Comum & Extraordinário - Capítulo 25

Parte da série Comum & Extraordinário

Eu já havia me levantado da cama macia de Rodrigo e tomado um banho. Eu o observava dormir naquele momento. Seu corpo nu, exposto para mim, chamava a minha atenção, me conduzia até aquela cama, mas eu fui mais forte e controlei meus impulsos e a minha vontade de o acordar com um oral. O vejo virar seu corpo, mostrando sua bunda peluda para mim, me expondo aquela visão de outro mundo. Sinto uma ereção se formar entre as minhas pernas e novamente tento me controlar um pouco. Resolvo me levantar daquele sofá frente a cama e descer.

Eu ainda não havia conhecido por completo a casa de Rodrigo, e também pudera, essa era a segunda vez que eu estava aqui. Eu descia com calma as escadas enquanto observava todos os objetos de decoração pelas paredes. Passava minha mão pelo apoio e finalmente chego ao primeiro andar. Vou até a cozinha e me sento um pouco na bancada. Olho para os armários, admirando a beleza do aço escovado de todo o móvel, assim como a de todos os outros eletrodomésticos ali presentes. Resolvo então preparar um café da manhã para o Rodrigo. Faço um suco de manga natural. Torradas com manteiga e orégano. Pão de forma com um pouco de mel. Passo um café forte e faço um chá também. Depois de tudo pronto, meu corpo quase nu vai até a pia da cozinha e então lavo todas as louças que havia sujado. Cubro as coisas com um pano e vou para a sala.

Eu estava sentado no sofá olhando para a porta entre aberta de um provável escritório. Minha consciência diz para eu permanecer onde eu estava, mas minha curiosidade é maior. Me levanto e a passos lentos chego frente a porta, a empurrando com a ponta de meu dedo indicador direito. A desculpa que inventei para mim mesmo é que o vento havia empurrado a porta, quando na verdade eu estava apenas curioso. O escritório era grande e espaçoso. Havia ali várias prateleiras com livros de capas em tons neutros e escuros. Alguns troféus também ocupavam seu merecido espaço no topo dessas prateleiras. Alguns era de futebol, outros de natação, mas a maioria era de campeonatos de luta, e deduzi que todos eles eram do Rodrigo, já que estavam em perfeito estado e pela cara de sua irmã, ela não praticava esportes, então só me restava ele mesmo. Chego mais perto e olho para cima, os encarando, admirado com a quantidade. Caminho até a outra extremidade e vejo outras prateleiras de madeira com alguns porta retratos. Havia ali fotos de família, amigos e algumas onde estava apenas o Rodrigo usando uma beca de formatura, lindo como sempre.

Depois de olhar tudo, resolvo sair do escritório e ir para a frente do piano que se encontrava debaixo da escada. Olho para aquele instrumento grandioso e reluzente a minha frente. Não resisto e acabo me sento no banquinho frente a ele. Coloco meus dedos sobre as teclas, e sem ao menos perceber, começo a tocar. Eu havia feito aulas de piano quando criança, e apesar de não tocar em um há dois anos, eu sabia o que fazer. Começo a cantarolar ‘Sparks’, música de uma artista chamada Neon Hitch. Enquanto eu cantava em um tom mais baixo, meus dedos corriam pelas teclas daquele imenso piano. Fecho meus olhos e me deixo levar pelo instrumental da música que eu mesmo reproduzia. Minha voz saia a medida que eu me deixava levar a cada vez mais. Toco calmamente, transformando aquela música incrível em uma versão acústica só minha. Chego no refrão e eu me deixo entregar, aumentando um pouco a minha voz, que sobressai ao som do instrumento. Eu nem me percebia mexendo minha cabeça para frente e para trás ao som, nem mesmo meus ombros nus. Enquanto eu cantava e deslizava meus dedos pelas teclas brancas e negras, me lembro de tudo o que havia aprendido em diversas aulas que havia feito quando criança, inclusive aulas de canto que meus pais fizeram questão que eu participasse. Chego novamente ao refrão e sinto meus olhos apertarem. Agora essa música fazia sentido para mim, eu me identificava com a letra, com a melodia, com todo o significado por trás dela. Ela falava sobre os amantes que se amariam até que a morte os separasse, até que seus corações batessem pela última vez. Eles eram como faíscas, eram vivos, pediam por um amor brutal, um amor forte e poderoso. Eles nunca sabiam que iriam se apaixonar, até que deram as mãos e sentiram suas peles queimar ao toque do outro, e foi com isso que eu tornei a música ainda mais intensa para mim mesmo. Continuo cantarolando toda a letra e tocando toda a melodia brutal da música até que ela se acabe. Tiro minhas mãos do piano quando sinto que eu era observado. Rodrigo estava escorado no corrimão das escadas, me olhando. Seus olhos estavam fixos ao meus, me encarando de uma forma tão avassaladora e profunda que fez minha pele queimar, assim como a música dizia. Ele se aproxima de mim até estar bem a minha frente. Rodrigo me pega no colo e me senta no topo do instrumento e em seguida tira minha cueca, assim como a sua. O vejo subir em cima do móvel e me fazer deitar, sem ao menos tirar os olhos de mim.

