Comum & Extraordinário - Capítulo 36

Parte da série Comum & Extraordinário

Era como se eu estivesse dormindo e minha mente descansada fosse atormentada por um pesadelo, onde eu não sabia distinguir realidade de ficção. Meu cérebro simplesmente se recusou a processar toda a informação que me era dada naquele instante. Eu não conseguia dizer nada, nem sequer uma palavra, e até mesmo meu foco de visão se tornou turvo, fazendo com que eu não enxergasse nada a minha frente. Eu ouvi, eu sei o que eu ouvi, e aquilo não foi minha mente tentando me pregar uma peça. Eu escutei aquela palavra que me incomodou a ponto de me machucar seriamente, não foi coisa da minha cabeça. Meus olhos queimavam, como o inicio de uma queimada florestal. Eu sabia que as lágrimas estavam pedindo passagem, mas eu não queria que elas aparecessem, então eu reuni forças que nem mesmo eu conhecia e sorri, o sorriso mais falso que dei em toda a minha vida, e então finalmente falei.

- Eu sou o vizinho, moro ali na frente. Só vi pedir a opinião do prefeito a respeito de algo...

Naquele momento eu não sabia se estava surpreso pela minha proeza e compostura diante daquilo ou se eu olhava para a cara amuada do Rodrigo e daquele menino que apenas sorria e se mexia no colo do pai.

- Agora eu tenho que ir... - Olho para o prefeito e então simplesmente saio.

Quando fecho a porta atrás de mim, era como se meu mundo tivesse tido a permissão para desabar. Minhas lágrimas apareceram, e não foram poucas. Meu rosto de repente ficou molhado e meus olhos completamente inchados e vermelhos. Eu havia perdido por completo o rumo das coisas. Começo a correr sem rumo depois que passo pelo portão, e com isso, acabo tropeçando e caindo no asfalto. Me levanto depois de alguns segundos, assustado com a queda, e sinto meus cotovelos queimando. Olho para cada um deles e vejo que estavam machucados e com sangue. Limpo minha camisa branca que havia se sujado e volto a caminhar mais uma vez, indo por ruas que eu nem conhecia.

Não sei se era devido ao fato de ser fim de semana, mas as ruas estavam completamente vazias, sem uma alma sequer, e isso me deu mais liberdade para chorar ainda mais, mas mesmo se houvessem pessoas por ali, eu iria chorar. Depois de caminhar por mais alguns minutos e finalmente parar, sinto meu celular vibrar dentro do meu bolso, e quando o vejo chamar, percebo que o Rodrigo já havia me ligado seis vezes, e mesmo não tendo atendido todas as outras, eu não iria atender essa. Me sento na calçada por ali mesmo e abaixo minha cabeça, não acreditando em tudo o que havia acontecido em tão poucos segundos. Em um mesmo momento fui apresentado ao filho de Rodrigo e a sua esposa, duas pessoas que eu não fazia ideia da existência, e com isso eu chorei ainda mais. Sinto meu telefone vibrar mais uma vez, e quando novamente olho no visor, vejo que era o Matheus. Resolvo atender.

- Oi bicha, já chegou em casa? - Ele me pergunta e parecia muito feliz pelo seu tom de voz.

- Ainda não... - Minha voz estava horrível. - O Caio está com você? - Pergunto, tentando ao máximo não chorar.

- Não... Ele já foi embora... - Ele havia se preocupado. - O que aconteceu?

- Vem me buscar, por favor... - Eu não consigo mais segurar e acabo voltando a chorar.

- Meu Deus Jonathan, o que aconteceu?

- Só vem me buscar, por favor...

- Tudo bem, tudo bem... Onde você está?

- Eu não sei...

- Como não sabe?

- Eu estou no bairro do Rodrigo, mas não sei onde estou... - Eu choro ainda mais. Eu realmente estava perdido.

