A Vida & Morte De Renato - Capítulo 17

Parte da série A Vida & Morte De Renato

Boa Tarde...

Bem, estou passando rapidamente apenas para postar o capítulo e para me despedir de vocês.

Como eu comentei ontem, vou viajar na madruga dessa quarta e só volto no sábado a noite, então não terei como postar o terceiro capítulo da semana, e por esse motivo, o postarei no sábado a noite, quando eu chegar. Não vou postar hoje de uma vez para a leitura não ficar carregada, então vou dar um espaço de dias para postar o próximo.

Eu disse ontem que não teria como responder os comentários hoje, mas apareceu um tempinho aqui no serviço e eu respondi todos eles. Rsrsrs.

Uma perguntinha antes de tudo... Vocês acham o meu ‘Rsrs’ irritante? Tem gente que reclama comigo e fala que é pobre, mas eu já acostumei. Reclamam também de eu usar reticências de mais... Hahahaha.

― Nanda martinez: Sou vidente. Hahahahaha. Fênix seria muito feio. Hahahahaha. Talvez imortal poderia ser, mas do meu ponto de vista leigo, imortal é aquele que não morre nunca, mas o Renato morre, então... Incesto de forma horrível. Não sou contra o pai transar com o próprio filho, desde que ambos sejam adultos e queiram a mesma coisa. No mais, um beijão pra você, e obrigado. Rsrsrs.

― diegocampos: Depois do que ele descobriu, qualquer um ficaria doido. Hahahahaha. Pois é, Renato passou por muita coisa, e o fato de ele ter dito que o pai o estuprou não assustou ninguém. Todo mundo já sabia o quão horrível aquele homem é, então... No mais, fique bem ai, e obrigado.

No mais, espero que tenham uma semana maravilhosa. Volto no sábado para postar o capítulo novo... Um beijão para todos vocês, e até lá.

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Quando o relógio na cabeceira de sua cama despertou, as seis horas, Renato abriu os olhos, e aquele tom mel que antes era tão bonito, ficou ainda mais intenso, ainda mais forte. Seu olhar havia mudado, e o motivo era completamente plausível, Renato sabia que sua vida não era mais a mesma, que agora ele não precisava ser aquele mesmo garoto medroso que ele sempre foi. O jovem sabia que nada podia o atingir mais, e ainda estando receoso quanto ao que descobrira, sabia o suficiente para ter ciência de que nunca mais se machucaria, e isso lhe transmitia conforto, segurança. O rapaz agora não tinha mais dúvidas de que seu pai nunca mais poderia o machucar, nunca mais o deixaria mancando, com o rosto inchado e não mais o mandaria para o hospital, como aconteceu há dois anos. Ele agora sabia que era mais forte, e mesmo não tendo uma coragem impar, Renato estava disposto a mudar para melhor, e ele ia fazer isso.

Depois de ter se arrumado e ido para o ponto de ônibus, Renato se senta no banco de madeira e aguarda por sua condução, que demoraria um pouco até chegar.

Com os fones em seus ouvidos, o jovem tentava ignorar os olhares e os cochichos a sua volta. Havia mais três pessoas no ponto com ele, e como sempre, uma delas era a sua vizinha de lado, a testemunha no caso de Leandro, a mulher que denegriu a imagem do policial diante de toda a delegacia. Renato ignorou o tanto que pode, mas depois acabou tirando os fones.

― Oi? ― Ele diz ao se virar para uma delas.

― Nós estávamos tento uma conversa particular, mal educado. ― A mulher o repreende.

― Particular com o meu nome? ― Renato pergunta, olhando dentro dos olhos dela.

― Só estávamos comentando sobre o respeito familiar, coisa que você não faz. ― Ela olha para as outras mulheres, que concordam.

― Porque estão dizendo isso? ― Renato pergunta.

― Escutei você xingando seu pai ontem a noite, o ofendendo. Na Bíblia consta que devemos respeitar pai e mãe acima de todas as coisas.

― Fala? ― No fundo, Renato se sentiu chateado por tudo o que aconteceu em sua vida e não fizeram nada para o ajudar. ― Na sua Bíblia fala sobre omitir a ajuda ao próximo? ― Ele fala, com os olhos marejados.

― Não entendi. ― Ela diz.

― Eu moro nessa mesma casa desde o dia em que eu nasci. Todas vocês sabem o que aconteceu com minha mãe, todas, assim como todas sabem o que meu pai faz comigo, o que meu pai fez comigo, e nenhuma de vocês fez nada para me ajudar, nenhuma de vocês o denunciou para a policia.

― Isso é assunto de família. ― Outra mulher diz. ― Não nos metemos nisso.

― Não se mete? E o que estão fazendo agora? Querem corrigir a forma como trato ou deixo de tratar meu pai, e isso é assunto de família.

