07. Você tem uma boca muito suja, Arthur

Conto de Luã como (Seguir)

Parte da série Proibido

Agora, sentado na primeira fileira do auditório e prestes a ser chamado para fazer meu discurso, sinto como tudo tem sido tão louco nesses últimos tempos. Olho para trás e vejo Samuel, minha mãe, meu pai e Gustavo, respectivamente, sentados em uma das fileiras do meio. É engraçado pensar que apresentar Gustavo pra eles foi mais fácil do que eu achava. Penso que agora, porém, a parte mais difícil é permanecer ao lado deles e tentar engatar algum tipo de assunto, pois ao julgar pela postura dura e tensa de Gustavo, isso não deve ser uma tarefa fácil.

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Quando o reitor da universidade termina seu discurso e é ovacionado pela plateia, ele chama meu nome para subir ao palco e o frio na barriga me acerta em cheio. Me levanto da poltrona tentando parecer o mais confiante o possível enquanto por dentro eu tento apenas caminhar direito até os degraus do palco sem tropeçar ou fazer algo estupido por nervosismo. Ao ver todas aquelas pessoas me olhando, sinto minhas bochechas ficando vermelhas. Que droga de vergonha! Eu não vou deixar isso me atrapalhar. Esse é o momento da minha vida.

Dou uma pequena pigarreada para limpar a garganta e então começo a falar.

- boa noite a todos.

- boa noite! – todos na multidão formam um uníssono.

- é uma grande honra representar minha turma pra fazer o discurso de formatura. Eu vim pensando no que falar nos últimos meses, mas foi só agora, nessa semana, que eu pude entender que um amontoado de palavras ensaiadas não saem tão bem quanto deixar que tudo se forme no momento. Bom, e se minha teoria estiver errada e meu discurso sair uma meleca, eu peço desculpas a todos por isso desde agora. – ouço as risadas da maioria, então sinto que já conquistei a simpatia deles.

- sabe, a vida é engraçada às vezes. Ela é engraçada porque é algo que você precisa conquistar todos os dias. Muita gente aqui pode pensar que depois dessa noite, quando nos formarmos, é só achar um bom trabalho e a vida está feita. Programada feito um relógio. Mas não. Você vai precisar correr atrás do que quer, pois você nunca vai estar satisfeito com o que tem. Vai sempre querer mais, querer ser mais, querer representar mais, querer orgulhar mais alguém, seja seus pais, seus filhos ou a si mesmo. E isso é o bacana da vida, entendem? Nunca ficar parado. Se você dá um passo pra frente, já não está mais no mesmo lugar. E o mais incrível são os caminhos inesperados da vida. Por mais que você planeje as coisas, elas podem te surpreender. – lá estou eu agora olhando para Gustavo, sentado no meio de centenas de pessoas e com os olhos em mim. É claro que meu discurso teria uma parei pra ele. Isso é tão previsível que chega a ser clichê, né? Aliás, eu já falei que adoro clichês? – por isso, cada dia é algo novo. Muitos de vocês podem encontrar suas paixões em empregos que nunca imaginavam, em pessoas que nem sequer conheciam há alguns dias atrás ou em lugares que talvez nunca tenham visitado antes. Somos movidos por um sentimento forte que serve de combustível pra seguirmos descobrindo todas as coisas engraçadas da vida; a paixão. Se você tem paixão pelo que faz, ou pelo que tem, ou por quem você tem, isso é o suficiente pra conquistar o resto, nos vários recomeços que q vida proporciona, todos os dias.

Uma salva de palmas imensa se instala no lugar e então eu sorrio de alívio por ter dado tudo certo. Gustavo parece ter entendido o recado, pois ele está sorrindo feito bobo enquanto me aplaude. Samuel está fazendo uma cara de meloso, querendo dizer que "nossa, isso foi lindo, quando é o casamento?" e só de pensar nisso eu reprimo o riso. Conhecer o senso de humor e os pensamentos do melhor amigo é um dom para poucos.

Passado mais um tempo reservado para os outros oradores fazerem seus discursos, finalmente chega a hora de pegar o diploma. Depois disso, parabenizo alguns colegas e tiro algumas fotos, então me junto à minha família.

- você tava ótimo filho! – minha mãe soa mais orgulhosa impossível.

