Ligados Ao Passado - Introdução + Capitulo I

Conto de Lohan como (Seguir)

Parte da série Ligados ao Passado

Ligados Ao Passado

Introdução

Antes de chegar ao ponto em que o prólogo descreve, deve-se saber que é necessário compreender como todos os eventos anteriores das vidas de Nuno Reynard e Ender Aiyra influenciaram para que finalmente reconhecessem seus sentimentos um pelo outro. É necessário ver como suas atitudes, historias e cicatrizes estabelecem correntes em seus passados, e como uma simples amizade em comum (Lyandrian Jayus), pode unir essas duas pessoas antagônicas. Se você espera algo cheio de fodas surpreendentes e selvagens, mas com um leve ar de pureza emanando em cada interação, essa história terá, contudo, como toda boa foda deve ter, uma preliminar bem caprichada é de lei. Sendo assim, encare esses primeiros capítulos como um jogo de excitação e seja arrebatado quando “o momento” chegar.

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Ligados Ao Passado

Capitulo I

Sentimentos do passado ressurgem

Era admiravelmente um dia comum no plantão do Hospital São Lucas em Fernando de Noronha*, estranhamente neste dia em especial não ocorreu nenhum alvoroço ou situação inusitada que Nuno Reynard tivesse que lidar. Sentado no banco na cafeteria do Hospital ele lia por meio de seu celular as noticias cotidiana daquela tarde, enquanto esperava que seu café estivesse pronto, não que ele gostasse de café, contudo, uma dose de cafeína o ajudaria a manter-se alerta para alguma ocasião que viesse surgir.

- Ann.. é... Senhor? Dr.? Ann... Seu café, como havia pedido.

Nuno sorriu, já havia se habituado a essa imprecisão de nomenclatura que as pessoas encontravam ao falar com ele no hospital.

Olhando a jovem garçonete ele guardou seu celular e ainda sorrindo a pegou a xícara que ela trouxera para ele.

- Tudo bem em me chamar apenas de você, temos quase a mesma idade, então não sou um Senhor, ainda não tenho um Doutorado, então não sou Doutor. Então me chame de você ou Nuno. Não há problemas.

A garçonete ao ouvi-lo dizer isso se permitiu relaxar e esboçar um leve sorriso, não estava habituada com esse tipo de tratamento, os médicos e doutores eram tão severos, sérios e estressados que a deixavam constantemente tensa.

- Claro Sen... Desculpe! Nuno. Deseja mais alguma coisa? Temos tortas recém-saídas do forno, se quiser posso trazer uma para você imediatamente – Nuno sorriu ao ver que ela havia relaxado. Ao vê-lo sorrir ela não pode evitar dar um leve suspiro.

Nuno não era algo comum de se ver, seu corpo era extremamente definido e uniforme, suas pernas eram longas, com panturrilhas e coxas sendo uma de suas partes mais provocativas, por serem grossas e firmes, sua bunda não era muito grande, mas formavam um arco redondo que combinavam perfeitamente com suas coxas grossas e sua cintura, seu dorso e ombros eram largos, mesmo quando ainda não frequentava a academia já eram largos e definidos, seu abdômen tinha alguns gomos, mas não eram exagerados, eram quase como ondulações, seu peitoral era firme e seguiam uma harmonia simétrica com seu abdômen e dorso, seus braços apresentavam seus músculos definidos e desenhados, seus lábios eram grossos, macios, levemente vermelhos e esbanjavam uma certa sensualidade, principalmente se olhasse para eles enquanto Nuno estava distraído, automaticamente ele mordia o lábio inferior e depois ficava assim até voltar a fazer alguma atividade, seu maxilar era quadrado, mas de uma forma suave, com uma leve barba sempre bem aparada passando um ar de que estava por fazer e ela acompanhava a linha do seu maxilar, seu nariz era pequeno e ligeiramente redondo em sua ponta, seus olhos eram castanhos com um tom puxado pro vinho, pequenos e sempre que sorria suas pupilas sumiam, seus cílios eram longo, suas sobrancelhas simétricas e desenhadas, tinha uma de suas orelhas furadas na qual colocava um alargador de 4mm quando fora do ambiente de trabalho e para quebrar a imagem padrão dos demais homens de sua idade, não mantinha um estilo de cabelo, optando por ser careca, 1,85 cm e 80kg. Quando juntava tudo isso em uma única pessoa, ficava difícil não olhar pelo menos uma única vez e se perguntar quantos anos esse homem poderia ter, isso que causava tamanha confusão na garçonete em como chamá-lo. Ao estar sério, aparentava ter uns 24 anos, ao sorrir, não mais de 20 anos, sempre aparentou ser mais novo do que realmente era, e mesmo tendo 27 anos, esse seu ar de pureza e infantilidade não abandonou suas expressões.

- Não precisa se preocupar, vou ficar somente com o café. Daqui a alguns minutos meu plantão acaba de toda forma.