― Só estou comentando o que eu sei que é errado, o desrespeito. Não importa o que seus pais fazem, você sempre deverá respeitá-los.

― Mesmo quando eles te xingam, te espancam, te mandam para o hospital com hemorragia interna e lhe deixam inchado de tanto apanhar? Temos que respeitar mesmo assim?

― Sempre devemos respeitar. ― A outra mulher comenta. ― Nunca levantei a voz para meus pais.

― Olha como são as coisas não é... ― Renato fala.

― Se você frequentasse a igreja isso não teria te acontecido, pois Deus iria te proteger.

― Se eu tivesse frequentado a igreja? ― Por mais forte e blindado que Renato esteja diante de seu pai, frente a outras pessoas ele ainda não havia adquirido resistência.

― Sim, se frequentasse os nossos cultos evangélicos desde cedo, você não teria passado por tudo isso.

― Me diz uma coisa. Como uma criança de quatro anos de idade procura, sozinho, uma igreja? Como uma criança de quatro anos de idade que apanha do pai sem motivo sai de casa, sem nem saber ler, e vai para numa igreja?

― Pedisse ajuda a alguém. ― A mulher fala.

― A sua ajuda? ― Renato é irônico. ― Você ouviu todas as surras que meu pai me deu, todos os meus gritos por socorro, como eu iria pedir ajuda a alguém que não fez nada para me ajudar?

― Olha garoto, eu só estou falando que deveria ir a igreja, pois sua vida melhoraria. ― Ela diz, travando as palavras.

― Sinto muito, mas igreja não salva a vida de ninguém. Igreja nunca ajudou e nunca ajudará ninguém. Para mim, tudo isso não passa de uma seita, de um culto ao desconhecido.

― Como ousa blasfemar? ― Ela grita.

― Estou mentindo? ― Renato se mantinha calmo, mas com os olhos ainda marejados. ― Você chega aqui nesse ponto de ônibus todos os dias, me julga com o olhar todos os dias e se diz uma boa pessoa. Você se senta nesse banco todos os dias sabendo o que eu sofro nas mãos do meu pai e se diz uma boa pessoa.

― Eu não tenho que cuidar de sua vida, você que deve ir a igreja e pedir perdão a Deus, pedir ajuda.

― Pedir perdão? Porque eu pediria perdão?

― Por ser quem você é, por ter feito o que fez.

― Está falando do meu relacionamento com o Leandro, com o policial?

― Relacionamento? Você se deitou com um homem casado, você foi a outra, foi a Jezebel.

― O meu relacionamento com o Leandro, apesar de curto, foi mais real do que seu casamento é.

― Você não pode me ofender assim! ― Ela levanta a voz.

― Apesar de eu sempre ficar dentro de casa, as vezes, quando eu caminho pelo bairro eu escuto os boatos de que seu marido te traiu várias vezes e você o aceitou de volta.

― Eu aceitei porque o mal tomou conta dele, e ele pediu perdão.

― O mal?

― O coisa ruim! Ele foi o culpado.

― Não culpe o Capeta pela safadeza do seu marido. Você vai me desculpar, mas está se prestando a um papel ridículo. É isso que ensinam na sua igreja também, que devem perdoar todas as traições do marido?

― Isso não é da sua conta!

― Ensinam na sua igreja que você só deve dar ouvidos ao pastor e em mais ninguém? Porque pelo que eu conheço, pelo que eu vejo, a maioria de vocês não passam de pessoas cegas pela religião, que vão a igreja pedir perdão por medo do inferno. Vocês traem, abusam, fazem coisas erradas e acham que no momento em que entram na igreja tudo é perdoado. Se Deus realmente os aceita mesmo sabendo de tudo o que fazem e não aceita aquelas pessoas que só amam diferente das outras, sinto muito, mas seu Deus é um palhaço. Se ele realmente aceita você que julga os outros, seu marido que te trai com todas e não me aceita por amar diferente, se Deus é um filho da puta.

― Você não pode falar isso de Deus! ― Uma outra mulher fala.

― Se ele realmente existir, tenho certeza absoluta que ele estará olhando para mim, e não para vocês, porque eu sou verdadeiro, porque ele sabe tudo o que passei e se importa comigo. Mas se ele for realmente como a igreja prega, eu quero distância, porque tudo o que pregam é o ódio e a desunião. Dizem que aceitam as pessoas, mas não suas ações, e isso pra mim não é aceitar, é condenar. Então espero que seja feliz na sua igreja, porque eu serei feliz fora dela, bem longe de você e de todos os outros.

― Você vai para o inferno, saiba disso. ― Ela fala, com ódio nos olhos.

― Eu vou agradecer se isso realmente for verdade, porque se no céu haver pessoas como você, eu quero distância daquele lugar.

Renato então se levanta, impactado com tudo o que acabou de ouvir, e com um passo, sobe o primeiro degrau do ônibus que havia parado em sua frente, deixando as três mulheres possessas.

