Chapter 10 - Passado vem à tona

Conto de Josha como (Seguir)

Parte da série Morte, novamente

Olá novamente!

Nando Martinez: Te entendo perfeitamente quanto a não querer postar somente um ``que legal´´kkkkk. Quanto ao cronograma, essa semana eu vou postar uma vez por dia (até amanhã, especificamente), porém a partir de semana que vem, pretendo postar sempre de segunda, quarta e sexta, os dias em que tenho mais tempo. Obrigado por comentar!

Vamos à história:

______________________________________________________________________________________________________________________

TOMAS:

-Bom, o que vc se recorda do ataque? Eu sei que não viu muita coisa, considerando que acordou somente agora á pouco, porem queremos o máximo de informações possíveis. –O Sr. Jefferson, um delegado realmente barbudo, porém aparentava ser jovem; me pergunta.

-Estávamos assistindo a aula de história; eu não estava prestando atenção direito, por que estava conversando com William, ouvimos um barulho alto, e a porta da sala foi arrancada das dobradiças, indo para cima de Carlos...

-Carlos? Um colega de turma?- neste momento o delegado fez uma expressão que me lembrou alguém. Ele parecia estar com... ciúme?

-Aah, não, é o professor; eu o chamo de Carlos por que ele me pediu para chama-lo assim; história é minha matéria preferida, então, depois da aula, nós ficamos conversando sobre história, as vezes durante o recreio.

- Entendo, continue.- o delegado relaxou. Ele realmente me lembrava alguém...

-Bom, onde eu estava, vejamos, sim, a porta sobre o Carlos... Quando teve o barulho alto, que foi como uma explosão...

-Defina como foi o barulho, por favor.

-Era uma explosão, eu acredito; porém não era como C4, entende? Era algo meio sônico, e elétrico; deixou-me meio zonzo. Acredito que deixou todo mundo zonzo, por que quase todo mundo caiu no chão; então teve mais duas explosões; desmaiei quando ocorreu a quarta explosão, que me pareceu ser a mais forte.

-Você sentiu concreto se soltando, ou pó levantando, durante as explosões?

- Sim, na segunda explosão soltou muito, muito pó, e eu senti rachaduras no chão e na parede, e o chão tremia; e as janelas quebraram.

-Você viu alguém estranho naquele dia?

-Não, ninguém;

-Viu alguém pela da porta?

-Não

-Presumo então que você não viu nenhuma arma?

-Infelizmente não, sinto muito por não poder te ajudar em nada com isso.

-Sem problemas; o seu relatório foi muito bem feito, e foi explicativo. Muito obrigado.- Quando ele disse isso e me ofereceu sua mão para que eu apertasse, eu tive ainda mais certeza de que o conhecia; aqueles gestos, aquelas maneiras, de quem ele me lembrava?

-Não há de que!- digo apertando a mão dele.- Ele tinha um aperto de mão forte; não tão forte como William, mas era forte.

-Obrigado mesmo pelo seu depoimento, porém você se importaria se eu te encontrasse em algum momento mais tarde? Acredito que você presta atenção aos detalhes, por isso gostaria de ter uma conversa um pouco mais detalhada sobre o ataque, mais especificamente sobre as explosões...- O delegado disse.

-Sem problemas, mas teria importância se fosse amanhã de tarde? É que hoje eu tenho aula de flauta, e tenho que fazer um trabalho com meus amigos...

-Quanto a flauta nada tenho a dizer, porém você realmente precisa fazer o trabalho? Você vai ficar sem aula até eles arranjarem um prédio novo para a escola.

- Eu sei, mas meus amigos vão querer conversar sobre o ataque, não tivemos oportunidade de falar sobre o ataque, e eles já me mandaram mensagens dizendo que não cancelaram o período do ´´trabalho``, veja;- Mostrei a ele meu celular, na tela tinha minha pagina do Whats com o Jônatas, ele me mandara a seguinte mensagem: ´´BB, não ouse cancelar o trabalho; eu e a BFF já ajustamos tudo ok? Bjs.``

-Ele te manda nudes?- o delegado me pergunta com um sorriso suspeito no rosto.

-AHH- fico vermelho que nem um tomate maduro- Bom... er.. hehe.. ele me manda fotos de ´´Bofes`` como ele chama, e nus; porém.. er..eu, eu nunca baixo...

-Nunca mesmo?- ele me diz, após subir um pouco nas mensagens.

-Bom às vezes sim, só quando é realmente promissor, mas, com licença, devolva meu celular, por favor!!- Digo ainda vermelho, e tento pegar o celular dele, que começa a rir, devolvendo meu celular.

-Ok, Sr. Tomas Garcia Cid- ele diz, e fica sério- É que não esperava isso do senhor.

- Mas...como assim? Que que eu fiz? Eu nem te conheço!

