Comum & Extraordinário - Capítulo 43

Parte da série Comum & Extraordinário

Boa Tarde...

Bem, primeiramente eu queria agradecer a todos vocês pelo retorno positivo que andamos recebendo a respeito do conto, e mais, eu queria agradecer também pelos comentários, porque eles são muito importantes para que eu possa ter uma noção do que andam achando da história, mas enfim.

Sei que eu posso ter desapontado alguns de vocês com o capítulo passado, mas sinto muito em dizer que irá acontecer novamente, e não apenas mais uma única vez, então estejam preparados, porque muita coisa ainda irá surgir na história, e eu espero que possam acreditar no meu trabalho e no do Jonathan, porque criamos a história com muito carinho exatamente para vocês, leitores. Amizade, romance, família, preconceito, sexo, diálogos engraçados, tudo isso porque sabemos que vocês gostam de algo vasto, variado, então não se preocupem, apenas confiem.

Sobre o fim ou não do casal, como eu já expliquei, o conto ainda está longe de terminar, ou seja, em 17 capítulos pode acontecer muita coisa, e vai acontecer muita coisa, então se preparem, porque o término entre Jonathan e Rodrigo não vai ser o único acontecimento que os fará ter vontade de me bater, e garanto que é o mais simples, então...

Mais uma vez, peço que confiem e que continuem lendo, porque a história irá virar outra vez, e quando chegarmos ao capítulo 50, irá ocorrer novamente, então tenham paciência, por favor.

No mais, espero que todos vocês fiquem bem, que estejam bem.

Um beijão e um abração para todos.

PS 01: Vocês vão AMAR esse capítulo. Rsrsrs.

PS 02: Fazendo maratona com os álbuns da Lana Del Rey enquanto ‘Honeymoon’ não é lançado.

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Comum & Extraordinário - Capítulo 43

Duas semanas já haviam se passado desde que tudo aconteceu. Há duas semanas que Rodrigo e eu não trocávamos uma sequer palavra. Eu o evitava nos corredores da escola, eu não queria olhar para ele por enquanto. Eu não aguentaria sentir seu cheiro, ver seu rosto, seu corpo, seu andar, seus olhos. Eu não conseguiria me aguentar na presença dele, e por esse motivo que eu não estava mais frequentando as suas aulas.

Eu havia conversado com todo mundo a quem eu devia uma explicação. Dois dias depois que Rodrigo e eu terminamos, eu chamei os meninos e a Carol aqui em casa e contei tudo para eles. Para os três sim eu contei a verdadeira história, porque eles estavam preparados para ouvir e eram meus amigos. Lembro de eles terem ficado injuriados com o que aconteceu. Caio me disse que iria ter uma conversa séria com o Rodrigo, mas eu não deixei. Tudo ainda estava tão novo para mim, que as vezes eu não conseguia processar em diante o que eu estava sentindo. Tinha momentos em que eu estava rindo com o Matheus, que fez questão de alegrar os meus dias, e havia segundos em que eu me sentia um lixo de ser humano, incapaz de ser amado e tocado novamente. Minha mente estava confusa, e meus amigos sabiam disso, por isso evitaram tocar em certos assuntos depois da conversa e pararam de me cobrar o fato de eu não estar frequentando as aulas do Rodrigo, já estávamos em semana de provas, e as dele poderiam ser a qualquer momento.

A conversa com meus pais já foi um pouco mais complicada. Eles notaram a forma como eu estava, bem antes de eu querer conversar com eles, então foi difícil. Eu não contei sobre a discussão entre Rodrigo e eu. Não contei sobre o fato em si, sobre tudo. Eu conversei com eles apenas os pontos realmente necessários na conversa. Comentei sobre o filho. Fiz uma grande dissertação sobre a situação entre aluno e professor. Dei uma aula sobre a nossa diferença de idade e sobre eu estar tendo dúvidas em relação a tudo. Eu comentei com eles sobre minhas indagações ao namoro tão cedo, já que eu ainda era jovem. Eles acabaram no final concordando comigo, dizendo que realmente eu deveria me divertir mais, com segurança é claro, antes de iniciar um relacionamento sério, e que dá próxima vez, eu procure alguém com até cinco anos de diferença, palavras do meu pai.

