Comum & Extraordinário - Capítulo 09

Parte da série Comum & Extraordinário

A fatídica terça feira havia chegado. Eu já me encontrava na escola, sentado atrás de minha mesa com um livro em mãos. Matheus estava na fileira ao lado da minha, praticamente colado em mim, enquanto a Carol estava a minha frente, fazendo alguns cálculos. Bem perto, muito perto, estava Rodrigo. Ele estava inclinado para frente de modos que eu podia ver todo o contorno de seu corpo. Ele ajudava um aluno a resolver algumas contas enquanto eu apenas prestava atenção na sua calça jeans colada ao corpo. Acho que os professores deveriam vir de Burca para a escola, pelo menos ele deveria. Isso é um atentado ao pudor e ao aprendizado. Não tinha como me concentrar no que eu fazia, simplesmente não rolava. Tudo o que eu conseguia notar era suas pernas e sua bunda. Quando ele se levanta, ele logo vem em minha direção. Rodrigo então se abaixa, de modos a ficar na altura de meus ombros. Ele olha para mim e sorri, um sorriso velado e discreto, mas por trás disso eu sabia que havia muita malícia.

- Está conseguindo resolver as questões Jonathan? - Ele me pergunta naturalmente.

- Mais ou menos... - Eu estava soando frio.

- Mais ou menos? Você me parece um aluno tão aplicado e estudioso... O que está acontecendo? - Eu sentia seu hálito delicioso adentrar meu sistema olfativo. Aperto minhas pernas e me contorço um pouco.

- Eu estou um pouco distraído... - Olho para ele.

- Distraído? Algum motivo em especial? - Ele praticamente sussurra. Como as pessoas não percebiam isso?

- Um em especial... Não consigo me esquecer... - Resolvo jogar o jogo dele.

- É mesmo? Acha que irá precisar de aulas particulares?

- Talvez eu precise. O senhor poderia me dar essas aulas?

- É claro Jonathan. Estou sempre disposto a ajudar meus alunos. É sempre um prazer...

- Obrigado Professor... Eu prometo que irei encontrar uma forma de te agradecer por tudo o que o senhor está fazendo por mim. - Lentamente eu deslizo minha mão esquerda de meu joelho até minha virilha, apertando de leve o meu pau, que já estava duro. - Faço qualquer coisa...

- Eu sei que você faz... - Ele sorri maliciosamente para mim e se levanta.

Quando eu olho para o lado, Matheus se fingia de chocado. Sorrio para ele e volto a fazer meus exercícios de Física. Depois que a distração se sentou em sua mesa, eu finalmente pude me concentrar. Tá, eu olhava para ele de vez enquanto, me julgue. E sim, eu estava querendo ele novamente, grande coisa. Quem em sã consciência não iria querer um homem daquele toda hora? Aquele corpo, aqueles pelos, aqueles olhos, aquele sorriso. Nunca vi um homem tão gostoso assim pessoalmente. Tudo bem, o Caio também era e... Merda, já estou pensando no Caio de novo. Tenho que parar com isso. Já rolou praticamente um incesto entre nós e eu ainda não sosseguei, mas fazer o que né.

- Turma... - O Rodrigo se levanta. - O novo professor de Educação Física me pediu para avisá-los que todos deverão ir para a quadra depois do intervalo. Ele irá esperar vocês lá. Tudo bem?

- Tudo... - Alguns alunos disseram, inclusive o Thallison.

- Ótimo... Quero essa atividade pronta para a próxima semana.

- Vai valer ponto professor? - Até a voz do Thallison me irritava profundamente, e olha que eu não sou de desgostar dos outros tão facilmente.

- Não. Mas quem não me entregar irá perder um ponto. - Escuto um monte de gente reclamando. - É o seguinte. Eu não dou pontos por atividades que vocês são obrigados a fazer dentro de sala de aula, mas vocês irão perder um ponto a cada exercício não feito. É uma forma que encontrei de os fazer realmente prestar atenção no que falo, já que poucos parecem fazer isso.

