Comum & Extraordinário - Capítulo 61 (Penúltima Parte)

Parte da série Comum & Extraordinário

AVISO IMPORTANTE. LEIAM, POR FAVOR

Boa Tarde...

Então, eu vi, para começo de conversa, pedir desculpas a todos vocês, mesmo sem saberem o que aconteceu, mas eu vou tratar de me explicar logo abaixo...

O último capítulo do conto estava pronto, e ele realmente sucederia o que postei anteontem, ou seja, o último capítulo seria o de número 61, só que depois de ler o comentário de um dos leitores, eu fui analisar o que Jonathan e eu havíamos criado para o final, e foi aí que vi que o leitor estava certo, que realmente não dava para fecha a história com apenas mais um capítulo, ou seja, eu rapidamente editei o título da postagem, e comecei a me apavorar. Cheguei em casa na segunda feira mandando mensagem atrás de mensagem para o Jonathan falando sobre o que tinha acontecido, e foi aí que decidi, sem nem ele ter me respondido ainda, a criar outro capítulo. As ideias vieram de uma só vez, e apesar de já serem quase dez da noite, eu fui obrigado a correr para o computador e escrever tudo. Criei um capítulo do meio das pernas na noite de segunda torcendo para que ele tivesse ficado bom, porque realmente vocês mereciam esse capítulo, vocês pediram por ele, e o leitor estava realmente certo.

Depois do capítulo pronto comecei a pensar... Eu o deixaria como capítulo final e excluiria o outro que já havíamos criado? Eu o deixaria como penúltimo capítulo ou eu o deixaria como capítulo final e o outro já criado se tornaria um especial? E foi então que fiquei com a segunda opção, o deixando como penúltimo capítulo.

O motivo dessa confusão toda é por causa da porra do meu TOC. Tenho um problema serio em terminar o conto com 22 capítulo ou 37. Sempre gosto de terminar com 25, 30, 40, e por aí vai, e foi por isso que eu apressei de mais as coisas antes, mas eu corrigi, e eu espero que possam gostar. Eu enviei o arquivo para o Jonathan e ele gostou bastante, apesar de eu saber que não é o que ele faria, mas em fim, já está pronto.

Só para confirmar (vou deixar em caixa alta), ESSE É O PENÚLTIMO CAPÍTULO. Desconsiderem o de número 60, o capítulo 61 é o penúltimo do conto.

No mais, um beijão para todos vocês, e me perdoem pela confusão, mas consegui concertar o erro a tempo.

- diegocampos: Tomara que dê tudo certo né, eu espero também... Opa, eu já sei o que acontece. Hahahahaha. Obrigado pelo comentário Diego, mesmo. Um abração.

- Jr.kbessao: Calma, segura a ansiedade aí e leia o último capítulo. Hahahahahaha. No mais, obrigado pelo comentário, mesmo. Um abração.

- Nickkcesar : Meu cabelo anda uma merda mesmo, então não faz diferença. Hahahahahahaha. Estou brincando, gasto três salários mínimos nele, e ele é lindo e reluzente, como o sol e a lua, eles ofuscam. Hahahahahahaha. Mas brincadeiras a parte, não se preocupe. Rsrsrs. Obrigado pelo comentário, e um abração bem apertado.

- luan silva: Se você amou o capítulo anterior, você vai amar ainda mais esse daqui. Rrsrs. Eu escrevi as pressas? Sim, mas foi especialmente para você e para os outros leitores, então espero que goste... O Jonathan me mataria se eu matasse o Rodrigo. Hahahahaha. Ele quase me jogou na frente de um trem quando sugeri isso para ele há um tempo atrás, então não se preocupe, eu prezo pela minha vida. Hahahahahaha. Bem, agora o próximo, que é esse, felizmente não é o último, então... Rsrsrs. No mais, obrigado por tudo, e um abração.

- H.Thaumaturgo: Desculpa por toda essa aflição, sério. O problema é que eu queria um conto diferente, e isso acabou acarretando em tudo o que Jonathan e eu escrevemos até agora, e que felizmente, apesar de tudo, agradou. Bem, agora esse é o penúltimo capítulo, ou seja, o próximo, que é o último, sai na sexta feira... No mais, um beijão e um abração para você.

- Niss: Rsrsrs. Calma Niss, tudo vai dar certo, faz apenas parte do suspense... E caso você tenha lido o aviso no começo, sabe que esse capítulo postado hoje é o penúltimo, não o último... No mais, um beijão e um obrigado enorme.

Obs 01: Me desculpem caso haja alguns erros. Fiz esse capítulo em duas horas e meia na segunda feira a noite e não tive tempo de realmente fazer uma correção decente no capítulo.

Obs 02: Esse capítulo eu criei especialmente para vocês, então espero que gostem.

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Comum & Extraordinário - Capítulo 61 (Penúltima Parte)

Naquele momento muita coisa se passava pela minha cabeça. Eram tantas lembranças, medos e receios que eu não conseguia processar nada, eu não conseguia sequer ver o que acontecia a minha volta.

Eu acompanhava aquela maca ensanguentada adentrar as portas de entrada do hospital. Minha roupa estava suja com o seu sangue, assim como os meus lábios, todo o meu rosto. Eu havia me debruçado sobre ele mais cedo, lamentando e pedindo desculpas por tudo o que aconteceu e por eu ter me envolvido em sua vida. Me lembro que ele sorriu, pelo menos tentou, e me disse que aquilo não foi culpa minha, isso antes de seu coração começar a parar e ele desmaiar.

Eva, Ricardo, Caio, Matheus, meus pais, todos estavam ali, na entrada do hospital nos esperando, e assim que Rodrigo passou desacordado, todos começaram a chorar e se apavorarem.

- O que aconteceu? – Minha mãe pergunta, apavorada. Meus pais ainda não sabiam de tudo.

- Ele, ele... – Eu começo a tremer, mas não me solto daquela maca que se direcionava a uma porta enorme.

- Você não pode entrar aqui. – Um enfermeiro me para.

- Eu vou entrar... – Eu o empurro, mas ele é mais forte.

- Você não pode entrar aqui rapaz! – Ele me repreende com o tom de voz um pouco mais elevado.

- Não grita comigo! Eu vou fazer o que eu quiser! – Eu grito, atraindo atenção de toda a sala de espera, mas eu estava pouco me fodendo para tudo nesse momento.