Ela ainda estava parada enquanto segurava a bandeja contra seu peito, ainda em transe por aquele sorriso que recebeu, quando um código azul1 foi anunciado. A trazendo para a realidade. Porém, ao despertar de seu transe, tudo que ainda pode ver, foi aquele homem se dirigindo rapidamente para a emergência enquanto limpava seus olhos com as lágrimas que desciam após beber todo o café quente em um gole só. E assim ela voltou ao seu trabalho se amaldiçoando por nem mesmo ter tentado descobrir se ele tinha algum compromisso e se poderia seduzi-lo.

Ao se encaminhar para a sala da emergência, encontrou uma das enfermeiras que compunham sua equipe que se dirigia também para a emergência após ter ido pegar uma droga que estava faltando e que talvez fosse necessário usar.

- Nívea! – a chamou, meio embolado devido sua língua ter queimado – Qual o quadro clínico?

- PCR2, hemorragia nasal estabilizada, membro inferior direito com duas lacerações profundas, provável contusão em duas costelas.

- Acidente automobilístico? – Nuno confiava cegamente em Nívea, ela mesma o ensinou diversos procedimentos no começo de sua residência e isso fez com que ele adquirisse um enorme orgulho de poder trabalhar na mesma equipe.

- Provavelmente, ainda não verifiquei todas as informações com a equipe que o resgatou.

- Sabe o nome?

- Ender Aiyra, idade 28 anos, endereço, não verificado, quadro considerado grave...

Após o nome de Ender ser pronunciado, Nuno não a ouviu mais, ele simplesmente apressou o passo. Ao chegar rapidamente acompanhou o ritmo de sua equipe e habilmente trocou de lugar com o enfermeiro que realizava a RCP3 no momento em que fechou um ciclo e ele dava uma pausa de 2 segundos para que outro membro da equipe proporcionasse oxigênio. Seus movimentos eram automáticos, não pensava em absolutamente nada, era quase como se estivesse anestesiado.

- Adrenalina4 – Nuno falou rapidamente.

Suor começou a surgir em seu semblante, suas mãos vacilaram uma ou duas vezes, enquanto se nervosismo crescia.

“Vamos lá, seu grande filho da puta, você já sofreu por uma caralhada de problemas de muitas formas possíveis, e não fraquejou em nenhum momento. Não é de seu perfil não lutar pela sua vida, então vamos lá, lute, lute, lute...”.

Quase atingindo o ápice de seu nervosismo, Nuno fechou o punho, ergueu alguns centímetros e com uma grande quantidade de forma e precisão golpeou o peito de Ender, exatamente onde se localizava seu coração, enquanto sem manter a mínima compostura, gritou.

-REAGE PORRA!!!

Todos na sala paralisaram imediatamente, nunca antes haviam se deparado com uma reação dessas por parte de Nuno, mesmo ele sendo jovem, sempre era centrado e eficiente por mais complicado que o processo pudesse ser, sempre achando alternativas das mais variadas para salvar a vida de seus pacientes, desde que começou na emergência as taxas de sobrevida dos pacientes subiu consideravelmente e vê-lo assim, abalou a todos. No silencio que se estabeleceu, até o bater de asas de uma borboleta podia ser ouvido e confundido como um estrondo de trovão. Porem à única coisa que lentamente foram ouvindo, era o “Pi Pi Pi” que o DEA5 emitia, indicando os batimentos cardíacos de Ender.

Nuno piscou algumas vezes, e após ver que havia conseguido, se permitiu dar alguns passos para trás e sentar-se em um banco próximo, antes que desabasse com a tensão que havia sentido. Rapidamente a equipe voltou suas ações e se ocuparam a realizar os outros procedimentos padrões e não prestaram mais atenção na expressão de Nuno. O que foi algo perfeito naquela situação, pois ele não queria que ninguém visse sua quebra de palavra feita a um passado distante, enquanto deixava uma lágrima sair pelo seu olho.

“Seu grande filho da puta, depois de 10 anos sem contato algum com você. Você ressurge do inferno... Nesse estado... Quase me matando de nervosismo e ainda me fazendo mais uma vez derramar lágrimas por você?!”.

Após recuperar-se da tensão que acabara de sentir, Nuno, preencheu a ficha de Ender colocando todas as informações que se recordasse, o que era praticamente todas, visto que sua memória era excepcional. Porém havia uma única parte que ele não conseguia preencher... O endereço.

Informações:

*Hospital são Lucas de fato existe no arquipélago de Fernando de Noronha, Brasil. Entretanto o local onde a história se passa é meramente figurativo.

1 Código que indica uma emergência relacionada a Parada cardiorrespiratória.

2 PCR – Parada Cardiorrespiratória.

3 RCP – Ressuscitação Cardiopulmonar.

4 Droga mais utilizada em casos de PCR.

5 DEA (Desfibrilador Externo Automático) é um instrumento utilizado para dar choques que estimulam as atividades elétricas do coração e no controle de arritmias cardíacas, também pode ser utilizado como um monitor dos batimentos cardíacos

Acompanhe a história através do Blog (será atualizado com um intervalo de tempo menor por lá: ligadosaopassado.blogspot.com

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