Comum & Extraordinário - Capítulo 23

Parte da série Comum & Extraordinário

Eu estava parado frente a aquela porta fazia dez minutos, e eu ainda não havia tomado coragem para tocar a campainha e dar de cara com tanta gente. Eu queria entrar, saber como o Carlos estava, até porque, eu havia me preocupado com ele, mas a coragem não me deixava. Ele não era meu amigo, mas sim um conhecido de extrema importância e quem sabe o meu futuro aliado, e ali, naquela situação em que eu me encontrava, estava a um passo de me tornar amigo de um homem de quarenta anos de idade que havia acabado de passar por um terrível momento.

Quando finalmente aperto aquele botão a minha frente, uma senhora de aparentes setenta anos abre a porta. Sua expressão era apática, triste, como se seu mundo houvesse desmoronado. Ela tenta ao máximo sorrir para mim e me pede desculpas por não consegui. A abraço sem ao menos a conhecer e ela pede que eu entre. Olho ao redor e tudo o que eu vejo são rostos desconhecidos. Vários homens, mulheres e algumas crianças. Alguns deles me olhavam com indagação, imaginando quem eu era, outros simplesmente me ignoravam e permaneciam em seu luto constante. O clima ali realmente era pesado e triste.

- Quer alguma coisa meu jovem? - A mesma senhora havia voltado até mim com uma bandeja de sanduíches em mãos. Ela tremia muito.

- Não, muito obrigado... - Eu olho para ela, para suas mãos trémulas, e por pouco toda a bandeja não cai ao chão. Ela havia deixado cair, mas eu fui mais rápido e segurei.

- Eu... Muito obrigado... Eu não estou bem...

Eu deixo a bandeja em cima de uma mesa de centro e a amparo, a levando até o sofá mais próximo. Pego uma revista ao lado e a abano por alguns minutos. Ela respirava pesadamente, mas aos poucos foi se acalmando.

- Quer que eu lhe ajude com algo? - Pergunto.

- Eu gostaria de um copo de água com açúcar, se for possível... - Eu via as lágrimas escorrerem por seu rosto e me compadeço com a situação.

- Tudo bem, eu já volto.

Como a casa não era grande, rapidamente achei a cozinha, então logo tratei de procurar o que eu precisava. Peguei um copo americano de vidro dentro de um dos armários e o enchi com água do filtro. O deixei em cima da bancada de granito claro e fui atrás da açúcar, e logo a encontrei. Fiz a mistura, provei com a colher, e voltei para a sala. Assim que a senhora me viu, tentou se levantar, mas foi em vão. Me sentei ao lado dela e lhe entreguei o copo de água com açúcar. Ela bebe aos poucos e depois me agradece.

- É... A senhora poderia me informar onde está o Carlos? - Eu pergunto a ela.

- Sim... Meu filho está no quarto dele e da esposa. Ele está muito abatido... - A mãe de Carlos volta a chorar.

- Você precisa de alguma coisa? - Eu pergunto, preocupado.

- Não meu jovem. Vá fazer companhia para meu filho, ele está pior que eu. Tenta o tirar daquele quarto, por favor... - Ela praticamente me suplica.

Depois de dar um longo abraço nela, me levanto, indo atrás do quarto onde o Carlos se encontrava. Novamente, fiquei parado cerca de alguns minutos frente a aquela porta de madeira envernizada antes de finalmente bater. Como não obtive resposta, fiz o mesmo movimento com minhas mãos, novamente batendo na porta. Depois de três tentativas, resolvo girar a maçaneta e entrar. O quarto estava completamente escuro, mas eu podia ver alguém deitado na cama, usando apenas uma cueca escura. Eu conseguia ouvir um choro baixo e contido, o que fez meu coração apertar.

- Me deixa em paz... - Carlos praticamente geme.

- Cláudio, sou eu... - Eu ainda estava perto da porta.

- Jonathan, você veio... - Ele lentamente se vira e me olha.

- Posso entrar e acender as luzes?

- Só entra, mas deixa as luzes apagadas, por favor... - Sua voz era de cortar o coração.

Em meio aos pequenos tropeços, consigo chegar na beirada da cama e me sentar. Não queria o tocar naquele momento devido ao seu estado, e eu não sabia se ele estava disposto a receber um abraço, então permaneci imóvel.

- Quando aconteceu? - Pergunto.