- Ok... Você está vendo algum ponto de referência? Alguma escola, supermercado, alguma coisa?

- Eu estou vendo uma igreja evangélica no fim da rua... - Eu digo depois de olhar para o lado e ver a enorme igreja sede do bairro. - Eu vou ficar na frente dele...

- Não vai ser difícil de achar... Eu chego ai em no máximo vinte minutos.

Depois que o Matheus desliga o telefone, me levanto da calçada e começo a caminhar até a igreja. Quando chego, me sento em frente ela e simplesmente abaixo minha cabeça de novo. Tento me controlar, não me deixar levar, mas é muito mais forte que eu. De repente eu me sentia um simples personagem de um conto altamente clichê. Aquele personagem que diante de uma situação conflituosa com o parceiro simplesmente sai de cena sem dar tempo para explicações, sem ao menos tentar entender as coisas. Eu sempre julguei os autores dos contos que lia quando eles faziam isso, mas agora eu estava do outro lado da moeda, e não havia outra coisa que eu poderia ter feito naquela situação a não ser sair de cena com o restante da minha dignidade. Sim, poderia haver uma outra explicação para tudo aquilo, mas eu não estaria disposto a ouvir naquele momento. Independente do que fosse, o Rodrigo poderia ter me contado há muito mais tempo, e isso é um fato.

Quando dei por mim, escutei um carro se aproximando e parando na minha frente. Tiro a cabeça do meio das minhas pernas e olho para cima, avistando Matheus descendo do carro e vindo em minha direção.

- O que aconteceu? - Ele diz ao notar o sangue em meus cotovelos.

- Eu caí no asfalto... - Eu me levanto, ainda com minhas pernas bambas.

- Jonathan...

- Vamos conversar em outro lugar, por favor... Eu só quero sair daqui.

- Tudo bem...

Matheus se levanta e vai para o carro. Me sento no banco do carona e ele finalmente sai daquele bairro. Ele dirige por mais alguns minutos até parar no portão de sua casa, e eu mal notei o caminho durante todo esse tempo. Vejo ele apertando um controle em suas mãos e o portão de abrir. Ele entra pelo caminho e estaciona na garagem. Desço do carro primeiro que ele e o espero. Matheus pega suas chaves e abre a porta da frente de sua casa, me dando espaço para entrar. Assim que passo por ele, Matheus entra e fecha a porta, me acompanhando até o sofá onde eu havia me sentado.

- O que aconteceu? - Ele é direto.

- O Rodrigo... - Eu consigo me controlar um pouco dessa vez. - Aparentemente ele tem esposa e filho.

- O que? - Ele grita, mal acreditando no que eu havia falado. - Como assim? Esposa e filho?

- Sim...

- Me explica isso direito Jonathan, não me deixe no ocultismo!

- Eu estava na casa dele, na sala com o prefeito, enquanto ele estava em algum lugar da casa conversando com a mãe no telefone. Vou até a cozinha para vomitar e beber água, e quando volto, vejo uma mulher com uma criança de cabelos loiros e olhos claros... Lembrando agora, o menino era a cara do Rodrigo... - Eu finalmente havia parado para fazer a comparação.

- Sim, e ai?

- Então, assim que o Rodrigo aponta na escada, ela se dirige a ele como meu bem e fala para a criança ir dar um abraço no papai.

- Senhor Jesus Cristo... - Ele parecia perplexo.

- Eu fiquei sem entender, ou preferi me fazer de palhaço, não sei, mas quando finalmente me aproximei e me apresentei para ela, a mulher disse que seu nome era Rafaela e que era esposa do Rodrigo.

- Pai eterno... E o que você fez?

- O que eu fiz? Não há muita coisa a se fazer quando de repente você descobre que seu namorado é casado e tem um filho, ainda mais quando ele não nega nada e acusa alguém de estar mentindo. Eu fiz o que eu deveria fazer diante daquela situação humilhante, me apresentei como vizinho e sai.

