A história de nós três - 2x09 - "Nova Fase"

Parte da série A História de Nós Três

Era uma segunda-feira, estávamos perto das festividades de fim de ano, e eu iria começar a trabalhar no hospital com a benção do meu pai e de toda a minha família. Entrei no chuveiro e comecei a me molhar passei shampoo na minha cabeça e de repente eu sinto outra mão alisando o meu corpo, dou um riso e aproximo o corpo dele de mim e começo a massagear o pênis dele.

- Olha quem está acordado. – falo enquanto me viro e o beijo.

- Para você... ele só acorda quando vê o dono dele. – ele disse me pressionando contra a parede.

Nos beijamos loucamente no banheiro sob a água quente, ele foi descendo e passando a língua no meu corpo, e me fazendo gemer, eu mordia os lábios para não gemer alto afinal as crianças ainda estavam dormindo. Ele me chupava de uma forma maravilhosa que me fazia contorcer o corpo, eu comecei um violento vai e vem na boca dele. Depois de alguns minutos ele levantou e me fez baixar, enquanto o chupava batia uma gostosa, transar debaixo do chuveiro é muito bom, experimente (risos). Gozamos muito naquela manhã. Afinal quando se tem filhos e uma vida sexual muito ativa, qualquer momento pode virar um ato sexual (ok.. foi a pior frase que eu escrevi, mas a única que me veio a mente agora).

Nos arrumamos e ele foi acordar o Paulinho. Enquanto eu descia e preparava o café que consistia em vitamina de alguma fruta, torradas, pão francês, queijo e frutas. Meus príncipes desceram e tomamos café, deixamos o pequeno na creche e seguimos para o hospital.

- Você está distante – falou o Mauricio pegando na minha mãos.

- Oi? – perguntei meio desnorteado.

- Você está distante, esqueceu algo?

- Não apenas o nervosismo do primeiro dia... pensa pelo lado positivo... vamos ficar juntos mais tempo... vou poder almoçar contigo! Você vai ficar mais próximo dos meus colegas de trabalho. Vai dar tudo certo!

Lá estava eu, na porta do hospital. O meu futuro seria decidido a partir dos meus atos naquele lugar. E eu também já me sentia intimo daquele lugar fechei os olhos e disse que tudo ficaria bem. Entramos de mãos dadas, mas tivemos que nos afastar ao entrar, afinal era o primeiro dia, não queria causar má impressão, mas não por ser gay. O hospital inteiro sabia da nossa relação e o Mauricio não escondia de ninguém.

Comecei o meu primeiro dia participando de uma reunião com todos os médicos responsáveis. Trauma, cirurgia, plástica, enfermeiros. Eram muitas pessoas e nomes para decorar. A minha sala era ampla e havia apenas uma mesa e três cadeiras. O Doutor Emanuel me deu carta branca para decorar da forma que eu quisesse e começasse a recrutar pelo menos duas pessoas para me auxiliarem.

Li muitos documentos sobre as principais obras do local. Tive que ver um vídeo institucional também falando sobre a visão e objetivos do hospital. Quando dei por mim era hora do almoço e o Mauricio me mandou uma mensagem pedindo para eu descer.

No refeitório o meu amor estava numa mesa central com alguns colegas que eu conhecia, como o Carlos e uma médica chamada Bruna. Me apresentei aos outros médicos e depois de alguns minutos eu e o Mauricio fomos nos servir. Lá tínhamos apenas uma hora de almoço, para mim, porque, para os médicos se houvesse uma emergência eles deveriam ir imediatamente.

Fiz a Lady e comi pouco, apesar de estar com fome, pois, durante o café tomei apenas um copo de vitaminada. Conversamos o clima estava bastante agradável até ela chegar... o nome dela era Marcella, a médica responsável pelo setor de pediatria. Ela era bonita, morena e mortal. Ela chegou na mesa reclamando de algo que eu não entendi direito.

- Desse jeito o hospital não vai pra frente. – ela disse rindo.

- Oi Marcella, esse é o meu esposo Pedro. – disse educadamente o Mauricio.

- Nossa... sério... você é gay! – disse ela com um tom arrogante.

- É sou sim. E você sabe... – disse o Mauricio meio desconcertado.

- Bem... com licença! – ela disse deixando um clima esquisito na mesa.

