Comum & Extraordinário - Capítulo 48

Parte da série Comum & Extraordinário

Boa Tarde...

Bem, primeiro eu gostaria de agradecer a todos vocês pelos comentários no capítulo anterior. É muito importante para o Jonathan e eu sabermos se estão gostando da história ou não. Fico extremamente feliz com isso, com o retorno que andamos recebendo a cerca de tudo.

Outra coisa que eu queria dizer é que o conto está para entrar com uma nova mudança, e que no capítulo 50 as coisas mudam novamente, mas não sem antes vir o capítulo 49, que promete deixar vocês com lágrimas nos olhos, ou pelo menos eu acho.

A terceira e última coisa que eu queria falar com vocês hoje é a respeito do próximo capítulo... Como sábado não vou ter tempo para me dedicar a postagem, vou postar o capítulo 49 amanhã, provavelmente nesse mesmo horário, e eu tenho certeza absoluta que gostaram dessa notícia. Rsrsrs.

No mais é isso. As informações sobre o próximo capítulo eu deixo antes de o lerem amanhã, porque vou precisar de algumas palavras para me esclarecer a respeito do que eu fiz, mas em fim, não vou deixar vocês ainda mais ansiosos, amanhã eu volto.

Um beijão para todos, e fiquem bem. Um abração.

_____________________________________________________________________________________________________________________

Comum & Extraordinário - Capítulo 48

O dia havia amanhecido. Fazia um pouco de frio, mas eu não conseguia o sentir pelo fato de o corpo do Carlos estar agarrado ao meu. Eu era praticamente um anão perto daquele homem, e aquela diferença de tamanho era realmente excitante. Mesmo sentindo todas essas sensações, eu ainda não havia aberto os olhos. Eu estava tão exausto que até isso eu ainda não havia conseguido fazer, mesmo estando acordado há praticamente vinte minutos, pensando na vida.

Quando eu finalmente os abro, sou cegado pela escuridão do quarto. As cortinas eram bem grossas, então era impossível ver se havia sol do lado de fora ou que horas eram naquele momento. Tateio o criado mudo ao meu lado a procura do meu celular e acabo não o encontrando. Eu me levanto da cama lentamente, para não acordar o Carlos, e coloco meus pés no chão, coisa que me arrependo amargamente, o chão estava muito frio, mas mesmo assim faço outra vez. Me coloco de pé, e no primeiro passo que eu dou, vou ao chão com tudo. Eu tinha tropeçado em um sapato e quase caí com a cara no chão. Eu começo a rir baixinho da minha burrice e acabo acordado o Carlos.

- O que foi? - Ele diz com uma voz sonolenta.

- Eu caí. - Eu digo, ainda rindo baixinho.

- Vem pra cama, está fazendo frio...

- Carlos, eu tenho que levantar. - Eu me coloco de pé novamente e me aproximo da cama.

- Não tem. - Ele me puxa pelo braço, me fazendo cair em cima dele. - Vamos dormir mais um pouco, ainda é cedo.

- Como você sabe? Seu quarto está completamente escuro. - Eu nem ao menos conseguia ver o Carlos direito, apenas sentia seu peito no meu.

- Jonathan, hoje é feriado municipal, não temos que levantar cedo... - Ele me abraça, me apertando contra seu corpo.

- Carlos... - Eu tento me soltar, mas ele é muito mais forte do que eu.

- Oi... - Ele diz sorrindo. - Eu deixo você levantar com uma condição.

- E qual é? - Eu pergunto sorrindo.

- Que você prepare um café da manhã para mim e me traga na cama.

- Você é muito folgado. - Eu sorrio.

- Se não aceitar a proposta, nada feito.

- Tudo bem Carlos, eu trago o café na cama para você.

- Tudo bem, agora eu vou deixar você ir. - Ele me solta e eu me levanto da cama.

- Daqui a pouco eu volto.

- Vou estar esperando...

