O futuro pode esperar - PARTE 1

Conto de Cesar Neto como (Seguir)

Parte da série Um amor que só nós conhecemos

Hey lindos do meu coração. Como estão vocês?

Como vocês perceberam as publicações agora são mensais né (é a terceira vez que eu levo um mês para postar)(e pode conferir pois não tem erro). O capítulo de hoje é gigantescoooooooooo e por isso eu resolvi dividi-lo em duas partes (acho que comentei isso uma vez)(confere para mim produção). A primeira parte é essa, semana que vem eu posto a outra, simples assim a gente vai levando essa vida. Eu sei que vocês se chateiam e é desestimulante ler um troço postado uma vez por mês por isso eu tentarei agilizar essa reta final para acabarmos de uma vez com essa série (faltam só 2 capítulos e meio  ) então não percam a fé e vamos partir para o que nos espera.

“Klaus” – klaus você é lindo, me segue no wattpad e sempre curte minhas histórias... casa comigo amor? Kkkkkkk beijão seu fofo <3<3<3

“kaduNascimento” – Kadu fofo (kkkkkkk parei eu sei que você detesta)(mas você é fofo sim u.u) te amo do fundo do meu coração e deixo aqui um beijo (se vc estiver afim, claro) <3<3<3

“Nicksme” – Gosto de gente Mãe Diná Nick kkkkkkkk e gosto muito mais ainda de você... te amo seu lindo e muito obrigado <3<3<3

“SafadinhoGostosoo” – Gale está indo para puta que pariu em 3...2...1... ASHUASHUASH Cesar só se fode mesmo né? Kkkkkk mas é a vida... Muito obrigado safadão gostoso e muito obrigado por tudo meu lindo, beijão <3<3<3

“Ryan Benson” – Hey Ryan gato malandr, sei muito bem do chocolate que você gosta (parei, isso é uma série de moral e bons costumes kkkkk) Rose é mega sensível mesmo hein? Mas uma vez quenga, sempre quenga... O cesar não vai sair para fora do ármario, ele vai destruir o armário inteiro e ainda fazer um show de samba em cima dos destroços, então aguarde... Não teremos o casamento em si (todas chora) mas teremos um pouco mais de Pietro na série. MUuuuuuuuuuuuuito obrigado seu maravilhindo, você é incrível e eu só tenho a te agradecer... beijão <3<3<3

“jpll” – “Bom Inicialmente você é um FDP” ASHUAHSUAHUSHASH já amo/sou de paixão seu fã kkkkkk Awwwwwwwwwwt que lindo <3<3 tenha esperança mesmo amigo pois tudo dará certo aí com você, apesar de que algumas coisas nessa vida só fodem a gente, temos que ter força para transformar esses momentos em alegria para nós mesmos. Qualquer coisa tamo aê o/ beijão no seu core e seja bem vindo aqui com a gente <3<3<3

“Mrkurt” - É novo aqui mas já tem lugarzinho reservado no meu coração (desculpa eu sou grudento mesmo) kkkkkkkkkk que história é essa de não conseguir se alimentar em menino? Trate de comer direitinho hein AHSUHADHADUH ( desculpa eu sou um babaca também)... e pode esquecer CEDRIGO (desculpa eu sou chato também) pois eles não vão ficar juntos mas nem se a vaca tossir. Mandarei Gale para o espaço mesmo (viu, as vezes eu sou legal)... eu que agradeço por você estar aqui lendo... beijão no seu coração lindo <3<3<3

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VIII- O futuro pode esperar

- Então isso é um fim? – Gale perguntou.

Parado na minha frente, ele abriu um sorriso derrotado.

- Não sou eu que estou indo embora – respondi olhando dentro dos seus olhos.

Gale era um garoto forte e isso fez total diferença enquanto tivemos essa linda DR. Pensei se essa situação estivesse acontecendo comigo e com Rodrigo, no caso uma poça de lágrimas já estaria inundando o chão.

- Você me disse que ficaríamos juntos para sempre... – Gale colocou uma de suas mãos em meu ombro.

- Mas então você resolveu ir para o outro lado do Brasil. – disse friamente.

- Só me responde uma coisa então – ele falou se distanciando de mim – você me amou de verdade?

- Eu queria poder dizer que não – respondi – mas você sabe que é o contrário.

Fui surpreendido por um abraço e me assustei um pouco. Gale me agarrou como se quisesse guardar cada parte de mim dentro da sua alma. Aos poucos fomos nos afastando até se separarmos.

E então ele se foi.

E se foi de verdade mesmo. Como suas notas eram exemplares, ele já havia conseguido nota para se formar e agora ele iria passar um mês no Rio Grande do Norte para conhecer sua nova faculdade. Só voltaria agora para a formatura. Parte de mim tentou ficar bolado com a despedida dele, mas um sentimento estranho fazia meu estômago chacoalhar tanto (e posso afirmar que não era fome) que eu nem dei a importância suficiente para sua partida.

