Comum & Extraordinário - Capítulo 03

Parte da série Comum & Extraordinário

Sinto alguém me chacoalhar, bater em minha cara. Lentamente abro os olhos e vejo a Carol parada em minha frente, com a cara toda acabada e provavelmente com uma ressaca infernal. Eu e ela só percebemos minha nudez quando me dou conta do que fiz. Olho para o lado e lá estava ele, dormindo de bruços. Olho para ela com uma cara provavelmente aterrorizada e imploro por socorro. Ela pega minha roupas no chão e me entrega, com um sorriso no rosto. Visto tudo rapidamente e saio do quarto em silêncio, deixando aquele homem ao meu lado dormindo.

- Puta que pariu! - Ela praticamente grita quando fechamos a porta.

- Meu Deus! O que foi que eu fiz!

- Você deu! - Ela começa a rir.

- Carol! Isso não tem graça!

- Gente... O que deu em você? - Ela não parava de rir.

- Merda! Eu não sei! Deve ser a bebida. Nunca ingeri bebida alcoólica na minha vida...

- Não vem me dizer que você não se lembra de nada, porque eu quero todos os detalhes, principalmente os sórdidos.

- É claro que eu me lembro, mas eu não vou contar isso agora... Que horas são?

- Quatro da manhã... - Ela faz uma pausa, olha para os lados e boceja. - Eu acabei caindo no jardim, desmaiada, e acordei cheia de mato na cara. Que horror... Nem um boy que preste para me socorrer desse estado deplorável. Ainda bem que deixei minha dignidade em casa, você, pelo contrário, deixou a sua naquele quarto. Safado!

- Carol!

- Safado! - Ela grita e novamente cai na gargalhada.

- Que horror! Meu Deus... E agora, o que eu faço?

- Deixa seu cu cicatrizar antes de usar de novo, porque né... Deve ter sido um arrombo, literalmente. - Ela não parava de rir.

- Carol!

- Bicha, para de palhaçada. Você deu para um boy magia e fica ai reclamando. O selo já foi rompido. Não adianta chorar pelo cu estourado. Bunda mole em pica dura, tanto bate até que fura! - Ela ri ainda mais.

- Acabou! - Eu começo a rir também.

- Acabaram-se minhas piadas sujas, agora vamos embora. Daqui a pouco o Caio pega a gente aqui.

- Ele vai buscar a gente?

- Acha que eu vou caminhar uma hora dessas até chegar em casa? Vou acabar sendo estuprada no meio da rua.

- Merda...

- Para de reclamar e me ajuda a descer essas escadas. Meu salto ainda quebrou...

Descemos as escadas de vagar. Algumas pessoas ainda estavam na festa, dançando como se não houvesse amanhã. Passamos pela sala e saímos porta a frente. O jardim parecia enorme para quem fazia a caminhada da vergonha, e apesar de tudo, eu não me sentia arrependido. Tudo o que rolava na minha mente naquele momento eram imagens do acontecido. Eu realmente me lembrava de tudo, cada detalhe, por mínimo que ele seja. Carol e eu nos sentamos no meio fio e esperamos por Caio, o que não demorou muito. Quando ele chegou, entramos no carro e ele deu a partida. Foi só o tempo de a Carol olhar para trás e me encher de perguntas.

- Agora conta. Eu quero saber de tudo, tudo, tudo, tudo. Pode ir abrindo a boca viado, conta. - Ela praticamente fez a menina do exorcista, se contorcendo toda para olhar para mim.

- Carol!

- Relaxa, o Caio é do babado também. Conta, agora, eu quero saber! - Ela estava afoita.

- Você contou para ele? - Caio parecia bravo com a Carol?

- Você é gay, ele é gay, superem isso pelo amor da Santa Efigênia... Mas eu quero saber tudo Jonathan. Desembucha.

- Tudo bem...

Eu me concerto na poltrona do carro e começo desde o começo, desde quando comecei a beber na festa. Não poupo a Carol de detalhe algum. Conto tudo para ela, até mesmo os detalhes sórdidos, até mesmo a parte do preservativo sujo. Quando termino, vejo que o Caio havia parado o carro no meio do caminho e que os dois olhavam para mim com suas bocas abertas.

- Cacete! - Carol diz.

- Nem me fale em cacete numa hora dessas, porque isso me lembra de muitas coisas no momento.

- Gente, que absurdo... - Caio ri do banco da frente. - E eu achando que você era um moço de família...

- Eu também achava que você ia guardar esse cu só para depois do casamento, mas Caio, nos estávamos errados. Temos uma amiga puta. - E os dois novamente caem na gargalhada.

- Ei! Eu estou aqui!

- O que foi amiga puta?

- Parem com isso! - Eu começo a rir também. - Até parece que vocês nunca deram na vida, por favor né.

- Não há virgens nesse carro meu amor.

- Eu sei que não...

- Você está aguentando ficar sentado? - Caio me pergunta e ri

- Está um pouco... - Eu já ia me dar ao trabalho de responder quando percebo a ironia na pergunta. - Seu cu Caio.

- Sei cu Jonathan, eu não dei o meu hoje.