- Mas isso não é justo! - Uma menina no fundo da sala se pronuncia.

- Não é justo? Eu estou aqui para ensinar, logo, se não fizerem as atividades que eu passo, meu tempo aqui se torna insignificante. Façam as atividades ou percam pontos. A escolha é de vocês. - Ele rapidamente apaga o quadro, e mais uma vez, meu foco se torna a sua bunda. - Estão dispensados.

Todo mundo sai da sala reclamando, inclusive a Carol. Olho para ela e dou um sorriso. Ela fecha a cara para mim e aponta o dedo. Minha gargalhada se torna ainda maior. Vamos os três para fora da sala depois que o Thallison sai.

- Que vontade de fazer a Nazaré Tedesco... - Matheus diz ao ver Thallison descendo as escadas. - Minha mão está coçando, me segurem... - Eu começo a rir e vejo Thallison olhando para trás.

- Eu não gosto dele... - Carol fala.

- Que bom, porque se não a senhora iria rolar escada abaixo junto com a escrota do Thallison. Que bicha ridícula. Ela acha que aqueles brincos de diamante do camelódromo são a última tendência em Milão... E aquele boné de aba reta virada para trás. Ridículo. - Ele fala a última palavra pausadamente. - Só faltou a pochete e a chave pendurada na cintura.

- Acho que isso é amor. - Carol diz e começa a rir.

- Oi? Repete? - Matheus se faz de indignado. - Querida, se fosse amor eu já tinha dado para ele há muito tempo. Vai por mim, não é amor ou fogo no rabo... Sabe aquela pessoa que lhe causa antipatia a primeira vista? Então, é assim que me sinto. Nunca, em toda a minha vida, vou entregar meu corpinho gostoso para um traste daquele. Odeio bicha mafiosa que fica fazendo intriga, mas deixa ele. Eu sou bem perigosa quando quero…

- Então a senhora não faria ele…

- Mas nem morta e enterrada querida... Não vou dizer que ele seria minha última escolha no mundo, até porque, todas as mulheres são minha última escolha, então...

- Me senti ofendida... - Carol diz e começa a rir.

- Pois é, querida, eu nunca irei ficar com uma mulher, nunca. Nasci bicha e vou morrer bicha.

Depois do diálogo no meio da escada, nos sentamos para comer alguma coisa. Dessa vez o Thallison não apareceu, mas eu podia o ver mais a frente rindo com seus novos amigos e olhando para nossa mesa. O ignoro e volto a fazer meu lanche.

- Que vontade de me levantar daqui e bater na cara dela... - Matheus percebe os olhares de Thallison.

- A senhora será expulsa por agressão. - Carol comenta enquanto toma seu suco.

- Que eu seja expulsa, pelo menos irei lavar minha alma. Nunca dei uma surra nessa puta escrota, e é por isso que eu sinto tanta raiva dela. Se eu já tivesse juntado ele e dado uns tapas eu teria me acalmado, mas como a minha classe fala mais alto, eu me controlo, mas é como eu disse, se eu encontrar na rua, não respondo por mim. Bato mesmo e saio andando, fingindo que nada aconteceu, porque sou dessas.

- Se acalma, eles estão vindo para cá... - Eu digo quando percebo Thallison e seu grupo de cinco se levantando e passando por nós.

- Viado... - Diz Thallison ao passar pela gente.

- Seu pai... - Matheus rebate.

- Como é que é? - Thallison para em frente ao Matheus, que se levanta. - Repete!

- A não ser que a senhora seja surda, não vejo motivo de repetir. Não quero gastar saliva com armadilhas de satanás.

- Seu viado de merda... - Um dos amigos de Thallison diz.

- Heteros de merda... Isso é pecado sabia. Na Bíblia está escrito que um homem nunca se deitará com uma mulher... Mas essa passagem não vale para o Thallison, somos amigas de piroca.

- Depois morre na rua e não sabe por quê. - Outro cara diz.

- Querido, se eu morrer na rua eu reencarno em uma travesti e aí eu quero ver.

