Comum & Extraordinário - Capítulo 18

Parte da série Comum & Extraordinário

Eu havia acordado quebrado. Ainda estava na cama, de olhos fechados, como se eu estivesse dormindo. Acabei indo deitar tarde na noite passada porque tive que limpar a bagunça que eu e Rodrigo fizemos. Passei horas limpando porra do sofá de couro até ele estar impecável como antes. Limpei o chão, pois com certeza havia pingado suor, e ainda tive que livrar a sala do cheiro de sexo, mas nada que um Bom Ar não resolva. Depois que fiz tudo isso ontem, não consegui dormir porque ainda estava muito excitado com toda a situação. Não excitado de estar de pau duro, e sim excitado de eufórico. Meu coração batia rápido. Eu sentia um formigamento em meus dedos, pernas e braços, e aquele sorriso teimoso não saia do meu rosto. Resultado: Acabei dormindo quase duas horas da manhã, e levando em consideração que já são sete e eu estou acordado, dormi muito pouco.

Resolvo me levantar e dar um jeito na minha vida. Forro minha cama, abro as janelas e cortinas do meu quarto. Olho um pouco para rua e para as pessoas que passavam pela calçada e então saio dali, indo em direção a cozinha. Meus pais ainda não haviam acordado, então resolvo lavar as vasilhas sujas, e quando termino, preparo alguma coisa para comer. Primeiro faço o café, bem forte como meu pai gosta. Depois pego alguns pães velhos, os corto em fatias e passo por cima deles manteiga e coloco um pouco de orégano, e em seguida ligo o forno, os colocando lá dentro. Minutos depois, eles já estavam prontos. Pego quatro pães de forma e faço dois mistos quentes para mim. Faço um suco de laranja, pego o que já está pronto e me sento na mesa para comer. Quando acabei, lavo tudo que sujei e volto para meu quarto.

Resolvo fazer uma pequena faxina, já que eu não limpava meu quarto há uma semana. Começo varrendo o chão e passando um pano em todos os móveis para tirar a poeira. Em seguida limpo os objetos de decoração de meu quarto. Começo pela mesa do computador, onde estavam alguns enfeites. Limpo primeiro o Cavaleiro Shun De Andrômeda, um boneco de ferro que meu pai havia comprado em meu aniversário de 10 anos, e como na época eu era apaixonado pelo desenho e amava o Shun, meu pai acabou comprando para mim. Na mesma estante, limpo a poeira do Mago Negro, um personagem do mangá Yu-Gi-Oh, outro boneco que meu pai havia me dado. Na verdade, todos os bonecos na estante do computador foi meu pai que me deu. Há personagens de jogos, como o Mário, e outros de alguns desenhos que eu gostava em minha época de criança, como Power Rangers e outros. Depois de limpar toda a estante, limpo meu criado mudo, onde havia uma Torre Eiffel de cobre com cerca de cinquenta centímetros que minha mãe havia me dado. Depois passo para o guarda roupa, onde limpo toda a parte de dentro e o espelho enorme. Vou para o sofá de couro azul escuro e organizo todas as almofadas. Limpo a televisão, DVD, organizo minha prateleira de filmes e séries que eu havia comprado, como Will & Grace, Oz, As Branquelas, Billy Elliot e outros. Por fim, depois de arrumar tudo e descer com o lixo, resolvo tomar um banho e ir para a casa da Carol.

Quando eu chego na porta eu toco a campainha, mas ninguém atende, então eu uso a chave da casa que eu tinha desde os meus doze anos e entro. Como os carros dos pais da Carol não estavam na garagem, presumi que eles não estavam. Subo as escadas e vou até o quarto dela. Abro a porta bem de vagar, pois apesar de já serem dez da manhã, ela ainda deveria estar dormindo. Me aproximo da cama e puxo a coberta, quase caindo para trás. Carol estava acompanhada, e faltou pouco eu correr quando eu vi aquele homem pelado na cama com ela. Vergonha define a minha situação.

- Jonathan! - Diz ela ao acordar de uma vez e cobrir o corpo. Não, ela não estava pelada.