Eu agradeço e olho para Gustavo, que continua me fitando com aqueles olhos castanhos intensos, a expressão ilegível.

Seguimos direto para a festa, eu e Gustavo em seu carro, meus pais e Samuel no carro dele. O ambiente está todo decorado em tons de amarelo, prateado e branco, com inúmeras mesas e com o buffet já sendo organizado. Paro para mais algumas fotos ao lado de meus colegas, então depois e a vez de posar ao lado de Samuel, Gustavo e meus pais. Primeiro uma foto com todos, depois uma só com Samuel, fazendo uma pose bem descontraída e que com certeza vai render uma foto que vai parar em um porta retrato da nossa sala, e por ultimo, Gustavo. Minhas mãos começam a suar enquanto eu me sinto tenso e feliz ao mesmo tempo por ele estar vindo em minha direção. Ele se posiciona do meu lado e passa sua mão pela minha cintura, enquanto eu olho de relance e vejo ele olhando para a câmera, o sorriso largo. Eu sinto as borboletas no meu estômago ficarem mais fortes e então olho para frente também, já gostando da foto sem nem ao menos vê-la.

- meus parabéns.

- obrigado. E obrigado por ter vindo também.

- eu não perderia por nada.

O resto do pessoal se junta a nós novamente e é inevitável pensar que eu e Gustavo estamos parecendo muito com um casal agora. Então eu me pergunto, será que somos? Tipo, um casal oficial?

Essa pergunta logo sai da minha mente quando Samuel começa a me elogiar e puxar conversa sobre o quão bom o meu discurso tinha sido, então eu decido relaxar e deixar pra me preocupar com essas coisas depois. Na mesa, meus pais enchem Gustavo de perguntas, o que já era meio óbvio, mas mesmo assim acaba sendo um pouco desconfortável, pelo menos pra mim, principalmente quando eles perguntam pra ele onde a gente se conheceu e ele é sincero e corajoso o suficiente pra dizer que foi no trabalho. A resposta pega meus pais de surpresa e eu sei que mais tarde eu terei que explicar algumas coisas, mas nem isso parece fazer meus pais gostarem menos dele. Muito pelo contrário, eles estão tendo tanto entrosamento que eu me sinto um pouco excluído às vezes. Samuel me chama para ir até o buffet enquanto eles continuam a conversa animada sobre a atual situação econômica do país, ao mesmo tempo que Gustavo dá um show de possíveis estratégias que melhorariam a situação e inicia um debate caloroso com meu pai sobre o assunto.

- parece que as coisas estão indo bem entre eles, né?

- é, ainda bem. Eu estava preocupado com isso.

- o Gustavo parece ser uma pessoa ótima. Não teria por que seus pais implicarem com ele.

- só com o fato de ele ser meu chefe, né?

- bom, isso eu já não sei. Mas ao meu ver, as coisas estão indo bem. Vocês formam um belo casal.

- eu ainda não sei se a gente é um casal, Samuel. – digo revelando minha angústia, enquanto caminho pela mesa abastecendo meu prato com salgadinhos. – ele veio na minha formatura, ok, mas e depois? A gente não pode sair por aí falando que temos um relacionamento, isso prejudicaria nos dois, lá já agência. É melhor ter cautela agora.

- você fala isso agora, mas eu te conheço. Você não consegue ser racional quando tá apaixonado. O modo como você olhou pra ele a noite inteira faz sua teoria cair por terra.

Eu o fuzilo com os olhos e sinto vontade de bater naquele rosto lindo e debochado dele, embora ele tenha razão. Droga, eu estou apaixonado. Droga, eu acho que o Gustavo também está apaixonado. Caramba, ele veio até aqui, num dia mega importante pra mim, conheceu meus pais. Isso tá sendo tão rápido, mas eu estou me sentindo tão feliz com tudo que eu sinceramente não quero me importar, mesmo que eu tente colocar um freio em tudo toda vez que eu penso que somos colegas de trabalho, e pior, que ele é meu chefe, mas simplesmente não dá.