- Hoje pela manhã... Ela havia voltado para o hospital no sábado devido a uma crise e... - Ele volta a chorar novamente, um pouco mais alto. - E hoje, ela... Ela não aguentou. - Carlos praticamente soluçava.

- Carlos... - Eu não sabia o que dizer.

- Ela era uma mulher tão boa. Foi a primeira e única mulher da minha vida... - Ele não conseguia parar de chorar, apesar de estar tentando. - Éramos tão felizes juntos, e ela foi tirada de mim dessa forma... - Ele faz uma pausa. - Agora eu estou sozinho na vida. Eu não consigo seguir em frente sem ela Jonathan, eu não consigo...

- Eu sei...

- Ela... A gente tentou ter um filho, mas ela não podia engravidar... Mesmo assim continuamos juntos, nos amando... Se ao menos eu tivesse alguém para me lembrar dela... - Ele chora ainda mais, apertando o travesseiro em seus braços. - Eu não entendo! Por quê? Porque ela morreu?

- Eu não posso te dar essa resposta, ninguém pode...

- Eu sei... Mas ela está em um lugar melhor agora, eu tenho certeza...

- Mantenha isso em mente, faz bem para a alma. Imagine que ela está em um lugar melhor, bonito, observando você e toda a sua família... Caminhando em vastos campos de lavanda, usando um vestido branco, brincando com as flores do campo e sorrindo como se estivesse no lugar mais calmo do mundo, um lugar só dela... Ela para, olha para você, o admirando, agradecendo aos céus por ter tido um marido como você, que apesar dos pesares, a amou até o último dia de sua vida... Ela então se senta sobre a imensidão verde e o observa, com os braços apoiados no chão. Ela sabe sobre seu processo de luto, sobre o longo caminho que você ainda terá que enfrentar, mas ela quer te ver melhorando com o tempo, ela precisa disso para se sentir bem consigo mesma, pois perder você foi a pior coisa que já aconteceu a ela.

- Jonathan... - Carlos me encara. - Você é muito especial... - Ele tentava sorrir, mas também era em vão.

- Você não precisa sorrir para mim Carlos. Eu estou aqui por você, para te ajudar. Não há necessidade de se preocupar com o meu bem estar. O seu vem em primeira instância nesse momento.

- Obrigado...

- O que você acha de se levantar, colocar uma roupa e ir até sua mãe? Ela está preocupada com você.

- Eu sei que ela está, mas...

- Vamos sair um pouco do quarto. Lá fora há muitas pessoas que se importam com você, que estão aqui para lhe apoiar, para lhe amparar caso preciso...

- Jonathan, eu não estou bem... - Ele volta a chorar.

- Eu sei que não, mas sofrer o luto sozinho não é um bom caminho. Divida suas angústias com quem se importa com você e com sua esposa. Sua mãe está lá fora, querendo lhe amparar. Faça isso não só por ela, mas por vocês dois.

- Eu... - Ele funga um pouco. - Tudo bem... Eu só tenho que vestir uma roupa e... - Ele se levanta da cama.

- Eu pego para você, não se preocupe. Fique apenas sentado por enquanto... Posso acender a luz?

- Eu estou só de cueca, se não se importar...

- Não se preocupe comigo...

Tateando o caminho, volto até a porta me guiando pela luz que vinha do buraco da fechadura. Procuro pelo apagador na parede e então finalmente o encontro. Quando as luzes foram acesas, a primeira coisa que eu vi foi a destruição parcial do quarto. Cacos de vidro pelo chão, uma cadeira quebrada, um computador, uma televisão quebrada e pelo que pude notar, alguns porta retratos sem fotos. Vejo Carlos me pedindo desculpas com o olhar e vou até o guarda roupa. Pego uma calça qualquer, uma camisa confortável, um par de tênis e meias. Caminho até a cama e o entrego. Carlos nem se levanta para se vestir, faz tudo deitado mesmo. Assim que ele calça os sapatos, se levanta e caminha em minha direção.

- Posso te dar um abraço? - Aquele homem de quase dois metros de altura a minha frente me pede, de uma maneira calma e triste, um abraço.

- Claro...