- Como vizinho? Jonathan...

- Matheus, o Rodrigo não negou o que a mulher disse, logo ela realmente era esposa dele e eles tinham um filho.

- Ele poderia ter uma explicação...

- Explicação? - Eu volto a chorar de novo. - A única explicação plausível para mim seria de que aquela mulher tem sérios problemas mentais e é completamente instável psicologicamente, e por isso, eles dão corda para a história dela, porque caso o contrário, ela vai matar toda a família do Rodrigo e incendiar a casa com tudo dentro e queimar todos os corpos das vítimas. Essa é a única explicação que eu encontro no momento, e ela parece bem improvável.

- Nossa, isso está parecendo uma história da Casa Dos Contos, cheia de clichês e acontecimentos inesperados. - Ele sorri.

- Matheus... - Eu o encaro.

- Desculpa... Mas deve ter alguma explicação para ele não ter te contado.

- Eu estou participando de um quadro novo de um canal de televisão onde sou vítima de uma pegadinha?

- Não, Jonathan... - Eu o interrompo.

- Ele perdeu a memória e esqueceu que tinha um filho de quatro anos e uma esposa?

- Não, ele... - Eu o interrompo novamente.

- Ele foi vítima de um culto satânico feminino que visava dar a luz ao Diabo, e para isso elas precisavam do esperma do escolhido?

- Não, mas... - Eu o interrompo mais uma vez.

- Desculpa, mas eu não vejo outra explicação.

- Tudo bem, eu desisto... Só me deixa limpar essa ferida, porque a senhora está sujando o meu sofá de couro nobre com sangue, e a não ser que seja o meu sangue devido a uma intensa e violenta trepada com o Caio, não se pode sujar o sofá. Com licença, vou pegar um kit de primeiros socorros para limpar a sua sujeira.

Matheus sai do sofá e caminha até a cozinha, e então escuto os barulhos de ele procurando por algo que não acha, e depois disso, um xingo por não ter encontrado nada. Ele fica mais alguns minutos lá e depois passar por mim, indo até o banheiro do andar de baixo, e mais uma vez parece não ter encontrado o que procurava. Escuto ele gritar um palavrão e então voltar apenas com um álcool e algodão em mãos.

- A gente não encontra mais nada nessa casa... - Ele se senta e logo em seguida começa a limpar minhas duas feridas. - Bem, o dia tem sido longo.

- Nem me fale. - Sexo uma última lágrima em meu rosto e dou graças a Deus por ter conseguido parar de chorar.

- Tipo, ele nunca pareceu esconder nada ou algo do tipo? - Ele me pergunta.

- Com exceção de hoje de manhã, não.

- Hoje de manhã?

- Sim, ele disse que tinha algo importante para me falar, mas você bateu na porta do quarto e ele não me disse o que era.

- Bem, você sabe agora.

- Sei? Depois de hoje, vai que ele é um extraterrestre e eu fui o escolhido para ser o experimento dele com um habitante desse planeta, porque nunca se sabe o que nos aguarda na próxima esquina da humilhação com a infelicidade.

- Para de show porque a Britney é loira, pelo menos até onde sabemos...

- E não está mais na lista das compactuadas com os cultos malignos...

- Pois é querida, mas é bom ela voltar atrás e assinar o nome com sangue na linha pontilhada, porque a situação está complicada.

- Bobo... - Eu sorrio de nosso breve momento de descontração.

- Eu estou mentido? Se eu fosse ela eu procurava os Illuminatis, a Maçonaria, o Clube Hellfire, o Ku Klux Klan ou qualquer outra seita satânica, porque a pobre coitada está precisando acordar para vida.

- Palhaço. - Finalmente consigo sorrir um pouco. - Obrigado por tentar me distrair.

- Estamos aqui para isso. - Ele sorri. - Bem, seu machucado está limpo e não tem mais perigo de a ferida infeccionar, gangrenar e seu braço cair todo bichado.

