximei minha mão na sua testa. Com todo cuidado eu tirei um pouco do seu cabelo de lado para ver o tamanho do ferimento.

- Poxa cara, esse negócio vai ficar feio para caralho – ri enquanto passava o dedo indicador com carinho pela sua testa – me desculpa mesmo, se eu pudesse te recompensar de alguma forma.

Depois de uns três segundos de silêncio constrangedor, Davi respondeu:

- Comece me pagando todas as bases que eu usarei para tampar a cicatriz que o corte vai deixar.

- Eu acho cicatrizes bem sexy... além de deixar as pessoas mil vezes mais interessantes sabe? Faz a gente querer saber sobre a sua história, sobre como ela arranjou a cicatriz – falei com um sorrisinho torto – eu tenho uma bem bacana na minha coxa, um dia eu estava brincando com um...

Davi parecia meio entretido com a história, mas de repente ele voltou a si e me cortou:

- O que você quer de mim Cesar?

- Eu queria sabe... – respondi olhando no fundo de seus olhos – buscar uma amizade com você sabe?

Davi me encarou sem entender muita coisa e e u continuei falando.

- Ah qualé? Eu sei que os dois lá fora só são seus amigos porque você os paga. Você precisa de amigos verdadeiros e eu também necessito repensar minhas amizades entende? Afinal, eu e você somos gays! E depois do que aconteceu com o Rodrigo... agora eu não tenho ninguém que me entenda e você parece gostar das mesmas coisas que eu curto, vôlei e tudo mais. Meu tempo na escola praticamente já acabou e não cabe mais na minha vida essas briguinhas tolas.

Esperei o seu sorriso sarcástico mais uma vez, mas não aconteceu. Davi apenas ficou parado me encarando buscando qualquer erro, qualquer mentira, qualquer detalhe que pudesse denunciar a minha mentira.

“Deveria ser ator” pensei depois de ele sorrir de volta e começar a conversar normalmente comigo.

O papo demorou uma meia-hora. Pedimos um suco e ficamos lá como bons amigos. Na maioria das vezes ele começava a falar e não parava por nenhum decreto. Eu sorria feito idiota e soltava comentários do tipo “Não acredito!”, “Cara você é demais” e ele continuava a falar ficando cada vez mais confortável a ponto de eu até fazer piadinhas idiotas com ele.

Então tinha chegado a hora.

- Por isso que eu já disse para os meus pais – Davi falava sobre sua próxima festa de aniversário – vai ser open de Vodka, tequila, Smirnoff, mas não vai ter de jeito nenhuma cerveja.

- Vai ter open do seu beijo? – perguntei descaradamente.

Davi se desconcertou todinho. Sorri de leve e esperei ele se recompor.

- Não... não sei – ele respondeu quando eu segurei sua mão bem de leve – talvez sim... não sei.

Ele ainda tentava bancar o irônico e chatinho, mas era completamente inútil.

- Prometo que eu não vou te deixar nenhuma cicatriz – falei rindo como se fosse uma piada.

- Você disse que cicatrizes deixavam as pessoas interessantes – Davi disse num surto de coragem.

- Claro. Você acha a cicatriz na minha coxa interessante? – perguntei levando sua mão por cima do meu shortinho.

- Parece ser bem interessante – a mão do Davi tremia enquanto ele falava.

“Aquela história de comer todo mundo era a mais pura mentira”, pensei. “Ele é o menino mais virjão que eu já conheci”.

- Eu sei de uma coisa bem mais interessante do que essa minha cicatriz – falei dando uma piscadinha de leve para ele.

- O que? – ele perguntou com uma inocência que me deu até dó.

Como resposta, eu coloquei sua mão bem no meio das minhas pernas.

...

E aquele de fato tinha sido o pior momento do meu dia.

Levei Davi para a minha casa. Pegamos um ônibus e chegamos lá em menos de dez minutos. Fui o caminho todo dando umas apalpadas em sua bundinha ossuda e fazendo uns carinhos no seu cabelo. Cada vez mais ele ia se entregando para mim e tornando as coisas mais fáceis.

Quando eu entrei em casa. Abri as portas do meu quarto e fui obrigado a beija-lo. Sua inexperiência no assunto era bem notável. Sua língua quase nem se movia, seus braços ficavam pendurados ao lado do seu corpo sem fazer qualquer tipo de movimento e o pior de todos, ele babava litros na minha boca. Foi tão horrível que uma hora chegou a escorrer e eu fui obrigado a dar um tempo.

- Você é muito lindo sabia? – disse, tirando o chinelo e me sentando na cama.

Dei dois tapinhas na cama sinalizando para ele se sentar ao meu lado. Depois de acordar para vida, Davi assentiu e sentou-se. Voltei a beija-lo e recomeçamos o ciclo da tortura. Dessa vez eu fui mais direto e coloquei a sua mão sobre o meu pau. Davi se mostrou interessado e começou a beliscar (beliscar?) por cima de minha bermuda.

Sem mais delongas, abaixei a minha bermuda e deixei o meu pinto meia bomba para fora. Voltamos aos beijos, mas senti a mão do Davi se afastando. Tornei a coloca-la sobre o meu pau e ele se afastou novamente:

- Para, para um pouco - Davi falou – eu tenho que te contar uma coisa. Eu sou virgem, eu nunca transei com ninguém e eu tenho medo...