- Não é permitido gritar aqui. – Ele abaixa o tom, ainda me impedindo de ir até o Rodrigo, que estava a prestes de sumir do meu campo de visão.

- Eu quero ficar com ele! Me solta! – Eu começo a gritar ainda mais.

Entre o momento em que eu soquei o seu rosto e o momento em que começaram a me puxar para fora da li, tudo ficou ainda mais confuso. Eu me debatia nos braços de dois homens fortes e chorava ao mesmo tempo, não querendo passar por tudo aquilo. Meu corpo estava doendo, meu rosto estava doendo, minhas roupas sujas de sangue, e tudo o que eu queria naquele momento era estar em seu lugar, naquela maca suja de vermelho, com um tiro em meu abdômen, e que ele estivesse ali ao meu lado, me acompanhando, porque Rodrigo era mais forte do que eu, Rodrigo tinha o seu filho a quem retornar caso eu morresse, mas eu não teria mais nada a não ser o meu fim sem ele.

- Se acalma Jonathan! – Meu pai grita comigo, já fora do hospital.

- Me solta pai! Você não pode fazer isso comigo! – Eu começo a chorar ainda mais.

- Tenha calma meu filho, calma... – Ele me leva até o chão, junto com outro homem, que segundos depois vi que era Carlos. Eu nem sabia que ele estava ali.

- Se acalma porra! – Carlos e meu pai mal conseguiam me segurar. Eu não queria estar ali com eles, eu não queria.

- Me solta! Me solta! Eu quero estar com ele! – Eu, sei ao menos pensar, acabo dando um soco no rosto de Carlos, que se assusta no momento, mas me mantem no chão.

- Meu Deus... – Uma mulher se aproxima e se abaixa em minha frente. Era a minha mãe. – Meu bem, por favor, se acalma... – Ela toca meus cabelos, mas até mesmo o seu toque me causava repulsa.

- Tira a sua mão de mim! Tira! – Eu não sabia o que estava acontecendo comigo. Eu não me reconhecia mais.

- Meu filho, por favor... – Ela começa a chorar, e nem suas lágrimas cortaram o meu coração. – Deus vai prover meu filho, Deus vai curar o Rodrigo...

- Deus é um desgraçado filho de uma puta! Ele é! – Eu começo a gritar. – Ele é um sádico que gostar de ver pessoas boas sofrerem! Eu não acredito nele! Pra mim ele está morto!

- Não diz isso meu bem... – Tremendo, ela passa a mão em meus cabelos outra vez, e novamente, eu me descontrolo.

- Tira a mão de mim sua vagabunda! Eu mandei tirar! – Era como se eu estivesse possuído por algo ruim que não me deixava pensar ou raciocinar direito. Eu me sentia perdido dentro de minha própria escuridão.

- Já chega! Acabou!

Com uma força sobre humana, sou levantado do chão pelo meu braço direito e começo a ser arrastado para longe de todos. Eu ainda me debatia, mas eu não conseguia conter toda a fúria e toda a raiva que eu tinha naquele momento. Quando sinto meu corpo surrando contra o asfalto, tento me concertar ali, naquela superfície áspera, mas não consigo. Sinto minhas costelas arranharem e meu braço ficando cada vez mais dolorido. Quando finalmente tenho meu corpo levantado e prensado contra a lataria de um carro, vejo que era meu pai que estava fazendo tudo aquilo comigo, e ele nunca levantou a mão para mim.

- Seu moleque! Você não tem o direito de falar com sua mãe daquele jeito! - Ele me segurava pelos ombros com muita força, praticamente me enfiando dentro da lataria do carro.

- Eu mandei você soltar! Me solta! – Eu começo a gritar, a olhar para os lados e ver as pessoas no estacionamento olhando para mim assustadas.

- Chega de show! Acabou! – Ele grita em extrema fúria para mim.

- Me solta! Agora! – Eu levanto minha mão para ele, mas meu pai segura meu punho.

- É isso que você quer? Sinto muito, mas você fez por merecer...

Pela primeira vez em toda a minha vida, meu pai me bate. Sinto sua palma direita se chocar contra o meu rosto com força, e não demorou milésimos de segundos para a minha face começar a arder como fogo. Aquilo foi mais do que o suficiente para me acalmar, e quando eu finalmente olhei para os seus olhos, que exalavam raiva, eu me desespero que vou ao chão com tudo, finalmente caindo na realidade e chorando. Eu entro em total desespero, mas dessa vez sem me debater. Sinto meu corpo finalmente ser abraçado. Meu pai chorava junto comigo, me fazendo carinho na cabeça, sem se importar com o meu estado.

- Pelo amor de Deus pai, me desculpa... – Minha voz saiu em súplica. Eu implorei por seu perdão.

- Tudo bem meu filho, tudo vai ficar bem... – Eu sentia suas lágrimas caírem em meus ombros.

- Jonathan... – Minha mãe se aproxima com cautela. Ela parecia ter medo de mim.

- Mãe... – Eu me levanto com pressa e a abraço. – Me perdoa, por favor! Por favor! Eu não queria te chamar daquilo...

- Meu filho... – Ela chora ainda mais e me abraça com força. – Tudo bem, já passou, está tudo bem...

- Ele não pode morrer, ele não pode mãe... Eu não sou ninguém sem ele... – Meu choro aumenta.

- Ele não vai morrer meu bem... – Meu pai também me abraça, me consolando.

- Se ele morrer, eu quero ir junto... – Minhas palavras fazem meus pais ficarem em prantos.

- Não! – Meu pai grita! – Sua mãe e eu não vivemos sem você. Não pode fazer isso com a gente...

- Ele vai morrer, eu sinto... – Eu choro ainda mais.

- Ele não vai meu filho... – Minha mãe segura o meu rosto. – Vocês ainda vão se casar, morar juntos e cuidar daquele menino lindo, que vai dar um trabalhão pra vocês.

- Sua mãe está certa meu bem... – Meu pai me olha. – Vocês ainda vão me dar mais um neto. Quero mais um além do Miguel...

- Pai... – Eu vou a chorar.

- Vai dar tudo certo. Deus sabe que o amor de vocês é verdadeiro. Ele não vai deixar de ajudá-los. – Meu pai diz.