No inicio da terceira semana, propriamente segunda feira, depois de passar um domingo incrível ao lado do Matheus, Carol, Caio e Felipe, eu decidi que não fugiria mais de toda a situação. Eu consegui enxergar que eu não devia estar me sentindo da forma que eu estava. Eu finalmente vi que tinha que seguir em frente, mesmo não me sentindo completamente preparado para fazer isso. Se eu ainda pensava no Rodrigo? Sim, não tenha dúvida disso. Cheguei a me masturbar duas ou três vezes pensando nele, situação da qual não me orgulho, mas eu não consegui não fazer quando me lembrei de seus toques e de seus beijos. Era um pouco cômico as vezes. Cheguei a me ver como a Bella do Crepúsculo quando o Edward vai embora sem dar explicações e ela vê todas as estações do ano passarem diante dos seus olhos. Tirando os pesadelos e a gritaria de noite, era a mesma coisa. Cheguei a sorrir um pouco quando pensei a respeito disso, e foi um bom sinal para mim.

Com a chegada da tão esperada terça feira, eu me encontrava apreensivo. Eu ainda não havia visto mais o Rodrigo desde o fatídico dia, como eu havia dito, e saber que eu iria o ver em poucas horas me deixava aflito.

Eu ainda estava nas primeiras aulas do dia, antes do intervalo. O professor de história iria ocupar todas as três primeiras aulas antes do intervalo para passar um documentário relacionado a matéria que ele explicava, e eu fui o encarregado de ir buscar o retro projetor, forçadamente porque eu não queria ir por preguiça, mas fui. Passei pelo corredor, em frente a sala dos professores, quando escuto alguém me chamar.

- Tio Jonathan! - Uma voz infantil e estridente havia me chamado, e quando me viro, Miguel vinha correndo em minha direção.

- Oi Miguel. - Eu digo ao o pegar quando ele pula no meu colo. - Como você está? - Eu pergunto, sorrindo para ele, coisa que eu conseguia fazer mesmo ele me lembrando muito o Rodrigo.

- Eu estou bem tio Jonathan. Vim visitar o papai na escola... - Ele novamente estava com o carrinho azul.

- É? - Eu pergunto, agora forçando um pouco o sorriso.

- Você não foi mais lá em casa brincar de carrinho comigo. - Ele olha para mim.

- Eu sei meu bem, me desculpa...

- Você prometeu. - Ele diz com um tom brincalhão que só uma criança sabia como usar.

- Eu sei, eu prometi, é que... - Eu não conseguia explicar.

- Você está triste?

- Não meu bem...

- Está sim. - Ele sorri ingenuamente. - Foi o papai que te deixou triste?

- Não, não foi... - Eu tento sorrir e acabo conseguindo o fazer desistir das perguntas.

- Então porque está assim?

- Miguel, você ainda é uma criança, não tem que se preocupar comigo.

- Mas você é meu amigo. - Ele faz beicinho. Uma gracinha.

- Tá bom... - Eu resolvo mentir para ele. - É porque eu acho que vou reprovar na escola. - Sorrio.

- Você tem que estudar mais tio Jonathan, se não você não vai conseguir cuidar dos animaizinhos. - Ele havia se lembrando do que eu queria cursar.

- Eu sei, eu juro que vou estudar mais.

- Eu posso pedir para o papai te ajudar, ele é professor. - Ele sorria enquanto passava o carrinho no meu peito.

- Na matéria dele eu estou bem. É em história que ando tendo dificuldades.

- Entendi, então o papai não pode te ajudar.

- Não pode... - Sorrio.

- Papai! - Ele grita, sorrindo. - O tio Jonathan está aqui.

Eu simplesmente esqueço como respirar. Algo entala na minha garganta e eu fico imóvel.

