A história de nós três - 2x01 - "Dúvidas"

Parte da série A História de Nós Três

Novos conflitos, novos problemas e alguns momentos especiais. Alguns personagens que se foram retornaram em lembranças. O clima romântico continuará o mesmo. Espero que gostem. Beijos e abraços a todos.

“Hoje eu sei que sou feliz, não pelo o que passou, mas pelo o que vamos viver. Quero ficar ao seu lado, até o dia em que eu der meu último suspiro. Porque eu te amo... e te amei... ontem, hoje, amanhã e vou te amar eternamente. Porque enquanto o sol brilhar quero estar para sempre ao seu lado”

Episódio 01 - "Dúvidas"

Havia passado dois anos desde a morte do meu irmão. Naquela semana iria ser o aniversário da morte dele. De vez em quando me pegava chorando com saudades do Paulo. Estávamos todos agitados em casa o Mauricio iria realizar a primeira cirurgia solo e eu teria uma viagem de negócios para o México, seriam duas semanas, conhecendo algumas fabricas para filiação. Eu olhei no espelho e pensei nossa... 25 anos, uma família... será que eu não apressei muito as coisas?! Será que eu estava infeliz? Não poderia ser... eu escolhi aquela vida e eu amo ela, não me arrependo.

Meu amor acordou cedo e desceu para a cozinha foi fazer o café. Pegou o Paulinho e desceu, meu filho já estava andando e falando algumas coisas. Apesar dos meus pensamentos a cada etapa ficávamos mais felizes, eu estava realizado... tinha uma casa linda, um marido que me entendia e o filhote mais fofo de todos, acho que o que passava na minha cabeça era fruto do cansaço. O Mauricio foi para o hospital e eu fui levar o meu bebê para a creche e segui para o trabalho.

Eu criei um setor de markenting e propaganda na empresa do meu pai já que ele sempre pagava por serviços terceirizados, então porque não usar a minha experiência. O chato de trabalhar com o marketing é que eu fazia algumas viagens e não gostava de ficar longe da minha família. Era agora um jovem senhor, me olhava no espelho e não me reconhecia, todos falavam que eu estava. Eu comecei uma rotina de exercícios na academia dois anos praticando era natural eu estar um pouco mais forte, ou seja, mais sarado. Carregar o meu marido no colo não era mais um problema.

Liguei para o Phelip e pedi para ele pegar o Paulinho na creche, pois, eu teria ainda mais umas 5 reuniões para organizar a viagem, minha vontade era levar o Mauricio e o meu bebê. Aff.. maldita burocracia. Passei no supermercado e realizei algumas compras, detesto fazer supermercado... é chato.

Cheguei em casa e a Dona Antônia estava assistindo televisão, me despedi dela e fui dar banho no meu filho. Ele estava lindo... tão crescido. Troquei a roupinha dele e coloquei para dormir. Já estava ficando tarde quando o Mauricio chegou, estava visivelmente cansado.

- E então como foi a cirurgia solo?! – perguntei fazendo ele sentar no meu colo no sofá.

- Humm... um verdadeiro... sucesso. O chefe foi pessoalmente me parabenizar... não poderia estar melhor... hum... o que é isso?! – ele perguntou rindo.

- Estou feliz por nós... nosso segundo ano de casamento, sem muitas brigas e com um filho lindo. Mas as vezes eu penso... será que nós não fomos precipitados? – falei abraçando ele.

- Você se arrepende? – ele perguntou sentando no meu colo sem olhar para mim.

- Claro que não... nunca. – Falei beijando o pescoço dele.

- Vou tomar banho... quer me ajudar a lavar minhas costas... está tudo doendo. – ele disse se levantando e me levando com ele.

Entramos no box nos beijando e ele foi procurando com uma mão o chuveiro e ligou. Ficamos ali por alguns minutos nos abraçando e explorando nossos corpos. Ele foi abaixando lambendo meus mamilos e meu umbigo, eu apertava a cabeça dele compra o meu corpo até ele começar a chupar o meu pênis, eu apertava os cabelos dele e soltava gemidos de prazer e comecei a bombar com força na boca dele.