- Mas Deus não vai apoiar a gente. Eles dizem que... – Ele me interrompe.

- Eles não sabem de porra nenhuma. Eles estão enganados a seu respeito, a respeito do Rodrigo, a respeito dos outros... Vocês só buscam amor e carinho, apenas pregam amor, carinho e respeito, e Deus sabe disso. Ele vê tudo lá de cima e sabe que os que caminham por entre os justos e salvos são vocês, não aqueles que dizem que vão diretamente para lá.

- Pai...

- Deus ama você meu filho. Deus ama o Rodrigo. Deus ama o Caio, o Matheus e todos os outros, porque Deus é amor, e nada e nem ninguém vai poder mudar isso.

- Obrigado... – Eu choro outra vez, e dessa vez sou abraçado pelos dois.

Depois que voltamos para a sala de espera do hospital, sou recebido por todos e peço as devidas desculpas para todo mundo. Apesar de eu ainda estar mais calmo, eu não conseguia ficar quieto, eu não conseguia pensar em qualquer outra coisa. Meus pais tentaram me fazer bem, mas foi em vão. Meus amigos tentaram me acalmar, dizendo que tudo dará certo, mas não adiantou muita coisa. Todos tentaram me reconfortar enquanto tentavam reconfortar a si mesmos. Eu queria dizer algo para a Eva, para o Ricardo e para a irmã do Rodrigo que havia chegado, mas eu não conseguia. Estava perdido de mais dentro de minha própria dor que não me importei com o sofrimento dos outros.

- Eu quero que você venha comigo... – Ricardo finalmente se aproxima de mim e me estende a mão direita. Recebo a sua palma e ele me levanta.

Começamos a caminhar pelo hospital, assim mesmo, de mãos dadas, e eu não sabia para onde estava indo. Ele não me soltava, e eu não queria que ele me soltasse, porque era reconfortante estar com o pai do homem que eu amo. Aquilo me acalmava, e fazendo um pouco de força, eu conseguia sentir a mão do Rodrigo na minha, e aquilo me deu um pouco de paz.

Quando finalmente cheguei aos meus sentidos, percebi que estávamos indo a pequena capela do hospital. O prefeito entrou primeiro, e mesmo receoso, eu fui logo em seguida. Eu o acompanhei até a frente, seguindo todos os seus passos, e assim como o homem, ascendendo uma vela branca e me colocando de joelhos frente ao altar. Ele finalmente olha em meus olhos.

- Nunca cheguei a comentar isso com ninguém, mas sou um homem muito religioso. – Ele volta a olhar para frente.

- Sério? – Eu pergunto. Realmente não sabia.

- Sim...

- Eu não acredito muito em Deus. Tenho as minhas dúvidas. – Confesso.

- Eu sei. – Ele sorri. – E ele sabe que você questiona a sua existência, e mesmo assim o ama.

- Obrigado. – Eu finalmente consigo sorrir um pouco.

- Se quiser, pode tentar conversar com ele, quem sabe isso te faz bem...

- Não sei... – Eu nunca havia realmente tirado um tempo para conversar com Deus, em toda a minha vida.

- Tente, pelo menos. Não precisa gritar as palavras, apenas sussurre, ele vai ouvir. – Ele olha pra mim. – Eu vou para o outro lado da capela e deixar você sozinho um pouco. – Ele se levanta. – Faça por ele...

Quando ele se levanta e se afasta um pouco de mim, vejo que ele se ajoelha outra vez.

Eu o observo, de cabeça baixa e com os joelhos colados um no outro. Sua posição parecia extremamente desconfortável para um homem de sua altura, mas ele não se importou. Notei que ele chorava quando vi uma lágrima pingar em seu terno cinza e a gota molhar um ponto no tecido. Aquilo tocou o meu coração, e foi isso que me fez finalmente tomar coragem.

- Eu sei que eu nunca conversei com você. Nunca nem ao menos tentei lhe dizer algumas palavras, e você sabe o motivo, eu não acredito plenamente na sua existência, e me desculpa por isso... – Respiro por um momento. – Não estou aqui hoje para você o salvar por mim, e apesar de querer estar ao lado daquele homem pelo resto de minha vida, eu ficaria feliz apenas por ele estar bem. Não quero lhe pedir favores para mim, que o deixe bem para mim, apenas quero que o ajude, que ajude a família dele, porque por mais que me doa dizer, foi tudo a minha culpa... – Eu paro outra vez, começando a chorar. – Deus, tudo o que aconteceu me serviu para mostrar o quão frio eu era. Tudo isso me mostrou que não sentir medo não é uma qualidade, e sim um enorme defeito, porque foi essa minha falta de medo que ocasionou tudo, toda essa desgraça ao meu redor... Não quero que o salve por mim, quero que o salve por sua família... Por seus pais que o amam e por seu filho, aquele menino lindo, porque ele precisa de um pai, alguém que o ame incondicionalmente... – Tento secar minhas lágrimas, mas elas voltam outra vez. – Por mais que me doa, porque mais que meu coração se despedace no memento ao dizer isso, se você não quiser a gente junto, não tem problema. Eu juro para o Senhor que eu irei entender e aceitar, eu juro em nome dos meus pais. Eu juro que o deixarei ir, que o deixarei seguir sua vida, desde que ele esteja bem e com saúde. Se o senhor não nos quiser juntos, me dê um aviso, um sinal, qualquer coisa, que eu me retiro da vida dele. Eu sei que eu vou ficar mal, que vou ficar destruído, mas eu não me importo, desde que ele fique bem e que siga feliz por toda a vida... – Eu não sabia mais o que dizer... – Acho que vou terminar por aqui. Não quero pedir nada para mim, não sou egoísta a esse ponto... E, obrigado por me ouvir, eu acho... Ainda não acredito totalmente em você, mas estou disposto a tentar... Sei lá, posso te mandar um abraço? Não sou bom com essas coisas... – Eu sorrio, e a cada segundo eu me acalmava mais. – Obrigado...

Depois que finalmente me levanto, vejo o Ricardo parado ao meu lado, com os olhos vermelhos, provavelmente de tanto chorar. Ele tenta sorrir para mim, mas eu vi que ele estava destruído, assim como eu.