De cueca mesmo eu saio do quarto. Agora fazia sentido o frio, estava chovendo. Não era uma tempestade, mas uma chuva fina que provavelmente duraria a manhã toda. Na minha cidade, quando chove assim, costuma durar até mesmo o dia inteiro, vai entender. Saio então a procura de coisas pela cozinha para preparar o café. Encontro a açúcar e o pó. Na casa do Carlos não havia cafeteira, então usei um coador que estava em cima da pia. Lavei a garrafa de café primeiro e depois encaixei o coador nela, colocando o pó dentro do filtro de papel. Peguei um caneco e enchi com água, jogando a açúcar logo depois. Enquanto tudo estava fervendo, eu procurei alguns biscoitos e achei apenas de água e sal. Encontrei mel dentro do armário também, então passei em uma boa quantidade de biscoitos e depois coloquei outro por cima, parecendo um biscoito recheado, só que o biscoito era de água e sal e o recheio era mel. Depois que passei o café, procurei por algo para colocar tudo, e encontrei uma daquelas bandejas mesmo de café da manhã, aquela dos filmes onde se coloca sobre as pernas da pessoa e ela fica apoiada na cama. Coloquei a garrafa lá assim como os biscoitos também.

Quando abri a porta do quarto, coloquei a bandeja em uma mesa no canto por medo de tropeçar de novo e derrubar tudo. Fui até as janelas e então abri as cortinas. Carlos reclamou e cobriu a cabeça com a colcha escura.

- Isso é maldade... - Ele reclama.

- Você pediu para eu trazer o café da manhã na cama.

- Eu falei brincando. - Ele se levanta sorrindo. - Eu achei que não fosse fazer.

- Bem, agora que eu já fiz, a gente come junto. - Eu sorri.

Eu me sentei na cama com o Carlos e tomamos o café da manhã juntos. A gente conversou sobre muita coisa e rimos muito também, mas falamos de coisa séria. Eu voltei no carro para pegar o vídeo que eu havia feito na câmera para mostrar ao Carlos, e ele ficou chocado com o que tinha visto. Ele comentou comigo também que tinha pegado o DVD que eu havia deixado de baixo de sua mesa na delegacia e que tinha o copiado para o computador e outros dispositivos, e por fim, escondido o DVD em um local seguro. Faço uma cópia do que eu tinha conseguido ontem e entrego para ele, que guarda tudo em seguida.

Depois de comermos, o ajudei a arrumar a cozinha, e por fim, fui embora para minha casa, deixando Carlos dormir mais um pouco, porque ele realmente estava muito cansado. Nos despedimos apenas com um abraço e eu entrei no meu carro, dando partida rapidamente. Eu havia descansado bastante nessa minha última noite de sono, então eu estava bem e bem disposto.

Quando chego em casa, estaciono o carro na garagem e desço. Ainda eram dez da manhã, e como era feriado, eu tinha certeza que meus pais ainda estavam dormindo, então eu não teria que explicar o fato de eu estar chegando em casa com uma camisa que cabia dois de mim dentro dela. O Carlos teve que me emprestar uma devido a minha não prestar mais para nada, nem para pano de chão, e era uma das minhas camisas preferidas, infelizmente.

Subo para o meu quarto, tiro a roupa e coloco algo mais confortável, me deitando na cama logo a seguir.

Eu estava com meu celular em mãos, mexendo na internet, checando meus e-mails e respondendo algumas mensagens da Carol, do Matheus e do Caio que eu havia recebido na noite anterior. Depois que respondo todas elas, que eram desde “Você está dando né viado?”, enviada pelo Matheus, até “Onde você está?”, enviada pela Carol. Quando largo meu telefone em cima da cama para ir ao banheiro, ele começa a vibrar. Corro até ele, já que eu havia levantado e estava na porta do banheiro, e atendo.

- Sua bicha maldita! - Era o Matheus.