- Eu preciso de você... - Ele diz ao passar cuspe em seu próprio pau, o que faz com que eu levantasse minhas pernas a as enrolasse em sua cintura.

- Eu vou te amar até quando meu coração parar de bater... - Eu digo e o tomo em um beijo apaixonante.

Rodrigo me beijava carinhosamente, me tomando só para ele, tocando minha pele, me acariciando. Me preparo para ele, e sem segundos ele começa e abrir caminho para dentro do meu corpo. Sinto todo o seu membro duro dentro de mim, sem proteção, me deixando quente, fazendo meu corpo tremer, pedir por mais e mais, e é assim que ele começa a fazer amor comigo, entrando e saindo de meu corpo com uma lentidão agoniante e completamente excitante. Ele me olhava nos olhos, profundamente, como se enxergasse minha alma, meus medos, meus anseios e meus sonhos, e eu conseguia fazer o mesmo com ele. Coloco minhas mãos em sua bunda e acompanho seus movimentos, sentindo aquela conexão impressionante entre a gente. Ele coloca todo seu peso sobre meu peito e passa seus braços para trás de meu pescoço. Era como se todo o seu corpo quisesse entrar dentro do meu. Coloco minhas pernas laçadas em suas costas, como se eu não quisesse que ele fosse embora, e eu não queria, e foi assim que meus gemidos se tornaram intensos, assim como os dele.

Minha pele estava tão sensível que eu sentia como se eu não fosse mais aguentar de tanto tesão que eu estava sentindo naquele momento. Sinto meu orgasmo chegar rapidamente e o aviso. Ele intensifica ainda mais seus movimentos, os tornando mais rápidos, mais precisos. O abraço com todas as forças dentro de mim e finalmente gozo, tremendo por sob o seu corpo pesado e musculoso. Clamo por seu nome várias vezes quando sinto jatos e mais jatos me esquentarem por dentro. Seu corpo tremia sobre o meu enquanto ele dizia meu nome em meu ouvido. Eu me sentia poderoso naquele momento, poderoso porque eu tinha ele e o teria pelo resto de minha vida. Depois que nosso orgasmo acaba, ele finalmente me olha de novo, sorrindo tão verdadeiramente para mim que foi impossível não sorrir também.

- Eu não sabia que você cantava. - Ele diz e sorri mais uma vez, ainda deitado sobre meu corpo.

- Bem, meus pais queriam “Conhecer meus talentos ocultos”, então desde os meus dois anos de idade eu me encontrava sempre matriculado em alguma aula. E apesar disso, eles sempre me deixaram livre para querer ou não.

- Um... E mais o que o meu namorado sabe fazer?

- Bem, eu já fiz aulas de canto, piano, violão, flauta doce, teatro, dança e aulas de leitura avançada. Essas são as que mais gostei ao longo do tempo. - Eu sorrio de sua cara de surpresa.

- E de quais você não gostou?

- Bem, eu geralmente não gostava dos esportes de contato físico, como judô, caratê e Taekwondo, e apesar de não gostar muito delas, fui até o fim.

- Então quer dizer que você sabe muito bem se defender sozinho. Vejo que não precisa tanto assim de mim. - Ele me beija.

