Comum & Extraordinário - Último Capítulo

Parte da série Comum & Extraordinário

- Por Jonathan:

Oi meus queridos leitores aqui é o Jonathan, fico muito feliz e triste ao mesmo tempo em saber que estamos no último capítulo do conto, mal posso acreditar que todos os capítulos foram postados foram meses de trabalho duro até que podemos ficar satisfeitos com o resultado que apresentamos pra vocês, a ideia inicial era uma só que com o passar do tempo e dos capítulos a história tomou novos rumos e na minha opinião ficou perfeito pra enriquecer o conto....

Eu gostaria de agradecer a vocês em nome meu e do Matheus, é muito gratificante saber que vocês gostaram tanto de Comum e Extraordinário, é uma sensação de dever cumprido..

Obrigado por cada crítica, cada comentário e cada elogio eles nos ajudaram a chegar até onde estamos e se não fosse vocês esse seria mais um conto por aí... agradeço de coração... Beijos a todos e eu vou morrer de saudades kkkkkkk até breve!

- Por Matheus:

Infelizmente chegamos ao fim de mais uma história, e é com uma dor no coração que lhes digo isso.

Gostei muito de passar todo esse tempo com vocês, de os conhecer melhor, de saber suas opiniões a respeito de vários assuntos, e sobre o conto também, é foi muito importante para mim e para o Jonathan.

No começo, antes de começarmos juntos, o Jonathan havia escrito o primeiro capítulo e pediu para eu dar uma lida, e eu o fiz, fazendo as críticas possíveis, e foi então que ele me fez a proposta de tentarmos fazer juntos. Reescrevemos o primeiro capítulo, fizemos o segundo, o terceiro, e quando vimos, estava ficando sério de mais. Começou como algo descompromissado, mas acabou sendo importante de mais para gente, chegando a ocasionar até pequenas brigas, e uma delas foi motivada por mim. Em um excesso de criatividade espontânea, escrevi cinco capítulos de uma só vez sem falar com ele, e isso o deixou chateado comigo por algum tempo, mas felizmente resolvemos tudo, em fim.

Hoje encerramos mais um ciclo aqui no site, mas felizmente não é o último. Sei que poderemos demorar a voltar, mas retornaremos. Para vocês terem uma ideia, chegamos a ficar sem escrever por dois meses por volta da metade do conto, e isso se deu por falta de tempo e bloqueio mental. Como nós dois trabalhamos o dia inteiro e chegamos tarde em casa, é difícil encontrar um tempo todos os dias para escrevermos algo, e é por isso que não começamos a escrever e já fomos postando, porque seria injusto de mais os deixar esperando mais de dois meses por um novo capítulo, então...

Eu pensei em responder os comentários do último capítulo postado, mas achei injusto fechar essa etapa agradecendo apenas aos últimos leitores. Pensei também em agradecer a todos os leitores, escrevendo o nome de cada um, voltando desde o primeiro capítulo, copiando e colando, mas eu não encontrei tempo para fazer isso, então preferi por escrever essa pequena carta de agradecimento.

Semana que vem eu inicio um novo conto, mas ainda não sei se o Jonathan e eu iremos trabalhar juntos nesse, ainda não conversamos direito a respeito, e como eu quero criar uma história diferente, não sei se ele vai querer pular no barco comigo. Como eu tenho pouco tempo para escrever, não posso prometer que até o final do ano eu começo a postar, já que eu gosto de ter tudo pronto primeiro, e eu vou demorar ainda mais se eu for realmente fazer com a história o que eu quero, o que eu pensei para ela, e se eu conseguir, isso vai consumir muito tempo, mas eu garanto que no final, tudo será gratificante.

Para finalizar, eu gostaria de agradecer a TODOS OS LEITORES por estarem nos acompanhando desde o começo. É muito importante saber que temos o apoio e a compreensão de vocês. Prometo que iremos voltar, só não sabemos quanto ou se voltaremos juntos, então nos resta esperar também, porque o Jonathan e eu também não sabemos.

Que todos vocês fiquem bem. Desejo tudo de bom nesse mundo para todos, sério, e um abração bem apertado.

Fiquem bem, e até depois...

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Comum & Extraordinário - Último Capítulo

Eu estava de frente a um espelho enorme, concertando minha gravata que insistia em ficar torta. Eu pensava a respeito de tudo o que eu vivi até chegar aqui, até poder viver esse momento que eu tanto esperei. Parecia que tudo não passava de um sonho vívido, e apesar de terem se passado cinco anos desde o começo de minha história com ele, eu ainda custava a acreditar, porque era felicidade de mais para eu poder aguentar.

Eu pensava em tudo o que aconteceu, nos amigos que eu tinha, na família com a qual eu poderia contar para sempre, e a todo o momento que eu pensava a respeito disso, um sorriso enorme se abria em meu rosto.