Coloquei o meu dedo em sua boca e fiz um “xiiiiiiu” bem sensual (risos). Aproximei mais um pouco dele e disse cara a cara:

- Vai ser especial, tudo bem? Pode relaxar e aproveitar.

Como resposta Davi voltou a me beijar. Dessa vez ele mesmo segurou o meu pau e sentiu o negócio crescendo em sua mão. Tirei a sua camisa e deitando-o sobre a cama eu tirei a minha também. Por cima dele eu fui brincando de dar mordidas naquele pescoço rosado e nos pequenos mamilos dele. Davi gemia mais feio do que falava, parecia uma hiena. Me divertia com aquela situação toda e me esforçava ao máximo para escuta-lo gemer. Se contorcendo todo ele deu um último gemido que saiu mais forte que o normal.

Tirei a sua cinta e abaixei a sua calça. Para variar, sua cueca também era de marca, mas a marca mais evidente que eu reconheci era a da porra que ele tinha despejado sobre a cueca. Mal havíamos começados e ele já tinha gozado. Para acelerar o processo, tirei a sua cueca e continuei com a brincadeira.

Minha surpresa foi com o tamanho do seu membro. Se duvidar era maior do que o meu. Realmente eu não esperava aquilo. Mas sem delongas eu dei uma punhetada nele e terminei de limpar a porra dele com sua própria cama. Após isso voltei a beija-lo e falei bem baixinho no seu ouvido:

- Faz uma chupetinha para mim?

Com certo receio ele concordou. Se levantou meio sem jeito enquanto eu me deitei no seu lugar. Abaixei minha bermuda e cueca de uma vez e deixei meu pau apontado para cima para ele não ter dúvida do que ele deveria chupar.

Então eu senti o meu pênis entrando pela sua boca. Entendo que ninguém é obrigado a nascer sabendo pagar um boquete, mas a falta de habilidades do Davi era de se admirar. Em poucos segundos ele me fez querer parar tudo e ficar sem transar por uns cinco anos.

A sensação que eu tinha era a de que seus dentes rasgavam meu pênis. Tentei interferir pedindo para ele tirar os dentes, para ele salivar mais, mas não tinha santo que ajudasse. Depois de quase arrancar meu pau fora eu pedi para ele parar e ficar lambendo como se fosse um picolé. Foi a melhor ideia que eu tive no dia.

Minha hora preferida tinha chegado. Pedi para ele ficar de quatro na cama e ele obedeceu prontamente. Depois de ter me feito sofrer um ano inteiro eu iria descontar minha raiva socando o mais forte que eu conseguia dentro daquele cuzinho virgem.

Comecei como sempre com os dedos. Enfiei um e ele se arrebitou todinho. Enfiei dois e ele soltou um gritinho de dor. Esperei um pouco e a vez do terceiro chegou. Davi reclamou de dor no começo mas depois de eu girar ele não se decidia se gemia ou reclamava.

Tinha chegado a hora.

Com a mão esquerda dentro dele, a direita se encarregou a vestir a camisinha. Tirei os dedos e coloquei meu pau o mais rápido possível dentro dele. Metade entrou de primeira e Davi gritou de dor. Tentou escapar de qualquer jeito mais eu fui trazendo ele para traz até tudo estar inteirinho dentro dele.

E lá ficamos por um bom tempo.

Os gritos vão cessando e se tornam pedidos para retirar o meu pênis de dentro dele. Os pedidos transformam-se em gemidos e os gemidos tornam a serem pedidos. Pedidos para que eu metesse mais forte.

Davi pedia mais e eu dava mais a ele. Dei uns tapinhas de leve em sua bunda e ele parecia adorar. Vendo que já tinha realizado tudo o que eu desejava, meti o mais forte que eu consegui e tirei meu pau de dentro dele.

Davi caiu na cama e eu tive que pedir para ele virar de barriga para cima. Punhetei mais um pouquinho e quando o gozo começou a chegar me aproximei da cara dele. Foram uns três jatos fortes em sua boca e ele não fazia ideia do que fazer com aquilo. Deixou uma parte entrar na sua boca, cuspiu com certo nojinho e depois voltou a experimentar, dessa vez gostando.

Deitei exausto ao lado dele. Respirei fundo várias vezes para recuperar o fôlego perdido. Davi se atrapalhava todo com o sêmen que sobrou em sua cara. Após se limpar (ou pelo menos tentar) ele virou o olhar em minha direção e ficou me encarando com cara de idiota (o que, vamos concordar, ele já era).

- Muito obrigado! – ele disse num suspiro.

- Pelo que? – me fiz de bobo.

- Por ser... – ele procurava as palavras para responder – tão carinhoso, amigável... não sei... isso tudo foi incrível, um dos melhores momentos da minha vida. Nunca me senti tão querido por alguém.

Aquilo foi de doer o coração. Era verdade que eu ainda o odiava do fundo da minha alma, mas como minha mãe sempre dizia “raiva e ódio gratuito é falta de dar o bumbum”. Tive dó de Davi, mas agora não era hora para isso. Se eu quisesse que ele retirasse a denuncia, teria que fingir por mais um pouco.