- Ok, isso é muito constrangedor... - Digo ao perceber o homem acordar.

- Quem é esse ai? - Pergunta o homem ao abrir os olhos e olhar para mim, mas ao contrário da Carol, ele não se cobriu.

- Meu amigo Jonathan, o de ontem. - Ela olha para mim.

- O de ontem a noite? - Ele olha para ela, e em seguida ela olha para mim. Estranho a pergunta.

- Isso. - Ela sorri sem graça.

- Legal... - Ele diz e se levanta.

O vejo caminhar naturalmente até o sofá que estava no quarto dela e vestir suas roupas. Ele tinha uma tatuagem enorme nas costas, mas eu não pude perceber direito o que era, então acabei desistindo de ver, ainda mais depois que ele vestiu sua camiseta branca.

- Acho melhor eu ir embora... - Eu digo quase saindo do quarto.

- Por mim, pode ficar. Já me viu pelado mesmo. - Ele falava com a maior tranquilidade do mundo.

- Ok...

- Porque você não bateu na porta? - Ela pergunta depois de ter vestido uma camiseta e um short jeans.

- Bem, você deveria ter trancado com chave. Sempre vim aqui, e quando não era para eu entrar em seu quarto, a porta estava fechada.

- Esqueci...

- Pois é... Mas o que deu na senhora hein... Em plena sexta feira. - Eu sou um sorriso para ela.

- Culpa sua. - Ela forrava a cama.

- Por quê?

- A gente ia na sua casa ontem, te chamar para sair... - Ela olha para o cara que estava com ela. - E quando chegamos na porta da sua casa, vimos você e o Rodrigo pela janela. - Ela ri de mim, assim como o outro cara.

- Mentira...

- É verdade. - Ele disse, me fazendo morrer ainda mais de vergonha.

- Pois é. Então acabamos entrando no clima e viemos para minha casa, já que meus pais viajaram e o Caio tinha saído com um carinha ai... - Ela diz e depois olha para mim. - Desculpa, eu não sabia...

- Eu e seu irmão não temos nada um com outro, é só sexo. - Mais uma vez percebo o cara olhando para mim.

- Dois? - Ele pergunta. - Olha cara, eu sou hetero pra caralho, mas tenho que te dizer, você só pega homem foda. - Ele sorri, e foi aí que percebi que ele era bem agradável. - E você também não é nada mal viu. Parabéns.

- É praticamente impossível conhecer alguém com a mente tão aberta hoje em dia.

- Pois é cara, culpa da minha mãe. A velha, depois de se separar do meu pai, acabou arrumando uma namorada, então já viu né. Aprendi a conviver e a respeitar as diferenças...

- Isso é legal... - Digo e sorrio para ele.

- Bem, eu já estou indo... - Ele pega um capacete que estava ali por perto. - Mais tarde eu posso te ligar? - Ele pergunta para a Carol.

- Claro. - Ela diz, animada.

- Até mais tarde... - Ele dá um selinho nela.

- Até... - Ela diz.

- Foi um prazer te conhecer Jonathan. - Ele estende a mão para mim.

- Igualmente... - Espero ele dizer o nome. O olhando melhor, pude perceber que ele era aquele cara que estava no clube com a Carol aquele dia.

- Felipe. - Ele sorri.

- Foi um prazer Felipe.

Quando ele sai pela porta, Carol começa a ficar toda sorridente e saltitante. Ela pulava na cama, sorria e fazia de um tudo ali no quarto. Eu a mandava se acalmar, mas não adiantava.

- O que foi minha filha! - Grito tentando abafar os gritos que ela dava.

- Estou apaixonada! - Ela ainda pulava.

- Mais já? - Eu começo a rir.

- Não ri viado... - Ela para e desce da cama. - Ele é um amor de pessoa. Super respeitador, gente boa e ainda por cima é incrível na cama. Eu nunca vou achar um melhor que aquele.

- Já vai sossegar o facho? - Pergunto ao me sentar na cama.

- Se ele quiser...

