A Vida & Morte De Renato - Capítulo 03

Parte da série A Vida & Morte De Renato

Good Afternoon.... Hoje estou bilíngue. Rsrsrsrs.

Bem, estou passando mais uma vez para agradecer a todos vocês por estarem acompanhando minha nova história. Sei que muitos ainda preferem ‘Comum & Extraordinário’, mas eu peço que acompanhem até o final, porque tenho muita coisa para mostrar no conto ainda.

Como eu falei no capítulo passado, criei uma conta no Wattpad, onde um tempo atrás comecei a postar ‘Dias Utópicos’, e nessa semana, comecei a postar também ‘A Vida & Morte De Renato’, com um capítulo de atraso, então se puderem entrar lá, deem uma lida e deixem um voto, e me desculpem caso haja algum erro, ainda não sei mexer no site direito. Rsrsrs.

Vamos aos agradecimentos agora...

― diegocampos: Sim, Rodolfo é um ser desprezível e eu também tenho pena do Renato por tudo o que ele passou na vida... A cena do restaurante não ia ser escrita dessa forma, mas acabei alterando para agradar você e os outros leitores. Rsrsrs. No mais, espero que continue acompanhando. Rsrsrs. Um abraço.

― LuhXii: Fico feliz que esteja gostando. Rsrsrs. E quanto a sentir pena de Renato, espere mais alguns capítulos... Ai, se eu responder isso eu entrego a história, mas vamos lá. Rsrsrs. Antes de nomear o personagem, eu procuro o significado. Penso nas características desses personagens e o que eles são e daí eu tiro o nome, e por isso Renato acabou sendo Renato. Se procurar o significado do nome vai ter uma ideia de algumas coisas... No mais, um abraço.

― bielpassi: Eu confesso que não sou muito romântico ou muito afetivo, mas eu acho essas demonstrações de amor incríveis. Eu tenho um certo bloqueio emocional e as vezes me acho frio de mais, mas como eu sei o motivo, eu me entendo... Rsrsrs. Espero que esteja tudo bem na faculdade e que ame reproduzir a cena do gelo, porque eu amei quando fiz. Hahahahahaha. Um beijão.

E para quem quiser saber uma coisinha a mais sobre a história, leia a sinopse no Wattpad, que é diferente da que postei aqui. E por favor, não me matem. O Jonathan já está puto comigo... Sim, ele sabe dos detalhes da história. Hahahahaha.

Fiquem agora com o capítulo de número três, e mais uma vez, obrigado por tudo.

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Cerca de vinte minutos depois de Renato ter se sentado naquele banco desconfortável de madeira, ele percebe um homem se sentar ao seu lado, na outra extremidade do banco. Ele escuta o barulho de um isqueiro sendo acesso e logo depois o cheiro de cigarro invade seu sistema respiratório. Ele não havia se incomodado com o cheiro devido ao vício em nicotina de seu pai, que existia desde o seu nascimento, e por esse motivo, ele não se incomodava com a fumaça rodando por ali.

― A noite está tão calma... ― O homem se pronuncia lentamente, como se tivesse todo o tempo do mundo a sua frente. ― Achei que a cidade era mais movimentada na parte da noite. ― Ele olha para as estrelas.

― Esse horário, principalmente nesse bairro, é bem tranquilo. ― Renato, apesar de não confiar no estranho ao seu lado, resolveu se envolver na conversa que ele propôs. Para ele, era melhor se comunicar com o homem a que se fazer de mal educado e ele acabar não gostando.

― Sim, eu percebi. ― Ele solta fumaças pela boca a medida que leva o cigarro até ela lentamente. ― Posso saber o que um rapaz magrinho como você está fazendo na rua uma hora dessas? ― Ele pergunta, e por um instante, o coração de Renato gela, e com motivos o suficiente para isso.

Há cerca de quase três anos, a policia local se envolveu em uma investigação que consistia em descobri o autor de uma serie de assassinatos na cidade. Todos os policiais se mobilizaram para descobrir quem estava por trás de tamanha monstruosidade na época, mas não conseguiram o encontrar, não no começo. Diziam que ele esquartejava suas vítimas e depois as colocava na floresta, por puro e simples prazer em fazê-lo. A cidade parou. Foi necessário ser criado um toque de recolher, e isso acabou abalando todos os moradores na época. O medo era evidente e estampado no rosto de todos, a não ser naqueles que insistiam em dizer que tudo não passava de uma mentira para assustar a população.

