A Vida & Morte De Renato - Capítulo 02

Parte da série A Vida & Morte De Renato

Boa Tarde...

Eu queria começar agradecendo a todos vocês pelo apoio e pelos comentários que deixaram no primeiro capítulo. Estou muito feliz por terem gostado da nova história, e eu prometo que não pretendo desapontar vocês com o conto, a não ser em uma parte aí, mas não vou falar qual é. Rsrsrs.

Como prometido, vou finalmente responder os comentários, mas infelizmente os das prévias se perderam, já que eu tive que as excluir, então vou responder apenas os comentários do capítulo anterior.

― edward: Obrigado por ter me respondido, e infelizmente não há nada o que ser feito... E quanto a sua história, eu já salvei nos favoritos, só me falta um tempinho para começar a ler. Rsrsrs.

― diego campos: Olha você aqui também... Rsrsrs. Bem você já leu o primeiro capítulo e está prestes a ler o segundo, e espero que goste. Quanto a ‘Comum & Extraordinário’, fico feliz em saber que gostou. Quando começa a escrever fico na dúvida se vou agradar ou não, e quando vejo que os leitores gostam, fico muito feliz. E quanto a Leandro e Renato juntos, não tenho o que dizer, não vou te contar nada, mas se prepare. Rsrsrsrs.

― bielpassi: E eu estava com saudade de você e de todos os leitores. Me sinto bem quando estou por aqui, postando meus devaneios para você. Rsrsrs... Fico feliz pelo seu relacionamento estar indo bem, feliz mesmo. Hahahahaha. Tentaram reproduzir? Nem eu cheguei a fazer tudo aquilo, e vontade não me falta. Eu espero que mostre a ele essa história também. Rsrsrs... A, e eu espero que você goste dessa história o quanto gostou de ‘Comum & Extraordinário’... Não sei se você sabe, mas o Jonathan não me ajudou a escrever essa história, mas vou passar esse recado para ele, e tenho certeza que ele vai ficar feliz, assim como eu. Rsrsrs. E quanto a foto, estou tentando recuperar a senha do meu e-mail, e assim que eu conseguir, eu te aviso e você me manda... No mais, um abração.

No mais é isso mesmo. Espero que gostem do segundo capítulo e que possam me acompanhar até o final dessa história, que reserva muitas surpresas. Rsrsrs.

Só um recado... Eu criei uma capa para o conto e uma conta no Wattpad, assim vou poder postar a história lá também, e assim que eu colocar o primeiro capítulo eu aviso a vocês, assim podem entrar e conferir o que fiz, e já aviso, não passou de um pequeno trabalho no photoshop, nada elaborado de mais, até porque, eu não domino muito bem o programa, apenas trabalhei com os filtros e fontes, então, assim que tudo estiver pronto para ser postado lá, eu aviso a vocês.

Fiquem bem e descansem bastante. Um beijão e um abração.

____________________________________________________________________________________________________________________

A Vida & Morte De Renato - Capítulo 02

O dia havia amanhecido, assim como todos os outros anteriores.

Por ser uma das cidades mais frias do estado, o sol quase nunca aparecia por ali, e hoje não foi diferente. O tempo não chegava a ser nublado ou carregado, mas ele nunca fora ensolarado de mais, e é em meio aquele clima ameno que Renato se arrasta de suas cobertas e se coloca sentado, encarando o piso de taco envernizado em seu quarto. O jovem então esfrega seus pés com ambas as mãos para que eles esquentem, e então se levanta, como se tivesse todo o tempo do mundo a sua frente.

Seu corpo segue com lentidão até a cozinha, e seu bocejo não o impede de começar a preparar a refeição da manhã, coisa que ele fazia todos os dias, desde muito novo.

Renato passa o café, bem forte, do jeito que Rodolfo gosta, e depois prepara três sanduíches de presunto com mussarela, um para ele e os outros dois para o pai. O rapaz então se alimenta e depois sobe para o quarto, dando de cara com o homem no corredor.

― Já fez o meu café? ― Ele sempre o tratava como a empregada da casa, como se Renato fosse o responsável por tudo.

― Sim. ― Renato parecia extremamente cansado. ― Como sempre faço... ― Sua frase aparenta rispidez, e Rodolfo nota o tom.

