Revelações

Conto de Josha como (Seguir)

Parte da série Morte, novamente

Hello everyone!

#se sentindo bilíngue, hoje eu vou postar another chapter, kkkkk. Ontem eu não postei porque como era feriado, meu pai pediu para eu ajuda-lo a arrumar algumas coisas em casa, por isso não deu tempo de eu postar :(

- Fla Morenna: Acredite em mim, eu também acho que o Tomas tem que ir mais devagar, mas... o que fazer? O coração, por ser um órgão do corpo que mantem todos os outros órgãos funcionando, acha que pode mandar, acha que é importante; por isso no amor as vezes cometemos asneiras, ou somos apressados, como nosso caro Tomas. Obrigado por acompanhar a história!

Agora, vamos ao conto:

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TOMAS:

Hoje eu acordei com o meu alarme normal, sem ouvir gritos de parabéns e o bater de palmas. Enquanto me espreguiçava ao som de ``Burn´´, eu pensei na noite anterior, em minha pequena festinha, no fato de eu ter 16 anos agora... E por último, é claro, eu me lembrei de William. Hoje, com a cabeça um pouco mais fria após uma boa noite de sono, eu via que eu tinha sido precipitado; óbvio que isso não era um pensamento feliz, porém eu tinha de aceitar que William talvez só me quisesse como amigo ou algo do tipo, então eu tinha que parar de criar falsas esperanças. Isso obviamente não era muito agradável, é claro.

Após me arrumar para a escola, e tomar café apressadamente (nos dias normais, eu também ia de ônibus para a escola), eu fui para o ônibus, que, após passar pelo terminal, parou em frente a minha escola. O trajeto inteiro eu escutei David Guetta, e estava cantarolando a letra de ``Without You`` quando me sentei em minha carteira. Sempre que eu escutava música, me inseria em um mundo totalmente diferente do conhecido por real, e não prestava muita atenção em volta de mim. Por isso, eu não vi que William já estava sentado atrás de mim, e quando ele foi me cumprimentar, quase pulei da cadeira.

- AHH, hum, desculpa cara, eu não tinha te visto.- eu disse após me recompor.

William sorriu seu sorriso sarcástico usual, e disse:

-Sem problemas; Pude perceber que você estava muito envolvido com a música, então não se preocupe.

-Você já comprou seus livros?

- Ainda não, na verdade eu tinha me esquecido deles, por isso espero que não se importe de eu me sentar com você por hoje...

- Sem problemas- digo tentando desfaçar meu contentamento. Eu realmente não tinha jeito.

- Que bom. - ele disse sorrindo cinicamente novamente.

Alguns minutos depois vejo que Jônatas e Mari entram paparicando o professor Carlos, e rio um pouco.

- Por que esta rindo?- William me pergunta.

-Digamos que Jônatas e Mari... Você se lembra dos dois, certo?

- É claro.

- Bom, os dois são, como posso dizer, gamados no professor Carlos; são assim desde a 7° serie, quando ele começou a nos dar aulas; e bom, digamos que eles dão muita bandeira, sabe? – digo rindo baixo no final.

-Entendo... Então Jônatas é gay?

- Sim, achei que você já soubesse; ele faz questão de contar a todos que é gay. Você vê algum problema nisso?- pergunto receoso; embora eu fosse um pouco (somente um pouco, é claro) caído por ele, eu não tinha certeza (não fazia ideia, aliás) se ele era hétero ou não.

- Não- Ele me responde tranquilamente- Só é bom saber que existem outros iguais a mim, ou melhor, parecidos comigo.

-O que você quer dizer com parecidos?- Eu pergunto quase gritando de felicidade... Então ele era gay? Que interessante...

-Digamos que eu não sou totalmente gay; sou mais para bi. Tenho interesse por ambos os sexos, embora seja mais inclinado para o masculino do que o feminino.

Tive que me segurar para não dar um grito de felicidade. Aquilo parecia surreal. Era bom demais! Agora eu só precisava que ele gostasse de mim. Aí tudo seria PERFEITO!!!!

-Sinto me lisonjeado por contar isso a mim, considerando que nos conhecemos ontem. - E eu realmente estava. Com o eu disse antes, tinha medo de contar para qualquer pessoa sobre minha sexualidade. Tinha medo de que algo chegasse aos ouvidos de meus pais.

Ele me olhou surpreso.

