Mais um, tanto morto quanto aniversário

Conto de Josha como (Seguir)

Parte da série Morte, novamente

O som opaco e oco de um corpo caindo ao chão chega aos meus ouvidos; o corpo em si, agora sem vida, era de um homem idiota, que se envolveu com o lado errado; eu o matara, não por diversão, como alguns de meus colegas faziam; o matara porque era meu trabalho; o ciclo de cada cliente era bem simples; eu os destituía de esperanças, tirava suas seguranças e certezas, deixando-os completamente indefesos, sozinhos e encolhidos, em suas próprias cabeças; então, eu tirava deles qualquer informação que me fosse necessária.

As vezes, eu fico com pena do jeito que as minhas vitimas ficam; como em praticamente tudo que faço, sou absoluto, nada pode fugir ao controle, tudo tem que estar sujeito ao que eu quero, quando eu quero; não posso falhar; por isso que as vezes eu mato minhas vitimas; como o homem de hoje; ele se envolveu com algo que não devia, algo que não entendia; achou que estava fazendo o melhor, por isso se envolveu. Doce ilusão; assim como a ilusão de que ele se safaria de mim.

Trabalho para uma gangue de assassinos; fui criado nela desde os 3 anos de idade, quando fui recolhido; os meus superiores me ensinaram como extrair a verdade de alguém, como tirar o que a pessoa tenta esconder com todas as suas forças; me ensinaram que para se extrair a verdade, não se pode extrair com dor física; embora eu saiba como torturar as pessoas até a loucura, não é assim que eu trabalho; eu dou dor as pessoas por entro, tirando suas esperanças, suas certezas, seu eu; deixo-as a um passo da loucura, até que elas me contem por sua própria vontade o que eu quero saber; algumas pessoas se recuperam; outras, não. Essas, eu mato.

Como eu disse anteriormente, sou o melhor no que faço; todos na liga me respeitam, e, mesmo só tendo 16 anos, todos me fazem perguntas, querem a minha opinião; a opinião de um garoto que foi abandonado, de um garoto que mata sem pestanejar, a opinião de um garoto que, por baixo de toda a sua insegurança, sente-se vazio, desamparado.

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ACORDA, ACORDA, ACORDA! PARABÉNS PRA VC, NESTA DATA QUERIDA, MUITAS FELICIDADES, MUITOS ANOS DE VIDA! AEEEEEEE!!!!!

Minha família me acorda, como faz em todo aniversário; embora eles sempre façam isso, nunca enjoo; sei que amam; nestas pequenas demonstrações, nos pequenos atos, é que eles mostram que me amam.

-Valeu gente!- corro e abraço um a um; meu pai, minha mãe, meu irmão e minha irmã menores; sinto que eles me amam, no calor de seus abraços, no jeito feliz de me cumprimentar;

-Olha só quem esta ficando mais velho! Meu bebê não tem mais 2 anos!_ minha mãe me diz;

-não mesmo! agora, ele tem...-minha irma diz e para pra pensar-... 14 anos a mais!

Todos nós rimos, enquanto minha irma fica feliz por ter feito a conta certa; vou fazer 16 anos, e estou pensando o quanto isso parece estranho, quando sou interrompido por minha mãe, que me entrega um pequeno envelope.

-Ufa! achei que esse ano não haveria outra caçada!- eu digo enquanto pego o envelope azul-marinho(minha cor preferida) das mãos de minha mãe. O termo caçada remete ao fato de que todo ano, em todos os aniversários, minha mãe faz uma caça ao tesouro, que conduz ao presente de aniversário, e alguns doces para os irmãos do aniversariante.

Dentro do envelope, encontro um pequeno cartão escrito ``Ave aparentada dos pardais, mais facilmente encontrada na América do Norte; neste caso, modificada;´´

Após alguns minutos pensando, e lendo para meus irmãos o que tem no papel, chego a resposta:

-Tordo; é um Tordo! E o Tordo de os Jogos Vorazes, por que foi modificado.

Corro para meus livros, e abro a minha edição de os Jogos vorazes na página em que Rue encima um sinal a Katniss, usando os Tordos modificados; na dita página tem um cartão com a foto de um carro, e escrito ´´+ oon´´. Após meu irmão menor ler o papel, ele mediatamente pega a ideia, e corre para um instrumento de percussão que tínhamos em casa, que eu comprara com o dinheiro de meu primeiro salário; o Carron.

Dentro dele tem uma cartolina envelhecida om café e pequenas queimaduras; ela é o lar de um mapa, que passa pela cidade inteira, ate chegar ao nosso ´´Prancing Pony´´, um restaurante italiano que fica próximo ao escritório de advocacia de meu pai.

No verso do mapa esta escrito ´´ as 9 horas da noite´´.

-Nós vamos comer lá hoje?- Meu irmão diz.

-Sim; filho- meu pai diz rindo;-porem agora, por favor vá se trocar, o aniversariante ainda tem que ir a escola.

Enquanto e meus irmãos comemoramos, meu pai e minha mãe vão arrumando a mesa de nosso café. Eu troco de roupa, nós comemos, e meu pai me leva para a escola; embora já tenha 16 anos, todo ano é a mesma coisa; vou ficar ansioso o dia inteiro para que chegue logo as nove horas da noite.

Comentários

Há 3 comentários.

Por Soturno em 2016-09-12 17:12:46
Intrigante quero saber o que irar acontecer. Quando os dois caminhos se cruzarem.
Por Rappaah em 2016-07-31 09:16:39
Legal, gostei!
Por Fla Morenna em 2016-04-20 12:56:48
legal. bem interessante