- Bem, eu preciso disso. - Eu dou um tapa na bunda dele, o fazendo sorrir. - Eu não posso conseguir sem você, então...

- Safado! - Ele pega meus braços e os coloca atrás de minha cabeça. Tento me soltar, mas é em vão. - Eu ainda sou mais forte que você Jonathan.

- Eu sei. Muito mais forte, e eu gosto disso.

- Eu sei que gosta...

- Bem, acho que vamos ter que limpar o piano antes de o senhor prefeito chegar. - Eu começo a rir.

- Ele só chega a noite.

- Bem, da última vez também, e veja o que aconteceu. - Sorrio mais uma vez.

- Então vamos tratar logo de atender todas as suas vontade, Príncipe Jonathan.

- Obrigado meu Súdito, fico extremamente agradecido pela sua atenção aos meus afazeres e necessidades carnais.

- Eu te satisfaço bem meu Príncipe?

- Como um Deus do Olimpo meu súdito.

- É com extrema felicidade que escuto tais palavras. Estou aqui para fazer todas as suas vontades.

- E eu para atender as suas... - O encaro por alguns segundos. - Meu amado Súdito, preparei o seu dejejum no começo dessa manhã nublada, o que acha de se alimentar?

- Sou grato pela sua preocupação com minha alimentação, querido Príncipe. Vamos dejejuar então.

Nos levantamos do piano e foi então que percebemos que tínhamos que limpar o instrumento primeiro antes de comer. Rodrigo buscou os produtos de limpeza e juntos deixamos o piano completamente impecável, ainda mais limpo que antes. Sorrimos depois do trabalho feito e fomos para a cozinha. Tomamos o nosso café da manhã em meio a conversas divertidas e as vezes inteligentes. Conversamos sobre alguns livros, peças de teatro e filmes antigos. Rodrigo era um homem extremamente inteligente, e era fora da escola que eu via o quão jovial ele era, e isso era apaixonante.

As horas depois passaram correndo, como se estivessem com pressa. Já era noite quando ele resolveu me levar para casa. Estávamos dentro de seu carro, rindo, enquanto ele me obrigava a cantar algumas músicas para ele, o que eu fazia com extremo prazer. Ele cantava algumas comigo também, o que me fazia rir muito, já que sua voz era muito grave e parecia que ele estava cantando alguma música orquestral de Ópera. Quando ele estaciona frente a minha casa, Rodrigo tira o cinto de segurança e olha para mim. Faço o mesmo e o encaro.

- Passamos mais um incrível final de semana juntos. - Ele sorria.

- E ainda passaremos muitos outros. - Eu o encaro e percebo que seu rosto ainda estava vermelho. - Me desculpa pelos tapas... - Eu abaixo minha cabeça e então o escuto sorrir.

- Jonathan, eu gostei dos tapas e eles sempre serão bem vindos quando eu estiver fodendo você daquele jeito. - Ele passa sua mão sobre minhas pernas e aperta o meio delas, meu pau.

- Rodrigo... - Fecho os olhos quando ele abre minha calça e começa a me masturbar.

- Eu quero ver você gozando antes de eu ir embora... Goza pra mim meu bem...

Rodrigo começa a me masturbar lentamente, aumentando a velocidade a medida que meu corpo vai se esquentando e se contorcendo. Colo minha mão esquerda sobre o seu membro por sob a calça e aperto, o fazendo gemer. Ele intensifica a velocidade, e assim que aviso de meu gozo, ele se abaixa e coloca todo meu pau dentro da sua boca, e segundos depois, ejaculo. Tremo enquanto tenho meu orgasmo com o Rodrigo engolindo todo o meu esperma. Quando termino, ele se levanta e me encara, em seguida ele se encosta na janela e tira seu pau delicioso para fora. E passa a se masturbar olhando para mim, como se estivesse me vendo sem roupa alguma. Ele se tocava com força, fechando os olhos, me encarando depois. Ele encosta sua perna na minha e vai ainda mais rápido e mais forte. Ele então me avisa e eu faço o mesmo, coloco o máximo que consigo do seu membro em minha boca, e em questão de segundos sinto os jatos atingirem minha garganta. O gosto era tão bom e aquilo era tão excitante que eu poderia gozar de novo se eu quisesse.