Voltamos calmamente para a sala de espera, mas não foi para finalmente podermos sorrir. Assim que nos sentamos, um homem mais velho usando jaleco branco se aproxima, e sua expressão não era nada boa, e aquilo me apavorou.

- Infelizmente a situação do Rodrigo se complicou. – Ele temia dizer tais palavras, pois sabia a nossa futura reação.

- Como assim? – Eu me aproximo, assim como os pais do Rodrigo.

- Ele perdeu muito sangue. Tentamos resolver tudo sem uma transfusão, mas é impossível.

- E isso quer dizer o que? – Eva pergunta, apavorada.

- Precisamos de um doador. – O médico diz.

- Eu vou. – Ricardo diz.

- Eu também. – Eva e a irmã do Rodrigo também dizem, ao mesmo tempo.

- Podem me acompanhar, vamos fazer os testes.

Quando os quatro saíram, eu comecei a ficar apreensivo, e ao mesmo tempo, cheio de raiva. Tudo isso era culpa do Thallison, mas não só dele, de seu pai também. Tudo aquilo era culpa de pessoas ruins que não mereciam respirar o ar que outras pessoas respiravam. Se eles não tivessem aparecido em nossas vidas, tudo hoje estaria bem.

Eu não me sentia mais bem comigo mesmo apenas por os mandar para a cadeia. De repente eu me peguei desejando por mais. Eu não queria os matar, não, eu não queria. Eu passei a desejar o mal para eles, e os desejando o mal eu comecei a me sentir bem. Eu queria, pelo menos pela última vez, finalmente acertar as contas, porque senti que não conclui a minha história com aqueles dois seres horrendos.

Depois de passar um bom tempo pensando, vejo Eva e Alessandra voltando para a sala de espera, ambas com lágrimas nos olhos. Elas se aproximam, tentando se segurar, e finalmente falam.

- O estado dele é grave, mas o Ricardo foi o mais compatível para a doação... – Ela parecia feliz e triste ao mesmo tempo. – Ele vai precisar de muito sangue...

- Vai dar tudo certo... – Eu digo, finalmente as abraçando.

- Se Deus quiser meu bem, se Deus quiser... – Ela me abraça outra vez.

Eu não estava conseguindo ficar ali, fingindo que eu estava bem. Meu humor estava prestes a mudar outra vez, e os fazer passar por tudo de novo não seria justo, por isso preferi me afastar e ficar do lado de fora do hospital, e acho que ninguém percebeu.

Alguns minutos depois, Caio, Carol e Matheus apareceram do lado de fora. Eles não falaram nada, apenas me abraçaram a ficaram ali comigo, me dando apoio moral e emocional. Eles sabiam que eu não estava em um bom estado, seja para conversar ou sorrir, e eles respeitaram isso.

- Alguém pode chamar o Carlos? Eu preciso conversar com ele. – Eu digo, olhando para o Matheus.

- Claro, a gente chama ele... – Ele me encara, tentando decifrar o que se passava em minha mente. – Está tudo bem? – Ele pergunta, e eu sou obrigado a mentir.

- Sim, não se preocupem...

Eu estava sendo consumido pelo ódio novamente, pela vontade de deixar tudo sair outra vez, e eu não queria que ninguém da minha família presenciasse isso. Eu estava precisando expurgar, deixar todo esse ódio sair, porque eu não fui capaz disso das outras vezes, e eu só conseguiria tal feito estando de frente para os dois. Eu precisava os confrontar pela última vez. Deus me devia isso, eu me devia isso. Eu precisava pisar neles, os humilhar, os colocar abaixo de cachorro, e Carlos era o único que podia me ajudar.

- Os meninos me disseram que você me chamou... – Ele chega ao meu lado, sem ao menos olhar para mim.

- Me desculpa pelo soco. Eu não estava em meu melhor humor... – Eu peço sinceras desculpas a ele.

- Eu sei, não se preocupe. – Ele se vira para mim, sorrindo. – Então, o que você deseja?

- Eu preciso ver os dois outra vez.

- Nem pensar.

- Carlos, eu preciso. Se eu não fazer, vou ser consumido por esse sentimento ruim pelo resto dos meus dias.

- Jonathan, não.

- Carlos, eu não vou fazer nada que o faça se arrepender da decisão, eu juro por meus pais. Eu também não sou estúpido. Agora eu vejo que se eu tivesse acertado aquele tiro em algum órgão vital do Thallison, eu viveria com esse peso pelo resto da vida, e como não sou bom em disfarçar emoções, eu acabaria pesando todo mundo com isso.

- Jonathan, por favor.

- Carlos, por favor, digo eu. Eu preciso disso, eles me devem por todo o mal que me fizeram, que fizeram a minha família, aos meus amigos, aos outros...

- Jonathan...

- Confie em mim, eu te imploro.

- Eu confio.

- Então me leve até eles. Sei que devem estar longe agora, mas...

- Eles não estão.

- Não?

- Não. O Comandante da Policia Federal está esperando alguns papeis do estado para dar voz de prisão, e além disso precisam de um camburão a mais para os transportar para a penitenciaria de segurança máxima, então eles ainda estão na delegacia.

- Sozinhos?

- Não, os federais estão lá, apenas esperando a minha volta para poderem cuidar de uma denúncia de tráfico nas redondezas.

- Ótimo, então vamos...

Sem ao menos o dar a chance de concordar, eu entro no carro do Carlos e fecho a porta. O vejo ficar parando por alguns segundos, me observando, mas ele finalmente se dá por vencido e entra.

- Preciso passar na casa da Carol para pegar algo. É em frente a minha casa.

- Todo bem...

Depois que seguimos a pequena viagem em direção a minha rua, minha sede por vingança aumentou ainda mais. Eu não iria cair na besteira de cometer um erro grave, de ferir gravemente alguém. Não, eu ai fazer mais, eu ia destruir o ego e a masculinidade de cada um, e eu ia conseguir tudo isso com o que eu havia planejado.

Depois de termos passado na casa da Carol para eu pegar algumas coisas, seguimos em direção a delegacia. Por instruções do Carlos, fiquei escondido dentro do carro até que os federais saíssem do local, e assim que o fizeram, eu simplesmente entrei, ainda sujo de sangue, mas com um sorriso mortal no rosto.