Em cinco anos muita coisa aconteceu que mudaram o rumo de minha vida e de todos aqueles a minha volta, inclusive meus amigos, meus pais, os pais do Rodrigo, tudo começou a se encaixar depois daquele incêndio tenebroso na escola, que hoje já estava reconstruída e funcionando novamente.

Me lembro como se fosse ontem, o Rodrigo entrando naquela ambulância, com quase sangue nenhum no corpo, tendo convulsões devido ao tiro. Eu tinha ficado completamente apavorado ao presenciar aquilo, tão apavorado que eu cheguei a entrar em desespero, tendo que ser imobilizado por meu pai e por Carlos quando cheguei ao hospital. Ricardo, o prefeito e pai do Rodrigo já estava lá, com toda a família, porque a notícia do professor de física baleado no abdômen já havia ido aos jornais locais e se espalhado. Todos estavam muito aflitos, e quase foi necessário me aplicar uma injeção tranquilizante, mas o abraço dos meus pais e o carinho dos meus amigos fez com que eu me controlasse aquele dia, mas ainda sim, a notícia não era boa. Rodrigo havia perdido muito sangue e precisava de uma transfusão, o que não foi o problema, porque seu pai fez o teste e acabou sendo compatível.

Cerca de duas semanas depois ele saiu de lá, novo em folha, sorrindo e me beijando na frente de todo o hospital, como se tivesse morado fora por dois anos e finalmente estava voltando a sua terra natal. Eu achei fofo.

Depois que aqueles dias de pura tortura e espera por sua melhora passaram, tudo voltou a ser como era antes. Eu consegui terminar o Ensino Médio, assim como os meus amigos, e o Rodrigo continuo lecionando na escola, até ele decidir ingressar em uma faculdade de Engenharia, que era completamente a praia dele, já que o homem era obcecado com números e cálculos, então ele fez as provas e passou de primeira. Como ele conseguiu entrar, eu também resolvi tentar a faculdade de Medicina Veterinária, e passei como o primeiro da turma. Foi complicado e passamos por um momento de instabilidade, porque não tínhamos tanto tempo um para o outro. Brigamos, discutimos, xingamos um ao outro, mas sempre nos desculpando depois e colocando a culpa nos dias estressantes que insistiam em aparecer.

Nesse tempo eu fiz apenas faculdade, porque meus pais não queriam que eu trabalhasse, mas eu trabalhei um pouco escondido para o prefeito, o ajudando a criar novas ideias e concepções para a cidade, e foi um inferninho quando meus pais descobriram que o filho único deles estava trabalhando e estudando ao mesmo tempo. Sei que pode parecer exagero, mas meus pais são muito protetores e viviam me falando que se eu começasse a trabalhar iria cansar e desistir da faculdade, mas durante todos os anos de curso eu me mantive na prefeitura, sendo o braço direito do pai do Rodrigo, que estava orgulhoso por tudo o que conseguimos juntos, inclusive aquela obra da nova faculdade e centro de cursos técnicos, que demorou quase dois anos para ser concluída, mas quando inaugurou, foi um sucesso absoluto. A cidade começou a ser mais frequentada, mais falada, e por consequência, a nossa economia melhorou bastante.

Rodrigo também continuou lecionando enquanto cursava Engenharia, e como eu disse, eu também estava trabalhando e cursando faculdade ao mesmo tempo, ou seja, entre as horas que ele tinha que passar com o filho, corrigindo provas e fazer tudo o que tinha para fazer, entramos em uma espécie de crise como citei no começo. Houve uma época que ficamos sem nos ver por duas semanas, e foi na época das provas. Estávamos tão consumidos por tudo que acabamos ficando sem tempo, e um jogava a culpa no outro, mas depois a gente resolvia quando finalmente se via, se é que conseguem me entender. A tensão sexual acumulava tanto, que quando a gente ficava muito tempo afastado um do outro, a coisa explodia. Cheguei a ficar com as costas marcadas por uma semana e meia, e eu odiei né, mas brincadeiras a parte, conseguimos superar tudo.

No final daquele primeiro ano, voltando ao assunto, eu recusei o convite do Rodrigo de morar junto com ele, mas não me julguem. Desde pequeno, eu tinha para mim mesmo que só iria sair da casa dos meus pais quando eu tivesse completado a faculdade, quando eu tivesse um emprego em que eu pudesse me sustentar sozinho sem encontrar dificuldades pelo caminho, e por isso eu recusei. Eu repasso todo aquele dia na minha cabeça de novo, do quão romântico foi o pedido dele. Rodrigo tinha me levado em uma praia, em uma viagem que fizemos, e me fez o pedido lá, e eu recusei com um aperto no coração, mas eu também não estava pronto naquela época, ainda com dezoito anos. Eu conversei com ele, expliquei tudo, o meu lado, o que poderia acontecer, e ele entendeu, sorrindo, e disse que tentava no futuro, e ele tentou, mas de uma forma completamente diferente, assunto que vai ficar para depois.