- Essa mulher é uma bruxa... não se preocupa Pedro... você vai se acostumar... – disse o Carlos mudando de assunto. – Ei vamos ter pelada né?! – ele perguntou ao Mauricio.

- Claro vai sim. – disse o Mauricio se aproximando de mim e me abraçando.

Voltei para a minha sala e uma moça pequena, mais parecia uma criança. Ela seria a minha secretária e havia levado alguns currículos. O que eu aprendi com o meu pai é... “Encha seu ambiente de trabalho com pessoas que você confia”. Fiz uma ligação e contatei alguns colegas de faculdade para trabalharem comigo. Na verdade os meus melhores amigos da facul. O Ronald e a Emilly, eles foram meus fieis escudeiros durante quatro anos, nos distanciamos um pouco confesso, mas eu soube que o Ronald estava desempregado e a Emilly não estava trabalhando na área então dei essa oportunidade.

A semana passou voando e algumas pessoas me olhavam meio de lado, deveria ser por que eu era muito novo para estar assumindo um cargo de tamanha responsabilidade. Mas aos poucos estava ganhando a confiança dos maiores interessados, os sócios e o Doutor Emanuel. Fiz as entrevistas e não foi surpresa os meus amigos chegarem até a etapa final. Eles eram bons. Só faltava um empurrãozinho da vida. E nessa parte eu ajudei.

Estava na minha sala quando a minha irmã chegou. Conversamos um pouco e ela disse que a minha sala era incrível e que precisava de um sofá. Depois de ela muito insistir compre um lindo estofado para a sala. No primeiro dia minha irmã já entrou e se deitou, cochilou por alguns minutos e voltou para o trabalho, a pilantra fez que comprar o sofá para ela.

Na mesma tarde recebi o Ronald e a Emilly, eles estavam nervosos e eu expliquei a situação, que eles ficariam se mostrassem se encaixar no perfil da empresa. Eles decidiram fazer as avaliações e ao termino conversamos um pouco.

- Puxa Pedro que emprego legal. – disse o Ronald.

- Pois é, e eu pensei logo em vocês dois. – falei rindo.

- Mas que bom que estamos todos bem, éramos o trio ternura na faculdade. – disse a Emily.

- E não se preocupem, se não der aqui, vamos tentar na empresa do meu pai. Quero que vocês consigam uma oportunidade certa. – falei pegando na mão dos dois.

Na hora do almoço eu sempre sentia que a Marcela estava olhando para mim, era aquele olhar sinistro de alguém que não me aprovava naquele lugar. Tentava disfarçar e me focar nas pessoas que estavam ao redor da minha mesa.

Sempre que nos encontrávamos nos corredores ela fingia que nem me conhecia, na verdade não me conhecia mesmo, estava me julgando antes de me conhecer. Na verdade não entendia qual era a dela, mas relevava, estava a pouco tempo no serviço e não queria ser demitido por briga ou algo do tipo.

Fiz diversas reuniões com os meus amigos quando eles foram contratados, mostrei meus planos, em seis meses deveríamos produzir três comerciais de televisão, capas editoriais de várias revistas e massificar o hospital na internet. Apesar de simples nós iriamos trabalhar como nunca trabalhamos na vida. Comecei a sentir a pressão do dead line (tempo de entrega), mas a minha equipe me deixava tranquilo. Eu fui até o bebedouro e senti uma mão me puxando, era o Mauricio fazendo sinal de silencio com o dedo. Descemos até os quartos dos residentes, e ele trancou a porta.

Começou a me beijar loucamente e eu pedi para ele colocar touca e mascara cirúrgica. Apenas tirei a minha calça fiquei em posição de frango assado e ele veio na minha direção. Ele usou um gel e mandou bala. Eu apertava ele demais e gemia baixo. Ele bombou um pouco e eu tirei ele de cima e deixei ele de frango assado, passei o gel e fui metendo devagar, curtindo cada minuto daquela transa, o proibido é realmente demais. Intensifiquei os movimentos, estava suado e olhava apenas para os olhos do meu amor, ficava hipnotizado. Estava delicioso fazer aquilo ali, quando gozei me arrumei rápido e saí. Sem perceber que fomos visto saindo daquela sala.

