Comum & Extraordinário - Capítulo 22

Parte da série Comum & Extraordinário

Acordei como nunca havia acordado antes. Eu me sentia tão leve, tão completo, que era como se meu mundo tivesse virado de cabeça para baixo e eu tivesse parado em um lugar completamente diferente, onde só há espaço para alegrias e boas lembranças.

Apesar de ser segunda feira, eu estava bem como nunca. Me levanto assim que o despertador toca, corro para o banheiro e tomo um banho, troco de roupa, e desço para tomar café. Meus pais ainda estavam na cozinha, e assim que viram minha cara de felicidade, já foram logo perguntar.

- O que aconteceu com o senhor? - Pergunta minha mãe com curiosidade nos olhos.

- Nada, por quê? - Minto e me faço de desentendido.

- Só para saber oras. - Ela sorri.

- Ele deve estar apaixonado... - Meu pai diz ao se levantar e levar sua louça suja para a pia. - Tenho certeza que esse é o motivo, e não adianta negar Jonathan, a gente te conhece. - Ele sorri para mim, como se soubesse de tudo o que se passa na minha cabeça. - Agora eu tenho que ir trabalhar. Até mais tarde. - Ele dá um beijo em minha mãe e um abraço em mim, saindo pela porta.

- Tenho que ir também meu filho. Juízo viu.

Depois que minha mãe sai de casa, faço o meu café da manhã, como com calma e depois subo para escovar meus dentes e pegar minhas coisas. Olho para o visor do celular e vejo uma mensagem super carinhosa do Rodrigo. Sorrio, parecendo um bobo, e respondo da melhor maneira possível. Coloco meu celular no bolso de minha calça e desço as escadas correndo.

Como eu iria sozinho para a escola hoje, meu caminho foi mais rápido, e quando cheguei na escola, Carol já estava que nem aqueles cachorrinhos que estão loucos para passear, saltitando no portão, com a carinha feliz e a língua para fora.

- Sua puta! - Ela ria. - Como o senhor me dá uma noticia catatônica dessa por telefone? Vou unhar sua cara!

- Relaxa e goza! - Eu começo a rir.

- Querida, eu já estou fazendo isso há muito mais tempo do que você! - Começamos a rir e demoramos a parar. - Você está muito escroto hoje, que isso, vou ter que conversar com seu macho e ver se ele dá um jeito em você.

- Tosca!

- Seu futuro piranha! - Diz Matheus ao chegar e nos abraçar, nos levantando do chão.

- Que força é essa Nazaré Tedesco? - Carol pergunta.

- Tomei meu sheik da Lucina hoje.

- Sei bem o sheik que você tomou, rico em proteínas e aminoácidos. - Eu digo e começo a rir de novo.

- O que está acontecendo com a recém-deflorada? - Matheus pergunta para a Carol, o que me faz rir ainda mais.

- É amor de mais.

- Amor de pica querida, amor de pica... - Matheus olha para mim. - Dá próxima vez que a senhora Aria der uma noticia dessas para minha pessoa no telefone, sambo de salto agulha no meio dela. Me deixou toda trabalhada na aflição.

- Eu tinha que contar, não estava me contendo.

- Eu percebi. - Carol diz.

- Bem, já que estamos cientes de seu novo relacionamento homo afetivo com o nosso professor delícia de Física... - Ele faz uma pausa e respira, rindo depois. - Tenho outro assunto de extrema importância para tratar com vocês. - Ele tira do bolso dois envelopes pretos. - Meu aniversário está chegando, e como sempre faço, darei uma festinha lá em minha mansão, porque sou rica e posso.

- A gente vai. - Eu digo em expectativa.

- Mesmo se a senhora estivesse em coma profundo iria. Ai de vocês dois se faltarem. Aqui estão os convites. Não fiquem se achando, mas foram os primeiros a receber.