A tarde de domingo já estava acabando e eu corri para o ponto de ônibus perto do mercadinho. Imaginei eu e Rodrigo sentados naqueles bancos feitos dois retardados, ele todo pomposo e arrumadinho e eu de chinelo havaianas, no dia que eu o ensinei a andar de busão. O ônibus chegou rápido para a minha felicidade. Pelo menos alguma coisa teria que dar certo naquele dia.

Depois de vinte minutos dentro do ônibus, cheguei na esquina da casa do Rodrigo e pulei fora. Corri até a sua casa e apertei a campainha e logo fui atendido por uma voz grossa.

- Quem é? – eu não reconheci a voz.

- É o Cesar! - disse – O Rodrigo está?

Como resposta a porta se abriu e eu entrei na casa. Andei por um extenso corredor até avistar um garoto parado do lado de fora da porta da sala. Alto, magrelo e de óculos. Deduzi pela sua cara feia que era o Túlio, irmão do Rodrigo.

- E aí tudo bem? – estendi a mão para cumprimenta-lo, ele me ignorou.

- Rodrigo deu uma saída, mas disse que já volta – ele respondeu sério – posso saber o que você quer com ele?

Não sei por qual motivo o irmão do Rodrigo estava me tratando daquela forma, eu só havia conversado com ele uma única vez e ele tinha sigo grosso da mesma forma. Respirei e respondi com um belo sorriso para não perder a paciência:

- Eu só queria trocar umas ideias com ele.

- Entra aí então – ele disse emburrado – ele já deve estar voltando.

Sentei no sofá da sala e fiquei esperando Rodrigo voltar. Um friozinho gostoso começou a fazer minha barriga vibrar. “Finalmente está acontecendo”, pensei “Depois de quase um ano separados”.

Tudo havia acontecido muito rápido, parecia até mesmo um sonho. Rodrigo chegou em frente a minha casa e me beijou desesperado. Após isso ele me contou que Otávio havia traído ele. Não entrei em detalhes sobre isso, pois decidi não tomar partido na situação. A questão era: eu e Rodrigo havíamos nascido um para o outro e agora com Gale longe nada poderia nos impedir de ficar juntos novamente. Na mesma noite, combinamos em terminar de vez nossos “namoros” para no outro dia a gente sair juntos (mais conhecido como reatar o namoro).

E lá estava eu sentado no sofá quando escuto a porta se abrir. Rodrigo entrou pela porta da sala com os olhos verdes me encarando surpreso. Seu cabelo castanho estava mega arrumado para uma manhã de domingo e suas roupas... jaqueta, camisa com gola, calça jeans, tênis... enquanto eu vestia... pijaminha de marinheiro, uma toca azul e um crocs... me peguei estranhando a situação.

- E aí cara – ele falou meio sem graça – tudo bem?

- Tamo aí nas atividades! – respondi tentando não parecer incomodado.

Antes mesmo de eu me perguntar o que estava errado naquela situação toda. Uma voz entrando pela porta da sala me fez entender tudo:

- Bom dia Cesar! Você por aqui? Eu e o Rodrigo estamos a fim de pegar um cineminha hoje, partiu?

E então Otávio abraçou Rodrigo por trás e lhe deu um beijo.

...

Fui para o treino determinado a dar o meu melhor. Dessa vez era para valer. O último treino antes da final, os últimos conselhos, as últimas preocupações... depois disso era utilizar tudo o que eu havia aprendido em três anos no jogo final que determinaria se meus esforços valeram a pena.

O relógio marcava meio dia e cinquenta e nove. O nosso treino começaria às uma da tarde e não teria hora para acabar. Senti um arrepio na minha espinha enquanto o pessoal não chegava, mas felizmente (como se fosse até ensaiado) todos chegaram juntos pela grande porta.

Ana, Zé e Igor foram os primeiros a correr em minha direção. Logo atrás vinha o Lipe e o Rodrigo conversando separadamente. Procurei Gale no meio deles e lembrei que nessa hora ele já deveria estar longe.

Atrás de todos, foram surgindo mais pessoas. Alguns eram agregados ao time que jogavam como reserva e ajudavam no treino. Também tinha uma torcida pré-organizada (pois éramos chiques) da qual Ana era responsável por treinar. No final de todo aquele alvoroço vinha a diretora Val-Val, fechando o portão com grande força, silenciando a quadra inteira.