- Vamos deixar essa bicha para lá. Depois a gente se acerta... - Diz Thallison ao sair.

- Vai lá querida, praticar seu Gang Bang com seus novos amigos. Estou torcendo para você ser a passiva, porque ativa você nunca será.

- Vai se foder!

- Mil pirocas para você também! - Matheus grita e toda a cantina se vira para ele, que se faz de desentendido. - O que foi? Não sabem o que é uma piroca? Por favor né... - Ele diz ao se sentar novamente.

Ficamos mais uns cinco minutos conversando quando o sinal toca. Nos levantamos da mesa, e a passos de tartaruga vamos para a quadra. Na verdade eu andei devagar para adiar o inevitável, mas Carol e Matheus estavam praticamente correndo em direção a aula de Educação Física. Quando chegamos na quadra, alguns alunos já estavam lá, mas Caio ainda não havia aparecido. Sento-me no chão ao lado de Matheus e Carol e aguardo. O restante dos alunos vai chegando e se sentando pelo chão também. Quando Caio entra na quadra, escuto vários sussurros de algumas meninas da sala, e com motivo. Caio usava um short preto que batia um pouco abaixo da metade de sua coxa. Uma camiseta colada ao corpo da mesma cor e um boné também preto virado para trás. Em sua mão estava uma pequena bola que parecia ser usada na prática de polo aquático. Caio caminha até perto de todos e também se senta. Eu podia ver os pelos loiros de suas pernas aparecerem, assim como todos podiam. Matheus me cutucava a todo o instante, a cada movimento que Caio fazia, e isso estava finalmente me distraindo.

- Bom dia para todos vocês. - Ele sorria.

- Bom dia! - Todo mundo diz.

- Bem, meu nome é Caio e eu serei o novo professor de Educação Física de vocês... Me formei há pouco tempo e meu primeiro emprego com meu diploma em mãos foi nessa escola onde passei boa parte de minha vida. É bom poder voltar aqui e ver que algumas coisas mudaram, finalmente... Eu vejo alguns rostos conhecidos... - Ele olha para nos e sorri. - Carol é minha irmã mais nova, caso ainda não saibam disso, e Jonathan é praticamente um irmão para mim, já que o vi crescer. - Seu sorriso se abre ainda mais quando diz o meu nome. - E claro, há o Matheus. Já nos vimos antes por aí... - Matheus parecia um pinto no lixo, mal se continha. Faltava pouco pular. - E se vocês estiverem se perguntando, não, eu não irei facilitar a vida deles apenas por conviverem comigo, muito pelo contrário. Minha relação com eles será a mesma que terei com todos vocês, pelo menos aqui dentro da escola.

- Você sabe que os dois são viados? - Thallison debocha e algumas pessoas riem.

- Qual o seu nome? - Caio pergunta.

- Thallison... - Ele diz sorrindo.

- Thallison, mais um comentário desse e você ganhará uma advertência.

- Como é que é? Isso é um absurdo!

- Eu não irei aceitar uma sequer piadinha preconceituosa em minha aula, e quem a fizer, ganhará uma advertência, e vocês sabem o que acontece quando há três em seus nomes...

- Eu não sabia que os professores eram tão politicamente corretos... - Thallison comenta com alguns de seus amigos, mas Caio escutou.

- Primeiramente senhor Thallison, eu não sou politicamente correto, e segundo, eu sou gay, ou seja, achei sua piada extremamente desnecessária.

- Você é gay? - Thallison pergunta, abismado.

- Sim.

- Como a escola contrata um professor desses para dar aula? Isso é um absurdo. Vou ter uma conversa com o diretor... O homossexualismo é influência. Daqui a pouco os outros alunos viram gays também. - Uma menina se levanta.