Entrei por aquelas portas me sentindo o cara mais poderoso do mundo. Entrei naquele lugar com o poder em minhas mãos, e eu iria usar tudo o que eu tinha para a destruição final dos dois, e aquilo seria incrível para mim.

- Eu voltei... – Eu digo ao me sentar em uma mesa que ficava de frente para as celas do Delegado e do Thallison.

- Voltou para morrer seu desgraçado? – O Delegado tinha um ódio horrível nos olhos.

- Não... – Eu cruzo os meus braços sobre meu peito. – Você acha mesmo que se encontra em melhor posição de poder? Olha onde eu estou... Sentado, com as pernas cruzadas, enquanto observo seis porcos no chiqueiro fétido e imundo da humanidade podre. – Eu olho para os outros policiais envolvidos, que também estavam ali. – Eu vim aqui para destruir vocês.

- Você não é ninguém para isso, seu viadinho do capeta! – Thallison finalmente se pronuncia.

- Viadinho? Olha quem fala. – Eu começo a rir, e minha gargalhada toma proporções maiores quando olho para o delegado. – Seu pai não sabe? – Olho para o Thallison outra vez.

- Não quero ouvir suas mentiras seu viadinho imundo, seu aidético! – Ele grita.

- Aidético? Eu não sou o seu filho... – Eu me aproximo um pouco de sua cela. – E quem disse que você terá que ouvir alguma coisa? Vivemos no século 21, temos acesso a uma vasta gama de tecnologia, e isso é incrível pra caralho. Apenas observe, seu porco. – Eu simplesmente cuspo em sua cara, o deixando ainda mais possesso.

Como na delegacia havia uma televisão de plasma no alto de uma das paredes, resolvo simplesmente a ligar e esperar o sinal se conectar com o meu celular. Pelo Bluetooth, envio o simples arquivo para a memória da televisão, e assim que olho para o Thallison, vejo o pavor surgir em seus olhos.

- Você achou que eu tinha acabado com você?

- Eu vou te matar! Desgraçado! – Ele me ameaçava, mas eu podia ver o pavor em seu olhar.

- Vai? Se você não conseguiu daquela vez que me estuprou, não vai mais conseguir, e sabe porque? Porque eu vou te destruir seu desgraçado!

Eu simplesmente dou play no vídeo e me sento outra vez.

No começo, todos estranharam o que estava acontecendo, mas quando o Thallison começou a gritar de dentro de sua cela, todos os homens passaram a prestar ainda mais atenção na gravação. Eles acompanharam tudo, desde a entrada de salto do Thallison até a sua personificação feminina em cima da cama, debaixo do Carlos. Ninguém parecia acreditar no que estavam vendo, e a reação pior foi a do Delegado, que parecia ter sido consumido pela fúria e pela vergonha.

- Gostou de ver seu filho usando calcinha e rebolando no pau de um macho? Gostou? Responda! – Eu grito, e minha voz ecoa por todo o lugar. – Responda seu desgraçado estuprador!

- Me faça responder sua putinha! Seu desgraçado!

- Putinha? Não me confunda com sua filha, seu demônio! – Eu grito outra vez. Não vai responder né? Tudo bem.

Eu vou até a sacola que eu havia trago com algumas coisas e pego algo lá dentro. Daquela sacola, tiro um conjunto de roupa íntima da Carol, um cor de rosa, parecido com o do vídeo, e por mais doente que isso possa ser, eu estava pouco me importando com o resto.

Eu me aproximo da cela do Thallison, a passos lentos, sorrindo, e jogo o conjunto lá dentro. Ele me olha com ódio, como que quisesse me matar naquele momento, e eu acreditei, mas mandei meu medo pra puta que pariu.

- Vista.

- Eu não vou vestir isso!

- Vista, agora.

- Seu desgraçado! Você não pode me obrigar a fazer isso!

- Não posso? Tudo bem.

Sem nem pensar duas vezes, me aproximo do Carlos e pego seu revolver, que estava em sua cintura, e quando ele percebeu, já era tarde de mais.

- Me devolve isso Jonathan! Você me prometeu! – Ele grita.

- E eu vou cumprir minha promessa. – Eu olho pra ele, mas me volto para o Thallison. – Vista, agora.

- Não!

- Vista! - Eu engatilho a arma e atiro na parede, a poucos centímetros dele, o fazendo se assustar. Ignoro o grito do Carlos e continuo. – Eu errei de propósito seu desgraçado! Agora vista.

- Eu não vou... – Eu o interrompo com outro tiro, só que esse foi propositalmente de raspão, acertando seu braço. – Chega! Eu vou vestir... – Ele praticamente suplica.

- Então seja essa mocinha linda que você é e vista a porra do conjunto!

Vejo, pela primeira vez na vida, um Thallison com medo. Eu conseguia notar suas mãos trémulas e seu pavor. Talvez seja por mim, por que estar lhe causando essa sensação, ou talvez seja pelo fato de seu pai estar presenciando tudo aquilo, mas pouco me importa, porque quando ele tirou toda a roupa e vestiu as peças, eu vi minha vingança aos poucos sendo cumprida.

- Ficou linda! Arrasou no modelinho miga! – Eu começo a bater palmas.

- Você é louco! – Ele grita, e eu juro que eu vi lágrimas em seus olhos.

- Você ainda não viu nada seu desgraçado! Você não sabe do que eu sou capaz, então é melhor fazer tudo o que eu mandar! Se afaste das grades, agora!

Depois que o Thallison faz o que mando, pego uma das chaves em cima da mesa do Carlos, que finalmente pareceu confiar no que eu estava fazendo. Deixei a arma ali mesmo e caminhei até a cela, a abrindo logo em seguida, e o filho da puta nem ao menos esperou que eu me afastasse e já veio com tudo para cima de mim, só que eu já estava preparado para isso, então, com todo o ódio que eu tinha daquele monstro, acertei um soco bem no meio de seu nariz, e o ver caindo de joelhos com sangue saindo pelas narinas foi gratificante.

- Eu falei para me obedecer sua puta! – Eu grito e o pego pelos cabelos, fazendo o que ele já havia feito comigo. – E agora você sujou toda a sua roupinha, que feio, que mocinha desajeitada... Se levanta, agora! – Eu nem espero que ele faça e o levanto pelos cabelos. – Coloque isso. – Eu jogo um par de sapatos de salto no chão, e como um cachorrinho obediente, Thallison os calça. – Agora desfila para o seu pai... Desfila bonito, porque ele ama a filha linda dele, essa beldade de outro mundo. Anda! - Eu o empurro novamente, descontando tudo o que ele havia me feito.