- Deixa eu ver... - Eu pego envelope preto e olho a parte da frente, onde havia a data do aniversário do Matheus, e sem seguida e o abro. Dentro dele, havia um cartão de veludo na mesma cor, apenas com uma frase em roxo escrito ‘Não seja você mesmo. Coloque sua melhor mascara’. - Nossa... Que riqueza...

- Pois é querida, é uma festa a fantasia.

- Como as pessoas vão saber onde você mora? Não tem endereço...

- Assim você me ofende. - Ele coloca sua mão esquerda sobre o peito. - Senhora, com um convite babado desses, todo mundo vai querer saber onde eu moro, e vão acabar descobrindo.

- Você irá convidar quem? - Carol pergunta.

- Serei seletiva querida, não é qualquer um que entra na minha festa não.

- Mas e os penetras? - Eu pergunto.

- Na minha festa? Impossível. Só entra quem tem o convite.

- Que chique... - Carol comenta.

- Eu sou chique, a cara da riqueza e do luxo. - Matheus sorri.

- E quanto a acompanhantes? - Carol e eu perguntamos quase ao mesmo tempo e então sorrimos.

- Quanto a isso, não se preocupem. Os convites serão mandados para os seus respectivos machos... Mal vejo a hora de o dia chegar. Finalmente poderei fazer meu pequeno inferninho particular... - Seu sorriso era malicioso.

- O que a senhora está pensando em aprontar? - Pergunto.

- Eu? Nada. Eu apenas comentei sobre meu inferninho particular. Será a festa mais excitante já feita na face da Terra, claro, a não ser uma festinha regada a muita orgia e suor, porque essa é uma festa da qual nunca me recusaria a participar.

- Que horror!

- Oi? Você não pode falar nada sua impura! - O Matheus diz e nos três começamos a rir.

Quando o sinal tocou, caminhamos até a nossa sala de aula e nos sentamos um perto do outro, como sempre. Alguns alunos da sala já estavam com o convite e mãos e se perguntavam onde seria a festa. Outros se indagavam com qual fantasia ir, e os outros, os que não tinham o convite, se perguntavam o motivo de não terem sido convidados, e dentre esse grupo, estava Thallison e seus amigos escrotos. Eles olhavam para os lados e viam que a maioria da sala tinha seu convite em mãos, mas eles não, e pareciam ter ficado putos com isso.

Quando o intervalo chegou, nos três saímos juntos da sala de aula e fomos para o refeitório, onde compramos nosso lanche e nos sentamos. Matheus voltou a falar de sua festa, e pelo que parecia, seria realmente incrível.

- Como vocês já sabem, será uma festa a fantasia... - Diz ele depois de morder um pedaço de sua pêra. - Mas, por favor, nada de personagens de livros de ficção científica, viu senhora impura? - Ele olha para mim, me fazendo rir. - E para você Carol, nada de Enfermeira Sexy. Muitas mulheres acham que é bonito, mas é muito tosco, então, por favor. Vocês serão meus convidados especiais, então exijo algo a minha altura, porque eu vou causar.

- Ok senhora. - Carol diz. - Sem enfermeira sexy.

- Eu agradeço. - Ele sorri.

Depois de comermos, o sinal toca para que voltemos para a sala de aula, e no meio do caminho Caio aparece na minha frente, sorrindo. Ele cumprimenta sua irmã e o Matheus e pergunta se pode conversar comigo, e quando eu concordo, ele me leva até a sala dos professores. Quando chegamos lá, vejo Rodrigo sentado atrás de uma mesa de madeira com a cabeça baixa, corrigindo algumas provas. Ele olha para cima e me observa atentamente.

- Você pode me dar licença por um segundo? - Caio pergunta a Rodrigo, que se levanta de sua cadeira.

- Claro, vou deixar vocês a sós. - Ele passa por mim, me olhando discretamente, como se realmente confiasse em mim sozinho com o Caio. Agradeço por isso assim que ele fecha a porta.