― Olha aqui seu moleque, eu já te falei... ― Ele aponta o dedo na cara de Renato, e antes que o sermão comece, o rapaz se desculpa.

― Desculpa, não vai acontecer outra vez, eu prometo... ― Ele praticamente suplica.

― Assim espero. Seu cinto de couro está guardado no mesmo lugar. ― Renato gela ao se lembrar da surra que levou mês passado por ter manchado uma das camisas de uniforme de seu pai. ― E antes que eu me esqueça, eu vou trazer uma vagabunda pra casa hoje a noite, então te dou duas opções: Você pode ficar trancado no seu quarto a noite toda, sem sair de lá ou respirar, ou dormir fora, porque se eu ouvir um pio seu, já era.

― E onde eu vou dormir? ― Renato pergunta mais a si mesmo.

― Não me interessa. Que seja na calçada ou no canil do vizinho, eu não me importo, só não quero ser incomodado. Fui claro?

― Sim senhor.

― Ótimo. Agora vai passar meu uniforme. Já estou atrasado.

― Tudo bem.

Renato sobe as escadas com seu corpo levemente tombado para frente, como se estivesse carregando o peso do mundo nas costas, e era assim a forma como ele se sentia. Era como se o jovem tivesse que arcar com tudo sozinho, com todos os problemas, e ainda ter de cuidar de si mesmo.

Depois de passar o uniforme com extremo cuidado e polir as botas, Renato vai até seu quarto e pega sua toalha branca de banho, se encaminhando para o banheiro após isso.

Assim que ele entra a porta é trancada a chave. Esse era o único momento que ele tinha para relaxar, e como sempre, ele não sabia se poderia aproveitar ao máximo aqueles poucos minutos, e por esse motivo, fazia de tudo para ter pelo menos alguns minutos de conforto sob a água morna.

O jovem começa lavando os cabelos com shampoo, e então os enxágua, passando o condicionador logo depois. Renato lava seu rosto com cuidado e ensaboa seu corpo magro em poucos segundos, lavando todas as áreas, e então se enxágua outra vez, sob a mesma água morna.

O chuveiro é desligado a tempo de seu pai bater na porta, antes de o homem reclamar da demora do banho de água quente e desligar o relógio de luz da casa, como sempre fazia, deixando com que a única alternativa que Renato tenha, seja a de tomar um banho com água gelada, já que a ausência do sol nem ao menos conseguia deixar a água da caixa de água morna.

Quando a porta é aberta, Rodolfo estava do lado de fora, esperando com a toalha nos ombros e com a pele a mostra, completamente nu. Renato nem sequer olhou para o pai, apenas se encolheu e passou por ele, mas não sem antes receber gratuitamente outro comentário matutino.

― Você é uma vergonha mesmo... ― Ele diz encarando o corpo do filho. ― Meus colegas de serviço vivem falando do quão franguinho você é. Se ficar com esse corpinho de bichinha vão acabar comendo seu cu por ai e eu vou rir da sua cara depois. ― Ele sorri. ―Dá um jeito de procurar uma academia, porque está precisando.

― E como eu vou pagar uma academia? ― Ele se arrependeu da pergunta no exato momento em que ela saiu de sua boca.

― Eu não estou nem ai Renato, estou pouco me fodendo, se vira, você não é quadrado. Gigolô você não vira, não com esse corpinho de viado aidético, então vai pedir ajuda pra caridade ou pra puta que pariu. ― Rodolfo simplesmente bate a porta do banheiro, quase acertando o rosto de seu filho, que se assusta com a situação, e depois se pergunta o porquê de tamanho espanto, já que isso era de praxe, mas isso o faz se perguntar se seria diferente ou não com sua mãe presente, mas infelizmente ele não consegue elaborar uma simples resposta para isso.

Renato passou praticamente toda a sua vida sem a presença da mãe. Após o seu nascimento, a própria entrou em depressão pós-parto, caindo em uma profunda tristeza e solidão. Foi necessário dois anos de tratamento para que ela pudesse voltar a conviver com o filho, e Renato se lembrava muito bem disso, se lembrava das poucas vezes que via a mãe e de como ela sorria para ele, de como ela sorria ao olhar para o seu rosto e o chamar pelo nome. Houve um tempo em que estiveram juntos por cinco meses, cinco meses inteiros, os meses mais felizes da vida de ambos, mas o quadro de sua mãe se agravou outra vez, a levando de volta para a clínica.