Miguel se mexia no meu colo, então o coloco no chão e o escuto correndo para os braços dele, para o Rodrigo. Aos poucos e involuntariamente eu me viro, dando de cara com um sorriso vitorioso, uma cara de poucos amigos e uma criança genuína e brincalhona. Os três olhavam para mim, na esperança de que eu me pronunciasse, mas eu não o fiz, eu não disse uma palavra sequer, e eu tinha dois motivos. O primeiro era que eu não conseguia dizer nada, não saia uma palavra da minha boca, e o segundo é porque eu não estava acreditando no que havia na minha frente.

- Eu vim visitar o meu marido, saber como ele está, até porque, sou uma esposa preocupada com o bem estar do pai do meu filho. – Ela diz, ainda sorrindo vitoriosa. – Não vai cumprimentar seu professor Jonathan? – Ela me pergunta depois de meus segundos de silêncio. – Que falta de educação.

- Oi... – Foi tudo o que eu consegui dizer.

- Não vai falar oi para ele Rodrigo?

- Oi Jonathan. – Ele me encara com o filho nos braços.

- Meu bem, porque você não leva o Miguel para o carro e me espera? Eu tenho que ir ao banheiro...

- Tudo bem. – Rodrigo coloca o Miguel no chão, segura a mãozinha dele, e ao passar por Rafaela, dá um selinho nela. Aquilo acabou comigo.

- Eu não falei que iria passar por cima de você sua bichinha medíocre. – Ela disse depois que o Rodrigo virou o corredor. – Eu falei que ele ia ser meu, e agora ele é. Quem está debaixo dele assistindo o fracasso mesmo? A é, sou eu mesma. - Sua pose era de vitória.

- Eu tenho que ir para a sala... – Eu abaixo a cabeça e começo a caminhar, mas ela segura meu braço, com muita força.

- Espera, eu ainda não acabei com você... – Ela me puxa pelo braço e me empurra, me fazendo ficar de frente para ela. – Você não é nada perto de mim, não é ninguém, e agora sabe disso. Achou que seu casinho com o professor iria dar certo? Enganou-se querido. Eu que sou mulher para ele, não uma bichinha de merda... Você era só um pedaço de cu para ele, uma sambiquira, aquela carne putrifica da galinha que é tão barata que até mesmo os mendigos conseguem comprar e comer, mesmo não gostando. Você não passou disso, uma putinha que ele comeu por fora enquanto a esposa estava fora, e como boa mulher que sou, vou relevar que ele já esteve dentro de você e aproveitar o meu macho dotado... - Ela estava a fim de provocar. - Eu gemi de mais ontem a noite, quando ele veio até meu quarto comer meu cuzinho. Foi tão gostoso... Se bem que eu nunca me esqueci daquele pau gostoso que ele tem.

- Eu não quero ouvir isso... – Eu estava tão cansado de tudo que estava prestes a desistir e simplesmente escutar tudo, sem falar nada.

- Mas vai ouvir. – Ela me puxa de novo. – Ele nem se lembra mais de você. Foi meu nome que ele gritou ontem enquanto me fodia de quatro e puxava meus cabelos. Foi minha buceta que ele chupou até estar toda molhadinha. Foi nele que eu cavalguei bem gostoso ontem, coisa que eu aposto que faço muito melhor do que você. Ele é meu agora sua bichinha, só meu... Você não faz ideia da saudade que eu estava daquele pau grosso na minha boca, deslizando na minha língua e indo bem fundo da minha garganta. A porra dele é só minha agora, e eu sou a única que senta naquele caralho gostoso, e eu sento com gosto. - Ela simplesmente começa a rir na minha cara, em alto e bom som.

- Vocês dois se merecessem. – Eu estava começando a me estressar com aquilo. Eu poderia até não estar bem, mas eu não tinha sangue de barata.

- Vai ficar nervosa agora? Que medo... – Ela continua rindo da minha cara.

- Eu espero que vocês sejam muito felizes juntos e que o Miguel seja criado pelos avós, que ao contrário de vocês, são pessoas de moral e valor, não um bando de filhos da puta sem moral e caráter.