- Você realmente me fodeu! – Davi reclamou da dor que eu havia causado.

- Você não sabe o que realmente é estar fodido! – disse suspirando e olhando para o outro lado.

- Não entendi – ele ousou por a mão em meu peito – tem algum problema?

- Vários! Começando pelo fato de que se pá amanhã eu terei que depor na delegacia por causa de sua denúncia... meu pai vai me matar, e o pior de tudo... é capaz de eu ir parar na fundação casa.

- Você foi um menino muito mau... – Davi sorriu e veio para perto de mim tentando me beijar.

- Sabe – eu virei o rosto e não deixei ele chegar mais perto – se eu parar na prisão, você nunca mais vai poder me ver...

- Quanto drama... – ele sorriu aliviado mais uma vez – se quiser eu ligo agora lá na atlética e digo para retirar a denúncia.

- Sério? – disse fingindo surpresa – liga lá então, antes que meu pai descubra!

E foi o que ele fez. Todo convencido, pegou o celular e discou o número. Depois de cinco minutos no telefone ele explicou tudo certinho e afirmou que queria retirar a denúncia. Agora era só esperar que eu pudesse jogar amanhã.

- Tudo certo? – ele perguntou rindo.

- Melhor impossível – disse agarrando ele e puxando-o para um beijo.

Mais baba. Mais nojinho. Socorro.

Animado, peguei meu celular ao lado da cama e digitei umas mensagens para a galera avisando que eu estaria no jogo.

- O que você está fazendo? – Davi perguntou curioso.

- Resolvendo uns probleminhas – respondi indiferente – você não quer chupar meu pau não?

Aquela foi a única opção para fazê-lo calar a boca por uns minutos. Igor, Zé, Ana... todos responderam a minha mensagens perguntando o que eu tinha feito, que tipo de magia eu tinha usado, com quem eu tive que transar... Sorri muito aliviado com tudo aquilo. Agora era só vencer o maldito campeonato.

Davi mordia meu pau como se fosse um pedaço de osso. O garoto era ruim mesmo. Mas com a prática algum momento iria vir a perfeição. O importante era que as coisas começariam a dar certo.

E aquele de fato tinha sido o melhor momento do meu dia.

...

Eu estava sozinho na quadra. O ar era difícil de respirar, meus braços tremiam, os pelos do corpo se arrepiavam, uma sensação estranha tomou conta de mim. Uma sensação de quem não conseguiria, de quem não teria capacidade, um medo.

Virei para trás e vi Rodrigo vindo em minha direção. Olhando diretamente nos meus olhos ele se aproximou e disse:

- Você é fraco! Você é covarde! A culpa toda sempre foi sua!

Aquelas palavras martelaram repetidas vezes na minha mente. Eu não queria acreditar naquilo, eu tentava pensar no melhor, tentava “ligar o foda-se”, mas foi tudo em vão. Então lágrimas começaram a escorrer dos meus olhos.

Mais gente ao meu redor, mais vozes. Davi, Felipe, Bia, todos... e eles sempre repetiam a mesma frase. “Você é fraco! Você é covarde! A culpa toda sempre foi sua!”. Tentei me explicar, mas as palavras não saiam. Tentei gritar, mas a voz ficava entalada na minha garganta. Tentei sair correndo mais uma vez, porém minhas pernas permaneciam imóveis.

E então eu dei um último berro:

- NÃÃÃÃÃO!!!

E acordei assustado.

Assustado, olhei no despertador e vi que ainda eram seis e meia da manhã. O dia havia chegado. Vencer não era uma opção. Eu daria até minha última gota de sangue para vencer esse campeonato. Tinha que provar para mim mesmo “você não é um fracassado”.

Tomei um banho para tirar os resquícios que o Davi tinha deixado no meu corpo. Ele foi embora umas oito horas da noite, alguém com um carrão passou em casa busca-lo. Meu pai perguntou quem era e eu apenas respondi “um amigão novo pai”. Rosêmonio olhou com cara de nojo para o Davi e soou até engraçado.

A questão era que: recebi um e-mail confirmando que eu estava liberado para jogar a final do campeonato e o que era um alívio por um lado, do outro era apenas mais pressão ainda.

- Já está de saída – Rose perguntou quando eu passei por ela na cozinha – Seu pai vai assistir o seu jogo hoje, espero que não nos envergonhe com uma derrota.

- Muito obrigado pelas boas motivações – respondi com um sorriso – tenho que ir agora.

- Antes disso me responda: Que menino era aquele de ontem? Meu Deus Cesar, você é a reencarnação do capeta, mas merecia uma criaturinha melhor né não?

Como resposta eu sorri e deixei-a falando sozinha.

Sai de casa e corri para o ponto de ônibus. Tinha marcado com a galera de se encontrar na quadra nove horas da manhã, já eram nove e meia. Finalmente o ônibus passou e eu fui em direção ao último treino.

- Você está atrasado! – Felipe foi o primeiro a me ver e o primeiro a reclamar.

- Sem mimimi – disse já meio estressado – quero todos aquecendo na quadra agora!