Voltamos para a mesa e então nos juntamos na conversa, nos divertindo, bebendo e comendo por quase toda a noite. No final, a pista começa a se encher de formandos animados e então eu, Gustavo e Samuel nos levantamos e decidimos dançar um pouco também. Agora é vez de Gustavo se entrosar com Samuel, conversando sobre música eletrônica. Tá aí um assunto que renderia horas a fio, já que esse é o estilo de música do Samuca e pelo visto, é um dos que Gustavo também gosta. Adele e música eletrônica. Que versátil, não?

O lugar começa a esvaziar aos poucos e eu noto que está ficando tarde e penso que meus pais devem estar cansados. Convido os meninos para irmos embora, então voltamos para a mesa e convidamos meus pais para irmos.

Saindo do salão, seguimos em direção ao estacionamento. Já são quase 1h da manhã e meu corpo está um pouco dolorido de tanto caminhar pra lá e pra cá e dançar durante a noite, mas minha mente ainda está eufórica com tudo. O que eu queria, na verdade, era passar a noite com Gustavo ao invés de ir pra casa com meus pais dormir.

- seria demais te pedir pra passar a noite comigo? – sua cara de cachorro abandonado me amolece por inteiro, enquanto eu penso que talvez ele tenha o poder de ler mentes.

- eu queria muito, mas meus pais...

- dona Madalena, seu Carlos, vocês se importam se eu roubar o Arthur essa noite?

Que atrevido! Sem duvida ele não tem medo, o que me deixa surpreso.

- claro que não filho. – responde minha mãe sorridente.

Ela já está chamando ele de filho? Nossa, as coisas estão correndo muito bem por aqui, felizmente.

Olho para Gustavo, que espera agora ansioso por minha resposta, e depois para meus pais.

- tem certeza mãe?

- tenho Arthur, vá de divertir, e a sua noite de formatura.

- tudo bem então. A gente toma café da manhã juntos amanhã.

- se divirtam, e se cuidem!

- juízo, vocês dois. – meu pai, com seu jeito fechado e mandão, mas sempre preocupado, dessa vez parece ser a pessoa mais fofa do mundo falando "os dois". Será que eu estou imaginando tudo errado ou Gustavo está adotando se relacionar com meus pais, como se eles fossem mesmo "os pais do seu namorado"?

Samuel vem com sua cara de bom moço típico de quando meus pais estão por perto, cínico do jeito que é, então me da um abraço e fala no meu ouvido para eu usar camisinha e bastante lubrificante. Eu reprimo um riso, pois sua cara é de que estivesse "se cuida, amigão", pelo menos na visão de meus pais, mas na verdade ele está me falando pra usar lubrificante. Oh céus, o Samuel não tem jeito mesmo.

Depois que eles caminham em direção ao carro dele, eu e Gustavo entramos em seu A6 com seu usual cheiro de couro e perfume automotivo. Seguimos pelo início de madrugada iluminado e parcialmente tranquilo, já que o movimento de carros ainda é constante. Estranho o fato de não estarmos pegando o caminho da casa dele, então presumo que estamos indo a algum outro lugar, como um barzinho ou até uma balada.

"Balada com Gustavo? Isso seria épico, sem dúvida" – penso comigo mesmo. Afinal, foi em uma delas que eu vi ele a primeira vez, jogando todo o seu charme de macho alfa em cima de mim – além de toda sua bebida, é claro.

Mas é só quando chegamos em frente a um motel aparentemente de luxo que eu me dou conta do que está acontecendo. Eu automaticamente olho pra ele e solto um sorriso safado, enquanto seus olhos brilham com a luz do letreiro de neon bem em nossa frente, entrando pelo para-brisa.

- essa noite eu tenho dois presentes de formatura pra você.

- dois? – nossa, que generosidade.

- dois. O primeiro eu acho que você já pode imaginar qual seja.

Ah então os jogos começaram! Sinto no ar o clima esquentando e o ambiente se tornando provocante com seu jeito de falar e olhar. Após entrarmos em nosso quarto, vejo o quão sofisticado e vem equipado ele é. Tem tudo o que um motel tradicional tem e um pouco mais. A cama redonda é revestida por um lençol vermelho vivo em um tecido semelhante a seda, o espelho enorme no teto parece dar uma visão privilegiada de tudo o que acontece nela e há uma poltrona de couro preta no canto da parede, com um home theater equipado com uma televisão majestosa de no mínimo 50 polegadas. Há um espelho grande o suficiente para cobrir uma parede do cômodo, além de outros menores que se interligam e ocupam todas as partes do meio das paredes do cômodo, formando uma linha horizontal que sem dúvida garante uma ótima visão na hora da transa. Já consigo imaginar algumas coisas favoráveis com isso.