Caminhando até o fundo do veículo, ele se senta outra vez, colocando seus fones e escutando ‘Two Weeks’ de uma cantora de nome FKA twigs.

Quando chega frente ao restaurante, o jovem respira fundo, aliviado por essa ser a última vez que pisaria ali.

Com a chaves que tinha em mãos, ele abre a porta e entra, a fechando logo em seguida, e em passos lentos, começa a entrar no local, e a primeira pessoa que vê no recinto é Rafael, um dos garçons, que se assusta com a presença de Renato ali.

― O que está fazendo aqui? ― Rafael pergunta, atônito e completamente assustado.

― Pedro quer conversar comigo.

― Mas como... ― Ele parecia confuso, pois sabia o que havia feito.

― Está todo bem? ― Renato pergunta, mal sabendo que durante o último contato que teve com Rafael ele fora envenenado, o que causou as fincadas em seu coração e em seu súbito “desmaio” na praça.

― Está, eu... ― Ele mal sabia para onde olhar naquele momento. ― Como... ― Ele parecia não conseguir acreditar, e infelizmente Renato havia se esquecido do fato, que era de extrema importância.

― Tudo bem...

Renato sai, o deixando falando sozinho e atordoado. O jovem então começa a andar até a sala de Pedro, que parecia já ter chegado. Quando Renato bate na porta, o homem o manda entrar.

― Pode se sentar Renato.

― Obrigado. ― Renato diz ao se sentar.

―Trouxe a sua carteira de trabalho? ― Pedro pergunta.

― Sim. ― Renato sorri e tira sua carteira do bolso, entregando a Pedro.

― Ótimo, vou lhe entregar na semana que vem... ― Ele a guarda dentro da gaveta. ― Então, eu fiz os cálculos e redigi os papeis de sua demissão, assim como os de seu acerto. Quer que eu lhe explique?

― Sim, por favor.

Depois que Pedro se senta ao lado de Renato, passa a explicar tudo para ele. Pedro fala sobre o tempo que o jovem trabalhou ali, sobre o salario que ele recebia, sobre a assinatura em sua carteira, e então refaz todos os cálculos na frente de Renato, que se vê absorto com o tanto que receberia naquele dia.

― Como eu já vou assinar a sua carteira no outro restaurante, você não receberá o seguro desemprego, mas caso queira trabalhar sem carteira assinada, posso ver o que fazer.

― Não, pode assinar.

― Tudo bem. ― Pedro vai até o cofre e retira um envelope amarelo de dentro e o entrega a Renato. ― Seu acerto. ― Pedro sorri. ― Eu tomei a liberdade de fazer uma conta salario para você. Sei que sempre recebeu no restaurante mesmo, mas agora todos os meus funcionários irão receber no banco, então fiz um cartão para você. Ele está dentro do envelope, junto ao dinheiro.

― Muito obrigado... ― Renato não sabia o que dizer.

― Você pode depositar o dinheiro nessa conta caso queira, é só entregar a quantia ao atendente que ele faz o deposito, e você pode tirar quando quiser.

― Sério?

― Sim. ― Pedro sorri outra vez.

― Nem sei como te agradecer... ― Seus olhos brilhavam.

― Apenas continue sendo essa pessoa incrível que é, e claro, um ótimo funcionário.

― Pode deixar, eu vou.

― Agora saia da minha sala, tenho mais o que fazer. ― Pedro sorri.

― Tudo bem... ― Renato se levanta.

― E até a inauguração.

― Até.

Quando Renato saiu da sala de Pedro, ele caminhou até fora do restaurante, sem olhar para trás e sem ao menos se despedir das pessoas que estavam ali dentro.

Renato fechou uma etapa horrível de sua vida ao não olhar para trás e ver aquelas pessoas que tanto o fizeram mal nesse tempo em que esteve ali, e ele saiu sorrindo, mesmo tendo certeza de que muitos estavam lhe olhando com cara feia, mas aquilo não importava mais, pois tudo agora estava indo para o caminho da conquista absoluta, caminho que ele não pretendia se desviar dele.

Comentários

Há 2 comentários.

Por diegocampos em 2016-03-22 22:53:18
Muito bom ver a mudança só Renato essas mulheres são issuportaveis muiti bom ansioso para o próximo.
Por Nando martinez em 2016-03-22 22:04:17
Gentee pelo menos calou aquelas velhas urubus de caras encapetadas! Ah quantos anos vc tem? Vidente é ? Consegue prever o final da historia e me contar? Kkkk e alem de reticências vc utiliza muito o "hahaha" e "rsrsrs" e algumas vezes e irritante mas perdoável ^^ eu acho que descobri toda a história (blefando) kkkkk bejus e se quiser mandar um oi aqui "fernando.amor90@gmail.com"