E foi o que todo mundo fez. Rodrigo, Felipe, Igor, Zé e mais os reservas entraram na quadra e começaram aquecer aos meus comandos. Ana estava lá fora ensaiando os batuques dos tambores e da torcida. Avistei Bia sentada na arquibancada me olhando com uma cara de séria. “Depois eu resolvo isso”, pensei e me dirige aos meninos que acabavam de dar 20 voltas correndo na quadra (sim, eu faço correr pela quadra mesmo que no jogo ninguém precise correr).

- Agora escutem um pouco aqui! – falei chamando a atenção de todos eles – A partir de agora eu não quero saber de brigas e intrigas, eu sei que elas existem, pois aliás, a maioria é comigo. Esqueçam elas até as seis horas da tarde. Até lá somos um time, vamos jogar juntos, vamos ganhar juntos! E se alguém aqui tiver qualquer problema com isso, desista agora! Estamos de acordo?

Como resposta, todos balançaram a cabeça positivamente e ninguém resolveu desistir. “isso já é um começo”.

- Agora venham cá seus cambada de lazarentos! Deixa eu dar um último abraços em vocês antes de eu ver vos fracassando naquela quadra e me fazer desperdiçar três anos da minha vida.

E com alguns sorrisos, o time partiu para um abraço coletivo que durou uns trinta segundos. Rodrigo não desgrudava os olhos de mim. Lembrei-me do meu sonho “Você é um fracassado! Você é um covarde! A culpa toda sempre foi sua”.

- Chega de abraço cambada! – gritei – VAMOS MOSTRAR PARA OS LEGENDÁRIOS O QUE É REALMENTE FAZER A LENDA DO VÔLEI!

“Você é um fracassado! Você é um covarde! A culpa toda sempre foi sua”

Agora era a hora de provar o contrário.

...

De uma coisa eu tinha certeza: o jogo seria divertido.

Já tivemos confusão no começo da partida. Ana chamou gente até demais e lotou os dois lados da arquibancada do ginásio municipal (e isso é gente pra cassete) com pessoas com nossa camiseta. A organização teve que retirar metade das pessoas para liberar um lado da quadra, pois se não os torcedores dos Legendários (que também eram muitos) pudessem assistir o jogo.

Ficamos no vestiário repassando algumas táticas com o pessoal. Fiz algumas piadas para tentar retirar o clima tenso que eu mesmo havia imposto no nosso time. Não ajudou muito, mas pelo menos avistei alguns sorrisos que eu não vi a tarde inteira no treino.

- Preciso falar com você – Rodrigo disse me puxando de lado.

- É sobre o jogo? – indaguei-o.

- Não é sobre...

- Então não quero saber! – o cortei - foca agora nos nossos objetivos.

- Bia me falou que...

Dessa vez eu não o cortei. Apenas olhei de lado e vi a professora Val-Val chegando no vestiário me procurando.

- Aí está você! – ela disse nervosa – está uma loucura lá fora. Vai ser extremante vergonhoso para nossa escola se você perder está me ouvindo?

- Como se eu já não tivesse muita pressão nas minhas costas e agora...

Val-Val me surpreendeu com um abraço bem forte. Senti meus ossos das costas estralando. Ela era realmente forte para uma senhora da sua idade (uns 55 anos, acho). Retribui o abraço, ela sabia o quanto aquilo era importante para mim e ver ela me apoiando dessa forma me fez quase chorar, quase.

- Escuta bem menino – ela falou tentando permanecer brava, mas seus olhos também estavam cheio de lágrimas – você lutou por tudo isso, você armou essa arapuca toda, eu deixei você aprontar e fingir que eu não via nada... mas eu nunca deixei de acreditar em você, talvez algumas vezes, ou muitas vezes... o importante é que eu acredito na sua força de vontade então vai lá e prova que ninguém vai te deixar para trás.

- Ok sua lindona – limpei as lágrimas e chamei o time inteiro para entrar na quadra.

Havia chegado a hora.

...

Perdemos os dois primeiros sets, assim bem rápido. Quem piscou não viu.

Todos me olhavam com desânimo. Eu retribuía o olhar com raiva. A torcida já não tinha esperança e nem gritava mais. O pior de tudo era que perdemos o primeiro set de 25X23 e o segundo set de 28X26, por pouco não ganhamos, por pouco eu havia fracassado. E agora só tínhamos mais um set, com metade do time desolado e a outra metade sem vontade de jogar.

Procurei o bebedouro mais longe que eu achei para não encarar mais aqueles olhares. E quando eu pensei ter me livrado de todos eles, Rodrigo aparece me puxando pelos braços novamente e me jogando com força na parede.

- Agora você vai me ouvir – ele apontou um dedo na minha cara – está me ouvindo?

- Me solta eu não quero escutar a sua voz... – tentei me soltar,

- VOCÊ NÃO É ASSIM CESAR! VOCÊ DEVERIA ESTAR RINDO DE TUDO ISSO! O QUE A PORRA DE UM CAMPEONATO SIGNIFICA PARA VOCÊ? VOCÊ ESTÁ AQUI SÓ POR CAUSA DE UMA MERDA DE UM TROFÉU? VOCÊ É BEM MAIS QUE TUDO ISSO CARA!