Rodolfo, pai de Renato, foi um dos responsáveis pelo caso. Ele se empenhou bastante para colocar o assassino atrás das grades porque isso lhe geraria fama, mas o desconhecido parecia invisível. Suas vítimas eram aleatórias; homens, mulheres, idosos, e todos eles de várias idades e raças diferentes. O autor dos crimes não escolhia suas vítimas a dedo, ele apenas aproveitava a oportunidade que tinha, seja ao encontrar uma mulher no escuro ou até mesmo um garoto sozinho na praça da cidade.

Um ano depois, quando os assassinatos pararam momentaneamente e as investigações atingiram um novo patamar, conseguiram encontrar o homem responsável escondido em uma casa nos arredores da cidade. Ele foi julgado, condenado a prisão perpétua e morto dentro da cadeia pelos seus companheiros de cela, e apesar de a população ter voltado a sua normal convivência logo após isso, algumas pessoas ainda achavam que outro poderia aparecer na cidade e fazer o mesmo, e Renato era uma dessas pessoas, e por esse motivo seu coração gelou.

― Eu posso ver seu nervosismo... ― Ele olha para Renato, que não se movia. ― Não vou te machucar, só estou puxando conversa com um estranho na praça. Você também pode ser perigoso... ― Ele traga seu cigarro mais uma vez.

― Primeiro... Isso é o que uma pessoa que quer me machucar diria, e em segundo, eu? Olha pra mim. Eu nunca poderia ser perigoso...

― Você está enganado. ― O homem se vira para frente, ainda fumando seu cigarro.

― Não, eu não estou enganado.

― O mal não tem aparência meu jovem. Sim, geralmente ele se esconde dentro daquele mais provável, mas há ocasiões em que ele habita quem você menos espera.

― E quem é você para afirmar isso? ― Renato finalmente se vira para o homem, e em segundos, percebe que era o mesmo homem pálido que entrou no restaurante mais cedo e trombou nele, quase o derrubando.

― Eu já viajei pelo mundo, conheci milhares de pessoas, eu sei do que estou falando.

― Tudo bem... ― Renato se cala e olha para frente.

― Eu vi a forma como seu pai te tratou no restaurante. ― Ele traga seu cigarro e diz como se conhecesse o jovem Renato há centenas de anos.

― Você... ― Renato olha para ele. ― Como sabe que ele é meu pai? ― Ele pergunta, assustado.

― A semelhança facial. Os olhos cor de mel. Os cabelos negros... ― Ele dá outra tragada em seu cigarro, como se aquele vício não pudesse acabar com sua própria vida. ―Ele não deveria te tratar daquela forma. Você não merece... ― Ele volta a olhar para cima, encarando as estrelas, como se elas fossem a coisa mais bela do mundo para ele.

― Me desculpe pela grosseria, mas você não me conhece, não sabe nada sobre a minha vida... ― Renato perde os olhos do homem de vista.

― Eu vivi o bastante para reconhecer o sofrimento humano, seja ele físico ou emocional. Você não precisa me contar sua vida para eu saber que ela não foi comum como a dos outros.

― Viveu o bastante? Me desculpe pela pergunta, mas você tem o que, quarenta anos? ― Renato pergunta, sendo sarcástico.

― É o que me dizem... ― Ele sorri e joga o cigarro no chão, acendendo outro logo em seguida. ― Espero que não esteja te incomodando.

― Está falando do cigarro ou da sua presença? ― Renato se sentiu abalado pelo fato de um simples estranho saber sobre sua vida apenas de olhar para ele, e isso o deixou em estado de defesa. ― Porque a resposta é sim para um e não para outro.

― Tudo bem... ― O homem joga seu cigarro no chão e o pisa com seus sapatos brilhantes de couro italiano. Ele olha para Renato e simplesmente sorri. ― Já apaguei o cigarro, satisfeito?

― Nem sei o que dizer. ― Foi impossível não rir.

― Pelo menos consegui arrancar um sorriso de seu rosto hoje, coisa que não consegui ver mais cedo.

― Eu não preciso que você tente me fazer sorrir, ou de sua compaixão e da sua pena.

― Quem disse que estou te dando essas duas coisas? Fiz apenas um comentário me baseando no que presenciei hoje com seu pai e seu namorado. ― Ele sorri outra vez.

― Meu o que? ― Renato se assusta, chegando a arregalar os olhos.