- Eu poderia ficar horas com seu pau em minha boca. - Ele diz ao colocar seu pênis para dentro da cueca e abotoar sua calça.

- O gosto do seu esperma é tão bom Rodrigo...

- Se você tão bom assim, você não o teria escorrendo pelo canto da sua boca.

Quando dei por mim, sua boca já estava na minha, me dominando, dividindo o resto de seu esperma comigo. Monto em cima dele e o beijo com força, apertando seu corpo, o sentindo contra o meu, e aquilo era incrível. Ficar por cima desse homem era uma das melhores coisas nessa vida, e quem diz o contrário não sabe do que está falando. Depois de ficarmos cerca de quinze minutos ali, naquela troca de carinho e olhares, nos despedimos e eu entro. Assim que eu passo pela porta, meu celular chama. Atendo e era o Matheus.

- Little Bitch, como a senhora está? - Sua voz estava divertida.

- Eu estou ótimo, e a senhora?

- Puída, mas estou em perfeito estado de conservação. Um boy judiou de mim hoje.

- E você odiou né. - Eu começo a rir.

- Nossa, e como odiei. Odiei tanto que repeti a dose mais duas vezes.

- Que absurdo...

- Sua impura. A senhora não pode falar nada. Apostou que deu muito esse final de semana e fica aí se fazendo de Madre Tereza de Calcutá. Que feio. - Ele ri ainda mais.

- Prefiro não comentar a respeito. - Começo a rir também. - Mas para que a senhora me ligou?

- Uai, a senhora até hoje não me disse qual fantasia vai usar, e minha festa é no próximo fim de semana.

- Calma, eu ainda tenho tempo.

- Bem, eu espero que a senhora venha arrasando. Não quero nada menos do que isso, me ouviu?

- Sim senhora.

- Seremos divas supremas.

- Com certeza... Mas e sua fantasia, qual é?

- Então querida, não é bem uma fantasia. É algo bem simples, mas eu vou arrasar, afinal de contas, eu sempre arraso no figurino.

- Palhaço. - Eu começo a rir. - Eu vou aproveitar que amanhã e terça feira não tem aula e procurar, não se preocupe.

- Acho bom mesmo. E por favor, venha com alguma parte do corpo de fora. Você tem pernas, barriga, braços, costas e bunda... Escolha uma parte do seu corpo para ficar exposto pelo amor de Jeová. Não me venha de burca.

- Eu não vou de burca. - Eu começo a rir ainda mais.

- Fico feliz... Já pensou em alguma coisa?

- Eu não faço a menor ideia do que usar. Alguma sugestão?

- Qual personagem você mais ama nesse seu mundo de livros, filmes, jogos e séries?

- Deadpool... Ele é tão debochado, tão escroto que não tem como não amar, ainda mais depois daquele trailer test do filme. Quero muito ver o Ryan Reynolds naquela roupa... - Esse personagem mexe com meus hormônios até hoje. - Mas eu nem preciso pensar a respeito, não tenho corpo para isso, então não posso cogitar essa possibilidade, porque não vai ficar legal.

- Bem, primeiro, muita informação, e segundo, você decide então qual usar, eu só quero que você venha na minha festa. - Ele sorri.

- Eu vou estar aí...

- Bem, agora eu tenho que ligar para a outra puta e saber se ela já providenciou os apetrechos dela para o próximo sábado.

- Ela não me disse nada também.

- Pois é. Fiz questão que o macho dela também viesse, então espero que os dois venham combinando, porque eu tenho que confessar, acho fofo, e se você falar isso com alguém, eu nego até a morte. - Eu e ele começamos a rir.

- Pode deixar, eu não vou contar.

- Acho bom mesmo. Agora eu tenho que ir ligar para a quenga e acertar alguns preparativos para a festa. Até depois, e boa sorte com a sua procura.

- Até depois...

Desligo o telefone e finalmente entro em casa. Meus pais estavam assistindo televisão, esparramados pelo sofá. Pareciam Zumbeis de tão cansados. Dou um oi para eles, e quando percebem minha presença, se levantam.

- Chegou cedo. Ainda são sete da noite... - Meu pai diz e depois boceja. - Pensei que chegaria mais tarde. - Eles me olhavam com uma cara diferente. Não chateados ou algo do tipo. Era como se eles estivessem sabendo de algo.