Eu estava entrando no hospital para mais um dia de trabalho quando eu vejo aquela correria. Marcela passa do meu lado com um garotinho severamente machucado. Eu fechei meus olhos e ela gritou pelo meu nome, quando olhei a maca havia emperrado, eu corri para ajuda-la e começou a escorrer sangue da barriga do garoto. Ela pediu para eu estancar o sangue. Eu peguei uma gaze que estava ao lado, pressionei sobre o ferimento do garoto, e ela me fez entrar na sala de cirurgia.

- Marcela eu... eu tenho que sair daqui! Eu odeio sangue... – gritei.

- Se você sair o garoto morre! – ela gritou.

- Doutora se a senhora quiser eu... – falou um enfermeiro.

- Não, vá se arrumar para cirurgia. – ela disse seriamente.

Percebi algo horrível, o garoto estava consciente, ele olhou para mim e perguntou se eu era um anjo. Eu tive que segurar o choro e gritei pela Marcela. Achei aquilo inadmissível, eu não era médico, não tinha nenhum tipo de preparação como ela poderia me colocar numa situação como está? Cheguei perto do menino e falei que tudo ia ficar bem, que a médica já ia atendê-lo. A Marcela entra e assume a posição. Quando eu vou para a saída da sala o garotinho pede para eu ficar. Eu viro para voltar e ela grita.

- Saía da minha sala agora!!

Eu saí. E o garotinho começou a chorar. E ela tentou se concentrar e foi ríspida com a criança, falou que ela ia cuidar dele. Quando ela olha para frente, lá estou eu com a toca, o avental e a máscara cirúrgica.

- Eu disse para sair da minha sala...

- Você também me fez ficar com ele!! Eu não vou sair da sua sala doutura... nem se a senhora chamando a policia. – falei pegando na mão do menino. – Não se preocupa a doutora Marcela vai cuidar bem de você... e eu vou ficar assistindo tudo. – falei piscando.

Eu nunca havia visto uma cirurgia na minha vida. E por causa de um problema do garoto a cirurgia foi com anestesia local, e ele ficou acordado o procedimento todo. Meu coração naquele momento girava, mais do que a minha cabeça. Ele era tão pequeno, tão inocente e estava naquela situação. Eu me mantive forte durante as duas horas de cirurgia pensei no meu filho o tempo todo e não sai de perto do menino.

- Qual é seu nome filho? – perguntei.

- Jeremias...Maciel – disse ele com a voz baixa.

- E quantos anos você tem? – perguntei novamente.

- 5 anos. – ele disse.

- Que lindo... eu tenho um filhinho também ele é lindo igual a você. – falei segurando o choro.

- Ela tá mexendo na minha barriga? – ele perguntou.

- Sim, está sim... ela está concertando você... você vai ficar forte e saudável.

- Eu to com medo... tio...

- Não, não... a doutora Marcela que está cuidando de você... vai fazer um bom trabalho... está doendo?

- Não...

- Viu... daqui a pouco acaba e você vai ver o seu pai e a sua mamãe. Eu prometo. – eu falei.

- Tá bom... e... os meus amiguinhos? – ele perguntou.

-Que amiguinhos?... que... que ... amiguinhos? – perguntei para a Marcela.

- Um ônibus escolar bateu. Está cheio de crianças esse é o primeiro de muitos! – ela disse sem olhar para mim.

- Eles.. eles... estão bem... vai dar tudo certo amor... vai dar tudo certo...

Quando a cirurgia acabou me despedi do menino e eles o levaram para um quarto. Encostei-me perto de uma pia e

comecei a chorar. Me recuperei e sai, a Marcela vinha com uma cara nada amigável. E começou a gritar comigo no corredor.

- Quem mandou você ficar na minha sala de operação?!

- Quem mandou? Quem mandou? Quem você pensa que é? Deus? Eu achei ridículo o que você fez... quem você pensa

que é para decidir quem vai, quem fica? E o que você fez comigo? Me deixou naquela sala de operação com o menino... isso é profissionalismo? – gritei enquanto todos olhavam em volta.

Ela ficou quieta, quando alguém a chamou para atendar mais uma criança. Olhei em volta e estava um caos, muitos pais desesperados e vi o Ronald e a Emily conversando com um grupo de pais. Fui até eles e perguntei o que estava acontecendo. Eles falaram que o Dr. Emanuel queria que eles ficassem atualizando os pais sobre a situação das crianças, pois, todos do hospital estavam realizando operações ou fazendo exames.