O pequeno Miguel estava um amor. Tinha crescido muito nesse meio tempo e sempre que me via, me recebia com um abraço tão apertado que eu chegava a soltar um pouco de ar. Ele realmente tinha levado a sério o que havia dito quando ainda tinha quatro anos, porque me considerava como um pai, e toda a vez que eu escutava ‘papai’ saindo de sua boca se referindo a mim, meu coração se aquecia. Houve uma vez que Rodrigo e eu tivemos que sentar com ele e conversar, porque Miguel havia entrado na escola e nos contou que seus amiguinhos implicavam quando ele falava que tinha dois pais, então tivemos que explicar tudo para ele. Eu falei que eu e o pai dele nos amamos, e que na verdade eu não era pai de verdade como o Rodrigo, e sim de consideração, mas ele negou, pirraçou e falou que eu era o pai de verdade dele, assim como o Rodrigo, e eu chorei naquele dia, quando senti todo o amor inocente daquela criança. Tive que ir na escola quando a coisa piorou, dois anos depois, quando Miguel já tinha quase sete e bateu no colega que falou mal do pai dele, no caso o Rodrigo. Conversei com o diretor, que pareceu preconceituoso de mais e de mãos atadas porque queria, então ameacei envolver a imprensa na história, e ele logo tomou providências e chamou os pais dos outros alunos, e com muito custo, tudo foi resolvido.

Não sei se vocês se lembram do Carlos, mas ele estava indo muito bem também. Havia assumido a delegacia da cidade e comandava tudo com punhos de ferro. Ele se tornou Coronel Comandante, depois de vários testes e provas e por mérito próprio, já que passou a realizar operações sérias. Carlos foi o responsável por apreender um grande cartel de drogas do estado que também estava envolvido com tráfico infantil. Depois disso, depois que toda essa operação encontrou o sucesso, sua carreira deslanchou de uma só vez, e eu fiquei muito orgulhoso dele, assim como o Eduardo, seu esposo e marido. Pois bem, eu me esqueci de mencionar o ocorrido. Eu estava tão certo quanto aos dois, que no final daquele primeiro ano, em uma festa de Ano Novo, eu consegui colocar um de frente para o outro. Fiquei de longe com o Rodrigo, observando os dois sorrirem, se tocaram discretamente e eu conseguia sentir a química entre eles, a faísca, a mesma que Rodrigo e eu tínhamos, e desde então os dois não se desgrudam mais. Dois meses depois que se conhecerem, já estavam morando juntos. Eu lembro que eu ri deles, falei que eles pareciam um casal de lésbicas que já vão morar juntas no primeiro encontro, o que eu acho incrível e lindo.

Carlos e Eduardo se casaram no final do ano seguinte, em dezembro, sob a luz do luar em um campo aberto e lindo da nossa cidade. Eu fui padrinho do Carlos, é claro, assim como outros de seus amigos da delegacia e da sua família, que estava toda lá, inclusive sua mãe, que chorava como uma boba.

Quanto aos meus pais, eles estavam melhores do que nunca. Minha mãe havia se tornado juíza e vivia dando ordens não só no tribunal, mas em casa também, e meu pai e eu sempre tínhamos que acatar, e a gente sempre brincava que se um não lavasse a louça, iria preso. Foram tempos divertidos aqueles, morando com os dois.

Já meu pai estava indo muito bem em sua empresa. Com o sucesso do projeto da Faculdade e do centro de cursos técnicos, sua carreira deslanchou de vez, fazendo com que ele pegasse muitos outros projetos importantes e assumisse ainda mais responsabilidades, e também, por falta de ambos dos dois, o casamento dos meus mais também foi balançado, mas nada que eles não conseguissem resolver com o tempo, e resolveram.

Agora eu preciso contar uma fofoca para vocês... Vocês acreditam que a Carol engravidou naquele mesmo ano? Pois é. Ela e o Felipe vivam fazendo coisas por aí sem proteção, confiando apenas na pílula anticoncepcional, e deu no que deu. Ela já estava cursando Arquitetura a dois meses quando descobriu a gravidez, de gêmeos ainda por cima. Eu lembro que ela surtou, falando que não podia ter engravidado agora, que ainda estava cedo, colocou a culpa no Felipe, quando foi ela quem se esqueceu de tomar as pílulas, e com muito custo, ela colocou a cabeça no lugar. Como ela não queria largar a faculdade, frequentou grávida mesmo, e a danada é foda, porque aguentou todo aquilo sem reclamar e derramar uma gota de suor. A Carol só teve que trancar a matrícula quando deu a luz, mas assim que os meses passaram e ela conseguiu voltar ao de sempre, também voltou para a faculdade e terminou, se formando com mérito.