Entre entradas e saídas da clínica psiquiátrica, Solange, mãe de Renato, acabou cometendo suicídio quando o filho completou três anos de idade. O impacto não foi tão profundo na vida de uma criança tão nova, mas hoje, ao se lembrar de tudo o que viveu com sua mãe, apesar de ser por pouco tempo, Renato percebia que sentia a falta de uma figura feminina em sua vida.

Quando ele acaba de se arrumar, suas chaves de casa e sua carteira são recolhidas de dentro de uma das gavetas de seu guarda roupa. Renato iria para o restaurante e churrascaria onde trabalhava desde os seus dezessete anos, desde quando terminou o ensino médio. Ele havia conseguido o emprego por mérito próprio, e apesar de ser apenas como garçom, uma profissão que a maioria via como escolha devido a baixa experiência curricular, Renato via como um bom emprego, e se sentia orgulhoso por ter uma forma de sustento, já que seu pai não o ajudava com nada dentro de casa, apenas pagava as contas e fazia compras, compras que o filho quase não podia consumir.

Depois de quase uma hora dentro de um mesmo ônibus, Renato desce praticamente em frente o restaurante e entra. Um dos garçons que já havia chegado o cumprimenta com um abaixar e levantar de cabeça, e Renato faz o mesmo, se dirigindo para a ala de funcionários, onde trocou de roupa e tratou de fazer seus deveres.

A primeira coisa que ele fez ao ir para a área da frente foi ajudar as mulheres da cozinha a lavar os pratos e talheres, já que em finais de semana o movimento costuma ser maior. Ele então coloca um avental para não se molhar e faz o que pode para ajudar e cumprir os horários estabelecidos.

Depois da tarefa cumprida, ele começa a organizar as mesas com a ajuda de mais dois funcionários. Ajeitam as cadeiras, os guardanapos, temperos e outros itens do restaurante. Logo e seguida ele vai para o pequeno bar e limpa restos de bebida alcoólica da noite anterior, e quando se deu por pronto, o jovem finalmente abre as portas do estabelecimento e se posiciona em seu devido lugar, com o uniforme impecável como sempre.

Quando a tarde vai caindo, os clientes finais por fim liberam o local, que não fecha as portas no horário da tarde, apenas passa a funcionar como uma espécie de lanchonete, já que refeição não era a única coisa servida no local. Ele então vai para trás do balcão e simplesmente passa a encarar o tempo, como se não houvesse mais nada para fazer ali.

Quando seu relógio marcou seis horas, ele sabia que estava na hora de bater o ponto e voltar para casa, mas como nos dias de sábado o restaurante costuma funcionar até por volta das quatro da manhã, ele viu o horário como uma saída para o provável problema que teria em casa, então tudo o que ele teria de fazer era trocar de horário com alguém ou simplesmente ficar ali, mas isso só seria respondido pelo gerente do estabelecimento, e Renato, apesar da vergonha de bater na porta, foi até ele, com cautela, já que o que ele ouve dos outros funcionários é que o gerente do lugar é extremamente grosseiro, mas não era algo com o que ele não estava acostumado.

― Com licença... ― Renato bate na porta e entra.

― O que você quer? ― Um homem de pele clara e bronzeada de aparentes trinta e cinco anos responde, com um pouco ignorância.

― Eu queria trocar uma palavra com o senhor a respeito de meu horário... ― Renato olhava para baixo, repleto de vergonha.

― Eu não vou trocar seu horário rapaz.

― Não, não é isso que eu estou querendo pedir... ― Ele finalmente encara os olhos verdes do homem. ― Eu peguei serviço as oito hoje e deveria largar as dezoito, só que eu pretendia ficar aqui no turno de noite também.

― Que passar praticamente vinte e quatro horas nesse restaurante? Você não aguenta ficar aqui até as cinco da manhã... ― Ele fecha seu notebook e encara Renato.