O restante da curta viagem seguiu assim, com os dois rindo da minha cara e eu tentando argumentar, me defender. Como eu disse, não estava arrependido, e eu deixei claro para a Carol que não estava, mas sei lá, saí daquela casa sentindo que deixei alguma coisa para trás. Novamente, pode ser minha dignidade, mas vai saber né.

Caio estaciona o carro na garagem e eu desço, acompanhado pelos dois. Sou o primeiro a passar pela porta, e assim que o faço, escuto os dois falarem alguma coisa.

- O que foi? - Pergunto, me virando para eles.

- Sua calça está um pouco suja de sangue... - Carol diz.

- O que? - Tento olhar, mas não consigo.

- Não se preocupe. A primeira vez é assim mesmo. Provavelmente o sangue já secou. É só você tomar um banho de água quente que resolve. Eu te empresto uma bermuda e uma cueca nova, não se preocupe.

- Tem certeza?

- É claro. Já aconteceu comigo antes, então...

- Tudo bem...

Nos três subimos as escadas em silêncio e fomos para o quarto da Carol. Caio nos deixa lá e vai até seu quarto, me trazendo uma bermuda folgada, uma camiseta branca e uma cueca ainda na embalagem. Pego a toalha que estava em seu ombro e vou para o banheiro do corredor. Tiro minha camisa, meu tênis e por fim tiro minha calça. A sorte é que sujou bem pouco. Molho um pouco o local e esfrego com a bucha. A mancha rapidamente sai. Faço o mesmo com a mancha em minha cueca, que era maior, e essa demora um pouco, mas aos poucos vai saindo. Entro então debaixo do chuveiro e o ligo, deixando a água cair sobre mim. Quando ela chega ao meu cu, o sinto arder pra caramba. A situação é incômoda por cerca de dois minutos, até que me acostumo. Lavo meu rosto, tirando o restante do esperma que ficou grudado. Tiro o suor com bastante sabonete e então lavo meu ânus. Assim que coloco o sabonete lá, sinto arder ainda mais, mas aguento a dor e lavo tudo, mesmo sentindo que minha alma saia do meu corpo. Reclamo um pouco depois, mas acabo meu banho rapidamente. Me seco, visto a roupa que Caio me entregou e finalmente saio do banheiro. Ao chegar no quarto, Carol estava praticamente dormindo em cima da cama. Penduro a toalha atrás da porta e me dirijo ao Caio.

- É... Tem como você ver se ficou algum chupão?

- Claro.

Com cuidado, ele olha meu pescoço, minha nuca e minhas costas atrás de um possível arranhão ou chupão, e quando viu que não tinha nada, me tranquilizou. Me sentei na cama, passei minhas mãos em meu rosto ainda não acreditando no que havia feito.

- Não adianta, o que aconteceu, aconteceu...

- Eu sei. Não estou arrependido ou algo do tipo, muito pelo contrário. Eu gostei muito do que aconteceu, e por isso fiquei preocupado.

- Jonathan, não há nada errado em fazer sexo. Uma trepada de vez em quando é tudo o que a gente precisa, e você estava precisando.

- Oi?

- Sei lá. Você era tão frígido, tão pesado... Agora eu vejo você mais leve...

- Bem, eu me sinto mais leve, um pouco dolorido, mas leve.

- Então, é isso o que importa. Agora eu vou para minha cama. Quando a Carol ligou eu já estava dormindo.

- Tudo bem...

- Foi ótimo rever você. - Ele vem até mim e me dá um forte abraço. Retribuo o gesto na hora.

- Foi ótimo rever você também... - Sorrio para ele.

Vejo Caio saindo pela porta e me abaixo na cama da Carol, puxando colchão de solteiro que ficava debaixo da cama dela. O afasto um pouco, porque ela tinha mania de cair da cama, e o forro com alguns lençóis. Pego um dos travesseiros em cima da cama e me deito, me cobrindo com um edredom. Nem tive tempo para pensar direito, porque assim que me deitei, eu apaguei.

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Boa Tarde...

Então, eu consegui tirar um tempo nessa bagunça que está sendo o meu fim de semana para postar mais um capítulo para vocês, e eu fico muito feliz por isso, por vocês terem me dado a oportunidade de mostrar a vocês minha nova história.

Um dos leitores falou que os capítulo são grandes de mais, mas eu não acho. Na verdade, eu acho até pequeno de mais. Rsrsrsrs. 'Dias Utópicos' tinha de 10 a 15 páginas por capítulo, e esse tem no máximo sete, salvo raras exceções, não tão raras assim, onde passo de dez páginas, mas são alguns capítulos apenas.

Quero agradecer também a todos os leitores que comentaram os dois capítulos que postei. Obrigado a todos vocês pela nova oportunidade, obrigado mesmo.

Agora eu tenho que ir, descansar um pouco, porque estou precisando. Rsrsrsrs.

Que vocês fiquem bem, muito bem. Um beijão e um abração para todos. Terça feira Jonathan e eu voltamos. Até mais...

E-mail para contato: matheusn1992@hotmail.com

Comentários

Há 1 comentários.

Por diegocampos em 2015-06-28 22:11:25
Amei estou esperando muito ansiosamente o proximl capitulo estou gostando muito do jonathan