Descobertas, novamente.

Conto de Josha como (Seguir)

Parte da série Morte, novamente

Aqui estou de novo, atrasado e escondido, mas o que é a vida sem alguns riscos, não?

Amantedalua: Obrigado por gostar de minha série! Perdão por não tê-la postado antes, eu não tive tempo, e até pensei em desistir, mas eu gostei tanto de alguém ter comentado(infelizmente sou um pouco vaidoso) que eu encontrei forças para voltar a escrever! UM GRANDE ABRAÇO!

Agora, vamos à história!

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MATEUS:

Sabe quando você se lembra de algo que te aconteceu há algum tempo, algo marcante, algo que você queria esquecer, enterrar mais fundo que a fossa das Marianas. Quando você deseja que em sua mente existisse um porão, profundo e escuro, um lugar onde você pudesse esconder todas as suas lembranças ruins, seus medos, seus devaneios, seus momentos de inferno na Terra; e que qualquer coisa que você colocasse naquele porão só saísse se você quisesse?

Quando Tomas me mostrou o momento em que eu recebi aquelas mensagens horrorosas, quando eu vi a minha face se encher de lágrimas, tanto a do meu eu do ano passado quanto a do meu eu atual, quando eu me vi se encolher no chão do meu quarto e me enrolar como um cachorro ferido, esse foi um momento em que eu desejei ardentemente que aquele quartinho escondido não pudesse ser aberto. Porem eu fui praticamente jogado nele.

Eu estava encolhido no chão de novo, ao lado do meu eu passado, que não me via. “Porque?” Eu gritava em minha cabeça; “Porque isso tinha que ter acontecido comigo”

-Mateus?- Ouço uma voz baixinha ao meu lado; É Tomas, segurando minha mão.- Sei que é difícil relembrar de coisas assim, mas nós não acabamos ainda.

-Hã?-Digo, levantando a cabeça lentamente.

- Eu preciso que você veja quem mandou as mensagens.

-Voce já disse que foram os seus pais...

-Mas você ainda confia em mim plenamente?

Eu abaixo a cabeça. Não, eu ainda não confio. A dor que eu passei não vai embora fácil.

-Voce sabe o que eu passei depois daquelas mensagens?- Digo, levantando o pescoço.

Tomas não me responde.

-Voce tem alguma idéia de como eu me senti? Veja; eu fiquei dias e dias em depressão, eu simplesmente não sabia mais o que fazer. Eu me senti um lixo, um verme. A única pessoa em quem eu confiava do fundo do meu coração, dos cantos mais escurecidos de minha alma, havia me traído, me xingado,me condenado. Eu reprovei de ano, reprovei no concurso, minha vida estava um desastre. Eu só consegui me levantar graças ao ódio que senti por você. Por isso, não, eu não confio em você plenamente.

Tomas me olhava com lágrimas nos olhos.

-Não se preocupe com isso. Eu mereço esse ódio.

Silêncio

-Por favor, me deixe apenas consertar o que eu causei graças á minha falta de ação. Por favor, Mateus, venha comigo, deixe-me mostrar o que ocorreu.

Silencio de minha parte

-Eu sei que eu devia ter te procurado. Mas...Eu senti muito medo, Mateus. Eu ainda era uma incógnita. Por favor.

Por algum motivo, eu estendo a mão para ele. Ele a pega, e após uma ligeira sensação de pressão, estamos na casa de Tomas, vendo dois adultos digitando em um celular.

-Mas amor, você precisava ter posto tantos xingamentos?-A mãe de Tomas diz, lendo aquelas mensagens de ódio sem sentido.

-Temos que ser firmes com esse tipo de gente, querida! Eles infectam a todos; imagina se ele transforma o nosso filho numa bicha?

A mãe faz o sinal da cruz. –Deus me livre, que horror! Voce tem razão, é melhor você continuar assim.

Então ambos mandam mais algumas mensagens, e depois bloqueiam o meu numero. Tomas para a cena.

-Voce está bem?-Ele me pergunta em voz baixa.

-COMO ELES PODEM FAZER ISSO?

-Eu não sei, algumas pessoas são assim, elas...

-A SUA MÃE USOU O SINAL DA CRUZ CONTRA MIM!

-Mas....

-Esse sinal foi criado para relembrar os cristãos do AMOR de Jesus por eles. Sendo isso real ou não, não pode ser usado numa demonstração tão clara de ódio e preconceito!

-Mas...

-QUE BANDO DE HIPÓCRITAS! E depois querem que eu me arrependa do meu pecado de “sodomia” e blablablabla...

-Eu sei, mas nem todos são assim!

-Assim como nem todos os negros são ladroes, nem todos os muçulmanos são assassinos loucos. Porque as pessoas são tão idiotas?

- Talvez porque somos orgulhosos de mais em quase todos os momentos, eu não sei, mas por favor, acalme-se, você vai se transformar em urso de novo, veja seus braços!