E no meio daquele silêncio, eu percebi que era minha vez de falar:

- EU ME LEMBRO DE QUANDO EU ENTREI NESSE TIME LÁ NO PRIMEIRO ANO. TÍNHAMOS GRANDES JOGADORES QUE ME ENSINARAM A PAIXÃO POR ESSE ESPORTE, CONSEGUÍMOS A TÃO SONHADA VAGA NOS REGIONAIS, MAS FOMOS ELIMINADOS NO NOSSO SEGUNDO JOGO.

Respirei por um momento antes de tornar a falar:

- JÁ NO SEGUNDO ANO, AS COISAS FORAM UM POUCO DIFERENTES! COM A SAÍDA DO NOSSO TREINADOR, NÓS MESMOS TIVÉMOS QUE DAR CONTA DE MONTAR ESSE TIME INTEIRO. E TALVEZ POR IMATURIDADE MINHA, EU NÃO ESTAVA PREPARADO PARA NOS GUIAR PARA O TÍTULO DE CAMPEÕES. FOMOS ELIMINADOS NAS SEMI-FINAIS.

Encarei Rodrigo por um momento, depois desviei o olhar para o Felipe. Ambos sabiam do que eu estava falando e aquilo me deu mais forças para continuar a falar:

- AGORA ESTAMOS AQUI JUNTOS! MAIS LONGES DO QUE PENSÁVAMOS CHEGAR! TÍRAMOS DESSA ESCOLA UM DOS PIORES PROFESSORES QUE JÁ EXISTIU NA FACE DA TERRA. JUNTOS GANHAMOS CADA PARTIDA, CADA JOGO, CADA PONTO. POR TODOS ESSES ANOS, ESSA ESCOLA CONFIOU EM MIM, TANTO PARA APRENDER, TANTO PARA ENSINAR. AGORA É MINHA VEZ DE DEPOSITAR TODA A MINHA CONFIANÇA A VOCÊS. EU TENHO CERTEZA DE QUE QUANDO ENTRARMOS NAQUELA QUADRA SAÍREMOS DE LÁ VENCEDORES, POIS NÓS MAIS QUE TUDO, MERECEMOS.

E dessa vez os gritos começaram a surgir. Gritavam o nome da escola, o meu nome, o nome da diretora. Tentei concluir a minha fala, mas o barulho foi maior e mais forte para conter. Ana tinha caprichado em cada detalhe e até mesmo tambores eram escutados por toda a quadra.

- Preciso falar contigo – Val-Val apareceu do meu lado e disse.

- Que susto mulher! – falei rindo – é sério? Quer ir na salinha lá do fundo?

Ela acenou com a cabeça e fomos até o mini-escritório da quadra.

- E aí? – perguntei brincalhão – O que eu fiz de errado dessa vez?

Val-Val tirou de uma bolsa verde dela, uma pasta cheia de papéis aonde, depois de demorar quase meia hora, ela encontrou a folha certa.

- Isso aqui chegou na escola – ela me entregou a folha – é a confirmação da sua inscrição para o vestibular. Aí conta o local aonde você fará a prova, os horários e tudo mais. Também notei que você escolheu Ed. Física...

- Jesus mulher! – falei espantado – que invasão de privacidade é essa?

- O primeiro recado é esse – ela prosseguiu - eu não boto fé em você para nada, desde que você entrou nessa escola eu percebi a sua... digamos, falta de talento para coisas sérias. Confesso que até botei um pouco de fé, mas depois que você negou a bolsa para a universidade...

- Vamos trabalhar a palavra “superação?” – cortei a diretora – isso foi semana passada, hoje já estamos em uma semana nova, novos rumos e novas escolhas.

- A questão é que – ela deu uma pausa drástica – você não irá passar no vestibular! E eu não digo isso porque você é burro e tudo mais. Mas convenhamos comigo, você não estudou nada o ano inteiro e o curso tem uma concorrência bem grande...

- Amei suas palavras de motivação – disse tentando dar risada.

- Mas o que eu vi hoje nessa quadra – Val-Val prosseguiu – a forma como você influencia os alunos... está na sua veia ser professor e por isso eu tenho essa proposta: Se você não passar no vestibular, você ganhará um emprego aqui na escola como técnico do time de vôlei.

As palavras levaram um tempinho para se organizarem em minha mente até que eu entendi o que ela estava querendo dizer:

- Mas isso é possível?

- O salário não é lá grande coisa – ela respondeu – mas você poderá trabalhar de guardinha na parte da manhã e “auxiliar” de treinador, já que você não tem um diploma de verdade. Estou colocando isso na sua mão, mas porém... você terá que prometer estudar para passar no vestibular... e estudar de verdade!

- Eu topo! Eu topo! – disse animado.