- Primeiro, eu já deixei isso bem claro com a diretoria da escola para evitar problemas futuros, e o diretor não se importou com a minha sexualidade. Segundo, a homossexualidade não é influência, além do mais, vocês já estão bem grandinhos para se deixar influenciar por qualquer coisa. A única coisa que exijo durante a minha aula é respeito. Podem ter suas crenças, seus credos e suas opiniões, mas aqui, vocês não tem opinião a respeito de nada, a não ser que seja tema de nossa aula ou que eu pergunte. Alguma dúvida? - Ninguém se pronuncia, mas depois dessa chinelada, quem iria? - Ótimo, agora vou dar a minha aula. Todos de pé, por favor.

Um por um, cada aluno vai se levantando. Uns a contra gosto, como Thallison e seus amigos e algumas meninas que ficaram desapontadas com o fato de Caio ter se assumido gay perante a turma. Nem preciso dizer que o Matheus foi o primeiro a se levantar né. Enquanto eu pensava em me colocar de pé ele já havia feito há muito tempo.

- Bem, muitos podem considerar esse jogo infantil, mas ele é muito adulto. - Eu e alguns alunos começamos a rir da piada proposital de Caio referente a um vídeo do youtube. - Baleado, barra-bola, carimbada e mata saldado são alguns dos nomes usados para se referir a Queimada, jogo muito praticado por crianças jovens e até mesmo alguns adultos. Não se sabe se a origem desse jogo se deu na Colômbia ou nos Estados Unidos, mas desde a sua criação, os adeptos dessa prática esportiva são se fazem aumentar. Os avôs de vocês praticaram. Seus pais já jogaram. Eu mesmo brinquei muito quando era criança, e aposto que vocês também, então eu não preciso explicar as regras, porque sei que todos vocês sabem como jogar... - Ele começa a quicar a bola no chão. - A bola de meia que estava no depósito era muito leve, então optei por pegar uma bola um pouco mais pesada... Por favor, cuidado com a força ao arremessarem. Não quero ver o piso da quadra sujo de sangue logo na minha primeira aula. Fui claro quanto a tudo?

- Sim!

- Ótimo. Como a turma possui 34 alunos, vou dividir de acordo com a ordem da chamada... - Ele analisa a lista por alguns segundos. - Karina e os outros alunos anteriores irão para o lado direito da quadra e da Laura em diante para o lado esquerdo. Como eu disse, não há necessidade de explicar as regras. Hoje eu resolvi pegar mais leve com vocês e trazer um jogo nostálgico e divertido, mas nem sempre será assim, então aproveitem. E por favor, nada de sangue no meio da quadra.

Ótimo, eu era o único alvo nesse jogo. Thallison não iria tentar acertar Matheus, já que ambos estavam no mesmo time. Carol não receberia por ser uma mulher, ou pelo menos eu acho que não, não conheço o Thallison o suficiente, então sobra apenas eu, o saco de pancada. A sorte é que eu sou bom nesse jogo, sempre fui. Desde pequeno eu brinco, seja na rua com alguns colegas ou na escola durante as aulas de Educação Física, então eu estava preparado.

O jogo se inicia. Como o time de Thallison havia ganhado no ‘Cara Ou Coroa’, eles começaram, e como eu havia dito, eu fui o primeiro alvo, mas por sorte eu consegui desviar da bola. Um rapaz de meu time a pega e acerta um outro do time adversário, o eliminando, e assim começa tudo. A bola ia a vinha a todo o momento, e até neste ponto, dois de cada time já haviam saído. Uma menina joga a bola em Matheus, mas ele a segura e arremessa contra ela, a tirando do jogo. Pego a bola que havia parado em meus pés e arremesso, acertando um cara que estava desatendo. Ele sorri e saí do jogo. Thallison mais uma vez arremessa para me acertar, mas eu desvio facilmente. Carol então rapidamente pega a bola e acerta na menina que havia se pronunciado no começo da aula, a eliminando também.