- E PORQUE VOCÊ AINDA ESTÁ AQUI? HEIN? SE NÃO É O TROFEU, O QUE VOCÊ QUER AQUI ENTÃO? SE NÃO É ISSO EU TE ACONSELHO A IR EMBORA POIS...

Rodrigo voltou a me agarrar mais forte só que dessa vez ele me agarrou para um beijo.

Seu beijo foi intenso. Nossas línguas pareciam conectadas uma a outra. Minhas mãos tentava afasta-lo, mas o resto do meu corpo permanecia entregue a ele. Ele sabia. Esse maldito sabia me fazer ficar daquele jeito.

- Eu estou aqui porque eu te amo – ele falou com a testa colada na minha e com os olhos fechados – você que me colocou nessa, e vamos até o fim, está entendendo?

- Mas... e o Otávio?... ele – perguntei tentando entender tudo aquilo.

- Terminamos – Rodrigo foi seco ao dizer aquilo – depois falamos sobre isso.

- Eu... eu... – não achei as palavras e voltei a beija-lo.

Estávamos colados um ao outro, do jeito que deveria ser. Sorri, um sorriso verdadeiro, estava na hora de voltar a ser o que eu sempre fui. Um completa idiota que só faz merda, mas que sabe lidar com as merdas do jeito que ela vem.

- Ei os dois – Felipe apareceu nos pegando no flagra, deu um sorrisão sacana e disse – os pombinhos vão voltar para o jogo ou vão ficar aí se pegando?

- Já vamos! – Rodrigo disse voltando a me beijar – escuta bem! Você nunca falhou comigo. Você nunca fracassou comigo. Se erramos, erramos juntos. Então agora não será diferente. Vamos perder ou ganhar, juntos.

E com essas lindas palavras, voltamos ao jogo.

Juntos.

...

Ganhamos os dois outros sets, assim bem rápido. Quem piscou não viu.

Eu soltava umas piadas quando a gente errava. Ria que nem um bocó quando tomávamos pontos. Cheguei até pular na arquibancada quando vencemos o quarto set. Só alegria, diversão e felicidades.

O juiz deu dez minutos de intervalo antes do set final. A galera toda foi beber água e comentar os lances incríveis que a gente tinha feito. Eu esperei um pouco e fiquei na quadra observando o outro lado do campo.

Professor Guilherme metia a bronca nos seus jogadores no meio da torcida mesmo. Com um berro ele fez todos os garotos irem para o vestiário para, pelo menos o que eu acho, continuar o sermão. Não perdi a oportunidade e segui-os.

Estava caminhando pelo corredor, como se fosse um espião, mas uma voz me fez parar e olhar para trás.

- Está espiando agora – professor Guilherme me disse – é melhor da o fora daqui antes que eu avise a organização.

- Eu vim aqui só para te agradecer – falei calmamente.

- Pelo que? – sua testa enrugou mais um pouco, seu sangue deveria estar borbulhando por dentro de raiva.

- Por você ser um péssimo professor – respondi – sério mesmo, já tive professores ruins, mas você superou todos. Sabe por quê? Você desmotiva os jovens, você não se importa com ninguém a não ser a si mesmo, é egoísta, é hipócrita... Semana que vem eu farei vestibular para Educação Física. Você me deu um sonho, inspirar as pessoas, ensina-las. Depois de conhecer você eu tive certeza que minha vocação era ensinar e ser professor, diferente de você e de vários que existem por aí. Então muito obrigado mesmo.

Passei por ele, dei dois tapinhas em suas costas e voltei com o pessoal.

Dei mais algumas instruções antes do juiz apitar e nos fazer voltar para o último set. Com alegria e emoção (porque somos ursinhos carinhosos) voltamos ao jogo.

O jogo começou e foi pauleira. Era ponto nosso, ponto deles, ponto nosso, ponto deles. Ríamos quando dava, mas passamos muito tempo concentrados e com os nervos a flor da pele o jogo inteiro.

E nessa, chegamos aos 14X14 (o quinto set fecha no 15)(no caso era no 16, pois empatou)(para saber mais acesse: www.cesarensinavôlei.com). Os legendários do vôlei iriam sacar. Respirei fundo e esperei a bola vir em direção a mim. O menino que estava no saque era o maior e mais forte de todos eles. Ele sacou algumas vezes em mim e eu sentia os meus braços se destruírem e a bola indo sempre para fora.

“Você é um fracassado! Você é um covarde! A culpa sempre foi sua!”

O juiz apitou e a bordoada veio. Não em minha direção, ele sacou diretamente no Rodrigo, um saque perfeito de profissional mesmo. A bola bateu nos braços do Rodrigo e voaram para longe.

“Você não é um fracassado Cesar”

Corri atrás da bola, não deixaria ela cair no chão. Corri, corri, corri... percebi que meu braço não iria alcançar a bola a tempo e assim eu dei uma bela bicuda nela. Cai e me esborrachei todo no chão. Senti o baque do meu joelho chocando no chão e gritei.