Aquilo soou perfeito. A única chance que eu tinha de continuar na escola por mais um ano! Ter um emprego, fazer um cursinho e depois seguir o rumo para a faculdade. Continuar treinando os meninos do vôlei, não abandonar grande parte dos meus amigos... Aquilo não podia ser real... Abracei a linda da diretora e só faltou as lágrimas descerem dos meus olhos.

- Agora afasta que eu tenho uma péssima notícia para te dar! – Val-Val me empurrou para longe dela.

“Tudo isso era pegadinha do malandro seu babaca”, pensei que ela diria isso e riria na minha cara, mas pelo contrário, suas palavras foram pior do que isso.

- Hoje eu recebi um e-mail da atlética estudantil regional, informando que você não poderá jogar a final do campeonato.

Suas palavras foram como um tapa bem dado na minha cara.

- O que eu fiz? – falei indignado.

- Eles não explicaram direito no e-mail. Pelo que parece a diretoria da atlética recebeu uma denúncia de homofobia e você foi acusado disso.

- Eu?? – tentei acreditar naquilo – Quem denunciou? Até parece que eu seria homofóbico com alguém, Val-Val você tem que falar com eles e...

- Calma garoto! – ela disse – A denúncia chegou hoje de manhã! São acusações sérias e o normal seria desclassificar o time inteiro... mas como eles ainda estão analisando o caso, resolveram suspender apenas os envolvidos. Você e o garoto que te acusou.

Eu iria perguntar quem tinha me acusado, quando de repente, uma gritaria de tumulto começou lá na quadra. Olhei para a cara da Val-Val e sem dizer nada, corremos para ver o que havia acontecido.

Toda a confusão se esclareceu quando eu cheguei na quadra e avistei vários garotos com a camiseta roxa escrito “legendários do vôlei”. Vaias de um lado, vaias do outro. Parecia de fato uma guerra. Garotos e garotas de roxo preenchiam o espaço da porta e dentro da quadra, já as arquibancadas eram compostas por nossas torcidas inteira. De igual para igual, eu já tinha entendido que dali não sairia coisa boa.

- O que você está fazendo aqui? – eu já depositei o meu ódio para o garoto de topete simetricamente perfeito que comandava o bando.

Davi tinha crescido um pouco desde a última vez que eu o vi, mas isso não tirava o fato dele ser pequeno. Seu cabelo estava desta vez, completamente descolorido e suas orelhas agora ostentavam uns alargadores roxos para “combinar” com sua camisa.

- E aí está o jogador mais homofóbico de todos os tempos, você não tem nojo de chegar perto de mim não? – Davi disse.

- Eu vou contar até trinta, quando eu terminar é melhor todos vocês darem o fora daqui se não as coisas vão ficar difíceis.

- Como se tivéssemos medo de você! - Davi falou gargalhando feito uma hiena – Deixa eu te atualizar de algumas coisas: seguindo o exemplo do meu amigo Rodrigo, eu resolvi me assumir homossexual. Depois de ter vencido vários jogos, eu denunciei casos de perseguição sua sobre mim para a organização do campeonato, agora você está terminantemente suspenso.

Minha mão coçou para dar um murro na cara dele. “Calma Cesar, é isso que ele quer que você faça” pensei e relaxei os braços continuando a escuta-lo.

- Mas você também foi expulso! – disse – continuamos de igual para igual.

- Concordo – ele ainda continuava irônico – agora te atualizando novamente: Temos como treinador um dos melhores de toda a região e já bem conhecido seu, o técnico Guilherme. Depois de ter saído dessa escola, ele pareceu bem feliz em treinar nosso time e se vingar de você. É realmente uma pena você nem poder ir assistir o jogo.

Professor Guilherme, Davi... eram tantas coisas para lidar. “Liga o foda-se, essa é uma boa hora para ligar o foda-se, liga o foda-se...” pensei desesperado no que fazer.

- Ótimo então – falei tentando abrir um sorriso – nos vemos na justiça agora por favor, nos de licença pois temos muito ainda o que treinar.

- Ou se não o que? – Davi disse se aproximando mais um pouco, agora minha mão já alcançava sua cara – O que você vai fazer sua bicha enrustida de merda?

“Não faça nada, não brigue, não exploda, não faça nada”. E Davi chegou mais perto ainda e disse bem baixo no meu ouvido.

- Eu sei o que você e o Rodrigo aprontavam, ele foi esperto por ter te largado por algo mil vezes melhor – “Não faça nada, não faça nada” – Rodrigo te contou que a gente se conheceu pela webcam? Ele tirava a roupa todo dia para mim e a gente se masturbava a noite inteirinha juntos, ele te contou isso?