- Me respeita seu viadinho! – Ela fala um pouco mais alto, apontando o dedo na minha cara

- Nem você mesma se respeita, então para que eu vou me dar ao trabalho e ao desprazer de tentar? - Eu finalmente tomo uma atitude e resolvo rir na cara do perigo. - Para mim você não passa de uma puta de quinta categoria. - Eu me corrijo. - Não, puta não, porque eu estaria ofendendo as garotas de programa... Você é simplesmente o pior ser que a humanidade teve o desprazer de conhecer, e eu espero que você sente, chupe, rode, rodopie, rebole e quique a vontade no Rodrigo. Eu espero que você se balance tanto em cima dele, que fodam tanto, que nem xixi você consiga mais segurar. Eu quero que ele coma tanto o seu cu, que te esfole tanto, que quando você pensar em cagar, a merda já desceu sua perna a baixo, porque a situação vai ser como você, uma nojeira, uma infeliz, um desprazer completo... - A encaro e abro um singelo sorriso cínico. - Para mim você não é nem mesmo uma mulher, é um abortinho, um feto de má formação que a sua mãe simplesmente mijou dentro do vaso. É assim que eu te vejo, como um ser qualquer sem qualquer importância para ninguém. Fica com o Rodrigo a vontade. Chupa ele, dá seu cu e tudo o que tiver para ele, mas se prepare quando ele sair de casa, porque a primeira coisa que ele vai fazer é dar o cu para o primeiro homem que aparecer, não importa a cor, o peso, o tamanho ou qualquer outra característica, porque ele é um viado, uma bicha, ou que você quiser chamar. O Rodrigo gosta de homem, de macho, e como ser casado com você deve ser uma merda, e transar com você pior ainda, ele vai procurar o primeiro pau sujo de sebo que aparecer na frente dele, colocar na boca e se deliciar com o gosto de podre. Agora, se me der licença, eu não tenho que ficar escutando recalque de puta, coisa que nem Deus escuta. Passar bem sua filha de uma puta de merda... – Eu saio, mas antes tiro a última coisa do peito. – Eu espero que você sofra todas as consequências do que está fazendo e que seu filho seja criado por uma mãe, não por um ser repugnante como você. E em relação a seu relacionamento com o Rodrigo, aproveite, porque daqui a pouco ele vai estar sentando no pau de um macho qualquer e gemendo que nem uma mulherzinha. E para finalizar, vai tomar bem no meio do seu cu sua piranha desgraçada.

Eu simplesmente saio sem olhar para trás. Apesar de eu não estar me sentindo bem, eu saí daquele corredor com a alma lavada, e para falar a verdade, um pouco melhor, mesmo sabendo de tudo aquilo que ele havia me contado. Resolvo então simplesmente relevar tudo aquilo, esquecer aquela merda toda e pegar a porra do DVD.

Assim que volto para a sala, me sinto um pouco mais aliviado. Dou um sorriso para a Carol e para o Matheus e me sento em meu lugar. Sei que não foi muito digno o nível que eu havia me colocado naquela conversa mais cedo, mas eu precisava tirar aquilo do peito.

A programação da aula de história acabou transcorrendo bem. Depois que terminamos de ver um filme, nos foi passado um trabalho em trio sobre a história e o enredo do longa metragem relacionado aos acontecimentos passados em sala de aula. Juntei com a Carol e com o Matheus e iniciamos o trabalho, deixando para terminar na próxima aula, já que o sinal bateu vinte minutos depois do filme ter acabado. Quando saímos da sala, eles foram comigo até a sala onde peguei o DVD e depois fomos para o intervalo. Nos sentamos na mesa e eu contei para eles o que tinha acontecido, e não deixei faltar nenhum detalhe sequer.

- Bicha, a senhora é uma Gótica Feiticeira Poderosa das Trevas, umas destruidora – Matheus diz e começa a rir.

- Queria ter visto a cara dela, deve estar possessa. – Carol sorri.

- Que fique. Aqueles dois se merecem... Fiquei com uma raiva do Rodrigo, parecendo um submisso dela. Que nojo eu tenho daquela desgraçada...

- Será que não aconteceu alguma coisa que você não ficou sabendo? – Matheus pergunta.