Carlos me abraça e eu sinto toda a sua tristeza vir a tona. Ele soluçava em meus ombros. Eu conseguia sentir suas lágrimas caindo em meu pescoço. Seu corpo estava pesado, pressionando o meu para baixo, e depois de um tempo, caio com meus joelhos no chão, enquanto ele ainda estava grudado em mim. Carlos parecia uma criança naquele momento, tão vulnerável e triste, que me fez o apertar ainda mais forte, o deixando chorar e colocar para fora toda a sua dor.

Angústia, dor, desespero, pesar, horror. Ele parecia sentir tudo aquilo de uma só vez. Era como se ele pedisse uma luz, mas a luz não chegava até ele. Não sei quanto tempo ficamos assim, no chão, com ele preso em meu corpo, expurgando todos os seus demônios, só sei que quando finalmente pude me levantar, meus joelhos estalaram.

- Me perdoa... - Ele suplica a mim, ainda com lágrimas nos olhos.

- Carlos, não precisa pedir perdão...

- Obrigado por estar aqui... Apesar de eu te conhecer tão pouco, eu não teria conseguido sem você...

- Pode contar comigo para o que precisar. - Eu sorrio para ele. - Agora vamos até a sua mãe...

A medida que a gente chegava a sala onde todos estavam, Cláudio parecia ainda mais apreensivo. Quando chegamos, todos olharam para nós, esperando os próximos passos. As lágrimas voltam a cair dos olhos de Cláudio em abundância, e ele rapidamente corre até a mãe, que ainda estava sentada. Ambos choram sem vergonha alguma, na frente de todos, e devido todo o sofrimento daquela cena, várias outras pessoas choraram também.

Depois de ficar alguns segundos observando os dois, resolvo ser útil. Vou até a cozinha e coloco um caneco com água para ferver. Vasculho os armários a procura de chá e acabo encontrando dois sabores, um de Camomila e outro de Capim Cidreira, ambos calmantes. Quando a água começa a ferver, coloco um pouco de açúcar nela. A deixo por mais alguns minutos no fogo enquanto eu preparo os recipientes para o chá, e em seguida faço a mistura da água com as ervas. O cheiro começa a pairar sobre toda a cozinha, me deixando anestesiado. Encho as duas chaleiras de porcelana e as coloco em uma bandeja. Na chaleira branca eu havia colocado o chá de Capim Cidreira, então coloquei a caixa do respectivo chá frente ao recipiente, e fiz o mesmo com a chaleira estampada. Peguei algumas xícaras e alguns copos descartáveis e coloquei junto na bandeja, e em seguida levei para a sala. Assim que me retirei de perto da mesa, algumas pessoas começaram a se servir. Voltei a cozinha e preparei outro recipiente, dessa vez com biscoitos de água e sal. Eu não sabia se estava me intrometendo ou se estava abusando de mais. Se alguém me parasse, ótimo, mas enquanto isso, preferi ajudar como eu pude. Quando voltei com os biscoitos, várias pessoas se serviram também. Depois disso, me sentei em um lugar mais afastado e observei tudo.

Depois de alguns minutos, escuto alguém batendo na porta de entrada. Permaneci sentado na espera de que alguém fosse atender, e assim que a mãe de Carlos olha para mim, entendo a deixa. Me levanto calmamente e vou até a porta, a abrindo logo em seguida. Um homem de aparentes quarenta anos estava parado ali, e eu cheguei a achar que era coisa da minha cabeça quando senti que ele não era uma boa pessoa, mas mesmo assim, abri espaço para ele entrar. Logo todos já estavam olhando para ele, calados. Era como se todo mundo fosse submisso a ele, inclusive Carlos. Me aproximo de um homem que estava perto da janela e resolvo perguntar.

- Quem é aquele?

- É o Delegado, nosso chefe... - O homem oriental me responde.

Então era aquele o pai do Thallison. Reparando bem, se notava a semelhança. A postura esguia, o corpo alto, o rosto marcante, as sobrancelhas grossas e por fim, a mesma essência ruim e insignificante. Me aproximo um pouco quando vejo aquele homem se sentando ao lado de Carlos e sua mãe e tentou escutar a conversa, algo que não chegou a ser necessário, já que sua voz podia ser ouvida por todo mundo naquela sala.

- Carlos, sei que sua esposa morreu, mas não é hora de ficar chorando pelos cantos que nem uma mulherzinha. Você é um macho, um policial, e enquanto está sentado aqui, lamentando, tem bandido escapando da prisão. - Eu não acredito que ele fez isso. - Não é querendo desrespeitar seu luto, mas você precisa agir. Quando a esposa do Jairo morreu naquele acidente, no outro dia ele já foi trabalhar, e é assim que um homem de respeito a profissão deve fazer.