Levantei ele e comecei a passar sabão naquele corpo lindo pedi para ele pastar as nadegas e fiquei brincando com o anus dele, passei sabão no dedo e colocava e tirava, ele gemia alto, mas sem perder a pose de macho. Ele pediu para eu parar e se esticou o pênis dele apontou para mim e eu caí de boca. Estava delicioso, meu marido é um cara muito gostoso. Abri passagem para o pênis dele que estava pulsando e com uma mão ele me segurou pelo ombro e com a outra meteu devagar. Fechei os olhos e sentia o Mauricio me invadindo. Comecei a me masturbar freneticamente até explodir contra a parede do banheiro. Mauricio apressou a metida e gozou dentro de mim.

- Eu nunca... nunca me arrependi de nada que eu construí com você. – ele disse me abraçando.

- Eu sei amor... eu sei.

Levantei e beijei aquela boca linda. Terminamos de tomar banho e ele foi dormir. Fiquei na sala lendo alguns documentos e meu celular tocou. Era uma mensagem da minha irmã.

“NÃO ESQUECE AMANHÃ VAMOS AO CINEMA, A LUCIANA ESPERA A GENTE LÁ. VOU CONTIGO”

Ri sozinho e fui para a cama. Meu amor estava dormindo com um braço atrás da cabeça. Deitei e coloquei a minha cabeça no peito dele estava muito frio por causa do ar-condicionado e eu entrelacei os meus pés com o dele. Na manhã seguinte eu fui tomar café na casa da minha mãe, ela e meu pai, pareciam estar em uma lua de mel eterna. Meu irmão até achou acessórios eróticos no carro da minha mãe, ela comprou e esqueceu de tirar. A vida estava seguindo uma rotina, e talvez para mim esse fosse o problema, quando mais jovem eu não tinha uma rotina.

- Ei e vocês dois hein?! – perguntou minha mãe tentando disfarçar.

- O que têm nós dois mãe?! – perguntei rindo.

- Quando vão me dar mais um netinho?! – Ela perguntou lavando um copo.

- Quando hein Mauricio?! – perguntei enquanto dava café para o Paulinho.

- Eh...eh... puxa Paula acabamos de adotar o Paulinho... – ele disse tomando uma xicara de café.

- Mesmo assim... o Phelip é novo demais para me dar um neto e ele quem nem tente. – disse ela batendo na cabeça dele.

- E nem eu quero mãe. – ele disse rindo.

- Minha esperança é você e o Mauricio... quero essa casa cheio de crianças, gritando e me chamando de vovó. – ela disse sentando.

- Mãe para... já temos uma família. Depois pensamos em ter mais um bebê. – falei levantando para ir atrás do Paulinho que estava brincando com a cachorrinha do Phelip.

- Ainda temos muito chão pela frente Paula. Essa semana escolho qual vai ser a minha especialização.. então... mais um tempo de estudo.

- Pedro... porque você quis casar com um médico?! – perguntou ela rindo. – Não vê sua irmã enrolando o Caleb há 1 ano.

- Daqui a pouco o velhinho morre.... – brinquei.

- Pedro Soares... – bravou a minha mãe.

Quando eu e o Mauricio não trabalhamos gostamos de ficar na casa da minha mãe ou na casa da mãe dele, e claro curtindo o Paulinho. O engraçado é que quando saímos ele chama papai para nós dois e algumas pessoas olham meio desconfiadas. Resolvemos levar nosso filho para brincar num parque e tomar soverte, enquanto ele se divertia correndo a gente conversava um pouco. Era sempre bom colocar o papo em dia, namorar sem poder se tocar, vida de homossexual no Brasil é uma maravilha.

No hospital o Mauricio estava trabalhando muito ia começar a fazer sua especialização. Ele e minha irmã trabalhavam no mesmo horário, se é que médicos tem horário para trabalhar. Eles estavam mais unidos também porque dividiam o amor pela medicina e por mim. Na quinta-feira o meu amor estava um pouco preocupado e na hora do almoço quase não comeu.

- Mauricio Elias?! – perguntou a Priscila.

- Oi Pri... senta aí. – ele disse olhando para o vazio.

- O que foi príncipe do meu príncipe. – disse ela rindo e colocando a bandeja na mesa.