- Olha, eu cheguei a pensar nisso, mas o Rodrigo simplesmente me humilhou de todas as formas possíveis aquele dia. Eu não quero ficar correndo atrás e mendigando o amor dele de volta.

- A situação é complicada... – Carol comenta.

- Eu sei. Eu ainda não deixei de o amar sabe, eu ainda sinto isso tudo, mas eu estou melhor, graças a vocês e o peso que eu tirei do meu peito.

- Amigas são para isso querida. – Matheus sorri.

- Mas e ai, o que vocês vão fazer amanhã? - Carol resolve mudar de assunto. - Vai ter palestra sobre vocação profissional o dia inteiro e eu não estou nem um pouco afim de vir, sem contar que a presença não é obrigatória, e se não vale ponto querida, eu não venho mesmo. – Carol cruza os braços ao dizer.

- Eu vou levar o Caio para conhecer meus pais amanhã, então torçam por mim. Que meus pais o amem pelos mesmos motivos que eu o amo. Não por todos os motivos, se é que me entendem. – Ele dá um sorriso safado, me fazendo rir.

- E você Jonathan?

- Eu vou ficar em casa. Baixei ‘Beira-Mar’ ontem e ainda não assisti. Vou aproveitar e dar uma organizada em meus livros também. É bom para colocar a cabeça no lugar certo.

- Caso alguém queira saber, eu vou sair com o Felipe viu. – Carol se finge de indignada.

- Ninguém te perguntou querida. – Matheus começa a rir da cara que a Carol fez.

- Bicha má.

- Sou mesmo, com muito orgulho. – Todos nos rimos.

O intervalo havia acabado, e eu tenho que confessar que eu já tinha me esquecido que o Rodrigo daria as próximas duas aulas.

Quando entro na sala, ele já estava sentado em sua cadeira, olhando alguns papeis. Eu percebo que ele me sente chegar, mas não olha para mim. Eu ainda queria que ele trocasse olhares comigo novamente, mas já estava me conformando com a ideia de que não tinha mais volta, e era o melhor a se fazer.

Eu me sento em minha carteira e espero a aula começar. Enquanto isso, converso com o Matheus, já que a Carol estava absorta nas mensagens que recebia do Felipe.

Quando ele finalmente se levanta, todos já estavam dentro da sala de aula. Eu achei impressionante o fato de ele conseguir ignorar tudo. Era como se eu nem estivesse ali, como se eu fosse um fantasma, um espírito que estava vagando pela sala de aula, uma alma que não fez a passagem. Eu fiquei triste sim, não vou negar, mas eu estava menos triste. Aquilo não estava me incomodando tanto quanto antes, e eu simplesmente sorri. Podem falar que eu estava superando rápido de mais ou o que for, mas eu não estava superando nada, eu estava apenas procurando uma forma de viver sem ele, e eu tinha certeza que mais cedo ou mais tarde eu iria encontrar, e eu iria ser feliz sim, porque eu mereço toda a felicidade do mundo.

A aula havia acabado no horário normal, ao meio dia em ponto. Eu saí da sala com meus dois amigos e nem ao menos olhei para ele, que ficou arrumando suas coisas. Eu me lembro que antigamente, quando estávamos juntos, eu sempre enrolava para sair por último nas aulas dele, e ele gostava que eu ficasse o esperando, mesmo que não trocássemos uma palavra sequer e saíssemos da sala apenas como professor e aluno, na mera formalidade.

No momento em que coloquei os pés para fora, lá estava ela, o motivo de minha incrível lavação de roupa suja hoje pela manhã. Ela me fuzilava com os olhos, e eu aposto que se aquele ser insignificante tivesse uma arma ali naquele momento, ela a engatilharia e daria um tiro bem no meio da minha cara, isso para vocês verem o quão possessa ela estava. Eu não vi o Miguel, então provavelmente estava dentro do carro. Paro então um pouco para conversar com o Matheus e com a Carol, quando o Rodrigo sai pela porta e vai em direção a ela. Sinto seu cheiro passando atrás de mim, mas nem ao menos me movo, era melhor. Não me atrevi a olhar para trás e ver os dois juntos. Eu poderia estar me curando de tudo isso, mas eu não era burro de me ver triste novamente por causa daquela mulher, daqueles dois seres que se merecem.