-Talvez, mas um amigo meu disse que conhecia um Tomas Garcia Cid; ele disse que contou a este Tomas sobre o fato de ele ser gay, e que, a principio, o tal Tomas foi solidário. Porém, do nada ele se virou contra meu amigo, e o xingou, dizendo que não queria mais ser amigo de uma bicha loca que nem ele, e que ele nunca, nunca ia ser um viado idiota, e que ele não ia sair com o bichinha do mal-amado do amigo dele.-Neste momento, o delegado está com uma expressão horrível de raiva em seu rosto, e de rancor, como se ele tivesse nojo de mim. Eu estou em frangalhos, sentado no chão, soluçando e dizendo:

- Mateus, como isso pode acontecer! Como eu pude deixar isso acontecer!

-Á, então você lembra qual é o nome daquela bicha loca, é? O viadinho idiota sabe o nome dele?

-Mas... mas..

-Mas o que seu hipócrita nojento! Tu chama ele assim sendo que tu é gay também!- Ele está quase gritando.

-Não, você não entende...

-Não entendo o que? Que você ME xingou por nada, por puro preconceito com você mesmo?

-Co...como ..assi..assim você?- Digo, entre muitos soluços, quase já sabendo a resposta.

-Tu não percebeu? Tu é tão idiota assim? Você ao menos lembra qual era o sobrenome do Mateus bicha Loca?

-Era Jef..-Não termino de dizer a frase; agora eu entendia porque o delegado me lembrava de alguém.

-Isso seu merda, Jefferson- Ele disse irado- Eu sou o Mateus, o garoto que confiou em você, mas você jogou comigo! Seu preconceituoso de merda!

-Você não entende, não.. espere- Ele avança em minha direção, parece enlouquecido, total e completamente.

Nesse momento a porta da sala abre rapidamente, fazendo um barulho enorme ao bater na parede; William entra. É claro que é William. Graças aos céus, é William.

-Quem é você? Ninguém pode entrar na sala enquanto estou anotando os depoimentos...-Mateus é interrompido pelo soco descomunal que William lhe dá em cheio no queixo. Ele cai para trás enquanto William vem até mim. A sala parece estar carregada por um brilho vermelho.

-Tudo bem com você, Tomas? Ele te machucou?-Ele diz, me fazendo sentar em uma cadeira.

-Não fisicame...- Outra interrupção. Mateus pergunta quem é o desgraçado que lhe bateu. Ainda estou tremendo um pouco.

-Eu sou William, idiota, o William que você elogiou pelo depoimento tão bom a alguns minutos.

-Você? É você parece ser um idiota que cai na conversinha desse verm...

- Não ouse chama-lo assim- William diz- A luz vermelha da sala está mais forte.- Primeiro, um besta como você não tem o direito de fazer isso. Segundo: Tomas nunca te xingou; quem te bloqueou e te xingou foram os pais dele; quando eles descobriram sobre a sua amizade, ficaram loucos, possessos; ELES que te xingaram; Tomas tentou de TODAS AS MANEIRAS POSSÍVEIS falar com você, mas ele NÃO CONSEGUIU! Se você tivesse prestado atenção na reação dele as suas palavras, veria que ele ainda se importa com você! Seu idiota imprestável!- e William lhe dá outro soco, no nariz; o barulho nauseante da quebra do nariz de Mateus e o cheiro de sangue preenche a sala. Eu estou aos prantos ainda, tremendo no canto.

William vem até mim e me pega no colo com gentileza. Como eu imaginava, ele realmente era forte.

-Shhh, tudo bem... Já acabou..-Ele me diz

-Me perdoe, eu ...me .. descontrolei!-Eu respondo, tentando parar de chorar. Ele me abraça, e começa a assobiar uma canção lenta e melodiosa.

-Rachmanioff?- Eu digo sorrindo um pouco- Como você sabe que é o meu compositor preferido?- William sorri:

-Intuição.- E continua a assobiar, me levando para fora da sala. Graças a Deus o corredor estava vazio, e meus pais estavam no pequeno café do hospital.-Já esta melhor?

-Desse jeito, quem não ficaria?-Digo me aninhando em seu colo. Ele entra em um pequeno quarto e senta numa poltrona de psiquiatria, e me abraça. Ficamos assim alguns minutos(vários minutos, na verdade). Aquilo realmente me ajudou. No colo de William, eu me sentia protegido, e feliz, muito feliz.

-Odeio interromper o momento- William diz –Mas acho que tenho que te levar para seus pais.

Eu suspiro- Verdade.

Saio lentamente de seu colo, e ele, ao se levantar, me dá sua mão. Caminhamos de mãos dadas até a porta do refeitório, para que meus pais não vissem.

-Obrigado, William; eu preciso ir. Realmente obrig..- Mais uma vez sou interrompido, mas gosto dessa interrupção; William me puxa para perto dele, e me beija, não tão rápido, mas não tão devagar.

-Até a hora do trabalho, Tomas- Ele me diz sorrindo.

-Como você sabe?- Pergunto surpreso.

-Jônatas me contou.-Ele me diz, me fazendo sorrir.

-Até William.

Comentários

Há 1 comentários.

Por Nando martinez em 2016-05-12 14:03:12
Nossa ,cada vez mais legal kkkkk