Olho para Gustavo e ele está soltando o no de sua gravata, tirando-a em seguida e desabotoando sua camisa.

Toda bendita vez que eu o vejo fazer isso, meu corpo todo se estremece de desejo. Caramba, como ele consegue ser tão bonito?

- vem, vamos tomar um banho. – sua voz é quente e rouca, enquanto ele estende a mão pra mim. Eu vou até ele e seguimos juntos até o banheiro da suíte, todo revestido em pastilhas pretas na parede e piso branco, onde há uma banheira de hidromassagem generosamente grande, um box com chuveiro ao lado e uma pia de mármore preto com um espelho emoldurado em madeira.

Ele, que agora está descalço usando apenas sua calça social, segue com sua linda bunda empinada e apertada naquela calça até a banheira para encher de água. O modo como ele ele se estica para alcançar a torneira deixa seus músculos das costas todos a mostra, me deixando ainda mais atiçado. Ele está fazendo isso propositalmente? Me esquentando para o prato principal. Ah sim, ele está, pois o modo ele me olha quando se vira pra mim deixa isso bem claro.

Eu, pra não sair perdendo, começo a me livrar de minha gravata e minha camisa, jogando- as no chão e fazendo Gustavo me olhar fixamente por alguns segundos. Como resposta, ele começa a soltar seu cinto junto com o botão e o zíper de sua calça, fazendo-a cair ao redor de seus pés e mostrar sua ereção bem delineada em sua cueca.

Isso! É disso que eu estou falando! Agora que as coisas estão ficando boas.

Eu sorrio e olho para baixo, para minha calça e então faço o mesmo. Nesse jogo sensual de se despir aos poucos, ficamos nus um para o outro, frente à frente, então ele me espera para entrarmos juntos na banheira, que já está com a água pronta e agitada, parecendo bem aconchegante.

Após entrarmos nela, sinto meu corpo se arrepiar e meus mamilos endurecerem pela mudança de temperatura, então ele me puxa pra trás, pra perto dele e então eu me encaixo no meio de suas pernas.

- você foi ótimo hoje. Digo, o discurso, o lance com seus pais, correu tudo bem.

Eu sorrio e viro minha cabeça pra olhá-lo.

- você também foi muito bem hoje. Fez tudo correr melhor do que eu imaginava, com meus pais. Tenho certeza que eles gostaram muito de você.

- quebrando a tradição do sogro e da sogra não gostarem do namorado do filho.

Eu engulo em seco ao ouvir isso. Namorado?

- o que foi? – ele soa preocupado ao ver minha reação.

- então somos namorados?

- somos, eu acho. Você acha que somos?

- bom, eu não tinha pensado nisso até agora. Mas fico feliz em saber.

Eu sorrio e fico de joelhos pra ele, frente à frente, então eu o beijo. Eu não sei se meu juízo está funcionando direito nos últimos dias, mas saber que estamos juntos foi a melhor coisa da noite pra mim. Bom, pelo menos até agora. Ele, que está sentado em um dos degraus da banheira, me puxa mais pra perto dele e faz com que eu eu sente em seu colo. Sinto seu pênis latejar dentro da água, o que parece ser o pontapé inicial para nossa diversão começar de fato. Minha mão viaja para baixo, saindo de seu pescoço e mergulhando na água, procurando por seu membro. Na hora que eu o encontro e o pego com força, Gustavo inala fundo e fecha os olhos, enquanto eu começo o movimento do vai e vem lentamente, só para lhe torturar um pouco.

- você é bom no que faz, Arthur. – seus olhos continuam fechados e eu tomo isso como um elogio animador, então decido melhorar as coisas um pouco mais.

Seguro firme a respiração e mergulho minha cabeça na banheira, procurando por seu mastro duro feito aço e o abocanho, pegando até ele de surpresa, que se mexe um pouco. A sensação de fazer sexo oral debaixo d'agua é tão diferente é prazerosa pra mim que eu imagino o quão prazeroso deve ser para ele também. Antes que eu pudesse pedir por resposta, ele por sua mão em minha cabeça e controla o movimento, fazendo eu entender que ele está mesmo gostando. Volto até a superfície para pegar ar e o tomo afobadamente, abrindo os olhos e vendo que agora ele também me olha surpreso.

