Espanha (parte 2) - 1x17

Parte da série Perdidos na Floresta

Foram chamados vários táxis para nos buscar no aeroporto. Muitos tiveram de fazer mais de duas viagens para levar todos os alunos. O hotel em que ficaríamos possuía 100 quartos e por isso todos caberiam neles se fossem quartos compartilhados, pelo menos foi a ideia que o professor Danilo nos deu. Nosso grupo foi um dos primeiros a chegar no hotel, e tivemos que esperar a professora Erica para fazer o nosso check-in, o que foi coisa rápida e logo, subimos para nossos quartos para descarregar as malas, e descer para ouvir as instruções do professor Danilo.

- Muito bem turma, agora vocês todos podem subir para os seus quartos e dormir, porque amanhã teremos um dia cheio.

- Obrigado Senhor. - Disse entrando no elevador.

- O que foi? - Perguntou o Bruno junto a mim.

- Eu preciso dormir um pouco, já não aguento mais ficar sem dormir. - Disse.

- A é, você não dormiu no voo não é? - Perguntei ele.

- Sim, estou super cansado. - Respondi.

- Eu eu vou te fazer companhia. - Disse ele segurando a minha mão enquanto saíamos do elevador.

- Vai dormir comigo? - Perguntei enquanto ele me beijava na nuca.

- De conchinha. - Disse ele me abraçando por trás.

Chegamos ao quarto, abrimos a porta, e eu fui direto a cama. Me joguei como se o mundo não existisse mais para mim, tudo o que eu queria era dormir, nem lembrava mais que estávamos na Espanha, eu queria mesmo era adormecer em um sono profundo e nunca mais acordar. Bem, dormir até amanhã já está bom, não precisa ser para sempre.

Dormi a noite inteira feito um bebe. Eu acordei, mas não queria por nada nesse mundo abrir os meus olhos. Eu estava satisfeito ali, cheio de luz e felicidade. Não queria levantar aquela hora, queria apenas curtir mais um pouco daquela cama confortável que matou meu sono.

Uma forte luz invadiu o quarto, e as minhas pálpebras se clarearam. Eu podia sentir que aquela luz do sol me iluminava, mas mesmo assim, isso não era o suficiente para eu me levantar. Uma boca macia percorreu meu rosto, fazendo caricias nos meus cabelos e um tanto tombando em cima de mim. Era o Bruno, ele havia acordado, e aquela foi a melhor maneira que ele podia ter arranjado para me acordar. Eu não me contive, tive que abrir os olhos para ver aquela cena.

- Bom dia. - Disse ele.

- Nha... Bom dia. - Disse me espreguiçando.

- Dormiu bem? - Perguntou ele.

- Muito bem. - Respondi.

- Que horas são? - Completei perguntando.

- É uma da tarde.

- O que? - Perguntei assustado.

- Uma da tarde.

- Você ta brincando.

- Não, você dormiu muito seu dorminhoco.

- E por que você não me acordou? - Perguntei.

- Porque você estava muito cansado no dia anterior, e você estava tão lindo dormindo que fiquei com dó de te acordar.

- Mas devia ter me acordado. Aposto que perdi muita coisa.

- Na verdade não, você só perdeu instruções chatas do professor Danilo falando que Barcelona é uma cidade perigosa, que isso e que aquilo, que temos que tomar muito cuidado. Nada que já não sabemos. - Disse ele.

- Sério? - Perguntei.

- Sim. Ah, e você também perdeu o café da manhã.

- Ah, droga. - Respondi sorrindo. O Bruno me respondeu com um beijo.

- Não, não me beija. Eu tenho que lavar o rosto, lavar a boca, me arrumar primeiro. - Disse me levantando.

- Mas vai logo, não quero desperdiçar nosso primeiro dia juntos em Barcelona. - Disse ele.

Depois do Yuri, o Bruno era a pessoa mais animadinha com essa viagem. Enquanto eu me arrumava ele ficou falando sobre vários pontos turísticos, em como lá é belo, nas coisas que existem por lá. Ele até me deu umas aulas de espanhol, porque aquelas aulas que ele ia me dar no Brasil acabaram não dando muito certo. Já viu né, o professor é meu namorado, então a aula não rola.

A hora do almoço ainda estava aberta, então desci para beliscar alguma coisa para não ficar a tarde inteira morrendo de fome. Quando desci para o restaurante do hotel, alguns ainda estavam sentados a mesa, fazendo suas refeições.

- Bom dia gente. - Disse.

- Acordo/Até que enfim/Finalmente/Que demora. - Todos me responderam.