- Você está apaixonada mesmo hein... - Sorrio para ela.

- Sim. Eu nunca pensei que eu fosse dizer isso, mas sim.

- Mas você o conheceu naquele dia no clube?

- Sim, e desde então temos conversando e nos vendo...

- Estou muito feliz por você. Finalmente hein. - Abraço ela e me sento na cama também.

- Bem, não é como se eu estivesse amando ele nem nada, mas...

- Eu sei como é. A sensação é diferente. Não chega a ser amor, mas você precisa da pessoa, de sentir o corpo dela... Sei muito bem como é isso.

- Você está falando do Rodrigo? - Ela pergunta em expectativa.

- Falando em Rodrigo... - Resolvo mudar de assunto para não ter que responder aquela pergunta. - O que realmente vocês viram ontem.

- Você apoiado no sofá fazendo você sabe bem o que. - Ela começa a rir.

- Senhor Jesus... O Felipe também viu tudo?

- Bem, nos segundos que ficamos na janela, sim.

- Mas o que ele disse?

- Nada. Apenas sorriu e falou que você era corajoso. - Ela começa a gargalhar de novo.

- Porque corajoso?

- Para aguentar aquilo tudo. - Ela ri ainda mais. - Ele até bateu uma palma silenciosa para você. Quase ri alto na hora.

- Não sei onde enfio minha cara... - Eu me levanto.

- Não esquenta. Ele é super de boa com isso...

- Tudo bem, mas mesmo assim, ele viu...

- Aí Jonathan, deixa de neura.

- Tudo bem... O que você vai fazer agora?

- Tenho que arrumar essa casa enorme, pelo menos parte dela. A secretária do lar que trabalha para gente adoeceu, então sobrou para a empregada aqui.

- Vai arrumar tudo?

- Claro que não né viado. Não dou conta... Vou lavar os banheiros, limpar a cozinha e arrumar a sala, só. O resto fica para quando a secretária voltar. Por quê?

- Nada. Pensei de a gente sair, sei lá.

- Bem, tenho que virar doméstica agora, e a noite eu pertenço ao Felipe... - Ela sorri.

- Bem, eu não estou fazendo nada... Quer ajuda?

- É lógico! Só vou tomar um café e depois a gente começa.

Começamos a arrumar a casa da Carol por volta de meio dia. Como éramos dois, resolvemos limpar tudo. Carol ficou com a parte de cima, já que haviam os quartos, e eu fiquei com a parte de baixo. Limpei as escadas, a sala, copa, cozinha. Lavei a área de churrasco, a área da piscina e varri a parte frontal da casa, a varanda. Joguei água nas plantas também e juntei as folhas secas. Quando acabamos já era quase cinco da tarde. Nos sentamos então na beira da piscina, com os pés dentro da água. Eu bebia um suco natural de manga que Carol havia feito para mim e ela tomava um copo de água. A gente ria sobre o que contávamos um para o outro quando o meu telefone toca. Olho o visor e vejo que era o Rodrigo. Atendo.

- Boa tarde... - Apenas o seu ‘boa tarde’ meu causava uma ereção, ainda mais quando era tão sugestivo quanto esse.

- Boa tarde... - Digo e sorrio.

- Se tiver algum plano para essa noite, desmarque, porque hoje a noite você é todo meu. - Sua voz adquire um tom dominador.

- Eu não tenho planos para hoje... - Carol me cutucava querendo saber o que era. Bato na mão dela e ela sorri.

- Ótimo. Quero você não minha casa as nove. Esteja descansado... - Era quase como se eu soubesse o que ele estava fazendo naquele momento, e algo me dizia que era algo que não envolvia roupa.

- Tudo bem... - Presumi que ele ainda morasse na casa onde havia sido a festa.

- Se prepare para mim. Quero você bem limpo hoje...

- Meu Deus... - Deixo a palavra que rondava minha mente escapar.

- Esteja aqui as nove. Você vai dormir aqui... - Ele para de falar por alguns segundos. - Eu estou pelado aqui, indo para o chuveiro, mas não consigo parar de pensar em como seria foder você no meu banheiro, mas a noite a gente descobre isso. Até mais...