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WILLIAM:

Após caminhar por mais alguns quilômetros, pensando em quanto a vida era confusa, eu cheguei a uma fábrica abandonada. Movimentando-me por puro instinto e por memória, pulei as 14 grades que havia no grande salão de máquinas, sempre na ordem correta; após isso, cheguei a uma grande porta; não entrei por ela; bati duas vezes de um lado e quatro vezes do outro. Após uma coruja piar três vezes e eu responder como uma águia, uma pequena porta se abre à três metros da grande porta; entrei por ela. Do outro lado havia um túnel que se alargava com a profundidade. Ao final dele, três homens estavam montando guarda à frente de uma porta de aço.

-Bom dia James- Eu digo.

- Bom dia William- O guarda mais alto me responde.

Atravesso a porta tranquilamente, como de hábito. Atrás delas há uma grande multidão, trabalhando em projetos variados; ensinar, criar, cuidar, repreender, liderar. Essa é a área comum do quarte- general-sul dos assassinos.

Cumprimento alguns poucos rostos conhecidos na multidão, e sigo por vários corredores até a área dos alojamentos de meu clã, o clã das águias. Meu pai adotivo, ao me ver chegando, me cumprimenta, como de costume; eu o cumprimento de volta. Caminho até meu quarto, onde pego minhas adagas; são com certeza minhas armas preferidas; ágeis e rápidas, o inimigo nem percebe que já morreu.

Vou até o centro de treinamento, onde um de meus instrutores me espera. Treino o resto do dia, matando vários robôs com um simples lançamento.

Ao voltar para o alojamento de minha família, cumprimento meu irmãos que chegaram um pouco depois que eu sai. Ao contrário de mim, eu fui adotado, meus irmãos são filhos de sangue de meu pai, porém eles não se importam; nem mesmo pelo fato de eu ser mais velho. Talvez pelo fato de que não tenho direito a herança, de qualquer modo.

Comemos nosso jantar, e vamos para nossas camas. Demoro um pouco para dormir, por que me lembro de Tomas, mas acabo dormindo. Sonho que estou voando, voando alto, sem problemas, sem preocupações, sem o vazio que me vem após matar alguém. Sempre sonho com isso, mas dessa vez vejo alguém vindo atrás de mim; não me perseguindo, alguém me acompanhando. É um cardeal. Ele parece feliz comigo ali, e eu vejo que eu também estou feliz. Ele me lembra alguém, mas não consigo me lembrar quem é.

Acordo as 05 da manha, e vou para o refeitório. Após a refeição matinal, faço alguns exercícios e em seguida vou para a escola, dessa vez de ônibus. Ainda não sei o que pensar sobre Tomas, mas continuo.

Chegando na minha nova escola, começo a conversar com quem estava por ali. A maioria responde educadamente, alguns me ignoram, e outros começam a falar animadamente comigo, como se me conhecessem há anos; todos olham para meus olhos com receio.

Após algumas conversas, vou em direção a minha sala. Chego antes de todos, e fico desenhando pássaros em meu caderno. Vejo que Tomas chega, porém esta tão compenetrado em seus fones de ouvido que esta alheio a tudo. Após cumprimenta-lo e ele quase cair no chão devido ao susto, conversamos um pouco. Surpreendo-me muito quando ELE se surpreende por eu contar sobre o fato de ser bi. Nunca escondi isso de ninguém; na liga não haviam preconceitos sobre isso, então eu nunca me importei de contar aos outros sobre minha orientação sexual.

-Por que você se sente lisonjeado? O fato de ser gay é algo que devo manter em segredo? Como poderia ser feliz mentindo sobre o que sou?

Ele me olha de um jeito triste; como se estivesse envergonhado, mas também com medo.

-Acredito que por que alguns gays não contam para qualquer um seus desejos, como é o seu ser de verdade. - Ele me responde com a cabeça baixa.

- Por quê?- pergunto realmente surpreso, e talvez um pouco exaltado. Acho que porque achei que alguém que sempre sorri como aquele garoto entenderia.

Ela fica quieto um pouco, e diz em voz baixa;

- Porque eles temem de que alguém conte aos seus pais, que tem simplesmente nojo e horror ao homossexualismo.

E eu entendi. Entendi porque ele ficou surpreso; entendi a que perigos ele se referia quando conversei com ele pela segunda vez; o perigo em que seus amigos o colocavam quando falavam de mais, quando falavam coisas sobre as quais ele pedia silencio. Entendi que ele também era gay, e ele estava se sentindo torturado pelo fato de nunca poder contar a verdade, nunca poder ser ele mesmo perto dos pais; entendi que por baixo dos sorrisos, ele tinha uma tristeza profunda, uma tristeza que escondia de si mesmo e dos outros, antes que eles descobrissem. Entendi que ele precisava de ajuda.

E entendi que eu estava muito inclinado a ajudar.

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