Meu corpo inteiro tremia, mas eu prometi a mim mesmo que não daria um passo se quer:

- E Gale? Outro namoradinho seu? – Davi falava bem baixinho na minha cara enquanto os outros ficavam apenas tentando escutar inutilmente – Sabe quem foi o primeiro a estrear aquela bundinha deliciosa dele? Eu mesmo! Você além de fracassado enrustido, fica que nem vira-lata pegando sobras.

Davi percebeu que não iria conseguir muita coisa de mim e deu uns dois passos para trás. Para o meu alívio eu vi ele se encaminhando com o seu time para a fora da quadra, mas como um relâmpago ele voltou para frente de todos do seu time.

- Trouxemos um último presentinho para você! – ele gritou rindo.

O primeiro ovo veio voando na minha direção e atingiu o meu peito. Instantaneamente eu coloquei a mão para proteger a cabeça enquanto uma chuva de ovos vinha na minha direção.

Felipe, Rodrigo, Igor e Zé eram os únicos na quadra e tentaram impedir. O restante da galera já saia das arquibancadas, prontos para começar o barraco. Davi se aproximou mais um pouco de mim e disse com um ovo na mão:

- Parabéns seu lixo! – e quebrou o ovo na minha cabeça.

Ele queria que eu o acertasse. Era só um murro e ele entraria em coma por uns dois meses no mínimo. Cada pelo do meu corpo queria dar uma surra nele, mas era isso mesmo o que ele esperava. Fiquei parado vendo minhas esperanças morrerem. Não tinha foda-se que eu pudesse ligar que faria as coisas melhorarem. Já estava perdido, Davi e sua turminha tinham vencido novamente.

E então todos os esforços feitos por mim durante esses três anos escaparam de mim, através de uma única lágrima que escorreu pelo meu rosto. Lágrima de raiva, de impotência, de fracasso.

- Ih, olha lá galera! – Davi gritou – a menina tá chorando. Porque você está chorando cara? Não aguenta, então não brinca seu viadão.

- Eu estou chorando por você Davi! – falei com a voz trêmula.

Ele me olhou com um sorrisinho no canto do lábio. Era isso o que ele tanto queria e eu não fui capaz de me segurar.

Meu punho atingiu o seu rosto com tanta força que eu senti meus dedos estralarem. O resto da quadra começou uma gritaria, mas antes que alguém nos separasse, dei três fortes bicudas na barriga do Davi. Tentei não atingir a sua cara pois a minha parte racional me lembrou que com a força usada, eu poderia matar o menino.

“Matar ele não era uma má ideia”, meu lado racional desapareceu.

Dei um chute no meio do seu rosto, como se fosse chutar uma bola para o gol. Sangue voou por todos os lados, mas para o meu descontento, não vi nenhum dente saindo. O filho da puta do Davi ainda tinha forças para rir e se engatinhar. Quando eu tentei dar o próximo chute, senti uma mão me agarrando por trás. Sem nem mesmo ver ou escutar nada eu tentei pular em cima do Davi, mas a maldita mão ainda me agarrava.

Virei para trás e dei uma cabeçada no nariz da pessoa que me agarrava.

Essa pessoa era o Rodrigo.

Com a mão no nariz e aos berros. Rodrigo deu alguns passos para trás e cambaleou até apoiar no Felipe, caindo no chão. “Metei a pessoa errada”, pensei e engatinhando eu fui até ele ver o tamanho do estrago.

- Você está be...? - eu tentei perguntar nervoso.

- SAI DE PERTO DE MIM! SAAAAI !

E sem dizer mais nada eu sumi. Saí da quadra no meio dos meninos de roxo que levavam o Davi para um hospital, sai por meio das tias da limpeza que mandaram eu parar de correr, saí pelo portão da escola no meio de um tumulto de gente. Fugi correndo o mais rápido que eu consegui.

Parei numa rua o mais longe que eu consegui correr. Joguei-me na sarjeta e lá fiquei sentado por um bom tempo com a mão ensanguentada cobrindo meu rosto. Raiva, decepção, medo, tristeza... tudo isso escorria por meus olhos em formato de lágrimas.

Tentei sorrir, tentei ligar o foda-se mais uma vez e ser aquele menino que sempre da um jeito em seus problemas de uma forma enrolada. Tentei ser a mesma pessoa que se fode para ajudar o amigo, aquele garoto que acha engraçado a situação mais desconfortável de sua vida. Tentei...

Esse menino já não existia mais. Estava na hora de eu resolver os meus próprios problemas, de bater de frente com tudo e não deixar nada me passar para trás. A partir daquele momento eu não ligaria o foda-se para mim.

Eu ligaria o foda-se para todos os outros.

...

- Ele está bem – Bia falou – você só entortou o nariz dele mais um pouquinho.

Vesti uma camisa regata e me joguei na minha cama. Bia tinha vindo em casa para contar os detalhes do que havia acontecido após a briga.

