O começo de uma história 1x01

Parte da série A vida de Tom

Oi! Estou escrevendo este novo conto, eu pretendo fazer poucos capítulos (quantidade indefinida) e mostrar algo, de certa forma, diferente.

Boa leitura e não esqueçam de comentar!!!

Estava correndo o mais rápido que podia, as ruas pareciam maiores a cada passo que dava. Chegou à feira pública e fechou o nariz para evitar o cheiro, o lugar sempre estava fedido, mas não era a pior parte, pois sempre tropeçava no gato velho quando passava por ali.

O padeiro batia nas massas com vontade, o pão estava sempre quente e macio. Não demorou muito, levou meia dúzia de pães e pegou um jornal que estava caído em frente ao estabelecimento. Leu o título do texto “A nova moda é a Inglesa” e percebeu que seria mais um artigo cheio de clichês, apenas amassou o papel e jogou em um cesto de lixo.

• Bom dia, Tom! – gritou Greta

Greta era a dona do mercadinho que ficava à beira do beco na rua do mercado. Ela era gorda, um pouco alta para as mulheres da região e estava sempre com um sorriso estampado no rosto, sua idade é desconhecida, já que “Uma dama nunca revela sua idade”.

• Bom dia, Greta! – gritou Tom

Greta sempre jogava algo doce para Tom, seja uma fruta ou simplesmente massa doce. Teve sorte, naquele dia ela jogou um pedaço de massa doce.

• Obrigado, senhora!

• Senhora?! Se fosse meu filho, levaria uns cascudos para respeitar as lindas moças como eu! – disse Greta com uma expressão de raiva

Tom apenas abriu um sorriso no canto da boca e voltou ao seu trajeto. Tinha que passar em casa antes, sua mãe já estava a sua espera.

Foi em frente pela rua do mercado até tomar uma curva um pouco estreita e sem saída, sua casa era a última e tinha lindos canteiros de tulipas decorando as janelas.

Abriu a porta e bateu, o rangido da porta encheu a casa.

• Tom? - disse uma voz feminina

• O que foi? - perguntou Tom

• O que você disse? Quantas vezes tenho que dizer? É senhora!!! – disse sua mãe saindo da cozinha

• Desculpe, senhora. Aqui estão seus pães

• Você não aprende mesmo – praguejou ela

Tom riu alto e saiu de casa.

• Xau, mãe! Volto mais tarde! – gritou antes de sair

Voltou ao seu caminho e foi em frente, tinha que chegar à casa do barão.

O ano era de 1912, as ruas ainda tinham aquele aspecto antigo e amigável, os roubos eram pouco, logo, as pessoas podiam andar tranquilamente.

Tom era um garoto normal, 17 anos, tinha um rosto bem jovem para sua idade, olhos azuis de bebê que foram herdados de seu pai, cabelo um pouco crespo e ligeiramente curto.

A mãe de Tom era uma camponesa imigrante que veio da Alemanha, ela veio para o Brasil pouco depois de engravidar, deixando a terra em que seu marido morrera. Seu nome era Louise, uma mulher bastante robusta e que não apresentava sinais de fraqueza nem e seus piores momentos.

Tom seguiu o seu caminho para a casa do barão, gostava muito de ir para lá, pois o jardim da casa dele era enorme, além de que ele deixava Tom frequentar a biblioteca da casa dele. O barão era amado por todos, mas tinha um defeito, ele defendia até a morte a sua imagem.

Chegou a imensa casa e, como sempre, bateu 3 vezes à porta.

Foi atendido por Maria, a criada. No seu tempo livre, Tom ajudava Maria nos serviços da mansão (que por sinal eram muitos) e a defendia das incansáveis tentativas dos filhos do barão de levarem-na para a cama. Ela era linda, possuía olhos castanhos claros, cabelos até a cintura, um corpo totalmente modelado do trabalho, lábios carnudos e um enorme busto, era tão grande que Tom ficava curioso para saber como ela conseguia se manter em pé.

• Oi, Maria! Como está? - falou Tom entrando

• Do mesmo jeito que ontem – disse ela fechando a porta

Ela era muito temperamental, as vezes estava triste, as vezes não.

• Onde ele está? - perguntou Tom

• No mesmo lugar de sempre

Ele entendeu o recado e foi em direção ao grande corredor, lugar onde ficavam as inúmeras fotos da família do barão.

Ao chegar lá, viu um homem com uma longa barba e bastante branco sentado em uma cadeira em frente ao maior quadro do local, ele retratava Lady Ruty, uma mulher com um nariz desproporcional ao seu rosto, algo que sempre assustava os visitantes.

• Senhor, aqui está a sua entrega – disse Tom depois de alguns segundos

O homem olhou para Tom, este viu a expressão no rosto do senhor e viu que ele estava triste. Droga! Havia chegado em momento ruim.

• Oh! Muito obrigado, rapaz! – disse o senhor ao levantar – aqui está o pagamento – falou estendendo algumas moedas de bronze

• Eu agradeço e peço perdão pela interrupção

• Não foi nada, eu terei que superar um dia – disse o homem

Lady Ruth era a esposa do barão, ela havia morrido há alguns anos, mas as lembranças que ficaram eram muito pesadas. Tom, ao ver que o barão entrou em suas memórias novamente, saiu de lá discretamente.

O lado bom de visitar aquela casa era ver o filho mais velho do barão, o Pedro.

Ele também não era o homem mais lindo do mundo, mas era muito educado e inteligente, coisas que chamavam a atenção de Tom. Entrou na biblioteca e lá estava ele, sentado em uma escrivaninha lendo um livro grande grosso.

• Pedro! – disse Tom se aproximando

O garoto levantou a cabeça e fitou procurou quem lhe chamara, quando viu Tom, abriu um sorriso encantador.

Pedro não era o mais bonito do mundo, sempre se vestia de modo simples, mas estava impecável em todas as ocasiões. Tinha um cabelo liso, curto e castanho e olhos tão castanhos que chegavam a ser negros. Era quase tão branco quanto o pai e possuía uma pequena barba crescendo no rosto, aquilo deixava Tom louco de tesão.

Ele era simplesmente incrível, sabia sempre o que dizer e não era grosseiro, tinha uma voz calma que deixava o lugar mais agradável.

Tom se aproximou e deu um beijo na sua bochecha, aquilo era normal, pois cresceram juntos e eram praticamente irmãos.

• Oi, Tom. Como está? - disse Pedro

• Estou bem, espero que você esta melhor que eu – disse Tom sorrindo

Pedro respondeu com um sorriso e perguntou:

• Você poderia dormir aqui hoje? Papai vai viajar esta tarde e não quero ficar aqui sozinho – disse ele com um olhar que era impossível negar alguma coisa

Tom ficou impressionado, Pedro nunca tivera medo de nada, tampouco o convidava para dormir ali. Algo estava errado e Tom queria descobrir o que era.

• Claro, eu durmo aqui hoje – respondeu Tom sorrindo

Continua....

Comentários

Há 2 comentários.

Por wteens em 2013-09-23 00:18:26
Muito interessante ^^
Por Oi em 2013-08-08 17:24:35
Perfeitoooo era a história que eu procurava,simples,picante e original.Sem os toques do mundo moderno revela conforto e duabilidade,só me deixa curioso à questão da camisinha,mas quero que me surpreenda.