Ela passou a morar com o Felipe em um apartamento enorme que ele havia ganhado dos pais, que eram donos de uma rede de supermercados chiques aqui da cidade. Ambos estavam muito felizes, mas ainda não haviam se casado, e nem pensavam. Matheus e eu, assim como Rodrigo e Caio, íamos para lá quase todo fim de semana, já que éramos padrinhos da pequena Júlia e do pequeno João Lucas. Como o menino era meu afilhado e do Rodrigo, ele não desgrudava de mim e dele, que vivia com o menino no colo, assim como fazia com o seu filho quando era mais novo.

Falando em Matheus e Caio, eles eram outros personagens dessa história que estavam ótimos. Matheus ingressou a faculdade junto comigo, no mesmo ano, mas foi para a área da Nutrição, se formando com um pouco de dificuldade por ter atrasado alguns trabalhos, mas se formou, e foi uma festa só. Depois disso, ele iniciou Medicina para seguir a carreira dos pais, e dessa vez, ele estava levando a sério.

Como Caio já era formado, ele veio até mim com uma ideia de abrir uma academia na cidade e pediu ajuda com algumas ideias e com o projeto, e eu lembro de ter conversado com o prefeito a respeito de uma área desocupada para ele realizar seu sonho, mas precisaria de investimento, e foi aí que o Matheus entrou. Eles acabaram se tornando sócios um do outro, além de serem inseparáveis até hoje. Moravam juntos, trabalhavam juntos, e estava ótimo, tirando algumas brigas que se resolviam logo. Caio gerenciava aquela enorme academia com punhos de ferro também, enquanto Matheus exercia sua profissão de Nutricionista ali, cuidando dos alunos e dos demais fisiculturistas, já que a inauguração do espaço foi um sucesso e chamou a atenção de algumas academias locais e recebeu alguns investimentos de peso para prosseguir com um programa novo para os esportistas.

E quanto a mim profissionalmente, também estava indo bem. Depois que me formei, comecei a trabalhar na única clínica veterinária que havia em minha cidade, mas até mesmo o dono do local não estava mais tão interessado com o projeto, e isso fez com que ele desistisse. Naquela época eu dei o grito, falei que ele não podia fazer uma palhaçada dessas porque a cidade precisava da clínica, ainda mais por sermos especialistas em vários campos da saúde animal, mas não teve outra, ele bateu o pé e resolveu fechar, mas eu não deixei por isso mesmo. Dias depois de todas as portas estarem fechadas, fiz uma reunião com o meu pai e com o prefeito, que andavam muito bem das pernas e estavam jogando dinheiro praticamente fora. Fiz uma proposta, os pedindo para se tornarem sócios do meu novo projeto, e sem ao menos saber o que era, toparam. Peguei um empréstimo massivo com eles e reabri a clínica, ainda melhor do que era antes. Refiz algumas instalações com a ajuda de alguns funcionários da empresa do meu pai e comecei a comandar o local, sozinho, mas acabei tendo que contratar outros médicos veterinários para ficarem ao meu lado, e alguns enfermeiros também. Abri uma ala pet shop também, no mesmo hospital veterinário, e além de tratarmos de todos os tipos de animais, ainda tínhamos um amplo local com uma vasta opção de cuidados dos animais, como brinquedos, medicamentos, rações, acessórios, e tudo correu bem, e ainda corre. Só que toda essa conquista não foi o suficiente para mim.

Como eu trabalhava apenas meio expediente e dividia a minha clínica com outros veterinários, acabei encontrando tempo para seguir o meu novo sonho, que era me tornar um policial, e por fim, detetive. Eu percebi, com o passar dos meses que eu realmente poderia fazer a diferença, que eu realmente tinha vocação para isso, e o que eu fiz foi simplesmente ligar para o comandante da Policia Federal e conversar com ele, que três semanas depois passou a me treinar na cidade vizinha, enquanto Carlos também me ajudava, e com isso, em pouco tempo eu me formava, outra vez.

Como tudo ficou em família, Rodrigo também se tornou sócio da empresa do meu pai, e nem foi ao menos por convite. Rodrigo queria criar sociedade na maior empresa da cidade, porque como disse ele, seria melhor do que abrir uma empresa própria e criar uma concorrência desnecessária, então ele comprou trinta por cento das ações e começou a cuidar de alguns projetos mecânicos que apareciam por lá, já que os antigos funcionários não tinham a experiência necessária ou a técnica para buscarem projetos desse calibre, e como sempre aconteceu, meu pai e ele se davam muito bem.