- você não presta mesmo.

- agora que você percebeu?

Minha resposta o faz sorrir, enquanto eu puxo ainda mais o ar e mergulho novamente para continuar minha diversão. Dessa vez consigo ficar um pouco mais de tempo, enquanto o ritmo acelera e eu escuto ele começar a gemer baixinho. De repente ele me puxa de volta pra fora da água e parece estar um pouco ofegante.

- melhor parar por aí se não eu vou gozar. – ele pede, misericordiosamente.

- ah não, hoje eu quero que dure a noite inteira, chefinho.

Depois de sair da banheira e nos secarmos, seguimos de volta para o quarto, onde Gustavo me pede para esperar sentado na cama enquanto ele vai até sua calça, pesca seu pen drive e caminha até o home theater. É aí que Real Life, do The Weeknd começa a tocar no modo aleatório. Penso que Gustavo, além de ter um ótimo gosto musical, parece ter a sorte de achar a música perfeita para o momento sem muita dificuldade.

As batidas densas do começo da música são o clima pra que ele, ainda com o corpo brilhando em algumas partes ainda molhadas, caminhe até a mim e me faça deitar na cama gelada e macia, beijando meu pescoço enquanto eu olho pra cima e vejo ele pelo espelho. Da cabeça aos pés, ele é lindo. A bunda é sem duvida sua parte de trás do corpo mais preciosa para minhas vistas, então através do reflexo vejo minhas mãos indo até elas e fazer a festa.

Os beijos aumentam de intensidade, enquanto ele dá pequenas mordiscadas em meus lábios, alternando a velocidade entre lenta e rápida, fazendo eu ficar ansioso por mais. Nossos pênis estão se friccionando um contra o outro, os corpos quentes se esfregando e exalando desejo.

Lentamente, ele faz seu caminho por meu corpo usando sua língua até chegar em meu membro, então ele parece ter achado seu tesouro. Devo confessar que sua habilidade com a boca é fora do sério. Eu começo a me remexer na cama, não aguentando o prazer, então ele volta pra cima e me beija novamente, prendendo minhas mãos.

- quietinho aí, rapaz.

Eu sorrio e ele volta a me beijar novamente, sua língua invadindo minha boca sem dó nem piedade, mas isso dura pouco. Ele se levanta e vai até a gaveta do rack, abre a primeira gaveta e tira uma algema de dentro.

- bem como eu pensava. – sua voz é vitoriosa. Ele parece saber os adereços extras que o motel proporciona. Então ele gira em seus calcanhares e segue até o monte de roupas dele jogadas no chão e pesca sua gravata, voltando até a cama e esticando-a.

- hoje vamos fazer algumas coisas diferentes.

Coisas diferentes? Ah sim, eu confio em seu dom de me dar prazer, Gustavo.

Minhas maos logo ficam presas pelas algemas e eu me sinto totalmente vulnerável e indefeso. Sem duvida é uma ótima tática pra não deixar eu usar minhas maos. Logo depois ele passa a gravata ao redor da minha cabeça, prendendo-a atras com um nó e tapando minha visão.

Isso parece me causar uma ansiedade fora do normal, a antecipação me corroendo por dentro pra saber o que vai acontecer a seguir.

Sinto sua boca molhada percorrer meu mamilo, então eu percebo o quanto esse lance de não se mexer e nem ver nada afeta meus sentidos. Eu estou tão excitado que solto um gemido abafado, parecendo que tudo o que eu sentir agora, com essa gravata e essa algema vai ter o dobro de intensidade, se julgar pelo que eu estou sentindo agora. Minhas pernas se contorcem e eu aproveito, pois é a única parte do meu corpo que eu consigo ter livre movimento.

Sem perder tempo, sinto sua mão percorrer por minhas pernas indo em direção ao meu anus, então ele para por uns instantes e sinto seu dedo molhado em minha entrada, pedindo passagem.

Com o susto, eu acabo soltando um gemido mais alto, sorrindo em seguida, enquanto seu dedo parece deslizar com facilidade pra dentro de mim. Lento, intenso, atrevido.