O tempo foi passando e os alunos foram sendo eliminados do jogo. Restavam apenas cinco em meu time e seis no time do Matheus. Mais um é eliminado do time adversário s o jogo se empata. Eu já estava todo suado, assim como a maioria dos alunos. Vejo Matheus acertando a bola e um outro de meu time, que novamente sofre outra perda. Pego a bola novamente e acerto um cara que estava ao lado de Thallison, um de seus amigos, que é eliminado e saí da quadra praguejando. De repente um cara de meu time tromba em mim propositalmente, me derrubando. Me levanto rapidamente, mas a bola acerta em cheio minha cabeça, a fazendo ir ao alto. Me recupero de pressa e vou atrás dela enquanto a mesma ainda não tocou no chão, mas o cara que havia me derrubado, o amigo de Thallison, tenta me atrapalhar, mas faço o mesmo que ele fez comigo o derrubando. Pego a bola e sou salvo. Rapidamente me viro e a jogo em direção ao cara que havia arremessado em mim. Acerto seu peito e o vejo cair no chão.

- O que eu falei sobre tacar a bola forte! - Caio grita do outro lado da quadra.

- Desculpa! - Grito de volta, sem me importar com o que havia feito.

O jogo volta ao normal. Thallison, outra vez, tenta acertar em mim, mas mais uma vez eu escapo dessa perseguição. O amigo de Thallison que havia me derrubado pega a bola que havia batido no chão e arremessa com força em direção ao Matheus, que não consegue se esquivar e acaba tendo sua perna acertada. Caio mais uma vez reclama da força enquanto Matheus abandona a quadra chamando o cara de enrustido. Havia apenas três em cada time agora. Carol, eu e o amigo do Thallison em um, e Thallison e dois de seus amigos em outro. Pego a bola arremessada contra a Carol, que se esquiva, e arremesso contra um dos caras, acertando um deles na canela. O outro pega a bola e arremessa também, mas com pouca força, acertando o ombro direito da Carol, que saí da quadra lamentando e sentindo muito, deixando o jogo de três contra um, já que aquele que deveria ser do meu time estava jogando para o adversário.

Eu já estava cansado. A todo o momento que a bola vinha em minha direção eu escapava e o cara do meu time “Jogava” do outro lado da quadra. Quando ela vem em minha direção mais uma vez, resolvo arriscar e segurar a bola. Sinto minhas mãos queimarem, mas consigo segurar. A arremesso com a mesma força que me foi jogada e acerto o amigo de Thallison na barriga. Ele tenta reclamar, falando que estava distraído, mas Caio disse que a jogada foi válida e que o fato de ele estar distraído era culpa dele mesmo. Depois de ele sair da quadra, minha situação se complica. Caio não poderia acusar os jogadores de nada porque apesar de estar na cara, eles estavam desviando das bolas jogadas, então não há nada que eu poderia fazer. Depois de alguns minutos desviando de bolas e mais bolas, resolvo tentar pegar mais uma. Thallison faz força e arremessa. Começo a correr para trás a medida que a bola se aproxima e a abraço quando ela acerta meu peito, mas o pé do infeliz de meu time estava atrás de mim, o que me faz cair, mas de pirraça eu segurei a bola como se ela fosse parte de mim. Sim, eu cai, mas a bola não tocou no chão. Me levanto dignamente, me aproximo da linha de meio da quadra e observo Thallison. Resolvo usar um truque que aprendi quando criança para distrair o oponente. Começo a olhar para os lados da quadra, confundido Thallison, e assim que eu fui arremessar, com toda a força que eu tinha, olhei para o lado direito de Thallison, que correu para o lado esquerdo, então rapidamente olhei para ele e acertei bem no meio de sua testa, o fazendo cair no chão. Seus amigos correm até ele e o ajudam se levantar.

- Seu desgraçado! Eu vou te matar! - Diz ele ao se levantar e tentar correr até mim, mas é impedido por alguns alunos.

- Chega! Eu não quero saber de briga aqui! - Caio grita.

- Mas ele jogou com força! Minha cabeça está doendo!

- Thallison, eu acompanhei todo o jogo, e tanto você quando o Jonathan estavam jogando com força, então se eu for punir alguém, vocês dois sofreram as consequências!

- Merda! - Thallison reclamava da dor em sua testa, e tudo o que eu podia fazer era sorrir devido a minha vitória.