Tudo estava perfeito, tão perfeito que parecia irreal. Eu estava feliz, eu estava bem, eu estava amando, eu estava apaixonado, e as vezes eu não conseguia acreditar, não depois de tudo, mas algo em minha cabeça sempre dizia que o felizes para sempre realmente existia, e eu passei a acreditar nisso quando eu fui morar com o Rodrigo, um mês depois de eu ter me formado, e o pedido foi ainda mais bonito. O safado fez questão de envolver o filho dele na história para que eu não recusasse a oferta, e eu não tive como recusar. Quando vi Miguel entrando com um ramo de flores, eu sorri, e sorri ainda mais quando vi uma chave ali, junto com uma mensagem linda que me fez chorar. Abracei o menino e depois abracei o pai dele, que estava atrás. Conseguimos comprar uma casa depois de tudo acertado, uma casa com espaço amplo para as brincadeiras do Miguel e com alguns quartos de visita, caso alguém queira passar a noite, e estava muito bem organizado e decorado, graças as mãos mágicas da Carol e de uma ajudinha minha, porque Rodrigo não quis se envolver na decoração.

Parece até clichê, um último capítulo de uma novela emocionante que arrematou o público, mas essa era a verdade, a minha verdade, e por mais que soe falsa e pretensiosa, estava acontecendo comigo, e pode acontecer com qualquer um, basta esperar por sua hora e não querer apressar as coisas, tentando fazer tudo de uma vez, porque sua hora uma hora chega, e quando ela chegar, o arrematado será você, mas não pela tristeza, e sim pela felicidade plena, a felicidade que todos nós temos direito.

Estava tudo bem, tudo mesmo, mas meus devaneios acabam sendo interrompidos.

- Está pronta para o grande dia querida? - Matheus entra no quarto, usando um terno preto que caiu muito bem em seu corpo.

- Eu não estou conseguindo arrumar essa gravata... - Eu começo a mexer nela outra vez, mas sem sucesso.

- Isso é porque a senhora está tremendo que nem vara verde. - Ele ri. - Me dá isso aqui sua criada incompetente. - Ele começa a rir do meu nervosismo. - Se acalma minha filha, vai dar tudo certo.

- Eu estou calmo... - Na verdade eu realmente tremia muito.

- Você está quase dando um troço. - Ele finalmente arruma a minha gravata. - Pronto, satisfeita? - Ele me vira de frente para o espelho.

- Obrigado... - Eu digo sorrindo.

- Você não disse que ia tirar a barba? Pensei que queria fazer isso com a cara limpa, sambando nas invejosas.

- O Rodrigo gosta... - Eu começo a sorrir.

- Safada! - Ele bate na minha bunda. - Essa barba é para o beijo grego mais tarde.

- Palhaça! - Eu começo a rir. - Eu só estou um pouco nervoso...

- Quem não estaria querida. - Carol abre a porta e já vai entrando. Ela usava um vestido azul royal que havia ficado lindo em seu tom de pele. - Ainda não está pronto? - Ela pergunta depois de fechar a porta.

- Eu estou pronto... - Eu digo ao me virar para ela e a abraçar. - Só não sei quanto ao terno...

- Pode ir parando com a palhaçada. - Matheus diz, me encarando. - Você está lindo de cinza Jonathan, muito lindo e a cara da riqueza.

- Eu sei, mas...

- Mas nada. Eu tenho extremo bom gosto para roupas, e eu sei do que estou falando.

- Desculpa... Desculpa... - Eu ajeito a gravata outra vez.

- Fica quieta bicha. - Carol segura as minhas mãos. - Você está nervoso, tenta se acalmar um pouco...

- Eu estou tentando. - Eu começo a sorrir.

- Vai dar tudo certo Jonathan, confia na gente. - Matheus fala, também segurando uma de minhas mãos.

- Vai ser perfeito, como você merece. - Carol sorri.

- Obrigado gente, eu não sei o que seria de mim numa hora dessas sem vocês. - Eu os abraço.

- Então podemos ir? - Carol fala, já me puxando.

- Eu sabia que a senhora seria a noiva. Já estamos vinte minutos atrasadas rapariga. - Matheus começa a me puxar também, e eu finalmente perco o meu nervosismo.

Depois que entro no carro com os dois, o caminho parecia ser longo, apesar de a igreja se encontrar há apenas dez minutos da minha casa.

Eu já não tremia mais ou estava com a boca seca por causa de um nervosismo bobo, eu estava feliz, feliz porque era com ele, feliz porque eu entraria no altar com o homem que eu amava, o mesmo com o qual eu passaria o resto da minha vida ao lado, e eu sabia que seria para sempre, porque depois de tudo o que aconteceu em nossas vidas, a gente merecia isso.