― Seu namorado. ― Ele diz com calma.

― Quem? Que namorado? Eu não tenho namorado... ― Renato desconversa, se sentindo nervoso. Nunca se sabe o que esperar de um homem estranho.

― Aquele homem na companhia de seu pai, o negro, alto, de sorriso branco... Se lembrou?

― Ele não é meu namorado, não temos... ― Renato é interrompido.

― Não precisa mentir ou confirmar nada para mim, o que eu sei é o suficiente.

― O suficiente para que? ― Renato pergunta.

― Não seja intrometido garoto. ― Ele abre um sorriso ainda maior. ― Quer que eu lhe dê uma carona até em casa? ― Ele muda de assunto radicalmente.

― Lógico que não. ― Renato olha para os olhos azuis daquele belo homem de cabelos ruivos a sua frente, e se ele não pensasse duas vezes, faria tudo o que aquele desconhecido mandasse. Ele era hipnotizante.

― O que foi? ― O homem estranho pergunta. ― Há algo em meu rosto?

― Não... Nada...

― Fico aliviado... ― Ele para por um momento. ― Já que não quer minha carona, vou lhe agraciar com minha companhia enquanto seu ônibus não chega, assim posso te proteger.

― Eu não preciso de sua proteção, nunca precisei da proteção de ninguém. ― Renato é ríspido outra vez.

― Eu vou ficar de qualquer forma, não tenho mais o que fazer essa noite.

― Não vai dormir não?

― Não estou cansado. ― Ele sorri outra vez, mostrando seus dentes brancos e perfeitos.

― Quem é você? ― Pergunta Renato depois de se perder nos olhos do homem por longos minutos.

― Não sou ninguém de importância nesse mundo garoto. Sou apenas um homem qualquer no meio de muitos outros seres patéticos e desumanos. ― Ele olha para frente.

― Você fala isso com tanto rancor... ― Renato continua o encarando.

― Garoto, se tivesse vivido o que vivi, visto o que tive o desprazer de ver e fazer o que tinha de ser feito, você compartilharia dessa mesma visão de mundo que eu tenho, e o passar dos anos só piora as coisas.

― Você não sonha com um mundo melhor?

― Não, porque eu criaria asas e levantaria voo antes de esse sonho se concretizar. O mundo não vai melhorar garoto, nunca. ― Ele diz com propriedade, como se soubesse.

― Porque diz isso? Ainda acho que há esperança... ― Renato também olha para frente.

― Veja como as coisas estão... As pessoas estão se tornando cada vezes mais rancorosas, pessimistas, mesquinhas, egoístas e más. Vivemos em um mundo onde o pai pode agredir fisicamente e verbalmente o filho. ― Ele olha para Renato, que engole seco e deixa seus olhos lacrimejarem sem perceber. ― Vivemos em um lugar onde esses mesmos pais podem matar, violentar e/ou estuprar os mesmos filhos. Habitamos um mundo de negligencia, onde o pobre e o negro não tem vez. Convivemos em um mundo onde é normal você sair impune de seus crimes se tiver dinheiro. Estamos aqui participando de um espetáculo tenebroso que só tende a piorar. Eu sei do que estou falando. ― Ele parecia realmente saber.

― Nossa... ― Renato fica sem ter o que dizer.

― É a triste realidade, infelizmente. Algumas pessoas ainda tentam buscar socorro nas igrejas, pedindo a um homem comum por coisas, por milagres, mas eles não sabem de uma coisa... ― Ele faz uma breve parada. ― eles nunca serão ouvidos, porque não há ninguém lá em cima para respondê-los. Me desculpe se estou ofendendo ou algo do tipo, mas se Deus existiu um dia, ele nos abandonou depois de ver a merda que a sua criação se tornou, e no meio de tantos casos de abandono, isso não seria impossível de acontecer.

― Você tem uma visão pessimista do mundo... ― Renato comenta. ― E eu não fiquei ofendido...

― Sim, porque essa é a realidade do mundo em que vivemos... Eu já fiz muito a minha parte para ajudar, para tentar para a desgraça de se aproximar de todos, mas de nada adiantou. Sim, eu consegui ajudar muita gente ao longo dos anos, mas eu sou apenas um, e por isso continuamos vivendo na merda.

― Eu sei...

― Deixa eu te fazer uma pergunta garoto... ― Ele se vira para Renato. ― Você acredita em Deus?