- Como consegue falar uma coisa dessas e ficar sério? - Eu falo depois de uma gargalhada.

- Sou profissional querida. - Ele sorri.

- Eu percebi isso.

- Então, quer fazer alguma coisa para distrair?

- Não sei... O que você tem em mente?

- Já andou de salto alguma vez na sua vida?

- Não, por quê? - Eu olho para ele, desconfiado.

- Porque eu vou te ensinar, e com o tempo você vai se sentir parte do grupo KAZAKY e se tornar fechativa, lacradora e tombativa. Vou só pegar meu sapatos e já volto.

Matheus corre e sobe as escadas numa velocidade impressionante e eu fico na sala sorrindo de tudo aquilo. Depois de alguns minutos ele volta, já calçando um sapato com o salto enorme, mas parecia que estava usando um tênis confortável qualquer. Ele se senta ao meu lado e joga três pares de sapatos perto dos meus pés.

- Experimenta o primeiro par e vê se é confortável para você.

Eu me abaixo, e quando estico meus braços para pegar o sapato, meus cotovelos queimam, mas eu ignoro a sensação e calço meus pés. Logo de cara o primeiro ficou bem confortável e serviu perfeitamente nos meus pés. Não parecia ser tão difícil.

- Fica em pé.

E foi depois que eu me coloquei de pé que meus pés começaram a doer. Me sentei novamente para ver se a dor parava e ela parou. Me coloquei de pé novamente, e a dor volto outra vez. Vejo o Mateus rindo da minha cara e então me sento.

- Está achando que é fácil? Não é só porque o sapato não machuca seu pé quando está parado que ele não vá machucar quando você andar. Tenta o outro. - Eu tento e me levanto, e finalmente esse não havia me machucado.

- Esse está bom.

- Ótimo, então agora vamos começar a aula. O primeiro de tudo, fique reta querida, você não é um caracol enrolado. Concerte suas costas e fique como uma vareta colorida.

- Pronto. - Concerto minha postura e olho para frente.

- Antes de começar a andar, saiba que tem que dar passos curtos e lentos. Não adianta querer correr a maratona ou fazer coreografias antes de aprender. Você poderá correr duzentos metros com obstáculos quando ter prática, mas por enquanto se contente com passos de tartaruga.

- Tudo bem...

Eu começo a andar, meio sem jeito, e meus pés começam a se entortar e procurar o caminho de casa. Mateus me segura quando eu me desiquilibro, e então volto a andar. Ele manda eu parar e então eu paro.

- É como se estivesse andando na ponta dos pés não é?

- Sim. - Eu sorrio.

- Você está iniciando alguns passos com a bolota do pé, aquela parte que fica um pouco antes dos dedos, e é por isso que está perdendo o equilíbrio. Você tem que pisar com o calcanhar primeiro, como se estivesse descalço, e só então colocar o restante do pé no chão e se apoiar.

- Entendi.

- E outra, caminhe colocando um pé na frente do outro, é mais fácil do que caminhar com os pés separados.

- Tudo bem, vou tentar agora. - Eu volto a caminhar, e dessa vez realmente pareceu ser mais fácil, mas ainda sim eu continuava a me desequilibrar um pouco, principalmente quando eu parava.

- Não pare com os pés retos, deixa eles mais fechados, apontando um para o outro, fica mais confortável e prático de se manter firme no chão. Agora tente de novo, dessa vez dando mais passos.

Começo a caminhar novamente. Ando até o próximo sofá e paro da forma que o Matheus havia me falado. Ando mais um pouco e paro perto da escada, da mesma forma. Dou a volta na sala e vou até a janela da frente, e então dou a volta e caminho até o Matheus outra vez.

- Arrasou querida, aprendeu rápido. - Ele sorri. - Já pode ir fazer compras.