- Teu irmão com essa bendita viagem para o México... lá tem drogas, crimes, violência.

- Aí Mauricio... e aqui não tem?! O problema é outro fala? – ela perguntou.

- Você... sabe que eu nunca fiquei mais de dois dias longe do teu irmão... e se ele gostar de outro na viagem?! E se ele tiver cansado de mim... – ele perguntou ficando vermelho.

- Não creio no que os meus ouvidos escutam... – disse ela batendo na cabeça dele. – Mauricio...

- Sou inseguro ok... eu amo o Pedro. E... se...

- Nem ouse em dizer uma coisa dessa... Eu acho que justamente o contrário, é cada conversa que eu escuto aqui das enfermeiras...

- Que conversas?! – ele perguntou.

- Que você é um gato... você é charmoso...você é lindo. Deus me livre. – ela disse com raiva.

- Eu... eu não dou confiança para ninguém é você sabe disso. Eu o amo o teu irmão.

- E ele te ama.

- Mas ele é tão lindo... gentil... e se alguém quiser passar a perna nele.

- São duas semanas... você supera... ei... falando em superar, você pode me ajudar com um pós-operatório?

- Claro.

Minha irmã que não é boba me ligou na mesma hora e me deixou a par de tudo o que estava passando na cabeça do meu amor. Resolvi fazer uma surpresa romântica para ele. No domingo pedi a minha mãe que ligasse para casa e pedisse permissão para o Paulinho dormir na casa dela, pedi para o Mauricio levar ele lá e depois liguei e falei para a minha mãe enrolar ele uns minutos. Ele ficou na casa da minha mãe uns 30 minutos e quando retornou as luzes estavam todas apagadas, deixei algumas velas acesas indicando o caminho do quarto. Eu estava na cama deitado com uma cueca comestível, a gravata borboleta do nosso casamento, uma máscara de carnaval e com o corpo cheio de óleo para bebê (essa parte eu improvisei confesso, não deu tempo de comprar outro).

- Uau... – ele disse se aproximando. – Para que tudo isso?!

- Tudo isso tem um significado... sabia?

- Mesmo? Poderia traduzir para mim?

- Acho que você não contou, mas existem 26 velas da porta da sala até aqui. Sabe o que representa? – falei me aproximando dele.

- Não – ele disse baixo.

- Os 26 meses que eu te conheço e sou apaixonado por você. Essa gravata você lembra né?!

- Claro... do... nosso.. casamento. – disse ele passando a mão no meu corpo. – E essa mascara?

- Essa mascara, eu não preciso dela... porque no dia em que eu te conheci... eu te mostrei o meu verdadeiro eu. – falei tirando a mascara e jogando longe. – Estou aqui... na sua frente agora... sem mascaras e sem mentiras... o mesmo Pedro que você conheceu e que sempre estará do seu lado. – falei tirando a roupa dele e beijando.

Fizemos sexo várias vezes naquela noite. Era madrugada e eu estava deitado no peito dele.

- Você está dormindo?! – ele perguntou fazendo carinho na minha cabeça.

- Não... e você? – perguntei.

-Eu... eu estou com medo. – ele disse com a voz rouca.

- De que? – perguntei fazendo carinho no peito dele.

- Perder... perder você... o Paulinho. Tudo isso que nós estamos construindo juntos. – ele disse suspirando baixo.

- Mauricio... a minha vida é tua. Eu sou teu... é sobre o que eu te perguntei ontem... amor me desculpa... foi viagem da minha cabeça.

- Eu sei... e tem também a viagem para o México.

- É para empresa amor... você tem medo? É medo?

- Sim... é sim. E se... você...

- Encontrar alguém por lá? Melhor do que eu?

- Sabe quando eu vou encontrar alguém melhor do que você? Nunca... eu te amo... justamente por esse motivo. Por você ser perfeito para mim. Vão ser apenas duas semanas.

- Duas semanas que vão parecer uma eternidade para mim e o Paulinho.

- Eu vou conversar com meu pai... prometo. Ciumento bobo.

“Nossa, eu nunca vi o Mauricio desse jeito... acho melhor cancelar a viagem para o México”

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