A torcida gritou mais alto. Enquanto eu estava no chão, Felipe correu atrás da bola e a lançou de graça para o outro time. Minha perna ainda doía. Eu deveria ter quebrado ambas. O jogo não parou e os legendários vieram com tudo para o ataque. Vi a bola voando no chão da nossa quadra antes mesmo deles atacarem. Só que Igor e Zé pularam no bloqueio. Nunca fiquei tão orgulhoso quando vi a bola voltando para o campo deles e o ponto vindo para gente.

Ponto nosso. Só mais um. E eu não seria fracassado.

Rodrigo me ajudou a levantar. A dor tinha passado, mas eu ainda mancava. Deveria ter torcido alguma coisa. Felipe me jogou a bola e sorriu preocupado.

- Você está bem? – Rodrigo perguntou – Você é idiota... você é foda... você é incrível...

“Você é um fracassado! Você é um covarde! A culpa sempre foi sua!”, pensei com um sorriso no rosto.

- Eu não sou um fracassado – disse para o Rodrigo segurando suas mãos – e muito menos um covarde!

Dessa vez eu o agarrei e o beijei na frente de quinhentas pessoas. Escutei “viados” de um lado da quadra e do outro “Cesar campeão”, mas não importava nenhum dos gritos, só me importava escutar o meu coração e do Rodrigo batendo a mil por horas.

Soltei-o e peguei a bola. Estava na hora de finalizar aquilo tudo.

O juiz apitou e eu mandei a bola o mais forte que eu consegui. Todos olharam a bola indo para o fundo da quadra, ela com certeza iria para fora da quadra. Ninguém se mexeu, todos pensaram que eu tinha falhado mais uma vez.

Leve engano.

A bola acertou a linha amarela. O juiz fez um suspense, mas nos deu o ponto apitando o final da partida.

Meu coração tinha se enchido de alegria. Os batuques, a multidão, tudo...

E então ficou claro na minha cabeça.

Eu era mesmo um fracassado, um covarde, um qualquer coisa...

Mas a culpa de tudo aquilo era minha.

...

- Então me diga Cesar, qual é a sensação de trazer pela primeira vez, um título regional para a sua cidade?

A repórter fez a pergunta no meio da gritaria da galera. Ainda estávamos na quadra fazendo a maior festa do mundo. No meio da gritaria toda, a emissora do interior da cidade veio fazer uma entrevista para uma reportagem (a mídia tinha sido chamada para os “Legendários”, mas como eles perderam...)

- Foi muito bom – respondi sem ao menos escutar as minha voz – é um sonho realizado para a nossa escola, pela nossa cidade... realmente foi incrível.

- E sobre o tão polêmico selinho que você deu no outro jogador, o que você tem a nos dizer sobre isso?

Pensei um pouco antes de responder. Meu selinho no Rodrigo tinha repercutido bem mal. A torcida contrária saiu de lá dizendo as maiores barbaridades homofóbicas possíveis. E também tinha a questão do meu pai... ele tinha assistido o jogo... eu não podia fazer isso.

- Foi um combinado – respondi – eu disse que se ganhássemos um jogo, meu amigo receberia uma “bitoquinha” de presente. Naquele instante eu já tinha percebido que iríamos ganhar, só acelerei o processo.

E então ela finalizou a entrevista e foi embora.

Tínhamos gastado tanto tempo com os treinos que ninguém pensou na comemoração. O mar de torcida trazido pela Ana, colou em um evento na praça da cidade. Então ficamos apenas a galera do time e combinamos de ir em no barzinho pobrinho tomar uma breja para descansar.

Rodrigo, Felipe, Ana, Zé, Igor, Denis. Todos estavam esperando enquanto eu trocava de roupa para irmos. Sai do vestiário e me encontrei com a professora Val-Val, ela estava com uma expressão de cansada igual a mim.

- Você destruiu lá hoje! – ela disse – eu tinha razão esse tempo todo!

- Ahan... sei – respondi irônico – agora é fácil falar né sua linda.

Abracei-a e rimos. Nunca tinha lembrando de vê-la sorrir e gargalhar.

- Temos que conversar sobre aquela nossa proposta – ela voltou a ficar séria – vamos levar isso adiante?

A proposta basicamente era: ela ia me dar um empreguinho como técnico na escola e eu teria que estudar para entrar na faculdade no ano que vem. Isso seria de longe muito incrível, porém eu ainda tinha um pé meio atrás.

- Não sei – respondi – eu sinto que eu precise encarar o futuro sabe? Ficar na escola é ficar na minha zona de conforto. Então vamos fazer assim, se eu passar no vestibular eu vou, se eu não passar eu fico.

- Você não vai passar Cesar – ela disse com aquela expressão de cu.

- Awnnnnt – apertei a bochecha dela – acho que alguém vai ficar com saudades.

- Nem de longe – Val-Val falou – mas agora é sério. Pense bem nessa sua decisão. Agora eu vou ir para casa.

- Não quer dar uma colada lá no bar tomar uma gelada?

- VOCÊS VÃO EM BAR? – ela disse horrorizada – não não não, tenho que passar na escola, vou escrever uma carta de agradecimento para você, já que estamos quase perto da formatura, é minha obrigação fazer isso.

- Ai que lindo – falei – não se esqueça de constar na carta que eu fui o seu aluno mais lindo, tá?