- Levaram o Davi para o hospital, pelo que me disseram ele está bem – Bia prosseguiu - só levou uns dois pontos na testa.

“Poderia ter morrido”, pensei, mas me contive para não falar porque Bia também havia me dado um puta sermão desnecessário sobre a minha raiva excessiva.

- É só isso? – perguntei meio grosso.

Bia estranhou-me um pouco. Eu já não tinha saco para mais nada naquele dia, não queria saber de vôlei, não queria saber de escola, não queria saber de mais nada.

- Tem mais uma coisinha... – Bia sentou-se ao meu lado – sobre o Fê.

“Mimimi” de casal (que na verdade nem era um casal de verdade) eu também não estava afim de suportar.

- Você anda conversando com o Fê? – Bia me perguntou – ele não me responde mais e eu sei que eu não deveria me importar porque eu dei uma “mancadinha com ele” mas... sei lá né? Ele deveria me responder, pois se não eu partiria para outra.

- Parte para outra logo de uma vez Bia! – respondi sem muita paciência – Essa história de voltar com ex é burrice das maiores possíveis.

- Mas eu... – ela engasgou-se para falar – eu amo o Felipe.

Passei o meu braço pelos ombros dela. Ver a Bia que sempre foi uma menina forte sentada ao meu lado sofrendo por amor era algo realmente digno de compaixão.

- Bia, te darei um conselho de quem já vivenciou isso, não uma, mais várias vezes... – falei o mais sincero possível – SUPERA! Se não era para dar certo, não vai acontecer.

Bia não pareceu muito feliz com a resposta. Ela tirou a minha mão de seu ombro e ficou em pé dizendo:

- Pensei que você apoiava o meu amor pelo Felipe.

- Eu apoiava o amor – respondi – e não esse exagero fadado ao fracasso.

Agora Bia perdeu o controle e começou a gritar:

- FADADO AO FRACASSO É VOCÊ GAROTO! O ÚNICO AQUI QUE PERDE O SEU AMOR DE VERDADE PORQUE TEM MEDO DO QUE OS OUTROS VÃO PENSAR É VOCÊ E NÃO EU. PENSEI ESSE TEMPO TODO QUE O PIRRALHO ERA O FELIPE, MAS PELO JEITO O ÚNICO QUE PRECISA CRESCER REALMENTE É VOCÊ!

- VOCÊ FALA EM CRESCER, MAS A ÚNICA GAROTINHA APAIXONADA FEITO UMA PIRRALHA DE UM FILME DA DISNEY É VOCÊ! ACEITA A REALIDADE E ABAIXA ESSA VOZ PARA FALAR COMIGO.

Bia apontou o dedo na minha cara, suspirou e disse:

- Cesar, pelo amor que ainda me resta por você é melhor você calar essa sua boca e me escutar. Se você ousar a responder eu juro que nunca mais eu olho para essa sua cara, está me ouvindo? – abaixei a cabeça fingindo que nem me importava – Esse tempo todo você foi um completo idiota com o Rodrigo e é culpa sua não ter dado certo. Agora você não pode ser um cuzão com as pessoas só porque sua vida está um completo lixo, ok? Eu AMO o Felipe e tenho certeza que ele me ama também e ao invés de eu estar chorando pelos cantos eu irei na cara dele e dizer isso de uma vez, como uma pessoa crescida, entendeu? Então agora fique aí e pense um pouco nessas suas atitudes infantis, e encare seus problemas como um adulto e não um pirralho que tem medo das verdades

Bia virou as costas e começou a andar até a porta.

“ Se era verdade que ela queria...”

- Eu já beijei o Felipe! Na verdade foi ele que me beijou... Acho que ele nunca te disse isso não é mesmo? Pelo jeito eu não sou o único pirralho que tem medo das verdades...

...

Eu já estava cansado de ouvir as pessoas gritarem comigo num mesmo dia.

- PORQUE VOCÊ CONTOU ISSO PARA ELA? – Felipe gritava desesperado comigo – VOCÊ TEM MERDA NA CABEÇA?

- Ela queria a verdade – respondi calmamente – foi o que eu dei para ela.

- E agora? – ele perguntou mais para si mesmo do que para mim – E se ela pensar que eu sou gay e não querer mais ficar comigo?

- CHEGA DE MIMIMI POR HOJE! VAI NA CASA DA BIA E BEIJA ELA DE UMA VEZ! – respondi já exausto – O que diabos você está fazendo aqui mesmo?

- Vai ter reunião do time! – Felipe respondeu ainda alvoraçado – não viu minha mensagem?

E antes mesmo de eu ir conferir em meu celular já escutei o barulho de gente chamando na frente de casa. Zé, Ana, Rodrigo e Igor estavam entrando pela porta da sala e vindo em direção ao meu quarto.