- O que foi? - Eu digo rindo.

- Nem liga para as amigas mais, esquece a gente...

- Matheus...

- Eu estou brincando viado, eu sei que a senhora tem sua vida e o seu cu para dar. - Ele ri.

- Meu Deus. - Eu começo a rir também.

- E eu aposto que era isso que a senhora estava fazendo a tarde inteira e a noite inteira também, porque eu te liguei, te mandei mensagem, e nada da sua alma compadecida aparecer para atender minhas preces.

- Eu estava ocupado. - Eu preferi não comentar com ele sobre a tarde, mas eu falaria que eu estava com alguém, o que era realmente verdade.

- Sei, debaixo de um macho, aposto.

- Sim.

- Eu sabia! Quero detalhes querida, mas quando eu te pegar aí na sua casa.

- Me pegar?

- Sim. Nós vamos ao Shopping. Preciso fazer algumas compras.

- Vamos só nós dois?

- Sim minha diva. Carol está dando em todas as posições para o boy dela. O meu amore está viajando essa manhã para jogar futebol com uns amigos de faculdade dele e volta amanhã cedo, e como a senhora está solteira, sei que não tem nada para fazer, então te chamei.

- Obrigado. - Sou sarcástico, mas acabo rindo.

- Em uma hora eu passo aí. Vou tomar meu banho de sais do oriente na minha banheira de ouro e diamantes e depois desço. A gente aproveita e almoça fora também, mas cada um paga o seu. Eu sou rica, mas não vou ficar bancando macho que não está me comendo.

- Que absurdo. - Começo a rir.

- História verdadeira, verdadeiríssima. - Matheus começa a gargalhar

- Então venha me buscar logo, já vou tomar meu banho.

- Ousada. Em uma hora eu passo aí. Beijão. Te amo querida.

- Também te amo querida.

Depois que desliguei o telefone fui direito para o banheiro e tomei um bom e relaxante banho. Cheguei a sair de lá com o rosto vermelho devido o vapor da água quente. Quando saí, passei um antitranspirante, vesti uma cueca slip branca, coloquei um jeans claro mais justo, vesti uma camisa preta lisa e calcei meu par de tênis preto. Tive um pequeno problema ao arrumar meu cabelo porque ele estava meio grande e já passando das minhas orelhas, mas consegui com um pouco de custo e tempo. Depois disso passei um pouco de perfume, coloquei um relógio em um dos meus pulsos e uma pulseira de couro marrom no outro. Por fim coloquei um cordão com um pingente de âncora que eu havia comprado há um tempo atrás e saí do quarto, com meu celular e minha carteira no bolso.

Quando cheguei no corredor, meus pais estavam saindo do quarto. O cabelo da minha mãe estava um pouco desarrumado e meu pai estava sem camisa, apenas de cueca. Eles se assustaram comigo ali, provavelmente pelo fato de eu ter avisado que não iria dormir em casa, então presumiram que eu não estaria ali pela manhã.

- Bom dia meu filho. - Meu pai é o primeiro a me dar um abraço. - Você não ia dormir fora?

- Eu dormi, só que cheguei cedo em casa.

- E dormiu na casa de quem, posso saber? - Minha mãe cruza os braços.

- Na casa de um amigo mãe.

- Sei que amigo é esse.

- Deixa o menino curtir a vida Cristiane. - Meu pai fala. - E está indo onde todo arrumado desse jeito?

- O Matheus vai me pegar aqui. Vamos ao Shopping.

- Então vai almoçar fora? - Ele pergunta também.

- Sim.

- Já que vai ao Shopping, aproveita e corta esse cabelo. Já dá para amarrar com elástico. - Minha mãe diz, fazendo meu pai rir.

- Nem está tão grande assim... - Eu passo a mão, e realmente estava um pouco grande mesmo.