- Eu cheguei mais cedo... - Eu os encaro com suspeita. Vejo meu pai e minha mãe se entre olhando e resolvo me sentar no sofá. - O que aconteceu?

- Bem. Ultimamente você tem saído mais de casa, tem estado muito feliz e parece estar realizado... - Meu pai diz. - Então... - Minha mãe o interrompe.

- Fábio! - Ela o repreende. - A gente tinha combinado.

- Me deixa mulher. Já está na hora. Ele não vai contar, então... - Meu pai sorri para ela.

- Do que vocês estão falando? - Eu pergunto ao me levantar.

- Bem filho... - Minha mãe e meu pai se aproximam. - Geralmente não é assim que funciona, e nos sabemos disso. Mas de uns meses para cá você tem estado diferente, mais feliz, mais alegre e comunicativo, e a gente sabe o por que.

- Sabe? - Eu pergunto assustado.

- Sim. Você tem um namorado. - Meu pai diz sério, mas quando ele olha para minha mãe, os dois começam a rir. Eu fiquei tipo, ‘WTF’. Eles estavam ali rindo e eu com cara de bobo sem entender a situação. - Foi mais engraçado do que eu pensei.

- Foi muito engraçado. Você viu a cara dele? - Minha mãe voltou a rir e tentou imitar minha cara.

- O que... - Eu tento falar, mas eu não consigo.

- Meu filho. Nos te conhecemos muito bem. Criamos você com liberdade. Sempre fomos liberais com tudo, você sabe disso. - Mau pai faz eu me sentar no meio do sofá, enquanto ele e minha mãe se sentam ao meu lado.

- Seu pai e eu tínhamos combinado de esperar você dizer alguma coisa, mas como percebemos a sua mudança de comportamento, ficamos preocupados. Não com suas escolhas, mas com o fato de você ter medo.

- Jonathan. Nos vimos você com um rapaz no carro. - Meu pai me encara. Pronto, estou na cruz. - Bem, nos vimos até certo ponto, porque né, tem coisas que a gente não pode ver. - Ele sorri para minha mãe. O que estava acontecendo?

- E como não é a primeira vez que esse rapaz te trás em casa, resolvemos colocar as cartas na mesa. - Minha mãe também sorria.

- Mas, mas, como... Como vocês...

- Meu filho, olha bem para a gente... - Eu os encaro. - Nos te criamos bem, te educamos... A gente te ama e sabe de tudo o que acontece na sua vida, mesmo você tentando esconder. - Meu pai começa a chorar, assim como a minha mãe, o que me faz chorar também.

- Desde... Desde quando? - Eu pergunto, tentando secar minhas lágrimas, lágrimas de felicidade.

- Meu filho, sabemos que você é gay desde que você tinha quatro anos de idade, quando a gente saia junto e você ficava olhando para os meninos mais velhos e falando sobre o quão lindo eles eram. - Ai meu Deus, é verdade. Essa parte da minha infância havia sido esquecida por mim e eu tinha acabado de me lembrar.

- Eu não me lembrava disso... - Eu falo, chorando de felicidade, sorrindo como um bobo, assim como minha mãe e meu pai.

- Eu lembro de quanto os meus amigos me alertaram naquela época, mas eu já fui logo os cortando e dizendo que eu sabia, e que você cresceria em um ambiente acolhedor, sem precisar se esconder, e que eu te amaria de qualquer forma. - Meu pai chorava.

- Pai... - Eu olho para ele.

- Tenho que confessar que no começo foi um pouco difícil, mas você não tinha culpa, então criamos uma crise de consciência e dissemos para nos mesmos que independente de tudo, iríamos de amar de mais. - Minha mãe também chorava.

- Obrigado... - Eu os abraço.

- Nos tememos pelo fato de você ter medo de nos contar, de se reprimir, e não queremos que você se sinta preso e acuado dentro de sua própria casa, então eu resolvi abrir o jogo e tirar o peso de nossos ombros. - Meu pai sorria agora.

- Eu amo vocês dois. - Eu os abraço com força, rindo agora.

- E nos te amamos também... - Minha mãe diz ao beijar meu rosto.