Eu acabei tendo que ir sozinho para a minha casa, já que o Matheus ia para o centro da cidade e a Carol tinha que passar na casa do Felipe e estava o esperando na porta da escola. Faço o meu caminho tranquilamente quando o meu celular começa a vibrar dentro do meu bolso. Eu êxito um pouco, com medo de ser alguém que eu não queria atender e que acabaria atendendo por impulso, mas eu ignoro meus pensamentos e pego o telefone. Era o Carlos, aquele policial que estava sendo chantageado por Thallison.

Atendo ele com a voz mais alegre.

- Boa tarde Jonathan. - Ele diz e eu sinto seu sorriso, sua voz divertida.

- Boa tarde Carlos, há quanto tempo. - Sorrio.

- Hoje em dias as pessoas andam se esquecendo dos amigos, nem ligam mais... - Ele se faz de triste, mas sorri logo em seguida.

- Desculpa por não ter ligado nessas últimas semanas, é que minha vida meio que deu uma na minha cara sabe, então fiquei com os meus problemas e esqueci as pessoas importantes.

- Alguma coisa grave?

- Não, nada grave, já está tudo resolvido, tudo indo bem por enquanto.

- Fico feliz em saber disso.

- Mas e você, como está depois de tudo?

- Eu estou melhorando aos poucos. Tive o meu luto com calma, processei tudo, sofri bastante, mas a dor está passando.

- Os dias sempre passam, e com eles as emoções vão se acertando dentro da gente.

- Sim... Mas eu te liguei para outra coisa. Amanhã eu vou estar de folga e minha mãe quer que você venha almoçar com a gente.

- Sua mãe? - Eu paro de caminhar.

- Sim. Ela passou aqui em casa ontem e perguntou sobre você. Falei que não estava conversando muito contigo e ela mandou eu procurar você de novo, alegando que é um ser humano incrível.

- Incrível? - Eu fico levemente vermelho.

- Sim, nem me fale. Minha mãe tem essa mania de sentir a bondade e a maldade nos outros, e ela só sentiu coisas boas vindas de você.

- Eu fico até sem graça... - Eu sorrio.

- Não precisa... Venha almoçar com a gente amanhã. Ela falou que vai preparar um prato especial para você.

- Para mim?

- Sim. Ela não é muito de cozinhar essas coisas chiques sabe, mas cozinha muito bem. Aceita o convite.

- Eu... - Eu não sabia o que dizer.

- Não aceito um não como resposta.

- Tudo bem, eu vou.

- Ótimo. Posso te buscar na sua escola amanhã, em que horário você sai?

- Bem, amanhã eu não tenho aula, e me buscar na escola correndo o risco de você dar de cara com o Thallison diante de toda a situação constante que anda rolando por aqui, seria melhor evitar.

- Eu já me livrei dele... Ele está te incomodando?

- Nada que eu não possa resolver, mas amanhã a gente conversa direito e eu te explico tudo.

- Tudo bem... Esteja aqui ao meio dia, pode ser?

- Claro, meio dia estou aí.

- E não precisa se arrumar tanto, a gente é bem simples e minha mãe vai ficar com vergonha se você chegar aqui arrumado de mais.

- Tudo bem. - Eu sorrio.

- Um abração Jonathan. Estou ansioso para te ver de novo.

- Eu também Carlos, até amanhã.

Eu desligo o telefone depois de me despedir dele e volto a fazer meu caminho para casa.

Quando chego, meus pais haviam deixado um recado para mim pedindo para que eu conferisse os armários, ver o que estava faltando e ir ao supermercado comprar tudo. Faço então uma lista das coisas que estavam faltando, tomo um banho rápido, pego o cartão que eles haviam deixado e vou até o supermercado, onde passo praticamente a tarde toda, já que aquele lugar era enorme e faltava muita coisa lá em casa. Compro tudo o que precisava. Produtos de limpeza e higiene pessoal. Compro também algumas frutas, como abacaxi, maçã, laranja e banana. Coloco no carrinho o leite, e assim sigo por todo o supermercado, pegando tudo o que tinha na minha lista. Quando chego nos caixas, todas as filas estavam enormes, então espero com paciência, até porque, não adiantava estressar. Eu via um monte de gente xingando as atendentes, como se elas tivessem culpa de alguma coisa. Elas faziam o trabalho o mais rápido possível e ainda sim as pessoas ficavam se estressando atoa, sem motivo algum.