Vejo Thallison finalmente começar a andar, e mesmo estando naquele estado deplorável, ele ainda tentava bancar pose, como se estivesse por cima, mas naquele momento, eu era um rolo compressor, um tanque de guerra, e nada e nem ninguém estava acima de mim.

- Agora eu quero que você solte um gemido bem gostoso pro seu pai... – Ele não queria fazer. – Agora seu filho da puta! Eu dou outro soco em seu rosto, e ele finalmente geme. – Quero um gemido feminino, eu sei que você consegue! Anda! – E ele faz outra vez. – Agora eu quero que você diga que sempre sonhou com seu pai...

- Eu não vou dizer isso! - Ele grita, mas recebe um tapa no rosto, um tapa que eu dei.

- Fala! – Eu o pego pelos cabelos, e outra vez, vejo que eu causei medo nele.

- Pai, eu sempre sonhei com você... – Ele finalmente diz.

- Diz que sempre sonhou com o pau dele na sua boca...

- Eu sempre sonhei com seu pau na minha boca pai... – Thallison diz, amedrontado.

- Chega seu desgraçado! – O delegado diz.

- Cala a boca! – Eu grito. – Agora fala que sempre quis o pau dele arregaçando o seu cu, o cu da filha dele...

- Pai, eu sempre quis seu pau arregaçando meu cu... – Ele olha para o pai, e por um breve momento, eu acreditei no que ele dizia.

- Desgraçado... – O Delegado fala. - Eu vou te matar seu filho de uma desgraça.

- Tenta! Seja homem e tente! Você não passa de um estuprador desgraçado, como o seu filho, que ao contrário de você prefere homens. Ambos são um lixo e merecem todo o sofrimento do mundo. - Eu começo a gritar.

Eu estava me sentindo poderoso naquele momento. Era como se minha aura e meu espirito predominassem naquele local. Thallison tinha medo de mim, e eu finalmente estava conseguindo me sentir vingado por tudo o que ele fez comigo, porque até momentos atrás, ele ainda se achava superior, achava que havia feito um esforço para me estuprar, mas eu quis mostrar para ele, que apesar do que aconteceu comigo, que apesar do que ele fez, eu sou mais forte, eu sou mais poderoso e eu sempre estarei por cima de quem não presta.

- Agora eu quero um final feliz... – Eu digo, sorrindo. – Carlos, segura essa puta para ela não fugir.

Carlos se aproxima e segura o Thallison, que permanecia quieto. Com isso feito, eu vou até uma das outras celas, onde havia outro policial e a abro, mas não sem antes apontar uma arma para ele.

Eu o algemo e o levo até o Thallison, que não estava entendendo nada. Depois de o colocar perto daquele estuprador nojento, eu simplesmente abaixo as calças do homem, junto com sua cueca, e o deixo exposto. Ele tenta se pronunciar, mas eu não deixo.

- Amiga, agora eu quero que você honre a sua garganta profunda e chupe o amiguinho do seu pai...

- Por favor, não faça isso... – Thallison implora. - Me desculpa, me perdoa pelo que eu fiz...

- Por favor! Me perdoa! Eu te implorei para você não me estuprar, mas você não me ouviu! Não adianta pedir perdão seu demônio! Eu sei que não se arrependeu! Agora vai fazer o que eu mandar! Agora! – Eu engatilho a arma outra vez.

Thallison finalmente se aproxima e coloca o pau do homem na boca. No começo o policial relutava, mas acabou ficando excitado com a situação, assim como o Thallison. Aquilo poderia ser visto como uma forma de presente para ele, mas eu estava desmoralizando ambos, o pai e o filho, e eles sabiam disso.

- Agora eu quero que fique de quatro putinha, porque seu pai quer ver você tomando no cu.

- Desgraçado! Eu vou te matar! – O ódio do delegado pareceu aumentar ainda mais.

- Eu acho que você queria estar no lugar do seu amigo! Sinto cheiro de incesto! – Eu começo a gargalhar.

- Filho da puta! – Ele grita, e eu simplesmente sou tomado pelo ódio e atiro de raspão em seu ombro, o fazendo recuar.

- Cala a boca e veja seu filho levar no rabo!

Tudo aquilo começa, e nem mesmo Carlos queria estar ali naquele momento, mas eu não me importava. Por mais doente que fosse a situação, essa era a minha vingança, e ver tudo aquilo acontecendo era simplesmente prazeroso de mais para mim, mas no sentindo de me sentir satisfeito com o que havia feito.

Escutar todos os outros policiais chamando o Thallison de putinha e bichinha na frente do próprio pai foi o êxtase. Eu havia destruído a masculinidade daquele homem o forçando a assistir o comportamento que ele tanto julgava em seu próprio filho, e mesmo Thallison no final tendo gostado de tudo, eu sei que consegui destruir algo dentro dele, assim como ele fez comigo, e eu me senti complemente vingando.

- O que eu fiz aqui hoje foi pouco, muito pouco comparado ao que eu queria fazer. Sei que minhas atitudes não foram das melhores, mas vocês mereceram tudo o que aconteceu. - Eu me aproximo do Thallison, que estava todo sujo de por e encolhido no chão, cheio de vergonha e medo de mim. - Não sou uma pessoa boa que perdoa e esquece tudo de ruim que aconteceu comigo, então eu espero que você sofra pelo resto da vida. Eu desejo todo o mal do mundo para você. Quero que você passe o resto de sua vida se lembrando do lixo de ser humano que você é. Quero que lembre que eu sou mais homem do que você, e sempre serei, e sabe porque? Porque eu não estupro ninguém, eu não preciso usar de violência para mostrar minha masculinidade, eu não preciso disso, ao contrário de você, que é um porco imundo da pior espécie. - Eu cuspo na sua cara, e cuspo de novo, e de novo. - É isso que você merece. Eu juro que queria te matar nesse momento, te dar um tiro no meio da testa por tudo o que você me fez, mas eu não quero conviver com a imagem do seu estado deplorável pelo resto dos meus dias... - Eu tento me acalmar um pouco. Meu corpo estava todo tremendo. - Eu espero que sofra por tudo o que fez, e que no final, nos fins dos seus dias, tenha uma morte dolorosa, quem sabe morrendo queimado... É isso que eu quero, e é isso o que vai acontecer com você seu desgraçado imundo! - Eu dou outro soco em seu rosto, finalmente me sentindo livre.