Olho para meu braço direito sem prestar muita atenção.

-Qual é a diferença deles?-Digo, ainda irritado-estão iguais a como estavam há 5 minutos!

-Não estão não! Estão mais musculo- Ele se interrompe, vermelho-Estão maiores e mais peludos! Seus pelos estão até de outra tona..-Ele se interrompe de novo, ainda mais vermelho.

Meus órgãos parecem geléia. O Tomas prestava tanta atenção que sabia o tamanho de meus músculos e até a tonalidade de meus pelos?

-Você... Você pode esquecer as últimas palavras que disse?-Tomas diz, com o rosto da cor de um pimentão maduro.

Eu olho para ele um tempo, em seus olhos, bem fundo, vendo a sua pupila dilatada. Ótimo.

-Não.- E o beijo intensamente.

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WILLIAM

Acordo em um recinto enorme, com o teto abobadado, parecendo uma catedral. Estou em uma cama simples, de madeira, com um cobertor cinza, e uma blusa a mais do que antes, totalmente sozinho. Vejo algumas roupas ao lado de minha cama, e um prato com um pão de forma e uma jarra de água.

-Tem alguém ai?- Digo me levantando. Tento esquadrinhar a região à minha volta com minha mente, mas não consigo. Por alguma razão, não consigo usar meus poderes.

Alguns minutos se passam enquanto tento descobrir onde estou, mas mesmo andando pelo salão inteiro, que aparenta ser algum tipo de grande quarto, eu não encontro nada de novo, (a não ser um pequeno banheiro), nem ninguém. Tento usar meus poderes mais uma vez, mas não consigo. Parece que existe algum corte na ligação entre meus poderes e á vontade de usá-los.

Estou tentando sem sucesso levantar uma pedra solta do chão com a mente, quando escuto uma voz preencher o salão:

-É frustrante, não?

Quase quebro uma cadeira devido ao susto, eu estava sem ouvir nenhum outro som por tanto tempo(acho que já haviam se passado algumas horas nesse processo todo).

-Quem é você? O que quer de mim?

-Já não reconhece minha voz, senhor anti-paz no refeitório?

-Você é aquela telepata que me prendeu.... Vi..Vi..Vitória!

-Fico feliz que sua memória esteja funcionando razoavelmente, vai precisar dela.

-Para que?

-Uma pergunta de cada vez. Você ainda não respondeu a minha, Sr. William-Vitória diz.

-Você quer saber como eu sinto? Hora você deve saber, considerando que é uma telepata! Eu odeio ficar assim, é obvio que é frustrante, me faz sentir incapaz, me faz sentir pequeno, me faz sentir...

-Normal?-Vitória pergunta.

-É.- Afirmo, horrorizado por estar como uma pessoa normal. Sempre quis ser maior que os outros, odeio estar assim.

-Que bom que esta se sentindo assim. Vai te fazer bem, acredite. Agora, respondendo a pergunta anterior, você vai precisar da sua inteligência e memória para seu teste.

-Que teste?-Digo, me levantando da cadeira.

-O teste em que veremos se você é digno de fazer parte do 15.

-Mas...

-Você não se inscreveu ainda? Não pode por ser muito novo? Tudo isso não tem importância. Você é poderoso demais para ficar sem orientação.

-Como...

-Tiramos seus poderes? Está sala foi preparada para que ninguém que fique dentro dela possa usar poderes. Ela existe há inúmeras gerações, e serve tanto de centro de treinamento, Senhor William, como de prisão.

-O que quer dizer com isso?-Digo, oscilando entre o medo e a raiva.

-Que se você não passar no teste, não poderá sair de seu aposento nunca mais.

-Mas e se...

-Encontrarmos outra pessoa que necessite do uso destas instalações? É simples. Você está em apenas um dos milhares de cômodos de nossa fortaleza. Haverá lugar para outros.

-Quer dizer que se eu não passar....

-Você viverá para sempre nesse grande salão? Sim. Boa sorte para você. Seus testes começam em uma semana. Prepare-se até lá.

-Como? Você não me disse oque eu irei fazer! Como vou me preparar para algo que não sei fazer?

-Simples. Prepare-se para as piores situações imagináveis, porem sem usar seus poderes. Boa Sorte novamente. E coma. Não envenenamos a comida. Você vai precisar dela para suas tarefas. E não se esqueça; sabemos tudo que esta pensando; então não tente fazer alguma besteira. Boa Sorte, Sr. William.

Simplesmente me sento e fico olhando para o nada. Não sei o que fazer, não sei o que pensar. No que eu me meti?

Comentários

Há 1 comentários.

Por amantedalua em 2016-09-14 11:16:30
fico muito feliz q vc tenha voltado ..... cara esse conto simplesmente e perfeito por favor nao pare de publica lo adoro a história e essse beijooo aiaiaia meu coriiiiiiii ..............posta logo em