― Não... ― Renato se sente desconfortável. Essa era a primeira vez que ele falava a verdade para alguém.

― Eu posso saber o motivo? Quer dizer, o seu motivo especial?

― Ele nunca fez nada por mim... ― Renato começou a falar, sem saber onde tudo isso iria o levar. ― Deus não salvou minha mãe. Deus não ouviu minhas orações e Deus não impede meu pai de bater em mim pelo menos três vezes por semana sem motivo algum aparente. Deus não é um ser onipresente, onisciente e onipotente. Eu não o vejo nas milhares de crianças com câncer e nas milhares de crianças que sofreram abuso sexual. Eu não o sinto quando caminho por uma cidade que já vivenciou uma serie de assassinatos cometidos por um homem que só fazia o que fazia por pura diversão. Ele não está agindo quando deveria intervir, ele não está agindo em lugar algum.

― Partilhamos do mesmo ponto de vista... Fico feliz em conhecer alguém que não tem medo de dizer o que pensa a respeito de algo que por pressão devemos acreditar e aceitar como parte de nossas vidas.

― Nessa cidade sempre se deve ter medo de dizer o que pensa ou dizer o que realmente é. Eu tenho medo...

― O que você mais teme nesse mundo?

― Sendo sincero? O único medo que tenho no momento é de perdê-lo para sempre.

― Você está falando do amigo do seu pai... ― Ele afirma.

― Sim... ― Renato se lembra do sorriso de Leandro.

― E porque esse medo?

― Porque eu o amo. ― Ele finalmente diz em voz alta, pela primeira vez, e se sentiu mal pelo primeiro a ouvir não ter sido Leandro.

― Você nunca disse isso a ele não é... ― O homem parecia conhecer muito a vida de Renato apenas por prestar atenção em tudo o que ele dizia.

― Nunca... Talvez seja por medo de saber que ele pode preferir ficar com a esposa e o filho no final de tudo, ou talvez por medo de eu me magoar, ou de o magoar. Eu não posso nem me assumir nessa cidade. Só tem gente preconceituosa aqui, então como vou ser completamente feliz?

― Você já pensou em se mudar? ― O homem parecia extremamente interessado em Renato.

― Claro, várias vezes, mas eu não tenho nada. Recebo um salário mínimo trabalhando no restaurante, e mesmo economizando, ainda não juntei o suficiente para poder me manter sozinho.

― Seu pai não te ajuda?

― Se meu pai me ajuda? ― Renato dá um sorriso falso. ― Nunca me ajudou. Sou apenas o esperma dele, nada mais que isso. Não passo de um encosto na vida daquele homem, na vida de todo mundo... Sou um merda, ele tem razão.

― Porque você se diminui tanto? ― Ele olhava fixamente para cada movimento que Renato fazia, seja um inspirar e expirar e até mesmo um piscar de olhos.

― Eu não estou me diminuindo, eu só estou sendo fiel a mim mesmo, ao que me ronda. Eu não sou nada, não sou ninguém. As vezes acho que o Leandro nem ao menos se importa tanto assim comigo. Penso que sou para ele apenas uma forma de aliviar o estresse do trabalho e os problemas com a esposa... ― Renato tinha lágrimas nos olhos.

― Garoto... ― Renato o interrompe.

― Eu sou um merda mesmo, mereço os tapas semanais que meu pai me dá, mereço as marcas em meus braços e os socos ocasionais que recebo pelo menos duas vezes no mês. ― Renato já chorava, e a sensação que ele tinha naquele momento era a de puro desprezo por si mesmo, desprezo que assolava seu coração.

― Mas você deve ter amigos a quem recorrer... A sua mãe... ― Ele é interrompido outra vez.

― Amigos? Mãe? Eu não tenho nada disso. Minha mãe se matou quando eu tinha três anos de idade, e talvez eu seja o motivo, assim como meu pai insiste em afirmar. E amigos? Olha pra mim, quem iria querer se relacionar comigo! Sou um estranho, não me encaixo em lugar nenhum, não me identifico com nada... As pessoas sempre se afastam de mim, sempre. Nunca mantive contato com a mesma pessoa por mais de duas semanas, isso nunca dura...

― Um conselho que te dou, procure ajuda. O que você está sentindo no momento vai passar, eu te garanto. Apenas espere...

― Se eu me importasse comigo mesmo talvez eu procurasse, mas mais uma vez, eu não me importo. ― Ele seca suas lágrimas, mas outras insistem em sair.