Finalmente me viro para a cela do Delegado, e sem sentir medo algum, abro as grades e entro, emanando todo o poder que eu tinha naquele momento, poder que eu consegui me sobressaindo sobre todos eles.

- Você é um ser desprezível, nem ao menos merece ser chamado de homem... - Eu simplesmente dou um soco em seu rosto, e foi o soco mais forte que eu dei em toda a minha vida, o fazendo cair em cima da cama. - Você acha que é um macho alfa por causa sofrimento nas mulheres? Porque se pensa assim, está completamente errado. Você não passa de um covarde com complexo se superioridade que acha que é melhor do que os outros... - Eu começo a sorrir. - Você sabe o que vai acontecer com você na cadeia não sabe? - Eu finalmente causo pavor naquele homem. - Você vai ser puta de um macho de verdade, de um que não precisou estuprar para entrar lá. Provavelmente vai ser putinha de um assassino, de um traficante, de um homem tão ruim quanto você, e eu espero que você sofra, muito, na mão dele. Espero que você seja estuprado, espancado e humilhado. Eu desejo que façam uma fila para comerem esse teu rabo imundo e doente e que no fim de tudo, quando você não aguentar mais, tente se matar, mas como Deus vai prover nessa hora, você não vai conseguir, e vai passar o resto dos seus dias convivendo com toda a merda que você fez. Passar bem seu desgraçado filho de uma puta. Você merece tudo de ruim que está prestes a acontecer com você. - Eu me viro para os outros policiais. - E o mesmo serve para todos vocês, projetos de homem, que não passam de um lixo, de porcos imundos. Eu desejo que todos vocês sofram e passem por tudo o que fizeram aquelas mulheres passarem!

Minhas palavras podem até ter soado impactantes de mais, mas eu não entraria ali para bancar Jesus Cristo e perdoar todo mundo, porque eu não perdoei, e nunca iria perdoar, e foda-se quem diz que temos que cair no perdão para não carregar o ódio por toda a vida, foda-se as pessoas que dizem isso, porque elas não sabem pelo que eu passei, não sabem o que aquelas mulheres passaram, então eu tenho todo o direito de desejar todo o mal do mundo para aqueles homens, porque eu iria sair dali com minha alma limpa, com meu corpo leve e com o meu coração puro de novo, porque eu tinha todo o direito de fazer o que eu acabei de fazer, e eu não me arrependo nenhum um pouco.

Depois de me acalmar um pouco e me sentar um pouco mais longe deles, Carlos chega até mim, preocupado. Ele me dá um forte abraço e simplesmente sorri.

- Você está bem? - Ele pergunta.

- Olha Carlos, eu pensei que pegaria pesado de mais, que o que eu fiz me seguiria pelo resto da vida. Cheguei a pensar que os outros estavam certos, que eu deveria perdoas, mas eu tenho que confessar que depois de tudo o que fiz, eu me sinto outra pessoa. É como se nada de ruim tivesse realmente acontecido. É como se minha alma tivesse se restaurado. Eu finalmente encontrei minha paz de espírito.

- Eu fico feliz por você Jonathan, mesmo. Você merece toda a felicidade do mundo.

- Você também Carlos... - Eu lhe dou um sorriso.

- E o que vai fazer agora?

- Esperar que o homem que eu amo fique bem.

- Ele vai ficar. – Ele sorri.

- Sim... – Eu me sinto triste outra vez.

- Ele vai ficar bem Jonathan, tenha fé... - Ele tira algo do bolso. - Pode ir em meu carro, mas passem em casa primeiro e tome um banho, porque está precisando. – Ele sorri outra vez.

- Bobo... - Eu sorrio outra vez. Eu realmente havia encontrado minha paz. - Carlos, obrigado, por tudo. Obrigado por fazer parte da minha vida e por ser esse homem incrível. Você merece tudo de bom nessa vida...

- Não precisa agradecer, apenas fique bem.

Depois de sair daquele local com minha alma lavada, dou uma rápida passada em casa e tomo um banho rápido, trocando de roupa e logo em seguida indo para o hospital, mas o que me assustou foi perceber que haviam se passado seis horas desde que eu havia saído, e a tristeza tomou conta de mim outra vez, porque se tivesse acontecido algo com o Rodrigo e eu não estivesse lá, eu nunca mais iria me perdoar.

Assim que estacionei o carro no hospital, desci correndo e entrei com tudo. Os olhos daquelas pessoas logo posaram em mim, e eram olhares de felicidade.

- O que aconteceu? – Eu pergunto, sem entender nada.

- Correu tudo bem! – Minha mãe grita. – Correu tudo bem meu filho, ele está bem!

Meus pais e meus amigos me abraçam com toda a força do mundo, e todo aquele calor me fez chorar, mas um choro de felicidade. Ele finalmente estava bem, e seria meu para sempre.

- Eu posso... – Eu queria o ver.

- Os pais dele estão lá... – Meu pai diz. – Mas o Ricardo disse que assim que você chegasse poderia entrar.

- Obrigado...

Antes de sair de perto da minha família, vi que eles se perguntaram o porque do meu sumiço, mas eu agradeci por eles terem permanecidos calados quanto a isso, e então eu simplesmente segui o enfermeiro até o quarto onde Rodrigo estava.

Quando entrei por aquela porta, Eva, Ricardo e Alessandra correram e me abraçaram, assim como o pequeno Miguel, que havia chegado.

Eu finalmente olho para a cama, para ele, para o seu corpo e para a sua feição cansada. Ele tenta dar um meio sorriso, mas não consegue, e eu não me importo nenhum pouco. Quando dei por mim, todos já haviam saído do quarto, com a exceção de Miguel, que estava abraçado em minhas pernas, com um pouco de medo.

- Está tudo bem, o papai está bem... – Eu o pego no colo. – Quer chegar perto dele?

- Quero... – Ele balança a cabeça.