― Eu só não quero voltar pra casa agora... ― Renato confessa singelamente o motivo de seu pedido, e por incrível que pareça, o tom do gerente se transforma.

― Tudo bem... ― Ele encara Renato, que espera ansioso pela resposta. ― Mas se por um acaso eu pegar você dormindo em cima de uma das mesas, está demitido. Fui claro?

― Sim senhor.

― Então pode sair, e feche a porta. ― Ele abre o notebook e volta a digitar algo.

Renato puxa a porta sorrindo quando passa por ela, e ele sorri por saber que não irá precisar dar de cara com o pai quando chegar em casa, ainda mais com ele na companhia de uma qualquer, e essa é uma das situações onde Rodolfo tende a se impor ainda mais sobre o filho, mostrando gracinha na frente dos outros, e Renato abominava quando isso acontecia.

Ele faz quase todo o processo que havia feito pela manhã, todo aquele processo repetitivo que ocorria seis vezes por semana, exceto aos domingos, quando ele finalmente folgava, apesar de no fundo ele preferir passar os setes dias da semana ali a ter que ficar um só dia em casa na companhia daquele homem grosseiro e preconceituoso.

Por volta das oito e meia da noite, o começo do horário de pico do restaurante, Renato já se sentia cansado, mas não a ponto de se deixar abater, muito pelo contrário. O jovem ainda continuava a desempenhar sua função com qualidade e sem reclamar de nada, mas isso foi até quando quatro pessoas não haviam entrado no restaurante naquela noite fria e calma.

Seu coração parou quando seus olhos passaram sobre seu pai, Leandro e duas mulheres. Eles estavam se sentando no fundo do ambiente, onde era sua área de atendimento. Seu corpo entrou em colapso, o deixando sem saber o que fazer, e isso fez com que o gerente chamasse sua atenção pela primeira vez naquele dia.

― Está dormindo Renato? Tem cliente para atender! ― Não saiu como um grito, mas foi o suficiente para Renato acordar e ir em direção a mesa, temendo pelo que iria acontecer.

― Boa noite... ― Ele diz com a voz tremula depois de ter demorado uma eternidade para chegar.

― Nós vamos... ― Rodolfo para quando nota o filho parado ao seu lado. ― É você... ― Ele fala com desprezo. ― Eu me esqueço de que trabalha nesse lugar... ― Ele olha para Renato com desgosto, e devido ao costume, aquilo nem ao menos o abalava mais, não como antigamente.

― Quem é esse aí Rodolfo? ― Uma mulher se vira para ele e pergunta. Aparentava ter por volta de trinta anos. Ela usava um vestido vermelho apertado e o cabelo solto, caindo sobre os ombros. Era bonita.

― Ninguém, é só um imprestável. ― Três pessoas na mesa sorriem, com a exceção do belo homem negro de porte alto, homem que Renato conhecia tão bem.

― O que vão querer? ― Ele pergunta, relevando tudo o que estava acontecendo ali.

― Como pedir que você desapareça da face da terra me parece impossível, vou querer apenas uma salada tropical com salmão defumado. É pedir demais pra você? ― A mulher sentada ao lado de Leandro pergunta, arrancando risadas de ambas e do pai.

― Não senhora. ― Renato, com a mão esquerda tremendo, anota o pedido.

― E você? ― Ele se dirige a outra mulher, que sorria sem parar, como se estivesse dopada.

― Vou querer o mesmo que ela, e uma taça de vinho branco... Estou tentando manter o meu peso. ― Ela pede sem nem ao menos olhar para Renato.

― Eu vou querer uma taça de vinho também... ― A outra mulher diz.

― Você está amamentando... ― Leandro comenta baixo com a esposa, que o olha com desprezo.

― Um dia só não faz mal. Traz o meu vinho. ― Ela olha para o garçom e lhe pede com grosseria.

― E você? ― Renato se dirige ao pai.

― Você? Está achando que eu sou quem garoto? ― Ele repreende o rapaz.

― Me desculpe... ― Renato mantinha seu olhar preso ao bloco de pedidos. ― E o senhor, o que deseja? ― O jovem luta com todas as suas forças para não chorar naquele momento, e Leandro foi o único que percebeu seus olhos lacrimejando.