- Sua mãe está certa. Corta isso. Você fica mais bonito com ele mais curto. - Meu pai me dá outro abraço. - Agora eu vou tomar uma água e voltar para o quarto. Bom passeio.

- Obrigado pai.

- E juízo hein meu filho. - Minha mãe me dá um beijo na testa e vai atrás do meu pai.

Eu desço as escadas depois dele, e quando passo pela sala, os vejo rindo na cozinha. Meus pais sempre foram um casal feliz. Já presenciei algumas brigas deles, que não eram poucas, mas eles sempre conversaram e resolveram a situação. Não eram de guardar rancor ou segredos um do outro, e isso é o que mais os fortalece.

Quando saí pela porta, Matheus estava acabando de estacionar o carro. Desço os poucos degraus até o passeio, abro a porta e entro. Matheus estava usando uma calça preta, uma camisa amarela e um coturno caramelo. Ele tinha um par de óculos na cabeça sem motivo algum, já que não tinha sol. Ele sorri, me dá um abraço e começa a dirigir.

- Então querida, vai me contar com quem estava?

- Mas é claro. - Eu sorrio.

- Então conte, porque estou curiosa. É alguém da escola? É outro professor? Porque com a senhora a gente nunca sabe.

- Não, não é com ninguém da escola, muito menos com um professor... Saí com um policial.

- Mas o que? - Ele abre a boca.

- Sim, um policial.

- Mas gente... Ele estava fardado e tudo? Diz que sim, por favor, diz que sim...

- Não, ele não estava. - Eu começo a rir.

- E eu sei quem é esse homem?

- Não tem aquele vídeo do Thallison que eu te mostrei?

- Aquele onde ele usa calcinha e é mais passiva do que você, eu e as bicha da cidade toda?

- Esse mesmo.

- Não... - Ele sabia quem era. - Aquele homem de dois metros? Aquele gostoso?

- Sim!

- Destruidora! Fechativa! Lacradora! Tombativa! Você fez aquele macho?

- Sim, várias vezes! - Eu começo a rir.

- Ele é muito gostoso. Mas ele tem quantos anos? Ele parece ser mais velho.

- Ele tem quarenta.

- A senhora curte um homem mais velho né sua safada.

- Amo.

- Eu sei. - Ele começa a rir. - Mas como isso aconteceu?

- Eu o conheci no dia em que fiz o vídeo. Ele me achou debaixo da cama e me deixou ir. O Thallison o chantageava a troco de sexo

- Está explicado a performance meia boca dele no vídeo.

- Pois é, porque quando aquele homem quer, Matheus...

- Eu percebi a sua cara de felicidade.

- Pois é. A gente meio que se tornou amigo sabe, é legal.

- Então não tem chances de laçar o boy? Boy não, o macho?

- Não. A gente conversou a respeito disso, é apenas sexo mesmo.

- Está mais que certa. Não se envolva agora.

- Eu não vou, pode deixar... Mas e você e o Caio?

- Menina, estamos ótimos! - Ele sorri de orelha a orelha. - Eu nunca achei que eu encontraria alguém como ele sabe, é tão perfeito...

- Ele é.

- Tira o olho viu viado, porque é meu! - Ele começa a rir.

- Eu não quero homem dos outros. - Eu começo a rir também.

Com o tempo, chegamos ao Shopping. Matheus estacionou o caro perto do local de entrada e então descemos. O lugar estava cheio, mas não tanto, felizmente. Começamos a andar por lá, olhando as lojas e observando o movimento. Matheus não perdia nenhuma oportunidade de me mostrar os homens, que na palavra dele, eu devia fazer no banheiro. Eu ri muitas vezes com ele fazendo isso.

- Querida, tem um cardápio de jambrolha aqui. Se você tivesse os aplicativos da vida, estaria indo para o fight aqui mesmo, porque olha, está cheio de viado esse lugar.

- Sempre está Matheus.

- Somos apenas mais duas nesse canavial de rola.