- Imperador! – Ana foi a primeira a me ver – queríamos uma audiência com o senhor.

- E aí Cesar desgraçado – Igor veio atrás – Porque você sumiu daquele jeito cara? Perdeu de ver a gente chutando uns garotos da nossa quadra.

E quando todos se amontoaram no meu quarto eu parei e pensei “Eles ainda precisam de mim, eles ainda tem um pouquinho de fé quando já estamos claramente perdidos”.

- Daremos um jeito nisso tudo! – falei confiante.

- Ligando o foda-se mais uma vez? – Rodrigo “cochichou” e eu o ignorei.

E se eu levasse as coisas a sério pelo menos uma vez na vida? E se eu tentasse com vontade resolver um problema ali na hora e não joga-lo para o futuro... todos me olharam esperando uma resposta. Eu prometi que não falharia e por mais idiota e estúpido que eu fosse, eu jamais iria quebrar uma promessa.

- Vamos nos organizar! Temos alguns problemas a serem resolvidos antes da gente entrar naquela quadra – falei e todos grudaram os olhos em mim – Gale saiu e precisamos de alguém para substitui-lo. Igor? Você pode ficar responsável por achar alguém capacitado e de confiança para amanhã?

- Claro – sua resposta foi afirmativa.

- Ana – prossegui – eu preciso que você organize uma torcida gigantesca. Não estou falando de cinquenta ou cem pessoas. Eu quero todos os acentos da arquibancada do ginásio ocupados por pessoas dispostas a torcer por nós. Se tiver qualquer um de roxo dentro daquela quadra vamos expulsa-los, beleza?

- Afirmativo senhor – ela fez uma continência atrapalhada.

- Zé, eu quero... – falei, mas fui cortado pelo menino de cabelos cacheados.

- Quer cartazes ofensivos cobrindo cada centímetro de dentro do ginásio municipal? – ele era rápido e eficiente demais que até me surpreendia as vezes.

- Por dentro e por fora – acrescentei – Felipe eu quero que... que você resolva seus problemas individuais antes de entrar na quadra. Se chegar amanhã e você ainda estiver com seus “mimimis” o Igor terá um mais novo jogador para entrar no seu lugar, entendeu?

De cara feia, Felipe concordou. Agora só faltava o Rodrigo...

- E Rodrigo... – pausei e pensei um pouquinho – Você com certeza deve ter o número do Davi não é mesmo? Já que os dois eram tão amiguinhos?

- Vai se foder Cesar – ele disse, mas eu não tinha feito uma piada.

- Se você não se importar, eu gostaria de contatar ele e convencê-lo a tirar as acusações feitas contra mim ainda hoje. Você passa o celular dele para mim?

- Tanto faz – ele respondeu emburrado – Acabamos então? Precisava falar com você em particular.

Todos se entre olharam e perceberam o climão chato que havia se estabelecido.

- Gente, eu tinha visto um cavalo negro de chifres que cuspe fogo lá na esquina, vamos lá ver? – Ana falou saindo de fininho.

- Mas um cavalo com chifre não se chama unicórnio? – Felipe indagou-a.

- Aonde já se viu um unicórnio cuspindo fogo, DÃN!!

E assim todos saíram me deixando a sós com o Rodrigo.

- Fala aí o que você tem para falar, pois eu estou cheio de coisas para fazer, tenho que estudar, jantar, convencer meu inimigo mortal a fazer as pazes...

Rodrigo ficou em silêncio por um bom tempo só para me irritar, e então quando eu já estava mandando-o ir tomar no rabo ele disse:

- Desculpa se eu criei qualquer tipo de esperança para você. Eu errei e agi sem pensar e o Otávio não tinha me traído, ele só queria...

- Sabe de uma coisa? – falei antes dele terminar – você não precisa justificar nada não. Guarda essas desculpas para você. Quem aqui precisa pedir desculpas sou eu e não você. Então me desculpa por quase quebrar o seu nariz, desculpa por ter dificultado a sua vida por um bom tempo, desculpa por todo o mal que eu te fiz, ok? Amanhã eu entrarei naquela quadra com a consciência de que eu fiz a coisa certa pelo menos uma vez, e no nosso caso a coisa certa a se fazer é deixar todo esse mal para traz.

- Nós dois fomos um erro então? Você fala de domingo ou de tudo? – ele perguntou.

- Desde o dia em que eu te conheci, tudo foi um erro. E eu não quero que você fique mal ou algo do tipo, mas se eu pudesse voltar no tempo e não ter te conhecido eu não pensaria duas vezes para tomar essa decisão. Se eu pudesse voltar atrás e falado para a Val-Val “não vou chamar nenhum Rodrigo, vá você!” eu não hesitaria. Você foi um grande erro na minha vida, um erro que eu não precisava ter cometido, mas eu cometi esse erro várias e várias vezes. Mas a partir de hoje eu irei corrigi-lo, tudo bem por você?