― Eu vou querer uma porção de fritas com carne de boi, por que contrário das moças, eu não estou de dieta. Sou gostoso por natureza ― Ele ri para as duas, que sorriem de volta e concordam.

― Você pode trazer um suco de laranja pra mim? ― Leandro encara Renato, que sente ainda mais vontade de chorar, mas felizmente consegue ser forte.

― Que isso Leandro? Não vai pedir nada não? ― O pai de Renato o pergunta enquanto o filho anota o pedido.

― Não estou bem do estômago... ― Ele diz e depois sorri, sem graça.

― Com gelo e açúcar senhor? ― Renato o pergunta, sem ao menos olhar em seus olhos, coisa que ele amava fazer quando estavam juntos, apenas os dois, e isso o machucou.

― Só gelo, por favor... ― Leandro procura os olhos de Renato, mas é em vão.

― Não precisa pedir favor a esse aí Leandro. Ele não está fazendo mais que a obrigação dele. Nem simpático o imprestável é. ― Uma das mulheres diz.

― Paola... ― Leandro se vira para a mulher, mas ela se faz de desentendida.

― Os pedidos logo ficaram prontos. Trago para vocês em um instante. Me deem licença.

Quando Renato estava para levar os pedidos até as cozinheiras, um homem entra sozinho no restaurante e acaba esbarrando nele. Sua pele era pálida assim como a de Renato, e sua aparência transmitia extremo cansaço para com a vida. Ele então simplesmente sorri para o garçom, se desculpa pelo esbarrão e vai até uma das mesas, se sentando próximo a aquela mesa em que Rodolfo, Leandro e as duas mulheres estavam.

Depois que os pratos são entregues e Renato atende o homem que estava sozinho, ele pede para um dos seus companheiros de serviço cobrir suas mesas enquanto ele ia ao banheiro. O rapaz então tira seu avental na cor preta com o bloco de notas e caneta, e o pendura atrás do caixa, se encaminhando para o banheiro logo após.

A primeira coisa que o jovem faz ao entrar no banheiro dos funcionários é lavar o resto com água gelado. Seus olhos estavam começando a ficar vermelhos devido às lágrimas que insistiam em cair, e a temperatura da água vinda da torneira iria ajudar seu rosto a esfriar um pouco.

Depois de secar a pele com a toalha, ele levanta a tampa do vaso e urina. Segundos depois ele leva as mãos e abre a porta para sair, e assim que o faz, dá de cara com Leandro, que o encara.

― Eu vim atrás do banheiro... ― Ele diz, calmamente.

― Esse é o banheiro dos funcionários... ― Renato diz, tentando abrir espaço para passar.

― Eu sei Renato... ― Sua voz é calma.

Leandro empurra o rapaz para dentro do banheiro e finalmente fecha a porta. Eles passam cerca de dez segundos se olhando, analisando a situação ali presente, e quando finalmente o policial se aproxima, Renato se entrega ao beijo, como sempre se entregava. Ele laça suas mãos nas costas daquele homem forte e aproveita a sensação de sentir aquele corpo perto do seu enquanto suas línguas dançavam dentro de suas bocas.

― Eu senti sua falta... ― Leandro diz ao se afastar de Renato.

― Não tem nem vinte e quatro horas que nos vimos.

― Eu sei... ― Ele pressiona sua ereção contra a de Renato, fazendo com que amos arfem.

― Você disse que iria olhar seu filho hoje a noite, que não daria para a gente se ver... ― Renato parecia lamentar o fato.

― Me desculpa por isso, por favor... ― Ele olha dentro dos olhos cor de mel de Renato, o admirando. ― Quando cheguei em casa hoje a noite, a Paola me inventou de sair com seu pai e a mulher que está com ele, já que as duas são amigas. Tentei negar, argumentar, mas é difícil debater alguma com ela, que sempre acaba vencendo no grito e na ignorância, ameaçando levar o meu filho para longe.

― Entendi... ― Rento o encara. ― Não precisa se explicar, você já me disse como ela é, eu só ia perguntar... ― Renato é calado por um beijo de tirar o fôlego.

― Eu prefiro mil vezes passar a noite ao seu lado, tocando você, a que passar ao lado daquela mulher.

― Eu sei Leandro. ― Renato sorri.