- Credo! - Eu começo a rir.

- Diva, agora vamos fazer umas compras. Tenho que comprar algumas coisinhas para mim e pegar umas encomendas para o meu pai na livraria.

- Temos a tarde toda.

- Eu sei, é depois disso, podemos bater perna e ver se conseguimos assistir algum filme.

- Tudo bem.

Saímos pelo Shopping a procura das coisas que o Matheus precisava comprar. Ele parou em uma loja de ternos e entregou uma nota para a atendente, que pediu que ele aguardasse e logo voltou com um terno preto, muito lindo. Matheus disso que os pais dele o obrigaram a ir em um coquetel na semana que vem e era para ele ir vestido propriamente, e ele encomendou o terno por isso. Depois fomos até uma loja de calçados, e foi muito engraçado. Um dos atendentes veio até o Matheus perguntando o que ele procurava, e ele disse que estava olhando sapatos de salto. Quando o homem perguntou ao Matheus se era para a mãe dele, eu ri quando ele disse que era para ele mesmo. O vendedor ficou completamente sem graça, não sabia onde enfiar a cara, e eu comecei a rir baixinho dentro da loja enquanto olhava alguns calçados também. Depois que saímos, ambos rindo da reação do vendedor, passamos em frente a uma loja de roupas masculinas, e eu simplesmente me apaixonei por uma blusa de frio que eu vi no manequim. Ela era preta, mais justa ao corpo e tinha a parte dos braços na cor amarela. As mangas dela era listradas nas mesmas cores da blusa, amarelo e preto. No peito tinha um número 18 em amarelo também, era simplesmente linda. Eu não sou muito de levar por impulso, sério, mas acabei entrando na loja e comprando ela para mim. Não vim com essa intenção, mas acabei levando assim mesmo. Meus pais não iriam se importar, até porque eu não vivo gastando o dinheiro deles, compro apenas o necessário.

Quando saímos dessa loja, eu tive que caminhar contra a minha vontade até um salão. O Matheus tinha falado a mesma coisa sobre o meu cabelo, que eu devia cortar, então como eram três contra um, resolvi ceder e me sentar na cadeira. A mulher colocou um pano em cima de mim e o abotoou no meu pescoço, me perguntando se estava muito apertado, e eu respondi que não.

- Então meu bem, já pensou no que quer fazer? - Ela já estava com a tesoura em mãos.

- Ainda não...

- Que tal raspar dos lados e deixar esse comprimento em cima? Está ótimo... - Ela começa a passar a mão na parte de cima dos meus cabelos.

- Se você fizer isso bicha, eu te dou um coió. - Matheus diz depois de fechar a revista que estava lendo. - Esse corte é tão comum e tão passado, que metade da escola usa, então pode ir esquecendo.

- Mas o corte é lindo... - A mulher tenta se defender.

- Sim, é lindo, mas todo mundo está fazendo. Ele vai ficar parecendo um cantor de sertanejo, e uma bicha não pode se parecer com um cantor de sertanejo, apesar de muito cantor de sertanejo parecer bicha, o que na verdade eles são, grande parte deles, mas isso não vem ao caso. - A mulher começa a rir.

- Então o que eu posso fazer? - Eu pergunto.

- Você fica bonito de cabelo curto, então... Pode cortar baixo dos lados e atrás, mas não deixe muito baixo. E em cima você pode desfiar, deixando a parte da frente maior que a de trás. Como o cabelo dele é ondulado, vai ficar bonito. - Matheus diz olhando para ela.

- Pode ser assim? - Ela me pergunta.

- Pode. - Eu digo sorrindo.

Eu realmente sentia falta de ver todo o meu rosto, e eu tinha amado o novo corte de cabelo. Me senti até um pouco mais alto sem aquele cabelo todo parecendo me pesar. Ele ficou bem baixo mesmo dos lados e atrás, mas ficou um pouco maior em cima, mas não a ponto de dar para pentear para trás e me tornar um sertanejo, como diz o Matheus. Como os meus cabelos eram bons, herança dos meus pais, ficou bem prático de mexer.