- Desculpa gente, ontem eu não consegui dormir no voo. - Disse.

- Mas ta tudo bem com você? - Perguntou a Nanda.

- Tudo sim. - Respondi.

- Depois de 12 horas dormindo como não ia estar né Nanda? - Retrucou a Lara me dando um abraço e se sentando ao meu lado.

- O que vamos fazer hoje? - Me dirigi ao professor Danilo, que estava sentado não muito distante de nós.

- Sorte que você acordou agora, daqui a pouco vamos visitar a Catedral e depois seguir para o Museu Picasso. - Respondeu ele.

- Nossa, que sorte a minha. - Respondi pegando um prato e me servindo com um pouco de ervilhas, arroz e um pouco de

feijão.

- O que foi? - Perguntou o Bruno.

- Como assim? - Perguntei.

- Você parece desanimado. - Disse ele.

- É que eu acordei agora né, mas vou me animar.

- Eu espero hem.

- É melhor você se animar mesmo. A noite terá uma festa de chegada em uma boate e você tem de ir. - Disse a Lara.

- Eu amo essas boates, já fui algumas vezes quando vim aqui com a minha mãe, ela também adorou. E olha que é difícil agradar aquela senhorinha hem. - Disse o Bruno rindo.

- Prometo que até vou estar melhor. - Respondi.

Depois do almoço, fomos direto ao passeio pela Catedral e ao Museu, lugares lindos e incríveis, mas como eu estava com a cabeça muito nos ares, não me foquei nas explicações e instruções dadas pelos guias. Acabei por boiar o passeio inteiro. Eu realmente não estava bem. Passei o dia com a cabeça nas nuvens, minhas mãos suavam e minha cabeça doía um pouco. Tudo o que eu queria era voltar para o hotel e descansar um pouco, mas ainda faltava mais ou menos meia hora para voltarmos, então tive que me controlar da melhor maneira que pude e fingir estar completamente bem para que ninguém enchesse o saco. Não deu muito certo.

- Ta tudo bem com você Beto? - Perguntou o professor Lucas.

- Oi? - Eu não consegui entender a pergunta.

- Ta tudo bem? Com você? - Perguntou ele de novo.

- Tudo sim. - Respondi olhando para o chão.

- Não, ta não. O que você tem? - Disse ele pegando no meu ombro.

- Eu só estou com um pouco de dor de cabeça, mas vai passar.

- Deve ter sido a viagem, de lá até aqui foi muito tempo.

- Foi, mas agora que comecei a sentir. - Disse.

- Olha, se você quiser eu posso te pedir para voltarmos para o hotel e eu te ajudo.

- Mas o Danilo deixa? - Perguntei.

- Sim, só tenho que falar com ele.

O Bruno que estava a poucos metros dali, escolhendo alguns cartões postais, me viu com o Lucas, e logo veio tirar satisfação para o motivo da nossa conversa.

- Beto? O que houve? - Perguntou o Bruno chegando perto de mim e encarando o professor Lucas.

- Nada, é só um mal estar. - Disse.

- Tem certeza? - Perguntou ele se agachando.

- Sim. - Respondi.

- Tudo bem, então vamos.

- Não, não é só um mal estar, ele provavelmente está com febre. Temos que levá-lo de volta para o hotel ou para um

hospital.

- Então vai chamar o Danilo. - Disse o Bruno encarando o Lucas.

- Já volto. - Disse retribuindo o olhar.

- Para com isso. - Disse ao Bruno.

- Isso o que?

- De ficar encarando o Lucas como se ele fosse um monstro.

- Você sabe que eu não gosto dele, e pelo que sei você também não gostava.

- Ele mudou, está sendo muito legal comigo. - Disse.

- Continuo não gostando dele.

- Ai minha cabeça. - Disse.

- Calma Beto. - Disse o Bruno.

Não demorou muito e o professor Danilo já estava lá para me levar ao hospital ou para o hotel. Não parecia ser algo grave, se fosse no nosso país, mas como era fora, se algo de pior acontecesse por lá, seria muito difícil de se resolver. Então foi melhor assim, até porque eu estava quase desmaiando, já não conseguia mais ver direito as luzes do dia.

(Bom pessoal, sei que fiquei um bom tempo sem postar. As razões vocês já sabem, estudos, cursos, trabalhos e outras coisas mais. Quero pedir novamente para que comentem sobre a série, e que o próximo capítulo será postado nesta segunda-feira. Obrigado a todos que leem e gostam :D)

Comentários

Há 1 comentários.

Por Oi em 2013-08-19 17:16:23
Espero que poste rapido,o povo perde interesse na historia quando demora ;P