- O time de Jonathan ganhou... - Caio diz ao se aproximar de Thallison e examinar sua testa. - Só está vermelho. Vá até a enfermaria e coloca gelo.

- Mas a aula já acabou. - Thallison diz.

- Então para de reclamar e vá para casa.

- Eu já estou indo... - Thallison começa a se retirar da quadra.

Depois da comemoração momentânea de meu time, os alunos começam a siar. Os restantes na quadra foram apenas Caio, Matheus, Carol e eu. Nos dirigimos até o Caio para saber como foi o primeiro dia dele como professor.

- E ai, gostou da nossa turma? - Carol pergunta.

- Vocês são problemáticos de mais. Havia me esquecido de como era o Ensino Médio... - Caio sorri e eu vejo Matheus morrendo do outro lado. - Causando desavenças logo no primeiro mês de aula. Isso é um recorde...

- Eu não tenho culpa... - Levanto as mãos. - Ele quem começou a implicar logo quando chegou na escola. Só estou me defendendo.

- Jonathan, eu te conheço. Cuidado para isso não chegar a extremos... - Diz ele ao recolher sua prancheta e alguns outros materiais.

- Não precisa se preocupar.

- Vocês se saíram bem hoje. Estou surpreso...

- É claro que nos saímos bem. - Matheus diz e sorri para Caio, que retribui o gesto.

- Bem, vocês podem ir embora, estão dispensados. Ainda tenho que passar na sala dos professores...

- Tudo bem, a gente já vai... - Carol diz. - Parabéns pelo seu primeiro dia.

- Obrigado. - Caio sorri e abraça a irmã.

- Parabéns Caio... - Eu digo e ele se aproxima de mim, e abraçando forte. - Você pode me parabenizar de outras formas Jonathan. - Ele fala no meu ouvido.

- Caio... - Eu tento desconversar.

- Até a próxima aula... - Ele diz e caminha para fora da quadra, passando pela porta de entrada.

Matheus olha para mim, assim como Carol. Eu coro na hora, mas resolvo desligar as ideias e deixar para lá. Como havia sido a última aula, saímos da escola sem ir para a ducha mesmo. Matheus se despediu de nos e entrou no carro que estava a sua espera. Carol e eu fomos caminhando para casa, já que não morávamos tão longe da escola. No caminho conversamos sobre as aulas, sobre trabalhos e claro, sobre Caio.

- Você não pensa em namorar meu irmão não? - Carol me pergunta.

- Carol, para ser sincero, não...

- Mas por quê? Acha ele feio? Não é seu tipo?

- Não é isso, muito pelo contrário. Seu irmão é o tipo de qualquer um, inclusive o meu. Se a gente não tivesse crescido juntos, eu provavelmente faria de tudo para ficar com ele, mas sei lá, não o vejo como namorado. Não que eu não sinta tesão por ele, porque eu sinto, muito, mas seria estranho ter o Caio como namorado.

- Bem, eu gostaria de ter você como cunhado, mas se não for, espero que seja o Matheus. - Ela começa a rir.

- O Matheus?

- Claro. Acho que os dois combinariam...

- Bem, o Matheus gosta de caras dotados, e seu irmão... Pois é.

- Vamos ver o que a vida nos aguarda.

- Vamos ver...

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Bem, espero que tenham gostado do capítulo de hoje e que o final de semana de vocês seja incrível. Rsrsrsrsrs. Domingo eu volto para postar mais um capítulo para vocês. Tentei postar hoje mais cedo no meu horário de almoço, mas não tive tempo, então me desculpem...

No mais, um abração para vocês, e um beijão.

E-mail para contato: matheusn1992@hotmail.com

Comentários

Há 2 comentários.

Por Niss em 2015-07-11 00:16:55
Noossa Esse Matheus não presta msm kkk. Maravilhoso capítulo.
Por diegocampos em 2015-07-10 23:22:04
Gostei muito da licao do caio no Thallison garoto insurportavel