― Que bom que sabe disso. ― Leandro também sorri. ― Agora tenho que voltar para a mesa e fingir que eu gosto das pessoas que estão sentadas ao meu lado. Foi bom poder te ver e te beijar um pouco...

― Eu digo o mesmo... ― Renato diz e depois sorri genuinamente.

Depois que Leandro abre a porta e sai do banheiro, Renato se pega pensando na situação em que se meteu, e as lembranças voltam outra vez.

Uma semana depois do primeiro beijo entre os dois, aconteceu a festa de aniversário de Rodolfo, e essa festa foi o que os fez ficar frente a frente outra vez.

Renato estava trancado em seu quarto, como sempre, e outra vez, assim como a primeira, ouviu a batida na porta. Ele temeu em abrir, mas ele sentia que era Leandro ali, e Renato queria uma explicação para o primeiro beijo, e por esse motivo, abriu a porta.

Depois que trancaram a porta e se sentaram na cama, Leandro desabou frente ao rapaz, contando sobre o quanto era infeliz. Explicando-lhe sobre o motivo de tudo. Contanto a Renato que se casou por pressão da família dela, já que eles namoravam há alguns meses e infelizmente ela mentiu sobre estar tomando a pílula, e pela família de Paola ser muito influente, podendo acabar com o emprego de sua mãe e o seu próprio, Leandro não viu alternativa a não ser ceder.

Renato não entendeu no começo, mas acabou compreendendo o porquê de tudo aquilo, de todo aquele fingimento, de todo aquele teatro que ele fazia ao construir uma armadura e empenhar um papel que não era o dele. Leandro tinha medo, ele não queria se assumir, carregar esse rótulo na sociedade, e além do que, tinha um filho para criar, e naquele momento, depois de Renato entender a vida de Leandro, ele finalmente conta toda a história envolvendo sua mãe e seu pai para o policial, contando sobre as agressões e humilhações que sofrera, e depois daquele singelo momento, era tarde de mais, eles já haviam se ligado por três laços muito importantes, a compaixão, o carinho e o extremo respeito. E foi a partir dessa conversa sincera que os dois iniciaram algo mal visto aos olhos de muitos, mas algo extremamente belo.

Depois de sair do banheiro e voltar para o seu posto no restaurante, uma hora teve que se passar para que Renato pudesse observar aqueles dois casais passando pela porta, e para a sua felicidade, Leandro foi o único que se virou e deixou com ele um lindo sorriso.

O funcionamento do local durou até as três e meia da manhã, horário em que todos começaram a ir embora. Renato ajudou a trancar o restaurante, se despediu dos companheiros com um singelo sorriso e saiu pela madrugada, indo em direção a uma pequena praça ali por perto para aguardar o ônibus.

O rapaz iria ficar ali sentando por muito tempo, mas não se importava com isso. Tudo o que ele tinha no momento era calma e paciência, e tudo isso por ter visto Leandro pelo menos uma vez no dia, e isso era o suficiente para fazer a sua vida.

Comentários

Há 3 comentários.

Por bielpassi em 2016-02-18 23:19:08
owm gente que lindo esse encontro me lembro quando o Carlos veio ate a escola e me pediu perdão com rosas e chocolate é cliche mas quem nao ama ne? ai eu nao desculpei mas em seguida ele me pegou no banheiro e o q aconteceu noa precisa contar. Amei o capitulo de hoje, demorei a ler por que a faculdade e o trabalho ta puxando muito de mim. A proxima cena q marcamos de reproduzir é aquela do gelo nas costas cara deve ser deliciosa. NO mais amei o capitulo, amos vc6
Por LuhXli em 2016-02-18 20:27:15
Ótimo capítulo! Série bastante triste, espero que não demore para parar de sentir pena do Renato. Uma dúvida: o que te levou a escolher o nome Renato?
Por diegocampos em 2016-02-18 07:26:10
Nossa o pai do Renato e um nojento e essa mulher do Leandro também é uma insuportável fiquei com bastante pena do Renato na parte do restaurante e achei bem fofo quando o Leandro foi no banheiro só espero que o Renato se livre logo do insuportável do pai dele e o Leandro da mulher dele muito ansioso para o próximo.