Eu escutava as palavras daquele homem e observava a expressão de todos naquele momento, e eu estava certo, todo mundo ali temia aquele homem. Todos eles eram submissos. A conversa que eles estavam tendo só estava caindo ainda mais de patamar, e qualquer pessoa em sã consciência não aguentaria ouvir tudo aquilo calado, mas Carlos estava, assim como todo mundo, inclusive sua mãe, que já chorava.

- Você tem que se levantar dessa cadeira e colocar a fila pra andar, como um macho deve fazer. Você é um policial, um homem da lei, pode pegar a mulher que quiser, e ao invés disso, fica chorando pela que já morreu. Francamente.

Aquilo era um total absurdo, tão absurdo, que chegava a ser surreal. O sangue acabou subindo e eu calmamente me levantei da cadeira. Caminhei a passos curtos e lentos, quase imperceptíveis, até onde eles estavam, e toquei o ombro daquele homem, que se virou para mim.

- Posso lhe ajudar com algo? - Ele me pergunta da maneira mais cínica possível e com a voz elevada. Ele parecia querer ser notado, e se ele queria, eu daria isso a ele.

- Me desculpa por incomodar, mas estamos velando a morte de alguém, e um pouco de respeito cairia bem nesse momento. - Percebi, pela sua expressão, que ele levou aquilo como um tapa na cara.

- Seu moleque arrogante, quem você pensa que é para falar assim comigo? - Eu não estava acreditando na existência de um ser humano capaz de se portar daquela forma diante de uma situação tão delicada.

- Olha meu senhor, eu não quero te ofender, mas é que nesse instante, ninguém nessa sala se encontra em condições de ouvir o que você tem para dizer. É um momento delicado, uma situação delicada, e o senhor não está sabendo como lidar com isso.

- Seu moleque... - Ele abaixa o tom de voz. - Quem é você para falar assim comigo?

- Eu sou um conhecido da família que está aqui tentando ajudar com o que posso. Todos aqui temem o senhor, então me vi na obrigação de tentar amenizar o que estava acontecendo. - Ele me encarava com fúria nos olhos, mas eu não me sentia amedrontado.

- Qual o seu nome pivete?

- Meu nome não vem ao caso no momento. Eu só vim lhe pedir um pouco de respeito em nome da família. Todos aqui sentiram o peso de suas palavras. Ninguém se pronunciou por medo, e como eu não o temo e muito menos o conheço, resolvi intervir.

- Olha aqui seu... - Eu o interrompo.

- Se o senhor não poder prestas suas condolências a família de maneira respeitosa, eu sugiro que se retire. Como se sentiria se alguém entrasse no velório de sua esposa se portando dessa mesma maneira?

- Mais respeito! Ela já morreu!

- E eu aposto que o senhor não se portou dessa forma.

- Olha aqui garoto... - Ele segura meu braço. Confesso que senti um pouco de dor, não medo, mas não me deixei abater. - Eu mando nessa cidade, então eu faço o que eu quero.

- Primeiro, quem manda nessa cidade é o prefeito, e segundo, o senhor não está na sua casa, logo não pode fazer o que bem entender. Terceiro, solta o meu braço, pois se ele ficar marcado, vou abrir um processo contra o senhor por abuso de poder.

- Você e mais quem? - Ele sorri cinicamente.

- Eu e o prefeito. Pelo histórico entre vocês dois, sei que ele te despreza, não só como pessoa, mas como autoridade, então eu tenho certeza de que eu conseguiria um bom caso, ainda mais com as testemunhas aqui presentes. - Proferi todas as minhas palavras em praticamente silêncio, fazendo com que apenas ele escutasse. - Agora eu gostaria que me soltasse. - Puxo meu braço esquerdo de sua mão. - Já decidiu o que quer fazer? - Olho fixamente para seus olhos.

- Isso não vai ficar assim... - Ele aproxima seus lábios até meu ouvido. - Adolescentes morrem de overdose todos os dias... - Aquilo havia sido uma ameaça.

- Estou ciente dessa infeliz fatalidade, assim como o crescente aumento de estupros seguidos por pedofilia. Eu posso muito bem o acusar de algo, não sei bem ao certo... - Me fiz de desentendido.