Seu movimento me faz forçar minhas mãos dentro da algema, e o fato de não poder usá-las pra agarrar Gustavo faz a sensação ser ainda mais forte. Sinto meu corpo todo arrepiado e a cada vez que seu dedo entra mais fundo em mim, a sensação parece se acentuar ainda mais.

- tá gostando?

Eu não consigo formar alguma frase em minha mente, estou extasiado demais, então tudo o que consigo fazer minha boca soltar é o som abafado de um "Uhum".

- não ouvi direito. – ele aumenta a intensidade dos movimentos, afundando-se ainda mais em mim, fazendo eu gemer mais alto. – tá gostando?

- to.

- quer mais?

- quero que você me foda, do jeito que você quiser. – minha voz soa como se eu praticamente implorasse isso.

- você tem uma boca muito suja, Arthur. Temos que dar um jeito nisso.

Sua língua então invade minha boca ferozmente, ele me ajeita na cama de forma que eu me sente e então em menos de um segundo ele está comigo em seu colo, as mãos esticadas pra trás presas na cama e suas mãos em minha cintura, me provocando espasmos de prazer com seu toque. Ele conduz os movimentos de nosso corpo, simulando uma penetrarão lenta, enquanto sinto seu pênis se esfregando em minha barriga. Só esse beijo por si só poderia me fazer gozar agora mesmo, mas eu sei que ele não deixaria.

Gustavo então se levanta e meus ouvidos se tornam meus olhos nesse momento, procurando por qualquer sinal de barulho que pudesse me dizer o que ele está fazendo. Então, para meu delírio, eu escuto o barulho de embalagem sendo aberta.

É agora que as coisas vão de fato esquentar por aqui.

Ele então volta em sua posição de antes, mais rápido e afobado do que antes, me segurando pela cintura e me fazendo deslizar novamente em seu colo. Seu jeito bruto na cama é uma marca própria dele que eu não poderia deixar de gostar nem se eu quisesse. Isso faz ele ficar ainda mais charmoso do que o normal.

Ele começa a forçar a entrada em mim novamente, mas dessa vez com seu pênis, o que não é muito difícil de conseguir, já que ele me manteve aberto e pronto por isso antes. Ele entra em mim e parece que somos um só, enquanto ele fica parado enquanto eu me acostumo com a situação por alguns instantes. Gustavo então começa a se mover dentro de mim lentamente, fazendo de mim seu lar, entrando e saindo com uma velocidade gradual, até que podemos escurar o barulho de nossas respirações altas e sentir nossas peles começarem a transpirar. Minhas mãos começam a doer com as algemas firmes e meus braços esticados, mas eu não me importo. A dor acaba se tornando mais uma forma de prazer. Estranha, mas mesmo assim, prazerosa.

Sua mão se enlaça em minhas costas e me puxa ainda mais pra perto dele, enquanto a outra se diverte em minha bunda. Uso minha boca para lhe dar mordiscadas em seu lábio e logo depois me afundar em seu pescoço, quando ele fica com seu corpo perto o bastante do meu e então se afunda mais em mim, me fazendo gritar. É como se seu mastro fosse me atravessar por inteiro, isso é insanamente gostoso.

Quando ele começa a diminuir a velocidade até que posso sentir meu corpo tremer um pouco, sinto ele sair de mim e me deixar sozinho na cama novamente. Antes que eu pudesse pensar, eu sinto suas mãos mexerem a algema e logo o barulho da chave fazem eu sorrir por antecipação. O que virá a seguir? A sensação de ter minhas mãos livres é estranha. Eu estou com o corpo fraco e mesmo assim o calor percorre minhas veias. Sim, eu quero mais. Quero que Gustavo brinque comigo, transe comigo até amanhecer, se possível. Agora o no da gravata na minha nuca e desfeito e a luz volta a inundar meus olhos, então eu o vejo de pé em minha frente, me esticando a mão. Então ele me puxa e rapidamente está me puxando contra ele e me beijando, me dando um tempo para meu corpo voltar a ficar firme, mas ainda assim me levando para o outro canto do quarto. Ele me vira de costas pra ele e eu me esbaldo com a vista. Estamos em frente à parede de espelho, nus e nos vendo enquanto estamos retomando as atividades. Eu ponho minhas mãos apoiadas no espelho e fico com a bunda empinada para ele, então logo ele está me penetrando novamente.