- Até... - Ele desliga o telefone.

Bem, eu estava certo. Rodrigo estava pelado enquanto falava comigo, e é estranho eu ter percebido isso. Agora eu estava que nem a Carol, rindo que nem bobo. Ela olha para mim e eu conto tudo para ela, que depois queria saber de tudo.

- Bem, parece que essa noite, estaremos com o Matheus. - Carol ri.

- Sim, vamos estar com ele. - Sorrimos, ligamos para ele e contamos tudo.

Depois de já ter combinado toda a história com o Matheus, converso com meus pais e eles me deixam sair sem ao menos questionar para onde eu ia. Subo para o meu quarto. Pego uma mochila e coloco algumas coisas dentro dela, como sabonete, escova de dente, shampoo, condicionador, pasta de dente, um pente, três cuecas, duas camisas, uma bermuda e uma calça. Depois de fechar tudo, a coloco em cima da cama. Parecia que eu estava fazendo uma viagem.

Quando deu sete da noite, vou ao banheiro e faço tudo o que um passivo preparado faz antes do sexo, e eu não preciso contar ou explicar o que é. Depois que acabo, tomo um longo e caprichado banho. Eu tinha pouco pelo, apenas minhas pernas e minha bunda tinham alguns, e pelo que eu pude perceber, Rodrigo gostava deles, então não aparei ou depilei. Saí do banho limpinho, vesti minha melhor roupa, penteei meu cabelo, passei um bom perfume e então desço. Me despeço de meus pais que estavam na sala com alguns amigos e vou para o ponto de ônibus.

Eu já estava perto da casa dele e ainda eram oito e quarenta então resolvo esperar um pouco. Observo algumas poucas pessoas passarem na rua fazendo seus exercícios e percebo que eu também precisava começar. Sim, eu era magrinho, mas minha vontade era de crescer um pouco, ficar um pouco mais forte, com o corpo, digamos, sarado. Queria estar a altura do Rodrigo, porque para aguentar aquilo tudo todos os dias, eu precisaria de um preparo físico superior ao que eu tinha, muito superior.

Quando meu relógio marcava oito e cinquenta e oito, toco o interfone.

- Você é muito pontual. - Diz ele pelo interfone.

- Eu nem disse meu nome...

- Eu posso te ver pela câmera de segurança... - Eu olho para cima e dou um sorrio. - Esse sorriso me mata... - O escuto sorrindo. - Pode entrar.

O portão se abre e eu passo por ele, o fechando logo em seguida. O caminho até a porta principal era um pouco longo. Devia ter uns quinze metros, ou um pouco menos, mas se tratando da casa do prefeito, o pai do Rodrigo, não esperava menos. Caminho pelo jardim de entrada observando a beleza do local. Eu pisava sobre superfícies de madeira reluzente, madeira essa que estava sobre pequenas pedras brancas. Ao redor da pequena passarela, uma vasta folhagem amarela iluminada por uma meia luz azul. Quando chego perto da enorme porta de madeira na entrada, a vejo se abrir, e atrás dela aparece o homem mais gostoso do mundo. Ele ainda estava com aquela barba por fazer que deixava meu corpo ouriçado sempre que encostava em minha pele. Ele não vestia camisa, estava apenas usando uma calça jeans bem escura, e quando eu digo apenas, eu quis dizer realmente apenas, já que era perceptível que ele não usava uma cueca por baixo. Ele sorria para mim, um sorriso caloroso e divertido, um sorriso que me causava um formigamento estranho no corpo e um tesão descomunal . Ele abre ainda mais a porta e se aproxima, agora me olhando como se ele fosse um predador e eu a sua presa.

- Bem vindo a melhor noite da sua vida.

Comentários

Há 1 comentários.

Por Niss em 2015-07-26 23:56:47
Nossaaaaaaaa, gentee, passado chocado com esse bophe, minha santissima, a sra ja sabe neh, nem preciso pedir, amém,,, zentiii, :OMG