A Emilly estava com uma cara apavorada, e o Ronaldo todo enrolado, quando eles me viram ficaram felizes e perguntaram o que eles deveriam fazer. Aquilo estava além da minha capacidade, pais chorando e desesperado por noticias. Respirei fundo e subi em cima do balcão de atendimento.

- Gente!!! Gente!!! Calma... pedimos calma!!! Eu sei que estão todos preocupados, eu sou pai e eu entendo... quem são os pais do Jeremias Maciel? Um garotinho moreno... da voz rouca?- perguntei e um casal levantou a mão. – Ok. Gente... vamos ter calma, vamos atualizar todos vocês, não se preocupem! Vocês dois me acompanhem!! – falei pulando da bancada.

No conto anterior, eu disse que os inimigos nos olham, mas as pessoas certam também ficam de olho, no final vocês vão saber porque.

Chamei a Emily e o Ronald e pedi desculpa pelo meu atraso e expliquei tudo para eles. Eu pedi para que eles entrassem em cada sala de cirurgia para perguntar quem era a criança, idade, para atualizarmos os pais. Passei perto da televisão e o noticiário estava mostrando o local do acidente, fiquei abismado. Mas não perdi o foco. Fui até a escola e pedi uma lista de todos os alunos que estava no ônibus. Me surpreendi com a quantidade de crianças, eram pelo menos 30.

Fui checar a lista de operação e vi que havia apenas 14 crianças no nosso hospital e conseguimos bater a lista e avisamos aos pais. Muitos saíram desesperados para os hospitais que eu entrei em contanto e que receberam acidentados. Naquele dia não me lembro de ter visto o Mauricio ou a minha irmã. Subi para a minha sala e os meninos estavam lá.

- 5 crianças morreram aqui hoje. – a Emilly disse com um olhar triste.

- Temos que nos preparar! Eu realmente achei muito tenso ter que dar a noticia aos pais. – disse o Ronald.

- Foi um dia punk mesmo. Vocês podem ir estão liberados. Eu estou louco para trocar de roupa, acho que eu já vou também. – falei pegando as minhas coisas.

Quando passo por uma ala vejo o Jeremias com os pais dele. Aproximo-me e pego na cabeça dele.

- E ai campeão!! Você foi muito corajoso na sala de operação! – falei rindo.

- Mãe... pai.. esse foi o anjo que ficou comigo durante a operação. – ele disse animado.

- Obrigado... – disse a mãe dele chorando.

- Não tem de que... o meu tem dois anos, e se ele fizesse uma cirurgia, também não gostaria que ele fizesse sozinho. Gente agora eu tenho que ir... ei campão se recupera bem ok! – falei me despedindo.

Enquanto saia do quarto do Jeremias, encontrei o Dr. Emanuel no corredor.

- Pedro, nós não tivemos oportunidade de conversar, mas eu vi...

Tomei um susto... pensei que era o que havia acontecido na sala dos residentes.

- O que o senhor viu... – falei fechando os olhos.

- A forma como você agiu hoje... no último código vermelho a nossa gerente de marketing se desmontou... literalmente... ela desmaiou umas 4 vezes. Eu vi como você liderou a sua equipe, fez o trabalho de campo, preparou as notas de falecimento. Você está de parabéns, fico feliz em ter você na nossa equipe. E eu acho que vou colocar vocês num curso intensivo de primeiros socorros, só para garantir.

- Claro obrigado. – falei aliviado.

Mas como nada na vida é apenas felicidade, no elevador eu encontro a Marcela.

- Qual é o teu problema comigo?! – perguntei sem olhar para ela.

- Quer mesmos saber? – ela perguntou com ignorância.

- Quero.

- Eu conheço o Mauricio Elias há 5 anos... sabia que nós já fomos noivos? Ele me usava como mula... para esconder dos pais que era gay... eu tenho nojo de vocês!!! E vocês ainda adotaram uma criança?! Como vocês podem ter feito uma cosia dessas... eu sei que lá no fundo o Mauricio ainda sente algo por mim... eu sei que ele sente!! – ela disse saindo do elevador.