- Bem, a gente esperava que você fosse namorar o Caio, mas como vocês foram criados praticamente juntos, como se fossem irmãos, tiramos essa ideia da cabeça.

- Seu bobo. O Caio é como um irmão para mim... - Eu omito certas partes da história.

- Sei. Não foi o que eu vi aquele dia na casa da Carol, perto da piscina. - Meu pai começa a gargalhar. - Você deu pelo menos um beijo nele, confessa. - Onde eu estava mesmo? A, é, na família mas estranha da face da Terra.

- Pai! - Eu o repreendo, mas ele insistia. - Sim... - Confesso ao abaixar a cabeça, fazendo meu pai sorrir.

- Filho, sabemos que você é um excelente julgador de caráter, então eu sei que esse rapaz que você escolheu é uma boa pessoa. - Minha mãe fala.

- E a gente quer conhecer ele. - Meu pai diz.

- Bem, ele é mais velho do que eu... - Eu falo, temendo uma represália.

- Bem, o estranho seria se não fosse. A gente sempre soube que você gostava dos meninos mais velhos que você, desde cedo é assim. - Meu pai ainda sorria.

- Eu tive medo de vocês acharem que ele estava abusando de mim... É o que a maioria dos pais pensa quando um filho se assume e diz que está com um cara mais velho...

- Meu filho, sabemos que ninguém pode te forçar a nada, muito menos o obrigar a fazer algo, então estamos tranquilos quanto a isso. - Minha mãe sorri para mim outra vez.

- Bem, acho melhor a gente deixar as perguntas para o seu namorado, porque se não, no encontro não vai ter como o fazer ficar sem graça com a indiscrição. - Meu pai ria da minha cara.

- Pai!

- O que é? Temos que perguntar mesmo, não é Cristiane?

- Seu pai está certo Jonathan. Temos muitas perguntas para fazer aos dois.

- Mas onde o conheceu? - Meu pai pergunta, e eu sentia que eu devia falar que o Rodrigo era meu professor.

- Em uma festa... - Eu estava me preparando. - E tem algo que vocês deviam saber sobre ele...

- O que é? - Os dois perguntam ao mesmo tempo.

- Ele é meu professor... - Percebo meus pais arregalarem o olho.

- O que? Quantos anos ele tem? - Minha mãe pergunta.

- 29... - Vejo sua preocupação sumir um pouco.

- Menos mal. Achei que ele tinha uns 40 anos... Mas a idade não é importante agora. Ele é seu professor? - Meu pai indaga.

- Sim. Quando eu o conheci eu não sabia, eu juro que não, e uma semana depois, quando eu estava na escola, ele apareceu lá para dar aulas de Física.

- Meu Deus... - Minha mãe estava, digamos, passada.

- Meu filho, não vamos brigar com você ou com ele por causa disso, mas eu espero que vocês dois tenham cuidado, porque isso pode o prejudicar, e a você também.

- Estamos tomando cuidado, não se preocupem...

- Tudo bem...

- É, tem outra coisa... - Eu digo, sem graça.

- Ai meu Deus... - Minha mãe me encara.

- Ele é filho do prefeito... - Eu digo quase em um sussurro.

- Pai eterno... - Meu pai se levanta do sofá. - Do prefeito? Somos parentes dele agora?

- Bem, ele já me conheceu, então... - Os poupo da conversa que eu tive com o homem.

- Espera ai. Filho do prefeito? - Ela se vira para o meu pai. - Fábio. É aquele rapaz loiro daquele dia na festa, aquele que estava com o prefeito quando ele nos cumprimentou.

- Sim, eu me lembro. Aquele que se parece com o Arqueiro Verde dessa série que a gente assiste quando não tem nada para fazer. - Sim, meus pais eram antenados, e eu não tinha parado para pensar. O Rodrigo realmente se parecia com o Stephen Amell .

- Exato! - Minha mãe exclama. - Bem, pelo menos meu filho tem bom gosto igual a mãe. - Ela sorri para mim.

- Mãe!

- O que foi? Eu não disse nada de mais. - Ela se faz de desentendida.

- Bem. O prefeito pode até ser grosso e mal educado, mas pelo menos é justo, e eu tenho certeza que ele criou o filho da mesma forma, porque aquele homem tem punhos de aço.