Os olhos do Rodrigo se encheram de lágrimas. Da mesma forma que se encheram quando ele ficou bravo pois nós dois terminávamos, da mesma forma em que eu disse a ele que não poderíamos ficar juntos, da mesma forma quando eu o abracei pela primeira vez... da mesma forma quando ele ficava triste e se acolhia em meus braços. Só que dessa vez eu não o acolheria de forma alguma.

- É isso o que você quer?... – Rodrigo perguntou abaixando a cabeça.

- Eu quero a droga do número do Davi, você vai me passar ou não? – perguntei.

- Precisa ser grosso dessa forma? – ele reclamou.

- Quer que eu peça cantando com doçura para você? Posso cantar até em inglês, pois o português você não está entendendo.

- VAI SE FODER CESAR! – ele gritou e dessa vez ele soltou a mão para cima de mim.

O soco atingiu a minha cara, sem muita força porém me fez cambalear até eu cair na cama. Fiz força para me levantar e partir para a briga, mas eu vi ele indo até meu computador e eu resolvi ficar parado no lugar.

- Está ali o número dele – ele disse apontando para a tela e saindo do meu quarto – AH e antes que eu me esqueça... você também foi um completo erro na minha vida!

E lá se tinha ido mais uma amizade/amor. Li na tela do meu computador os dígitos do número do Davi e disquei no meu celular.

Já que eu havia perdido várias amizades...

Estava na hora de fazer um novo amigo.

...

[CONTINUA]

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E semana que vem eu posto a outra parte, ok gatos e gatas?

Comentem o que vocês acharam, o que vocês sentiram, o que vocês queriam fazer no lugar do Cesar, qual a intensidade do murro que vocês dariam na cara do Davi... vale de tudo desde que vocês conversem comigo aqui...

Me sigam também lá no Wattpad, me mandem suas séries por lá (ou por aqui também) e a gente se dá uma força, ok? “CesarFNeto” sigam lá e concorra a um CD com canções da Joelma sobre amores imperfeitos.

Por hoje é só... teremos mais semana quem vem... então agradeço a todxs vocês.

Estou aí para o que der e vier (e para o que vier e der também)(InesBrasilDiva)

Até mais lindos <3<3<3<3<3

Comentários

Há 9 comentários.

Por diegocampos em 2015-05-31 19:45:47
Amo essa série já leio faz um tempo mais nunca tinha comentado ,esperando ansiosamente o próximo episodio
Por CarolSilva em 2015-05-18 22:39:54
Cade?
Por Cesar Neto em 2015-05-14 20:13:24
Miga nova Carol (e todos os migos antigos tb), estou passando para informar que a série está quase acabada (falta o capitulo 9 e um pedacinho do 10 para eu escrever) but... irei postar a continuação no dia 18/05 pois é uma data mega especial para mim (e para todos os leitores)(espertinhos saberão do que estou falando rsrsrs) até lá fiquem com um abraço meu e para bater um papinho descontraído comigo é só me seguir no wattpad (CesarFNeto) Beijão a todxs <3<3<3
Por CarolSilva em 2015-05-14 06:17:33
Quando posta novamente?
Por CarolSilva em 2015-05-07 09:53:57
Poxa queria que eles ficassem juntos...
Por Klaus em 2015-05-07 02:03:53
Que capítulo mais tenso esse. Enfim, caso com você só se me der jujuba todos os dias. Kkk
Por B Vic Victorini em 2015-05-06 18:22:11
Super concordo com todas as atitudes que ele tomou, chega uma hora que cansa! E esperar até a semana que vem e tortura Cezinha, já descolou minha paçoca?
Por SafadinhoGostosoo em 2015-05-04 13:19:55
Rodrigo é um babaca mesmo. Só isso que tenho a dizer... Deu esperanças ao César pra depoos simplesmente voltar com o Otávio ? Bom que tome no cu e que o Otávio traia ele de verdade.
Por Mrkurt em 2015-05-04 04:02:31
Nao como mesmo!! Uma historia dessas abalando meu emocional, o que quer mais?! E aleluiaaaaaa né, até que enfim um novo ep. Kk. E como assim não terá mais CEDRIGO??? Eu estou aqui lendo só por causa deles, e vc faz isso comigo? :( E você me deu esperanças no inicio, e agora Cesar faz isso com o Ro, como te odeio afff, kkkk. O que eu faria no lugar de César? Tiraria os atrasos com o Ro, reatava, casava, e tudo mais, claro kk. E depois quero meu CD! Bjao♥