- Nem vem. - Eu sorrio.

- Bem, pode ficar com esse de presente. Guarde ele dentro do seu guarda roupa, e sempre quando se sentir para baixo, calce o sapato e se sinta nas alturas, uma verdadeira Beyoncé em Crazy In Love.

- Pode deixar que eu vou fazer isso. - Eu sorrio mais uma vez.

- Bem, agora se sente para tirar os sapatos que eu vou buscar uma caixa para guardar eles. - Matheus sai da sala e sobe as escadas, mas rapidamente volta com uma caixa. - Pode colocar aqui dentro.

- Ok. - Eu guardo os sapatos na caixa e a coloco em cima do sofá. - Seus pais já chegaram? - Eu pergunto depois que escuto o barulho de um carro.

- Deve ser eles... - Ele se levanta e olha pela janela. - Eu vou ao banheiro e já volto. Meus pais te conhecem, então se sinta em casa. - Ele sorri e sobe novamente as escadas.

Quando escuto a campainha tocar, estranho a situação, mas permaneço sentado no sofá. Quando ela toca outra vez, me levanto, mas mesmo assim não vou até a porta. Eu só caminho em direção a ela quando escuto o Matheus gritar que seu pai deve ter esquecido a chave e que era para eu abrir a porta, e assim que eu abro, meu sorriso se perde.

- A gente precisa conversar, e eu não saio daqui sem explicar o meu lado da história, nem que seja a força. - Foi a primeira coisa que ele disse ao me ver.

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Boa Noite...

Bem, alguns de vocês me perguntaram quantos capítulos o conto tem, e ele foi finalizado com 60, ou seja, o conto é bem extenso, mas já passou da metade, então num piscar de olhos ele chega ao fim. Como a história é bem longa, esperem por muita coisa, porque está para acontecer muita reviravolta na história, e alguns de vocês podem não gostar de determinados rumos, porque eu sei que o Jonathan não gostou. Houve uma parte, mais para o final do conto, que o Jonathan não queria colocar, mas mesmo assim eu me dispus a escrever, e quando ele leu, apesar de não ter gostado do rumo que eu dei em um determinado capítulo, viu que era necessário para mudar completamente a história, ou seja, esperem por surpresas, porque elas virão, sejam boas ou não.

No mais, eu espero que possam acompanhar o conto até o fim, porque temos muito o que mostrar ainda.

Fiquem bem. Um beijão e um abração para todos vocês, e mais uma vez, obrigado.

E-mail para contato: matheusn1992@hotmail.com

Comentários

Há 4 comentários.

Por Nickkcesar em 2015-09-01 13:31:07
Vei .. Não faz sentido nenhum essa mulher deve ter merda na cabeça Hai ai viu
Por Niss em 2015-08-31 23:30:28
Eu vou acompanhar até o fim!!!! - Esse Matheus me mata hahaha ele falando da Spears com as seitas kkkkk foi podre, e qdo ele falou do salto e da Bey hahahaha, queria ter um amigo como ele!!! ^^Quero só ver qual a explicação do senhor Rodrigo para isso, e espero que o Jonathan se valorize, e não dê mole pra ele, a não ser que tenha uma explicação convincente... Que vergonha hein Rodrigo!!! :/ Espero pelo proximo. Kisses, Niss.
Por diegocampos em 2015-08-31 21:39:49
Eu quero ouvir o lado do Rodrigo saber porque ele escondeu isso, amei ver o matheus falando da Britney muito engraçado kkkkk amei o capítulo ansioso para saber o que o Rodrigo tem a dizer
Por luan silva em 2015-08-31 20:24:05
cara tô puto com o rodrigo ele escondeu isso esse tempo todo e coitado do jonathan ouviu td aquilo e ainda colocou um sorriso e disse que era apenas um vizinho eu o admiro muito e o matheus é um otimo amigo e eu to muito, muito ansioso pelo proximo...