Surpresas

Parte da série Morte, novamente

Bom, gente, se alguém ainda lê, peço perdão por não postar nessas ultimas duas semanas. Eu estava desmotivado, meio deprimido, por isso não consegui postar a história. Vou fazer o possível para que isso não se repita. Hoje o capitulo vai ser um pouco pequeno, mas vou aumentar os próximos, não se preocupem.

Por favor, se alguém ainda lê, ou se vai começar a ler agora, por favor, comente!

Vamos agora ao que realmente interessa:

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TOMAS

Está tudo escuro. Estou rodeado pelo nada. Não há ninguém em volta de mim. Estou caindo, caindo no nada. Estou chorando. Desespero-me. Ninguém me ajuda. Ninguém aparece. Eu continuo sozinho. Eu grito por ajuda, grito por alguém, qualquer um, qualquer pessoa que me ajude. Estou desesperado, louco. Não há ninguém, não há nada. Só eu e a escuridão.

-Tomas- Uma voz sussurra no meio do nada.

-Tomas- Ela sussurra de novo.

-O que... o que foi? Queem éé?- Eu respondo tão apavorado pelo silencio e vazio interiores que não tenho espaço para ter medo da voz. Ainda mais, por que eu reconheço aquela voz. Não sei exatamente de onde, mas eu conheço.

- Tomas, se acalme.

-Quem é você?

- Tomas, acorde!

- Mas..- aos poucos, a escuridão desaparece; consigo ver alguém ao meu lado, borrado. Sinto que estou sentado. Quase tudo em volta de mim é branco, porém não consigo raciocinar direito para descobrir onde estou.

- Tomas?- a voz que falou no meio da escuridão diz.

-William?-Meus olhos já estão bons o suficiente para ver o sorriso sarcástico conhecido estampado no rosto de William.

-Finalmente a bela adormecida acordou!- William diz, rindo um pouco no final.

- Há há há, que engraçado.- respondo, fazendo com que ele ria de novo. -O que aconteceu?

O rosto dele fica sério, irritado. - Um ataque terrorista muçulmano.

-Mas aqui? Com que sentido?

-Vai entender aqueles caras? Eles matam qualquer um que não faça o que eles pedem!

-Alguém.. morreu?

-Infelizmente, oito alunos morreram. Trinta e sete alunos, incluindo você, estão feridos.

- Que tipo de ferimentos?

-Você só bateu a cabeça, nada mais grave que isso, sem sequelas.

Fico quieto um tempo. Oito pessoas morreram, por motivo nenhum. Isso não é justo. Nem um pouco. E é triste, muito triste. A tristeza com a morte daquelas oito pessoas se mescla com a tristeza e desespero que eu sentia por causa daquela escuridão me envolvendo, me fazendo chorar copiosamente.

William se sobressalta.-O que aconteceu? Sente alguma dor? Quer que eu chame o médico?

-Nããã..o, ééé que é tudo tãã..tãão horrível! Primeiro a morte daquelas pe..pessoas, e.. e..depois eu tive aquele pesadelo..

- Que pesadelo?

-Eu sonhei, enquanto estava desacordado, que estava sozinho, rodeado por trevas. Eu chamava por ajuda e ninguém me ajudava...

-Tomas- William começa a dizer.

- Eu tenho pavor disso.

-De escuro?-William diz com um pouco de descrença na voz.

-Não. De ficar sozinho, para sempre. De, não importa o que eu faça, eu fique sozinho.- eu respondo.

-Interessante...

-Mas você já sabia.- digo estupidamente.

-Como assim?- William diz surpreso?

-Você, você estava no sonho.

-HÃ?

-Quero dizer, a sua voz estava. Você me chamou, e me disse para que eu acordasse. Você me salvou, me tirou daquele lugar horrível - Assim que digo isso, fico vermelho de vergonha. Eu não devia ter dito isso. Poderia dar a ele a ideia do quanto eu tinha sentimentos em relação a ele.

William fica um pouco quieto, pensando. Parece surpreso, e preocupado. Quando vejo isso, eu fico preocupado. ´Pronto idiota! Agora ele vai ver o quanto você é apaixonado por um garoto que conheceu no dia anterior! E o pior, o garoto é ele!´´

Ele se levanta, lentamente. Vejo que esta mergulhado em pensamentos. Estou prevendo que ele vai virar para mim e dizer que acha que estou com sérios problemas mentais, quando ele, inesperadamente, me pergunta:

-Quer sair comigo amanhã a noite?

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WILLIAM:

Após relatar ao pai de Ivan sobre o que ele tinha feito, e ficar feliz por vê-lo ser preso por uma semana na nossa penitenciaria particular, eu volto para a escola, e ligo para a policia e a ambulância. Enquanto espero, acordo alguns garotos de várias salas, e modifico suas memórias, de modo que parecesse que eles acordaram primeiro. Observo as mentes dos alunos para me certificar se alguém viu algo mais perigoso sobre a verdade, como quando explodi uma boa parte do prédio; porém ninguém viu nada. Acompanho Tomas até o hospital. Por algum motivo, eu não consegui acordá-lo. Aliás, eu não conseguia olhar dentro de sua mente. Antes eu conseguia, porém não olhei, por que quis respeitar sua privacidade. Estava pensando sobre isso, quando um vislumbre de um lugar escuro preenche minha cabeça. Vejo que vem da mente de Tomas. Ele esta chorando, sozinho. Por algum motivo, aquilo me da angustia, e, antes que possa me controlar, eu o chamo. Na segunda vez que faço isso, ele me responde, e eu digo a ele que acorde. Após uma pequena resistência, ele acorda. Felizmente, ele não perceberia sobre o ocorrido. Mas ele percebeu. Acho que a mente dele trabalha de um modo diferente. Ou talvez.. Não, não pode ser ele é totalmente normal. ´´Totalmente normal``, penso, forçando a ideia a entrar na minha mente, o que não funciona ´´se ele não for, se ele for um..`` não completo a frase. Não posso nem pensar nas consequências, elas não seriam agradáveis.

Nem presto atenção direito no que Tomas fala, até que vejo sua expressão de angústia. Isso me lembra do que foi dito ´´Você me salvou´´ Aparentemente, Tomas dava uma grande importância aquilo. Este pensamento me deixa feliz. Muito. Sem prestar muita atenção no que digo, eu pergunto a ele:

-Quer sair comigo amanhã à noite?

Tento me convencer de que este pedido foi feito somente por que quero descobrir mais sobre sua mente. Não tenho muito sucesso quando vejo sua cara de felicidade. Embora não possa, de novo, ler seus pensamentos, posso reconhecer quando uma pessoa fica muito feliz por causa de um pedido. Acho que fico com a mesma cara quando ele diz que sim.