Quando chega a minha vez, vejo que a menina do caixa é uma garota que estuda na minha escola. Ela sorri para mim, me reconhecendo de vista, e passa as minhas compras. Dou a volta no caixa e ajudo o embalador a colocar tudo nas sacolas e depois nas caixas. Passo o cartão para pagar a compra, dou o endereço de entrega e finalmente vou para casa, e cerca de vinte minutos depois que cheguei, o caminhão do supermercado para em frente a minha casa.

Como meus pais chegariam mais tarde do serviço hoje, não consigo os esperar e acabo tomando outro banho para jantar e finalmente poder dormir. Eu deito minha cabeça no travesseiro e penso sobre o dia de amanhã. Eu realmente precisava me distrair um pouco, então seria legal poder sair de casa e almoçar com o Carlos e sua mãe, que pelo que eu me lembro do velório, parecia ser um amor de pessoa, e são com esses pensamentos que acabo finalmente pegando no sono.

Comentários

Há 6 comentários.

Por Jeeh_alves em 2015-09-15 23:11:20
Gente .... O Jonathan arrasou , com essa puta medíocre , que é uma ofensa as garotas de programa chamar esse ser chamado Rafaela de Puta kkkk arrazou
Por H.Thaumaturgo em 2015-09-15 02:09:08
Aaammmooooooo esse Jonathan, adorei a parte que ele bota a puta, vulgo Rafaela, no devido lugar dela, como eu odeio essa mulher e tenho certeza que ela tem algo haver com oq o Rodrigo falou pro coitado do Jonathan
Por Niss em 2015-09-15 00:18:28
Mas mininu.... Achei foi é pouco, Jonathan, arrazou querido(sim eu digitei isso com um sorriso malefico e de vingança hahaha quem nunca), mandou a Cavaela ir pra puta que pariu lindamente, e sim voce pode!!! Realmente ver toda a inocência do Miguel foi muito lindo, espero que ele não se espelhe no pai ou naqla kenga que acha que é uma mãe!!! Eu confio bastante no trabalho de voces, é simplesmente incrível e eu não sou o unico que diz isso, vcs compoem uma obra espetacularmente maravilhosa, sou fan de vcs.. Bjs. - "...e eu tinha certeza que mais cedo ou mais tarde eu iria encontrar, e eu iria ser feliz sim, porque eu mereço toda a felicidade do mundo." Esse foi o trecho mais FODA desse capitulo, arrasou lindamentee!!! E sim Jon, eu como leitor torço pela sua felicidade, não importando com quem seja ou outras coisas. Espero ansiosamente pelo proximo capitulo, bjs nos dois Theus e Jon <3 Kisses, Niss.
Por luan silva em 2015-09-14 23:49:13
meu deus passo uns dias fora e acontece um monte de coisas... confeço q fiquei chocado com o rodrigo nunca imaginei essa situação, mas a males q vem para o bem(acho q é assim) e eu tenho nojo dessa rafacão e enfim tô muito puto aqui, mas mega ansioso pelo proximo.
Por Jr.kbessao em 2015-09-14 19:33:32
Amei o Jonathan sambando na cara da Rafaela. Mais que merecido. To torcendo para o Rodrigo se humilhar pedindo perdão e sendo esnobado, claro que depois os dois se acertane pq os dois juntos são tudo!!!!
Por diegocampos em 2015-09-14 19:01:22
Eu já havia visto lá na casa dos contos que você havia dito que o casal não tinha acabado de vez então fiquei mas aliviado, estou gostando muito das reviravoltas da história tá ficando bem legal espero que o Jonathan fique bem sem o Rodrigo apesar de achar que isso tudo e obra da Rafaela