Quando Matheus estaciona o carro ali na frente daquele lugar enorme, eu desço sem ao menos avisar, ocasionando dos dois me chamarem de louco, já que o carro ainda nem havia parado direito. Quando eu olho para o topo da escada, ele estava lá, me esperando com um enorme sorriso no rosto e lágrimas nos olhos. Vou até ele correndo e o abraço, agradecendo por tudo o que ele havia feito por mim nesses últimos anos.

- Obrigado pai... - Eu começo a chorar, e ele faz o mesmo.

- Meu filho, você está tão bonito... - Ele coloca as mãos em meu ombro, me olhando.

- Obrigado pai, você também...

- Estou tão orgulhoso de você, estou muito orgulhoso meu filho... - Ele chora ainda mais.

- Pai... - Eu começo a rir e a chorar ao mesmo tempo. - Ele está lá dentro?

- Mas é claro! Ele não é louco. Se não tivesse aparecido eu tinha ido atrás dele.

- Bobo... - Eu seco minhas lágrimas.

- Está tão ansioso e nervoso quanto você, isso se não estiver mais.

- Impossível. - Eu começo a rir.

- Está pronto? - Ele me pergunta, agora sério.

- Eu nunca achei que esse dia chegaria para mim, não depois de tudo...

- O tudo faz parte do passado. Agora é a hora do seu Felizes para sempre.

Quando as enormes portas de madeira se abrem, todos se levantam de seus assentos e olham para trás, e eu poderia me sentir desconfortável com toda a atenção, mas eu só tinha olhos para ele, eu só conseguia o ver e mais nada. Não ouvia a música, não ouvia as vozes, não ouvia as pessoas conversarem ou coisa semelhante, eu só conseguia enxergar Rodrigo a minha frente, ainda mais lindo do que sempre foi, vestindo um terno azul marinho quase negro e uma gravata quase no mesmo tom. Ele estava impecável, ainda mais com a barba perfeita e o corte de cabelo perfeito. Eu conseguia ver lágrimas em seus olhos, e isso fez com que elas surgissem em meu rosto também, e eu não fiz questão de as esconder, porque eram lágrimas de felicidade.

A medida que eu ia entrando, a música que havíamos escolhido ecoava pela igreja, deixando todos em transe, apenas acompanhando tudo o que acontecia. A cada passo que meu pai dava ao meu lado, com seu braço esquerdo enlaçado com o meu, eu dava um outro passo em direção ao meu futuro marido.

Quando chego perto do altar, meu pai se solta de mim e me dá um abraço apertado, e em seguida minha mãe faz o mesmo. Olho para os meus padrinhos, sorrindo, e eles fazem o mesmo. Olho para os padrinhos do Rodrigo, que eram alguns de seus amigos, e eles sorriem para mim, também emocionados. Eu subo o primeiro degrau rumo a minha felicidade eterna e ele pega a minha mão, finalmente.

O padre começa a realizar a cerimônia naturalmente, fazendo todos os seus procedimentos. Rodrigo e eu estávamos de mãos dadas, um de frente para o outro, rindo que nem dois bobos e com lágrimas nos olhos. Eu olhava para aquele homem e me lembrava de tudo o que passamos juntos, do seu pedido de casamento há seis meses atrás, enquanto estávamos viajando pela Europa com o pequeno Miguel, e eu começo a sorrir ainda mais de felicidade, porque ele era o homem ideal para mim, o homem perfeito, e sempre seria.

Chega então o momento de trocar as alianças. Olho para o lado e vejo Miguel caminhando com uma almofada vermelha em mãos, sorrindo como um bobo, como os seus pais, e quando chega perto da gente, eu pego uma aliança e Rodrigo pega outra. Abraçamos Miguel e ele vai até Eva e o prefeito, que estavam emocionados.

- Eu nunca pensei que minha hora chegaria. Que chegaria o dia em que eu iria encontrar o homem perfeito para mim, homem que no começo de tudo ainda era um garoto, mas mesmo sendo garoto, era mais maduro que muita gente que eu conheço... Eu tentei preparar meus votos, escrever coisas bonitas para você, mas eu não consegui, não consegui por que é impossível pensar em você e criar algo ao mesmo tempo, e por isso deixei para dizer aqui, de peito aberto, criando coisas em tempo real, olhando para você, o homem mais perfeito do mundo... - Ele segura a aliança em seus dedos. - Jonathan, eu quero passar o resto de meus dias ao seu lado. Quero viver com você, acordar com você, adoecer com você, cuidar de você, beijar você todos os dias e finalmente, ter uma vida longa e duradoura ao seu lado, porque vamos ser felizes para sempre, não importa o que aconteça. - Ele para um momento, respirando fundo, emocionado. - Jonathan, aceita passar o resto dos seus dias ao meu lado? Me amando, me respeitando, me aturando, até que a morte nos separe? - Eu vejo a primeira lágrima dele cair, e então estendo a minha mão.