Revirando os olhos ela nem respondeu. Virou as costas e partiu me dando um simples “thau”, mas quando ela chegou na porta eu percebi que ela virou para trás.

- Cesar – ela disse com um sorrisinho no canto do rosto – só lembre-se: o futuro pode esperar.

“O futuro pode esperar”. A faculdade pode esperar. Contar para todos que eu era gay poderia esperar. Eu e Rodrigo esperamos e enfim voltamos a ficar juntos. Esperar... esperar... esperar...

Val-Val tinha me ensinado uma bela lição.

...

- Isso quer dizer que você beija garotos? – Igor perguntou.

- Sim – respondi – e Rodrigo é meu “peguete”.

- Então você sempre foi gay? – dessa vez foi Denis que fez a pergunta.

- Sim, sim, sim – respondi abraçando o Rodrigo.

Estávamos apenas sozinhos no bar. Resolvi me abrir para todos os meus amigos próximos (do time), para deixar claro várias coisas. Igor e Denis não se importaram, Zé fazia cara de quem já sabia e Ana se levantou e me abraçou na maior felicidade.

- Meu deus, agora eu te amo mil vezes mais!

Tomamos várias cervejas, relembramos várias histórias, passamos grande parte da noite lá. De repente entram duas pessoas que não eram esperadas por mim.

- Pietro? Guto? – disse me levantando e cumprimentando os dois.

- Assistimos o jogo hoje – Guto disse – vocês destruíram.

- Tudo foi muito lindo – Pietro acrescentou – e aproveitamos para entregar os convites para o casamento.

Apresentei a galera para eles e puxei mais duas cadeiras para a mesa. A noite foi passando tão descontraída e gostosa. Aquela poderia ter sido a melhor noite da minha vida.

Mas não foi. Pelo contrário. Foi uma das piores.

- Então os dois pombinhos agora se ajeitaram de uma vez? – Pietro perguntou rindo – tô muito feliz por vocês dois.

- Eu ainda não consigo acreditar que o Cesar é gay – Igor falou sorrindo – você pegava geral ou era só o Rodrigão mesmo?

- Foi só com o Rodrigo – respondi envergonhado – e com o Gale.

Todo mundo me olhou com cara de “fala sério” e então Zé acrescentou a lista.

- Meu primo do Rio de Janeiro, o Angico, disse que você beija muito bem Cesar.

Todo mundo sorriu e eu fiquei vermelho.

- Eu não sei não – Felipe continuou – eu já beijei o Cesar e não foi assim tão bom.

Mais risos. Rodrigo me olhou com cara de “what?” e eu só fiquei mais vermelho ainda.

- Eu nunca beijei o Cesar – Pietro falou – mas que ele tem um “amiguinho” gostoso lá em baixo... isso eu não posso negar.

- Pesado... Polêmico – Felipe disse me zoando.

- Garanto que ele pegou o Davi para poder voltar a jogar! – Igor disse tirando mais gargalhadas de todo mundo.

Eu e Rodrigo tivemos uma conversa por olhares que pode ser resumida hein “Cesar você pegou o Davi? Pelo amor de Deus”... “Peguei sim e ele beija mó bem”... “Vai se foder Cesar!”

- O Otávio me disse que fez uma respiração boca a boca no Cesar – quando eu pensei que já tinha acabado, Rodrigo sorriu e disse – Pelo jeito você tá rodado mesmo hein cara.

- Eu também já peguei o Cesar – Ana disse – mentira... ou não.

Tentei fugir da situação, mas não teve jeito: virei piada da turma inteira. Mas apesar de tudo, eu realmente tinha adorado aquela noite. Sentiria saudades de tudo aquilo e me perguntei se voltaria a acontecer.

Mas infelizmente, um a um, todos foram embora. Primeiro os gêmeos, depois o casal, depois o Igor e o Dênis, Felipe também se foi... ficando apenas eu e Rodrigo tomando a saideira.

- Vai dormir lá em casa hoje? – perguntei.

- Se o Davi não estiver lá ocupando metade da cama – ele respondeu irônico.

- Eu te amo – falei como se as palavras me escapassem dos lábios.

- Eu também te amo – Rodrigo me abraçou forte – isso o que você fez hoje foi a coisa mais linda do mundo. Ou quase isso... eu só quero que você saiba, leve o tempo que for preciso para se assumir. Eu estarei sempre ao seu lado, te esperando.

- Me disseram que o futuro pode esperar – disse olhando naqueles lindos olhos verdes – mas eu não quero esperar mais nenhum momento. Você promete que ficaremos juntos até o fim dos nossos dias?

- Isso é uma proposta de casamento, porque eu acharia o máximo.

- Namoro, casamento, fusão... chame do que quiser. O importante é você estar ao meu lado.

E então eu o beijei. Minha alma, meus problemas, tudo havia sido limpo, recomeçado. Mas a vida caga com tudo, pisa em cima de todos os seus planos, de todas as suas felicidades, pois para ela nada pode ser perfeito.

Bia me ligou eram uma e meia da madrugada. Senti sua falta na hora da comemoração, tínhamos brigado e eu precisava muito fazer as pazes com ela. Atendi o telefone e percebi que sua voz estava estranho, escutei um tipo de choro, sua respiração estava acelerada, senti um desespero percorrer pela minha espinha.