Aos poucos nos aproximamos da cama onde Rodrigo estava. Me coloco de pé ao seu lado e Miguel pede para descer. Com muita dificuldade, Rodrigo se arreda um pouco, indo para a beirada da cama, e essa foi a minha deixa para me deitar ali, ao lado de Miguel, que sorria ao notar meus olhares para o pai, assim como os olhares do pai para mim, e aquilo me fez chorar de emoção, me fez chorar porque foi ali que vi que seriamos para sempre nós três, que estaríamos para sempre juntos, e no momento eu não estava pronto para uma vida assim, mas apenas por saber que tudo ficaria bem, meu coração foi dominado por uma paz e por uma tranquilidade incrível.

- Papai, você vai se casar com o Jonathan? – Miguel, com aqueles olhos brilhantes, se vira para o Rodrigo e simplesmente pergunta, me causando choque.

- É... – Ele ainda tinha dificuldade para falar. – É claro meu filho... – Ele sorri. – Não vou o deixar escapar de mim... Nunca mais...

- Eba! – Miguel comemora. – E você Jona, vai querer casar com o papai? - Acho engraçado ele me chamar de Jona.

- Com esse homem chato? – Eu não sabia se ria ou se chorava. – É o que eu mais quero nessa vida, só que ainda está cedo...

- Eu sei Jona, não sou criança. – Ele me repreende e depois sorri. – Sei que demora muito, muito, muito... – Ele começa a cantarolar uma música feliz.

- Nós vamos ser uma... Família meu anjo. – Rodrigo diz e sorri para mim.

- Oba! Oba! – Ele começa a sorri.

Delicadamente, me inclino um pouco e selo meus lábios aos do Rodrigo, fazendo pai e filho sorrirem, e foi ali que me senti ainda mais completo do que nunca, sabendo que não importa o que acontecer, nós três estafaríamos juntos para sempre.

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ESSE É O PENÚLTIMO CAPÍTULO, NÃO O ÚLTIMO. A PRÓXIMA E ÚLTIMA PARTE SERÁ POSTADA NA SEXTA FEIRA.

Comentários

Há 7 comentários.

Por em 2015-10-22 16:20:51
Você e o Jona (Lembrei do Miguel rs <3), criaram algo diferente, uma história que em algumas partes pareciam ter clichês. Mas desde o começo com as apresentações você queria que nós pensassemos e nao receber de cara os desfechos de cada personagem e isso foi surreal... Ao mesmo tempo que havia angústia, amor,odio, medo,humilhação havia também alguém que sabia o que estava fazendo e esses são você e o Jona.
Por em 2015-10-22 16:13:43
Você deveria fazer um filme...cara isso ta muito muito, quanta criatividade que se levada muito mais a sério por outras pessoas seria otimo.
Por luan silva em 2015-10-22 14:11:53
OMG!! OMG!! OMG!! vamos lá?! ainda bem que você não matou o rodrigo hehe, o Jonathan sem o rodrigo não seria legal, nada legal.... cara e a vingança do jonathan foi.... perfeita.... meio doentia? sim, mas foi perfeita mesmo, eu gostei muito do que o jonathan fez e o delegado e sua FILHA mereciam isso e muito mais.. preciso nem falar que chorei, cara foi muito lindo o miguel, o rodrigo, o jonathan, o pai do rodrigo... enfim... tudo.. matheus e jonathan vcs estão de parabéns e podem se sentir orgulhosos pq vcs escreveram a melhor série, vcs fizeram uma coisa linda e especial... P.S.: ansioso pela proxima série de vcs :*
Por Niss em 2015-10-22 00:57:12
Meu Deeeeeeeeuuuuuu!!!!! Gente, na boa hahaha, eu comecei esse capitulo chorando, mesmo lendo a resposta de que tudo iria ficar bem, naquela hora que o Rod entrou e que Jon falou com Deus, eu chorei horrores, desde que eles se conheceram naquela festa, eu torço pela felicidade deles, ver isso me causou um desanimo terrivel, mas, deu pra dar uns sorrisos de vingança na hora da vingança na delegacia, e agora eu chorei de emoção, por saber que tudo ficou bem, por saber que toda essa felicidade que eles lutaram tanto, agora está na porta, que já está entreaberta. Queria agradecer ao Matheus e o Jonathan(escritores) por terem me proporcionado toda essa experiencia! Que foi a mais incrível de toda a minha vida de leitor! Amo de verdade essa história! Espero pelo proximo. Kisses, Niss.
Por H.Thaumaturgo em 2015-10-22 00:20:17
Aaaaaaiiiiii mmeeeuuuu deeeuuusssss, como eu amei esse capitulo ~ chorando de emoção ~ foi o capitulo perfeito pra tudo entrar nos eixos e serio essa série poderia virar um livro físico só pra eu comprar e ler centenas de vezes, pq eu no mais verdadeiro sentido da palavra amei essa história e estou mt ansioso e triste pelo último capitulo, mas espero ler o casamento deles e é claro que toque Man! I feel like a woman - Shania Twain, pelo simples fato dessa música ser perfeita pra ocasião u.u . E agradeço mais uma vez por vcs me deixarem com esse turbilhão de emoções entre felicidade e tristeza, alivio e preocupação entre MTS outras emoções e com certeza pelo simples fato de transformarem o meu dia que foi realmente um dos piores que já tive para um dia dos melhores apenas por ler essa história, agradeço mt, MT msm vcs por isso. Abrçs Heitor
Por Wïll em 2015-10-21 20:03:36
cara eu gostei muito dessa série, acompanhei cada capítulo com uma vontade de quero mas quando acabava, eu me sentia como eu fosse o Jonathan, eu não chequei a comentar antes por que eu não tinha palavras pra descrever o que eu sentia , mas agora eu fico feliz, sabe eu acho que essa serie tinha que virar um filme , por que cada Sena de ação que o Jonathan fazia e como ele falava que ser sentia a Nazaré Tedesco quando batia no Thallison. em fim cara eu gostei muito e estou ansioso pro próximo capitulo. abraço will
Por diegocampos em 2015-10-21 17:50:56
Confesso que fiquei sem palavras para esse capítulo muito bom fiquei bastante supreso pois esperava que hoje essa série maravilhosa fosse acabar mas fiquei feliz porque ainda vai haver mais um capítulo rsrs que estou bastante ansioso para saber o que vai acontecer.