- Sim... - Eu começo a chorar quando ele coloca a aliança em meu dedo.

- Jonathan, a sua vez. - O padre olha para mim, sorrindo.

- Sabe, eu sempre soube que eu não me casaria, que eu não era como as outras crianças e que provavelmente não teria um futuro feliz ao lado do homem que eu viesse a amar, mas hoje, estando aqui, diante de você, eu vejo o quão errado eu estava. Eu nunca pensei que eu me casaria na igreja com um homem, nunca, mas graças a Deus, esses últimos anos trabalharam a favor de todos e hoje estamos aqui, nessa posição estranha, no altar, trocando votos... - Eu seco uma lágrima. - Quando você me pediu em casamento debaixo da Torre Eiffel, eu achei clichê, mas eu não me importei, porque era a nossa história, e por mais clichê que fosse, era nossa, apenas nossa, e por isso eu aceitei, chorando muito, mas aceitei, e desde então estamos nessa correria toda com os preparativos, dividindo o tempo entre o nosso filho, nossos amigos, nossos empregos e a sua preocupação em eu me tornar um policial... E eu não pude lhe agradecer por me amar. - Eu o encaro. - Rodrigo, você é o homem da minha vida, com quem quero passar o resto dos meus dias. Você é perfeito, incrível, chato, enjoado, romântico, carinhoso, responsável, um excelente pai, cuidadoso, prestativo, cabeça quente, e é meu, só meu, e por isso eu te amo tanto, não só as suas qualidades, mas os defeitos que eu aprendi a amar e a zelar com o tempo... - Eu seguro a aliança. - Rodrigo, aceita ser meu marido, meu esposo, para me amar, me aturar, me consolar, me ajudar, estar ao meu lado, a cuidar do nosso filho, até que a morte nos separe? - Ele estende a mão para mim, e eu coloco a aliança.

- Sim... - Ele começa a chorar e a rir ao mesmo tempo.

- Então eu os declaro... - O padre para e pensa alguns segundos, mas sorri. - Casados. Podem se beijar.

Lentamente, Rodrigo se aproxima de mim e cola os seus lábios nos meus, me dando um selinho extremamente romântico e carinhoso, e então me abraça, dizendo que me amava milhares de vezes que eu não consegui acompanhar, então eu fiz o mesmo, fiz com gosto porque eu realmente o amava e iria passar o resto de minha vida ao lado dele.

Quando saímos da igreja, sob uma intensa chuva de arroz, eu sabia que estávamos indo para o nosso futuro, para o nosso todo sempre, para o nosso final feliz, e eu sabia também que o nosso amor duraria para sempre, para toda a eternidade, porque fomos feitos um para o outro.

Fomos separados, sofremos, nos agredimos verbalmente, nos amamos, voltamos, brigamos outras vezes, passamos por situações perigosas, demos a volta por cima, brigamos, nos acertamos, nos amamos, e apesar de tudo isso, ainda estávamos juntos, ainda mais fortes do que nunca, porque o amor de verdade não morre, e o nosso nunca iria ter um fim, porque era real, real até de mais, e iria sempre nos rondar, nos protegendo e nos fazendo crescer mais e mais a cada dia de nossas vidas, que agora era bem vista aos olhos de Deus, porque nos casamos sob a sua proteção, e nada e nem ninguém é capaz de quebrar o laço mais poderoso da face da terra, o amor verdadeiro.

FIM

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Obrigado a todos vocês, por tudo mesmo.

Comentários

Há 8 comentários.