- Ninguém acreditaria em você.

- Em um garoto indefeso e frágil como eu? - Resolvo usar de meu talento desconhecido para a atuação e começo a derramar lágrimas silenciosas. - Aposto que muita gente acreditaria em alguém de aparência tão frágil...

- Olha aqui seu... - Eu o interrompo novamente.

- Não ouse a me ameaçar novamente. Todos aqui estão de prova da conversa que estamos tendo. Ninguém está ouvindo muito coisa, mas se meu corpo aparecer boiando por aí, tenho certeza de que a culpa cairá sobre você, ainda mais depois de minhas respostas para as perguntam que serão feitas a mim quando o senhor se for.

- Seu viadinho...

- Eu não sou o único que você conhece. - Resolvo o afrontar ainda mais.

- O que você quer dizer com isso? - Ele me olha com fúria.

- Isso o que? - Me faço de desentendido. - O senhor vai se retirar ou vai se comportar?

- Você me... - Eu novamente o interrompo.

- Não me ameace nunca mais, e se acontecer alguma coisa com alguém que eu conheço, se prepare, porque vou fazer da sua vida um inferno em terra. - Saio de sua frente e volto a me sentar em meu lugar.

Depois de me encarar com ódio por alguns segundos, ele vai embora, deixando todos ali perplexos, me encarando como se eu fosse a reencarnação de Jesus Cristo. Me incomodo um pouco os olhares, mas logo me acalmo quando vejo ao longe Carlos e sua mãe me agradecendo pelo feito.

Com o fim da tarde, a noite havia chegado. Todo mundo já havia ido embora, restando apenas Carlo, sua mãe e eu no lugar. Eu estava arrumando a bagunça de cadeiras e me encarregando de deixar a casa organizada, enquanto os dois estavam no sofá, dormindo um ao lado do outro, e o sono parecia tranquilo e pesado, já que não estavam acordando com os barulhos dos talheres e cadeiras. Depois que acabo de organizar tudo, inclusive lavar a louça e arrumar todo o quarto de Carlos, coloco o lixo para fora. Volto para dentro e procuro um pedaço de papel e caneta. Me sento a mesa e escrevo um pequeno bilhete para o Carlos, onde o consolo pela morte da esposa e o desejo todo o bem desse universo. Escrevo mais algumas palavras de apoio e me despeço dos dois. Coloco meu bilhete preso a um clip na camisa de Carlos e saio, fechando a porta vagarosamente, observando os dois dormirem.

Caminho até o ponto de ônibus mais próximo a medida que o sol se punha. Me sento no extenso banco de madeira e espero por meros dois segundos, até o ônibus de meu bairro passe. Entro calmamente e me sento ao fundo, depois de ter pago a passagem. Eu repensava todos os acontecimentos de hoje, os reprisava em minha cabeça. Eu estava preocupado com o Carlos. Como ele disse, apesar de nós nos conhecermos tão pouco e há tão pouco tempo, ele passou a ser importante para mim. Não sei como eu o via, se era como um amigo, um irmão ou simplesmente alguém novo e especial para mim, mas eu sei que é apenas uma dessas alternativas acima, já que meu coração estava ocupado agora e permaneceria assim para sempre.

____________________________________________________________________________________________________________________

Boa Tarde...

Espero que tenham gostado do novo capítulo, e claro, de terem conhecido mais dois personagens novos da trama, o Delegado e a mãe de Carlos.

No mais, espero que fiquem bem e que tenham uma ótima tarde. Um abração e um beijão para todos.

E-mail para contato: matheusn1992@hotmail.com

Comentários

Há 3 comentários.

Por diegocampos em 2015-08-06 12:50:51
Adorei o episódio achei bem legal o que o Jonathan fez com o delegado amando o Rodrigo e o Jonathan
Por Niss em 2015-08-05 23:37:18
O capitulo foi bem tenso e de clima peado, gostei muito da atitude do Jonathan, tanto em consolar, quanto em ajudar nos preparativos e expulsar a insignificância do pai do Thallisatanás. Espero ansiosamente o proximo capitulo. Kisses, Niss.
Por luan silva em 2015-08-05 14:16:24
nao gostei... amei o capitulo, apesar de triste foi muito lindo.. e eu ja odeio o delegado o filho tem a quem puxar.. enfim capitulo perfeito e to mega ansioso pelo proximo.