Depois que saímos do salão, Matheus e eu ficamos de frente para a praça de alimentação decidindo que iríamos comer. Nenhum de nos dois queria realmente almoçar em um dos restaurantes ali dentro, então ficamos em pé que nem dois bobos olhando para todas as lanchonetes.

- McDonald’s nem pensar. - Eu realmente não gostava do McDonald’s. Só comi um dos lanches uma vez em toda a minha vida e eu não gostei, nem um pouco.

- Mas nem pensar mesmo. Odeio aquilo. - Matheus diz fazendo cara feia. - Que me taquem pedras e me furem os olhos, mas eu odeio do fundo do meu coração o McDonald’s.

- O que ele fez com você? - Eu pergunto rindo.

- O que ele faria comigo se eu comesse aquela porcaria né.

- É verdade... Vamos no Subway então?

- Ótimo! Mil vezes melhor e mais saudável que aquela porcaria cheia de gordura que vai fazer meu corpo ficar cheio de estrias, celulite, vai prender meu intestino, deixar minha cara toda oleosa e acabar com minha vida sexual porque as chucas vão ficar difíceis se eu tiver tão ressecada. - Eu começo a rir quando ele para de falar e toma ar.

- Desnecessário. - Eu começo a rir ainda mais.

- É a verdade querida, aceita porque doí menos.

Depois que optamos pelo Subway, entramos na fila para escolher o que queríamos, e em pouco tempo fomos atendidos. Pegamos os nossos lanches, pegamos e nos sentamos na praça de alimentação. A maioria ali estava comendo McDonald’s e lambendo até os dedos. Eu não conseguia achar graça naquele troço tão pequeno, mas que enche tanto a gente. Eu comi isso pela primeira vez há uns dois anos, e depois disso, nunca mais. Eu realmente não gostava, e não era por causa de tudo o que o Matheus falou, é porque realmente era ruim.

Quando terminamos de comer e tomar nosso suco fomos para a fila do cinema tentar assistir ‘O Agente Da U.N.C.L.E’ e contemplar toda a beleza de Henry Cavill, mas estava esgotado para o dia. Tentamos então assistir ‘Maze Runner: Prova De Fogo’, mas também estava esgotado, então resolvemos voltar para a praça de alimentação e ficar sentados com nossas sacolas jogando conversa fora. Ficamos conversando amigavelmente até que ele aparece, aquele ser insignificante chamado Thallison. Não era possível que esse cara nos seguiu até aqui só para incomodar. Que palhaçada, e uma brincadeira de muito mau gosto. Ele se senta na nossa mesa como se tivesse sido convidado para tal coisa. Matheus fecha a cara na hora, porque sabia que não ia adiantar bater de frente com ele.

- O que as duas mocinhas estão fazendo aqui? - Ele pergunta ao colocar seu copo de suco em cima da mesa. - Um, a mocinha cortou o cabelo é? - Ele me encara. - Como é que os machos que você pega vão te foder de quatro agora? Não tem mais onde segurar.

- Você não pode ir incomodar outro não? - Matheus diz.

- Não, eu prefiro ficar aqui, vendo as duas palhaças se fazerem de macho.

- Querido, eu não estou me fazendo de macho. Onde é que já se viu uma afeminada como eu se portar como macho? Andou fumando o que?

- Eu não coloquei nada na boca, ao contrário de vocês...

- Mas eu coloco mesmo, e chupo tudo, com força. - Matheus apoia os cotovelos na mesa.

- É por isso que eu falo, vocês são baixos, não se dão ao respeito. Parecem um bando de putas que só pensam em dar o cu.

- E que mal tem em dar o cu? - Eu falo. - É ótimo e queima muita caloria.