Por victoor em 2016-04-06 22:30:08
Caro autor, Li este conto entorno de 8 meses atrás, porém não deixei meu comentário antes por não ter uma conta neste site. Hoje resolvi faze-lá, então cá estou eu deixando minha opinião. Sempre que posso dou uma lida nas séries e contos aqui postada, porém a comum e extraordinário me prendeu de um jeito que eu não sei explicar. A cada capítulo, uma emoção diferente. Seja ela boa ou ruim. Esta historia realmente, vou levar comigo para sempre. Inclusive, digitalizei, imprimi e fiz um livro com ela. - Nada para fins comerciais, mas sim, para minha leitura ser facilitada. Espero que não se importe. - Para finalizar, gostaria de parabenizar os dois autores. Esta história não me deixou a desejar em nada. Espero que nunca desistam deste dom que vocês possuem, a escrita. E quem sabe, futuramente, escrevam um livro. PS.: Eu amaria lê-lo. Abraços, João Victor Ribeiro.
Por H.Thaumaturgo em 2015-10-25 22:25:14
Sei que já escrevi mais em outros comentários, mas estou aki apenas para dizer que msm não conseguindo ler nitidamente por causa das lágrimas que não pararam de cair desde que comecei a ler esse capitulo, agradeço a vcs 2 por realmente me ajudar em momentos em que nada poderia me acalmar, mas essa história estava aqui em todos os momentos que eu precisei com mais um capitulo para eu ler, e me apaixonar ainda mais na história. Agradeço aos 2 por tudo, e é com aperto no coração que eu dou tchau para vcs que chegaram no melhor final, no final perfeito dessa história que tanto me fez e sempre vai fazer bem, pq vou ler td de novo, podem ter certeza. E por fim a minha última despedida de vcs, Abrçs Heitor
Por em 2015-10-25 14:43:01
Oie,Desculpa por não ter comentado em(todos)outros, li do começo ao fim e amei muito,chorei tbm,mas isso não vem ao caso,gostei muito,apesar de ter acabado... Espero o proximo,hehe. Bjs. Sr. PotterH
Por BielRock em 2015-10-24 22:03:28
Meu Deus, eu não creio que acabou. Foi tão rápido como tudo aconteceu que eu não vi o tempo passando. Estou tão feliz dessa etapa concluída do Jonathan e do Rodrigo, eles merecem ser felizes junto com todos presentes na história. Vocês dois arrasaram na história, simplesmente demais, nunca li uma história tão foda e detalhista como essa. Se o sonho de vocês dois é serem escritores podem ter certeza que o futuro de vocês vão ser brilhantes como essa história linda que eu li do começo ao fim. Esperando ansioso para a nova história do Matheus, e Jonathan, faz uma também pois eu amei demais vocês. Beijos e até breve 💋😘🌹
Por luan silva em 2015-10-23 23:21:42
Meu deus nao acredito q acabou ;-(;-(;-(... Cara q lindo, q perfeito... Estou sem palavras pra descrever o quão... Perfeita essa serie foi e q com certeza vai fazer muita, muita falta mesmo... Chorei horrores com esse final q foi cliche sim, mas foda-se foi lindo e por mais cliche q alguma coisa possa ser, nao deixa d ser especial... Jonathan, Matheus vcs fizeram um otimo trabalho, fizeram uma coisa especial, magnifica q foi ''Comum e Extraordinario'' nos surpreendendo a cada capitulo, fazendo com q amassemos essa maravilhosa serie... e... sei lá vai ser esquisito agora não acompanhar mais esses dois j & r. Esperarei muito ansioso um proximo trabalho d vcs e tenho certeza q vai ser muito boa assim como "Comum e Extraordinario".
Por Niss em 2015-10-23 19:56:18
Ai gente!! Que lindoooooo!!! Perfeitos!!! *-* Ameei amei amei tudoo!! Que bom que deu tudo certo, que eles já estão bem-sucedidos, que se amam!! Foram muitos sentimentos que senti no decorrer dessa história! É muito alívio saber que mesmo depois de tudo o que eles passaram, brigas, agressões verbais, perigo, entre diversas outras coisas, o amor deles não falhou... Achei muito linda essas ultimas palavras de que quando o amor é verdadeiro, ele não morre, e isso aconteceu com eles.... Quando voltar(em) eu estarei esperando, e lerei com certeza as histórias de você (s). Kisses, Niss.
Por Leitor em 2015-10-23 19:45:22
Sabe, eu iria pedir para ter uma segunda, terceira, quarta temporada... amei tanto essa serie. Mas percebi que esse é o momento ideal para o fim. Não acompanhei desde o inicio, mas quando descobri essa serie passei a ama-la. Voces estao de parabens. Quero que continuem fazendo mais historias tao boas quanto essa. Obrigado por tudo. Cpnfesso que chorei com o finall, mas um choro de felicidade e, ao mesmo tempo, de tristeza porque nao vou ler mais os "senhora's", "Meretriz da Babilonia" ou "querida's" do Matheus, Jon e Carol. Essa foi uma das melhores historias qur ja li. Beijos e voltem logo, por favor.
Por diegocampos em 2015-10-23 17:50:13
Muito lindo esse capítulo, ver como foi que vida de todos ficaram foi muito bom ver que o Carlos conseguio ser feliz assim como o matheus e o caio , fiquei supreso da carol ter ficado grávida de gêmeos rsrs mas o Jonathan e o Rodrigo se cansando foi muito lindo chorando aqui com essa cena linda deles. A história de vocês foi a melhor história que já li voces são os melhores escritores para mim comun e extraordinário foi tudo de bom espero que vocês façam outra obra juntos e espero ansiosamente para a próxima série