Fiquei petrificado, quando dei por mim estava no estacionamento inferior e tive que subir novamente. Eu ando até a sala de espera e o Mauricio estava conversando com dois pais. A mãe caiu no chão e o pai esmurrou a parede, ele abaixou a cabeça e saiu de perto. Ele me viu e nos seus olhos eu vi tristeza. Naquele momento percebi que não havia sido um dia bom para nenhum de nós. Esperei uns minutos e ele desceu, demos a mão e fomos para o carro, ambos em silencio. Chegamos em casa e a primeira coisa que eu fiz foi abraçar o meu filhote. Eu acho que nunca beijei tanto o Paulinho como nesse dia.

Tranquei a porta do banheiro e liguei o chuveiro, mas não foi para tomar banho foi para chorar. Me ajoelhei no chão e não tinha intenção de parar. Pensei no desespero de um dia perder o meu filho, assim como eu havia perdido o meu irmão. Quando saí o Mauricio olhou para mim e deu um sorriso de lado.

- Descobriu a minha arma secreta? Ou você achava que eu passava 40 minutos tomando um banho – ele perguntou batendo na cama.

- O doutor Emanuel me agradeceu pela forma que eu agi hoje. – falei sentando, mas mantendo uma certa distancia.

- Está tudo bem? Você deveria estar feliz. – ele disse me puxando para perto dele.

- Estou cansado. – falei serio me esquivando dele, algo dentro de mim não suportou e eu falei. – Sério... a Marcela?

- Ohh Deus... ela te contou? – ele perguntou.

- Sim, eu esperava ouvir isso de você... “Olha Pedro... eu quase casei uma vez... e com uma mulher”.

São Paulo – Capital – 5 anos atrás

A Marcela entrou no quarto do Mauricio e percebeu que ele estava triste, ela se aproximou e começou a fazer massagem na costa dele. Ele virou e quando ela foi dar um beijo nele, ele vira o rosto.

- Marcela precisamos conversar...

- Sobre? – pergunta ela estranhando a entonação do Mauricio.

- Nós... eu preciso ser sincero com você, estou fazendo isso por que eu te amo...

- O que você quer me dizer? – ela perguntou chorando.

- Eu... eu não poso ficar com você, pois, não sinto atração por mulher...

- Como assim... nós já... já transamos!! – ela gritou batendo nele.

- Eu sei... mas não consigo mais mentir para mim... eu te amo... mas não consigo mais mentir! – ele disse abraçando e chorando.

Mauricio começou a lagrimar ao meu lado, e disse que a Marcela foi a primeira e única mulher da vida dele. Que depois disso, ele voltou para a nossa cidade e falou para os pais dele. O Mauricio disse que esperava choro e decepção, mas os pais dele falaram.

- Você é um bom filho, um bom estudante, um bom trabalhador. Você não enveredou para o mundo do crime ou nos abandonou igual a sua irmã... nós te amamos do jeito que você é!

Eu comecei a chorar ao lado dele e dei um beijo caloroso nele.

- Eu te amo... – falei.

- Eu te amo também... te amo tanto... hoje eu perdi uma criança.... eu nunca chorei na sua frente por vergonha, de você achar que tipo de medico que eu sou!! Chorar pelos pacientes...

- Amor, não precisa ter vergonha de mim... eu salvei uma vida hoje, a minha primeira vida... eu me senti tão feliz... nós estamos no caminho certo... você fez o que você pode... foi uma vida... você já salvou milhares... você salvou a minha duas vezes lembra?

- Eu nem gosto de lembrar amor!

Joguei ele na cama e fui beijando o pescoço dele lentamente, sai mordendo tudo. Passamos a noite namorando. Não fizemos sexo, eu estava exausto física e psicologicamente para pensar em fazer sexo. Quando eu dormi o Mauricio ficou acordado, saiu da cama e foi até o guarda roupa e pegou uma caixa, de dentro da caixa ele tirou um envelope e ficou olhando para uma foto dele e da Marcela e riu.

Comentários

Há 2 comentários.

Por em 2013-04-18 20:31:45
Otimo conto. Parabéns. - Gustavo
Por em 2013-04-18 20:30:53
' Por favor mais. Necessito ver mais capitulos dessa historia perfeita.