- É por isso que somos magras assim. Academia é para as bichas encubadas que tem medo de sentar em uma rola grossa depois ficarem faladas.

- Vocês dois são uns porcos, tenho nojo de gente como vocês... - Ele faz cara de nojo.

- Sério? Olha a minha cara de quem está dando importância para o que você pensa. - Matheus o encara.

- Eu sei que vocês se importam o que eu digo. - Ele começa a rir.

- Não, nós não nos importamos com o que você fala. - Eu digo.

- Porque vocês se defendem tanto assim? Por um acaso estão se pegando?

- Querido, meus amigos são como mulher para mim, ou seja, não rola.

- E eu digo o mesmo. - Eu o encaro.

- Bem, eu não sei quanto ao Jonathan, mas minha vida sexual está bem agitada. E a sua Jonathan?

- A minha? - Eu finjo que estou pensando e depois dou um sorriso cínico para o Thallison. - Ontem mesmo eu dei, muito... Se bem que depois da meia noite eu também dei, de novo, então tem pouco tempo.

- Você? - Thallison me olha com raiva, muita raiva. - Só podia ser essa putinha mesmo, que dá o cu para qualquer um que passa na frente e que mostra o caralho para você. É um porco sujo mesmo, imundo!

- Eu não sou você Thallison.

- A é? Não sou eu que estou cheio de doença, seu vagabundo dos infernos. Vocês acham que eu faço a mesma coisa que vocês né, mas estão enganados, eu gosto é de mulher, de buceta, de comer cu de mulher, não sou doente que nem vocês.

- Se somos doentes Thallison, você também é. - Matheus fala e eu olho para ele, mas ele me ignora.

- Eu vou acabar com vocês dois! - Ele bate na mesa, atraindo a atenção para nós.

- Eu sei o que você faz escondido Thallison... - O Matheus sorria, como se fosse um vitorioso.

- Então você me viu comendo a sua mãe? - Ele sorri.

- Minha mãe é muito bem casada, e mesmo se não fosse, eu tenho certeza que ela não sairia com um escroto como você, ainda mais você sendo viado, que nem a gente. - O Matheus diz.

- Retire o que disse! - Ele fala, o encarando com ódio.

- Matheus... - Eu tento o calar.

- E você sua puta do caralho, cala a boca! - Ele pega no meu rosto e segura minha boca, com força, mas eu aperto seus dedos com minha unha e ele solta. - Você está doido querendo que eu seja viado só para dar o cu para mim né!

- Meu bem, hoje em dia o cara não precisa ser viado para comer homem, mas no seu caso, é homossexualidade aguda mesmo. É bichisse, viadagem ao extremo

- Cala a sua boca... - Thallison tinha um ódio horrível no olhar.

- Me calar? - Matheus sorria cinicamente. - Eu cansei de ficar calado Thallison... Adivinha com quem o Jonathan está saindo?

- Eu não quero saber!

- Você quer sim... É com um policial, e eles estão transando muito... E você sabe quem é esse policial? É um que trabalha com o seu pai.

- Seu desgraçado... - Parece que o Thallison havia se transformado.

- Se você me agredir Thallison ou fazer qualquer coisa contra a gente, eu tenho um vídeo que vai se tornar viral em toda a cidade. - Eu já tinha desistido de fazer o Matheus parar.

- Desgraçado... - Ele nem ao menos gritava mais. Em sua voz tinha tanto ódio, que cheguei a ficar com um pouco de medo de tudo aquilo.

- Eu não sabia que você gostava de usar calcinha Thallison. Eu poderia ter te dado algumas de presente. - Quando Thallison ia se levantar para agredir o Matheus, o mesmo pega o meu celular que estava perto do dele. - Quer que eu passe o vídeo para você? Vou colocar bem baixo para ninguém ouvir.