- Nossa, eu estou louco para te foder de novo... - Caio já parte para cima de mim, mas eu me esquivo a tempo.

- Caio... - Eu digo ao me afastar dele.

- Jonathan, não me deixa nesse estado. Pelo menos me chupa gostoso então, como só você sabe fazer... - Ele tira seu pau duro para fora da bermuda e o balança na minha frente.

- Caio, não vai rolar.

- Por quê? - Ele ainda se masturbava. - Só uma chupada rápida. - Ele se aproxima mais uma vez, mas eu me afasto novamente.

- Me desculpa por isso...

- Você não é de negar fogo Jonathan. O que foi? - Ele já havia colocado seu pau para dentro de seus shorts novamente.

- Eu estou com o Rodrigo...

- Disso eu sei, e eu não me importo de compartilhar, desde que você me deixe comer esse teu cu tão apertado.

- Caio, você não entendeu. Eu estou com ele, só com ele.

- Como? - Ele parecia perplexo.

- Estamos juntos.

- Desde quando?

- Esse final de semana.

- Ele é treze anos mais velho que você, pelo amor de Deus!

- Não precisa gritar comigo. Eu achei que fosse entender.

- Como você quer que eu entenda uma palhaçada dessas?

- Você não precisa entender, apenas respeitar caramba. Eu cresci te admirando, o vendo como meu irmão mais velho.

- Irmãos não fodem um com o outro Jonathan. - Ele parecia estar mais calmo.

- Fodem sim Caio, nem todas as famílias são iguais. A BelAmi está aí para quebrar tabus da sociedade. - Eu digo e dou um sorriso para ele, tentando amenizar a situação.

- Palhaço. - Ele sorri depois de tentar permanecer com a cara fechada. - Me desculpa...

- Não precisa pedir desculpas Caio, eu entendo.

- Preciso sim. Eu fiquei meio possessivo. Você estando ao meu lado, eu saberia que tenho como cuidar de você, mesmo a gente não estando realmente juntos.

- Eu sei...

- E você estando com outro, perco um pouco de liberdade em relação a isso. Não sei se ele irá cuidar de você...

- Eu não preciso que cuidem de mim Caio, e você sabe disso.

- Sim, eu sei. Você e esse seu temperamento explosivo bota qualquer um para correr.

- Bobo... - Eu sorrio para ele.

- Mas vocês estão namorando?

- Não, não sei. Ainda não oficializamos nada...

- Você o ama? - Ele me pergunta, olhando dentro dos meus olhos.

- Sim, eu realmente o amo, e eu sei que ele sente o mesmo por mim.

- Isso é bem louco... Quem diria, você se arrumando primeiro que eu.

- Bem, você está sozinho porque quer. O Matheus é louco por você. - Eu o vejo sorrir mais uma vez. - Ele se faz de durão, diz que não precisa de um namorado, mas eu sei que ele está mentindo.

- O Matheus? - Caio sorri. - Bem improvável.

- Não dizem que os opostos se atraem? Pois então...

- Bem, ele é uma delícia...

- Para de safadeza Caio. - Eu começo a rir.

- Eu não estou mentindo. - Ele também ri.

- Bem, aproveite então o dia da festa dele e invista.

- Mas eu não quero algo sério no momento...

- Bem, vocês dois podem entrar num acordo depois... Gente, estou me sentido um cafetão...

- Palhaço. - Ele ri novamente. - Bem, pelo menos renderá uma boa foda, disso eu tenho certeza.

- Bem, aí eu já não sei. Isso é com vocês dois... Agora eu tenho que ir para a aula.

- Foi mal. Acabei te alugando aqui.

- Sem problemas... - Eu me aproximo dele e lhe dou um abraço, mas um abraço completamente fraternal. - Obrigado.

- De nada. Agora vai para a aula.

- Tudo bem.

Eu saio da sala dos professores e no caminho acabou me encontrando com o Rodrigo. Ele gentilmente sorri para mim ao parar na minha frente. Eu entendi o recado, ele queria saber o que tinha acontecido.