O fato de poder ver de frente tudo o que fazemos faz isso ficar tão pervertido que eu chego a ficar um pouco sem graça por um instante, mas só de olhar para o rosto de Gustavo enquanto ele entra e sai de mim ja é suficiente para a vergonha passar e para eu sentir meu corpo quente novamente. O barulho das estocadas e nossos gemidos abafados conseguem ser mais altos que a música ambiente, enquanto eu não consigo parar de olhar para esse homem que está me dando o melhor presente de formatura da vida. Sinto meu corpo todo entrar em combustão, ao mesmo tempo que sinto minhas pernas voltarem a ficar bambas. Os gemidos de Gustavo começam a ficar mais intensos, enquanto eu me masturbo com vontade e vejo que ele está no ponto. Logo ele fecha os olhos e joga a cabeça pra trás, segurando firme minha cintura com as duas mãos enquanto goza dentro de mim. Isso é o suficiente para que eu também exploda em jatos de esperma no espelho, enquanto meu coração bate tão forte que eu consigo senti-lo no início da garganta.

Ficamos ali de pé por tempo o suficiente para que possamos nos recompor e ir até o banheiro tomar uma ducha sem pressa. Quando estou quase caindo de braços abertos na cama, vejo ele pegando suas roupas de volta.

- o que você tá fazendo?

- não gosto de dormir em motéis. Tanta gente já dormiu aí, não me sinto confortável. Quero dormir com você na minha cama.

- ah sim, bom... então vamos.

Ponho apenas minha camisa e minha calça, assim como ele, então voltamos ao carro e seguimos para casa. São quase 5h da manhã e eu me sinto bem sacana por tudo o que acabou de acontecer, assim como me sinto feliz, também. Já consigo até sentir o sono querendo aparecer, sendo ainda mais embalado pela música calma que toca numa rádio qualquer nesse momento. Por mais que eu queira não dormir, é o que eu realmente preciso assim que eu encostar minha cabeça no travesseiro.

Logo ao chegar, ele estaciona seu carro no quintal, logo ao lado de o que eu presumo ser um de seus novos brinquedos, um lindo Elantra vermelho metálico parado no gramado. Saímos do carro e então eu vejo ele caminhando até o lado do Elantra e se virando de frente pra mim, com as mãos nos bolsos.

- é então, o que achou?

- é lindo.

- bem, é seu.

É o que? Minha nossa.

- oi? – eu pisco exageradamente com os olhos arregalados.

- seu segundo presente de formatura.

- Gustavo, isso é um carro! Eu não posso aceitar.

- e por que não?

- porque isso não é um vale presente ou uma camiseta, isso é um carro.

- você gostou?

- se eu gostei? Claro que eu gostei, é lindo, mas...

- então é seu.

Sua insistência é tão irritante que eu sinto vontade de cruzar os braços e bater o meu pé no chão em sinal de desaprovação, mas caramba, eu acabei de ganhar um carro. Não tem como não ficar feliz, e assustado também. Sinto que as coisas estão fluindo tão bem que até parece ser rápido demais.

- agora você vai poder aposentar seu Chevette. Sem ofensas, ele é muito charmoso, mas tem te deixado muito na mão nos últimos dias.

Eu apenas consigo sorrir pra ele, ainda sem saber o que dizer. Ele me olha com expectativa, certamente querendo saber o que eu achei. É aí que meu coração se amolece e eu deixo o orgulho de lado.

- bem, obrigado. É um presente bem exagerado, mas mesmo assim obrigado.

Fico feliz que tenha gostado. – ele parece aliviado em ver que eu não estou mais zangado. – agora vem meu formando, vamos dormir. A noite foi longa e você precisa descansar.

- e se eu não quiser descansar? – minha voz é sugestiva, pegando ele de surpresa.

- bom, aí a gente pode se divertir um pouco mais na minha cama, então.

Comentários

Há 2 comentários.

Por Elizalva.c.s em 2017-04-03 22:01:23
Não tem como não se apaixonar por esse Gustavo.😍😍😍😍😘😘😘😘
Por Cinnadia em 2016-05-03 14:22:12
😱 Só falta um tour pelo quarto vermelho da dor!