Matheus pega o telefone e coloca um vídeo para passar. Assim que as imagens começam a aparecer, Thallison fica transtornado, suando frio, expelindo ódio por todos os poros do corpo. A medida que os segundos iam passando, mas vermelho e estranho ele ficava, como se estivesse disposto a nos matar ali mesmo, no meio da praça de alimentação em um Shopping cheio de gente. Matheus para o vídeo na metade.

- Você é uma bicha tão insignificante que nem ao menos prestou para dar prazer aquele monumento que te comia. Se bem que não tem como ter tesão nenhum com você, ainda mais vestido daquele jeito.

- Eu vou fazer com você o mesmo que eu vou fazer com o Jonathan... - Ele era o puro mal, e eu não estava mentindo.

- Você não vai fazer porra nenhuma. - Eu me lembrava do que ele havia me prometido no banheiro, e foi no momento que ele ameaçou o Matheus que eu resolvi assumir toda a culpa. - Eu segui você naquele dia e consegui gravar o vídeo. Fiquei escutando você gemendo que nem uma cadela em cima da cama com um macho dentro de você, macho que nem excitado estava. O Carlos me contou que tinha que tomar viagra para encarar você, de tão nojento que você era, não só na cama, mas como pessoa também.

- Eu vou acabar com sua vida sua puta miserável, eu vou te foder todo!

- Eu aposto que você gostaria disso, mas quem está me fodendo é o Carlos, e ele ama cada segundo que está dentro de mim ou com meu pau na boca, porque eu dou tesão para ele, e ele geme, geme muito quando me come de quatro, de lado, em pé, de frango assado, e todas as posições que você conseguir imaginar nessa sua cabeça suja.

- Desgraçado... - Ele começa a se levantar lentamente, como se fosse partir para o ataque.

- Se você encostar na gente Thallison, esse vídeo vai vazar, e todo mundo vai saber. - Matheus também se levanta.

- Desgraçado! - Thallison grita, muito alto, e quando ele estava prestes a avançar na gente, dois seguranças aparecem e o tiram de lá.

- Eu vou matar vocês! Eu vou acabar com suas vidas!

Thallison saiu pela praça de alimentação sendo arrastado pelos dois seguranças do Shopping. Ele esperneava, mandando os homens o soltarem. Acho que essa foi uma das primeiras vezes que eu realmente tive medo. Ver o ódio em seus olhos, ver sua boca praticamente espumando de raiva e escutar tudo o que ele disse hoje e me lembrar do que ele disse no banheiro aquele dia, fez com que meu corpo tivesse um arrepio, e não era um arrepio semelhante ao que eu tinha quando o Rodrigo me tocava ou quando o Carlos estava dentro de mim, era um arrepio de pavor, coisa que eu nunca havia sentindo antes, e foi então que eu resolvi tomar cuidado e realmente me preservar, porque o Thallison estava disposto a cumprir tudo aquilo que ele havia falado, e eu não queria ter que passar por tudo aquilo caso realmente aconteça, eu não queria.

____________________________________________________________________________________________________________________

Obs: O capítulo 49 será postado amanhã.

Comentários

Há 4 comentários.

Por H.Thaumaturgo em 2015-09-25 01:02:01
Aaddoooooorrrrrooooooooooo esse Matheus 😍😍😍😍😍😍❤ essa bixa arrasa onde vai 😂😂😂😂❤
Por Niss em 2015-09-25 00:40:32
Arrazou viado!!!! Lindo! Jogo tudo na cara da Thallissatanás! Nooossa como eu esperei por esse momento uashauhsaushusha... Espero pelo proximo. Kisses, Niss.
Por Jr.kbessao em 2015-09-24 20:23:11
Amei o Mateus jogar tudo na cara daquela bicha enrascada. Ansioso já por amanhã!!!!!!!!
Por diegocampos em 2015-09-24 18:16:18
Capitulo muito bom, sinto saudades do Rodrigo, fiquei bem feliz de saber que o capítulo 49 vai ser postado amanhã