- E como tem pai, e como... - Eu me lembro do nosso diálogo.

- Bem, como tudo está esclarecido, a senhora sua mãe vai dormir agora. Amanhã tenho que acordar cedo para ir trabalhar.

- Eu também vou me deitar... - Meu pai diz.

- Antes de você ir... - Eu o chamo. - Pai, eu tenho que alugar uma fantasia para a festa do Mateus nesse fim de semana, e como não tenho aula amanhã ou terça, pensei que você poderia me emprestar aquele carro que você quase não usa.

- Bem... - Ele olha para minha mãe. - Como foi eu quem te ensinou a dirigir e seu que você é responsável, vou te emprestar o carro, mas toma cuidado, você ainda não tem carteira.

- Obrigado. Pode deixar. - Sorrio para ele.

- Vou deixar as chaves perto do seu computador antes de eu sair amanhã cedo.

- Tudo bem...

- Boa noite meu filho. - Meu pai beija o topo da minha testa e eu o abraço.

- Boa noite pai, e obrigado...

- Boa noite Jonathan... - Minha mãe beija minha bochecha e eu a abraço novamente.

- Boa noite mãe, e obrigado por tudo.

- Não precisa agradecer... - Os dois falam juntos e sobem de mãos dadas.

Eu estava sentado no sofá, absorto com tanta informação e muito feliz por esse assunto sobre minha sexualidade finalmente ter se resolvido. Dei graças a Deus por eu ter pais tão amorosos e de mente tão aberta quanto eles. Eu estava muito feliz que tudo havia se resolvido, então eu pego o controle da minha Netflix e ligo. Seleciono ‘Arrow’ e observo as diversas semelhanças entre o ator principal e o meu Rodrigo. É, meus pais estavam certos. Um era a cara do outro.

_____________________________________________________________________________________________________________________

Boa Noite...

Primeiro eu quero pedir desculpas a vocês pelos pequenos erros que vão encontrar ao longo do capítulo. Ao contrário dos outros, esse eu não tive tempo de dar uma corrigida final, então me perdoem caso haja alguma coisa fora do lugar.

E caso leram até o final, perceberam que finalmente o Jonathan saiu do armário, ou foi tirado, pelos pais, e eu fiquei muito emocionado quando escrevi e vi o resultado, porque eu queria que comigo tivesse sido daquela maneira, e muitos outros também iriam querer que tudo corresse bem daquela forma, mas infelizmente a vida não é um conto, infelizmente, mas espero que tenham gostado.

E eu sei que a parte do Jonathan cantando no piano foi meio clichê, mas foda-se, eu amei. Rsrsrsrsrs.

No mais, espero que todos estejam bem, e que fiquem bem.

Um beijão e um abração para todo mundo.

E-mail para contato: matheusn1992@hotmail.com

Obs: Respondendo a pergunta que um dos leitores me fez por e-mail, não, a baixa quantidade de comentários não me desanima nem um pouco. Vou postar a história até o último capítulo, vocês gostando ou não. Rsrsrsrsrsrs.

Comentários

Há 3 comentários.

Por diegocampos em 2015-08-10 02:15:12
Amei o capítulo é saber que o Rodrigo parece com o ator de arrow me deixou bem supreso já que eu estava assistindo a serie durante essa semana
Por Niss em 2015-08-10 00:57:26
Genteee que capitulo hein kkk , primeiro sexo no piano, depois amasso no carro, depois conversa linda emotiva e sonhada e desejada por todos com os pais, que é isso, fico bastante feliz com o Jon e só o fato dos pais dele serem tão compreensiveis... simplesmente maravilhoso. Quanto a cantoria do Jon no piano, foda-se, afinal quem não ama um clichê, eu particularmente adoro, mas tbm gosto de ser surpreendido. Maravilhoso capitulo. Kisses, Niss. Espero pelo proximo
Por luan silva em 2015-08-09 21:50:54
bom eu amo a serie e concerteza vou ler ate o final eu amei o capitulo, eles sao perfeitos ro e jo, e sim tbm queria pais assim mas a vida infelizmente nao e um conto... enfim mega ansioso pelo proximo.