- Está tudo bem. Ele sabe que agora eu tenho dono. - Sorri maliciosamente para ele.

- E ele sabe que esse dono sou eu? - Disfarçadamente, Rodrigo segura seu pau por cima de sua calça social, e aquilo me fez arrepiar na hora.

- Ele... - Eu cheguei a gaguejar. - Ele sabe.

- Ótimo. Agora você tem que ir para a sala.

- Sim professor... - Faço uma cara de aluno culpado para ele.

- Se eu pudesse, te fodia com força bem aqui no meio desse corredor, mas eu tenho uma aula para dar e você outra para assistir, então vamos tomar nossos rumos. Mais tarde a gente se fala.

- Tudo bem. Te amo. - Falo essa última frase quase num sussurro.

- Eu também. - Ele diz e sorri.

O restante da manhã transcorreu naturalmente. Thallison estava quieto no canto dele, sem nos atazanar, e os professores pareciam estar de bom humor. Quando o dia na escola se encerra, saímos pelos portões Matheus, Carol e eu, e assim que piso na calçada, meu telefone vibra em meu bolso. Pego o aparelho e olho para o visor. Era o Carlos. Meu coração gelou na hora, e eu não sabia o por que.

- Oi Carlos, tudo bem? - Pergunto, já sabendo que a resposta não seria a que eu queria ouvir.

- Ela morreu... - Ele chorava. - Ela morreu Jonathan, eu estou sozinho... - Ele havia desabado.

- Meu Deus! Onde você está?

- Eu estou em casa... Tem um monte de gente aqui comigo...

- Onde você mora Carlos? - Pergunto e logo em seguida guardo o endereço na memória. - Eu chego aí em vinte minutos. Fica bem, por favor.

- Obrigado... - Ele ainda chorava.

Assim que ele desliga o telefone, ligo para o Rodrigo e aviso para ele que não iria direto para casa, pois a esposa de um conhecido meu havia falecido. Ele entende a situação e depois me manda um abraço bem apertado, seguido de um ‘Eu te amo’. Desligo o telefone e me viro para o Matheus.

- Tem como você me dar uma carona?

- Claro. O que aconteceu?

- A esposa de um conhecido faleceu e eu preciso dar uma passada lá, e é no seu caminho...

- Tudo bem. Vamos.

Nos despedimos da Carol e entramos no carro. A todo o momento Matheus se preocupava com a situação, dizendo que não é fácil perder alguém que se ama, e eu concordei com ele em todas as palavras que saíram de sua boca.

Assim que ele estaciona frente a casa do Carlos, me despeço dele com um beijo no rosto e desço, indo em direção a aquele ambiente com o qual eu não era nada familiarizado, mas também um ambiente onde um incrível homem se encontrava os prantos.

____________________________________________________________________________________________________________________

Boa Noite...

Eu queria agradecer aos comentários de apoio em relação a prova, e graças a Deus, deu tudo certo. Rsrsrsrsrs.

Espero que todos estejam bem e que estejam descansados, apesar de ser segunda feira. Me desculpem por não falar muito hoje, mas estou de cabeça quente e um pouco estressado por motivos pessoais, então...

No mais, fiquem bem. Um abração e um beijão para todos vocês.

E-mail para contato: matheusn1992@hotmail.com

Comentários

Há 3 comentários.

Por Niss em 2015-08-03 23:54:01
Que bom que o Caio aceitou o namoro JonDrigo, quero só ver o Mateus arrasar nessa festa dele e sambar de salto 40 na cara despachada do Thallisatanás. Kisses, Niss.
Por luan silva em 2015-08-03 22:39:34
fiquei com pena do carlos, perder alguem q ama nao e nada facil...
Por Nickkcesar em 2015-08-03 21:34:05
Bjo seu lindo kkkkk , vei que conto hein ...