Em um simples e singelo movimento, o homem de cabelos ruivos se aproxima de Renato, até estar bem próximo a ele. O estranho coloca sua mão esquerda dentro de seu paletó e trás consigo um lenço negro em suas mãos. Ele entrega o pequeno e bem cuidado pedaço de pano para o rapaz mais jovem, que aceita a oferta e seca suas lágrimas.

― Obrigado... ― Renato estende sua mão direita com o pequeno lenço ao homem, que apenas sorri em simpatia.

― É um presente. ― Ele diz ao acender outro cigarro.

― Obrigado. ― Renato olha atentamente para o pelo pedaço de seda e nota duas iniciais na ponta do lenço. A primeira era a letra ‘C’, e a segunda inicial a letra ‘E’. ― São as iniciais do seu nome?

― Sim. ― O homem solta pequenas bolinhas de fumaça no ar.

― E qual é o seu nome? ― Ele ainda observava a fonte das duas letras vermelhas.

― Caled Erico. ― Ele olha para o Renato, que parecia ter se encantado com o nome. ― Venho de uma família um pouco excêntrica... ― Ele sorri outra vez.

― É um prazer te conhecer Caled Erico... ― Renato sorri. ― Meu nome... ― Ele é interrompido.

― Eu sei o seu nome... Eu não me sentaria aqui se não conhecesse pelo menos um pouco a seu respeito. ― Ele era extremamente calmo.

― Tudo bem... ― Renato estranha tais palavras e se indaga sobre como o homem conhecia tanto sobre a sua vida.

― Renato... ― O estranho diz o nome para si mesmo. ― Seu nome tem um significado peculiar, sabia?

― Não. ― Renato não estava interessado em aprender sobre a origem do seu nome naquele momento.

― Renato... ― Ele toma um tempo e parece se lembrar de algo. ―No Latim, seu nome significa aquele que renasce, aquele que é ressuscitado. Reflete a capacidade de um homem não se deixar vencer, de um homem que tem força de vontade e que é capaz de superar todas as experiências más em sua vida. ― Ele olha fixamente para os lindos olhos de Renato e por um momento, se perde neles. ― Há muito tempo seu nome foi considerado místico. Era utilizado pela sociedade cristã para refletir a dupla vida dos seres humanos, a ressurreição após a morte.

― Talvez eu devesse ter outro nome, já que esse não diz nada a meu respeito. ― Ele encara o estranho ruivo outra vez, com os olhos marejados. ― Há algum nome que remata a um ser patético, covarde e sem valor no mundo?

― Olha... ― O homem parece suplicar por algo.

― Me dá licença, meu ônibus está chegando. ― Renato se levanta ao perceber que o ônibus se aproximava. ― Foi um prazer te conhecer, mas agora tenho que voltar para a minha vidinha miserável, onde irei apanhar do meu próprio pai e sofrer as consequências, sozinho.

― Renato... ― O homem finalmente o chama pelo nome, e parecia querer lhe dizer algo.

― A gente se encontra por ai, ou não, e obrigado pelo lenço, vou guardar como lembrança... ― Ele tenta sorrir, mas a tristeza o impede.

O jovem sobe os degraus do ônibus e começa a contar as moedas, e assim que passa a roleta e se segura, ele olha para fora, para encarar o homem ruivo pela última vez, mas o estranho havia desaparecido por completo. O jovem Renato estranha a situação, mas não se deixa perturbar por isso, porque naquele momento, era o que ele menos precisava.

Ele então se senta ao fundo do ônibus, colocando seus fones de ouvido e apenas aguardando a hora inteira passar, o tempo necessário para o ônibus percorrer todo o caminho e finalmente chegar a seu bairro.

Era um longo percurso, mas para quem não tinha nada na vida, era apenas mais um momento de existência.

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Wattpad: A Vida & Morte De Renato

Obs: Não consegui postar o link.

Comentários

Há 2 comentários.

Por bielpassi em 2016-02-20 15:38:17
Nossa, que capitulo espetacular em.... Mas do jeito que me encontro aqui com saudade do meu ''Prazer Sexual-Carlos" eu sei lá, essas coisas nao é bom nem comentar... rsrsrs. Buen fin de semana!
Por diegocampos em 2016-02-19 22:21:00
Muito interessante esse capítulo espero que esse Caled Erico apareça ainda na série gostaria de saber o que ele queria dizer para o Renato, ansioso para o próximo.