- Cesar! Cesar... – ela repetia meu nome no telefone.

- Oi Bia, tudo bem? – eu perguntei preocupado.

- Ela... ela... – Bia mal conseguia falar.

- Respira Bia – tentei acalma-la – o que houve?

- A professora... – Bia desatou a chorar – a professora Valéria faleceu.

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O próximo capítulo (e todos na verdade) será dedicado a uma mulher maravilhosa. Seu nome é Valéria e ela foi minha professora de Língua Portuguesa. Sempre inspiradora, amiga e até mesmo durona, Valéria foi a melhor professora que eu já tive e a personagem da série foi inspirada nela. Ela fazia cada aluno enxergar o seu melhor e hoje eu só estou escrevendo tudo isso aqui por causa dela.

Infelizmente, no dia 25 de janeiro de 2013 ( uma semana antes das minhas aulas voltarem) ela faleceu.

Como vocês sabem, o conto é inspirado na minha vida (porém não 100% real), por isso eu me questionei muito sobre colocar essa situação ou não na série. Eu me senti bem mal e me doeu muito escrever esse trechinho final. Escrever o próximo será ainda mais difícil. Mas eu devo isso a ela.

Semana que vem tem feriado (pelo menos na minha santa terra) por isso talvez eu tenha um tempinho extra para escrever. Não vou mais prometer datas, pois se não iludirei vocês novamente, por isso me adicionem lá no wattpad que eu converso com vocês e dou uma atualizada sobre como está a situação do capítulo.

Comentem o que vocês acharem, aquilo que sentiram, critiquem o que deve ser criticado. Tudo na base do amor e da paixão. E não pensem que os próximos capítulos serão tristes, ok? Apesar do fim estar chegando ele não será diferente do restante da série. Beijão meus fofos e até a próxima <3<3<3

Comentários

Há 10 comentários.

Por Felipe Fernandes em 2015-07-02 15:02:39
cesar eu queria ter algum contato com vc pois tenho uma proposta de um conto novo pra lhe fazer. te mando meu e-mail e whats e manda um oi lá. vou esperar. ff10091991@gmail.com (91)98148-4378
Por PAULOGABRIEL em 2015-06-26 04:08:38
Confundi a morte da professora com a diretora Val Val.(esqueci de botar uma parte no comentários a baixo.
Por PAULOGABRIEL em 2015-06-26 04:03:20
O César transou com o Davi,assumiu que era gay e que sempre amou o Rodrigo.To escrevendo com o pé pq as mãos estão nesse momento aplaudindo esse capítulo.Por um momento pensei que era a professora Val Val cheguei me emocionei.To amando vou acessar o outro site tb para ficar informado do seu conto hetero.Tá arrasando!Como foi de São João conta ai para nós.
Por Felipe Fernandes em 2015-06-08 22:18:06
Cara eu sou seu fã,você é incrível, fantástico sei lá eu venho acompanhando a série desde o início mas só criei vergonha na cara de comentar de e quero que você me perdoe por isso. posta o próximo capítulo o mais rápido o possível. Vlw pela atenção. Até breve.
Por Mrkurt em 2015-06-04 19:15:23
Socorro Acho que minha barriga ta dilatada até agora de tanto rir das cenas do Davi, kkkkkkkkkkk. Você é o melhor! Estou bastante feliz de ver Cedrigo de volta, continua assim, nao custa nada!! u.u E feliz por um lado, triste pelo outro... você sabe realmente nos emocionar, e eu sei bem o que sentimos com a perda de um próximo. Deixo aqui meus parabéns por esse lindo capitulo! Até a próxima, bj!!
Por fran em 2015-06-01 16:06:35
literalmente VC destruiu gato. Adorei tudo. Tranzar com Davi pra poder jogar e beijar o Drigo antes do ponto final foi um máximo. A tempos n tinha falta de ar ao ler. Sem falar as ereções que me causou com aquelas todas gostosas... Mais como já sabemos q n haverá futuro de Cedrigo n falo mais nisso apenas vou convidar aos leitores para uma #... Só procurar #Cedrigo4ever... Acho que já viu meu comentário la no wattpad neh... Pois eh. Consegui reinstalar o app. Agora estou me questionando a reação do Davi com esse beijo surpresa e claro ... Como assim Val faleceu? Triste... Bjos. Ate o próximo. Agora continuar com minhas maratonas...
Por diegocampos em 2015-06-01 14:02:40
Adorei,quase chorei no final 😢
Por CarolSilva em 2015-06-01 11:36:07
Muito bom....valeu a pena esperar. Só espero que o próximo não demore tanto...tive que reler o anterior antes de ler esse para me situar. Acho Cesar um doce, cativante...incrível.
Por SafadinhoGostosoo em 2015-06-01 00:02:56
Véi, muito perfeito. Chorei na parte que a Bia diz que a professora Valéria morreu (ou seja, com o final) 😢😢😭
Por Klaus em 2015-05-31 22:22:51
Sem dúvida esse foi um dos melhores capítulos. Tu quase me fez chorar nesse final seu safado. Parabéns César.