Quarto Dia de Aula

Parte da série Amor de Ensino Médio

Sei lá, sabe, às vezes quando durmo com algo perturbando meus pensamentos, esse desassossego se reflete nos meus sonhos. E dessa vez não foi diferente! Um pesadelo tirou meu sono e me fez madrugar. Fiquei acordado pensando no Caio de 4:40 da manhã até o horário de levantar da cama e ir pra escola. Eu parecia um panda com olheiras imensas, com os olhos vermelhos de chorar e a cabeça prestes a explodir de tanto que pensei no Caio. Eu estava preocupadíssimo com a nossa relação de agora em diante e não conseguia superar de forma alguma tudo o que vivemos na tarde anterior. Mamãe se assustou quando abriu a porta do meu quarto e deparou com uma expressão de acabado no meu rosto.

-Meu Deus! Que isso meu filho. Tá passando mal ainda? Não dormiu essa noite? Olha sua cara, essa olheira...

-Não mãe, tá tudo bem. Só tive um pesadelo horrível daqueles e não consegui dormir mais.

-Jeová, João Lucas. Olha o estado que voce vai pra escola.

-Relaxa mãe, vou me arrumar e vou melhorar. Você vai ver.

-Então anda logo, levanta e vai se arrumar. Vou preparar seu café!

Apesar da tensão eu estava muito, muito mesmo, ansioso pra ir pra escola. Um pouco nervoso.

Não demorei muito no banho dessa vez. Foi tempo o suficiente pra me banhar e ficar bem cheiroso. Minha maior missão agora era disfarçar a cara de quem não dormiu nada essa noite. Passei corretivo nas olheiras, uma camada significativa, mas a cobertura não foi 100%. Visto que não tinha mais jeito, e que já estava ficando atrasado, ignorei minha pele, e já comecei a arrumar o meu cabelo. Infelizmente não tive tempo de tomar café, meu pai já estava me chamando pra irmos logo quando estava amarrando meus tênis. Peguei minha mochila, minha jaqueta e fui. Passando pela cozinha peguei uma banana na fruteira, e uma caixinha de suco na geladeira.

-Sem juízo mesmo né João Lucas, nem tomou café- comentou mamãe sentada na mesa da cozinha junto com meu irmão.

-To atrasado mãe, não deu mesmo. Prometo que arrumo um prato reforçado no almoço. Fui. Beijos. Te amo! - Respondi apressado

-Tchau Matheus, beijos. - continuei

-Boa aula maninho, se cuida! - respondeu meu irmão.

O apavoramento não deixou eu nem dar um beijo no meu irmão. Parti pra escola com papai.

Desci o elevador tomando meu suco e a fruta guardei na mochila pra comer no horário do intervalo. Pegamos o carro na garagem e saímos.

Meu pai também estava atrasado. Saiu apressado do prédio, não se preocupando muito com velocidade, sinalização. Logo ele que é sempre um condutor defensivo. Mas o tempo naquele dia realmente era precioso. Cheguei na escola em tempo recorde. Porém já atrasado. Era 7:17 quando sai do carro.

-Tchau pai.

-Tchau filho. Boa aula. Mesmo horário?

-Não se preocupa, eu me viro pra voltar pra casa

-Tá, qualquer coisa me liga. Agora vai. - respondeu papai com pressa.

Fechei a porta do carro, ajeitei a mochila nas costas e fui em direção ao portão do colégio. Não estava sozinho, tinham alguns atrasadinhos entrando junto comigo, mas o pátio já estava vazio. Assinei uma pauta na secretaria, uma espécie de advertência pra quem chega atrasado, e subi pra minha sala. Bati três vezes na porta e quando a abri deparei com todos olhando pra mim.

-Licença professor.

Pra minha sorte era aula do Pablo, eu tinha uma boa relação/ simpatia com ele apesar de não nos conhecermos muito.

-Fique a vontade. Perdeu a hora? - respondeu ele

-É rs me enrolei enquanto me arrumava.

-A mocinha tem que pentear o cabelo e passar maquiagem kkkkk - Zoou um dos meninos babacas da sala cujo o nome eu nem lembrava qual era. A sala inteiro riu e zombou de mim.

-Silêncio todos. Cadê o respeito com o colega de vocês?

A sala calou-se por alguns segundos e o professor continuou:

-Pode sentar no seu lugar João Lucas, ainda não comecei a aula de hoje.

Caminhei tímido de cabeça baixa até minha carteira. Meus olhos estavam focados num único lugar: a carteira atrás de mim onde sentava Caio. Estava vazia! Onde estava o Caio?

“AH NÃO! CADÊ ELE? NÃO TO ACREDITANDO QUE ELE DEIXOU DE VIR A AULA POR MINHA CULPA”

Meus pensamentos estavam a flor da pele. Sentei, cumprimentei Gabriel e as meninas com um breve sorriso e comecei a organizar meu material na carteira. Segundos depois pensei na possibilidade do Caio ter mudado de lugar pra me evitar na sala de aula. Porém com os olhos ja avistei que todas as carteiras estavam ocupadas, com exceção da dele, e ele não estava sentado em nenhuma. Sim, ele faltou aula! Virei pra Thais e perguntei, muito sonso:

-Ué, cadê o Caio?

-Não deu sinal de vida desde ontem. Pensamos até que vocês viriam juntos!

-Nao Nao...

-Mas que olheira é essa garoto? Parece que passou a noite em claro. Virou morcego, é?

-Tive um sonho estranho e acabei perdendo o sono.

Não prossegui com o assunto. Não queria dar pistas do que aconteceu com a gente ontem! Virei pra frente e comecei a prestar atenção no professor. Queria transparecer foco na aula porém por dentro eu estava quase explodindo de nervosismo, ansiedade e curiosidade. Pablo começou a entregar as folhas de atividades que fizemos na última aula, até que chegou a minha vez. Pra minha surpresa eu tinha acertado todas as questões, todas mesmo, inclusive as que eu fiquei em dúvida. Julia também tinha acertado todas. O grupinho das meninas nerds também. Ah enfim... algumas outras pessoas da classe. Pablo falou um pouco do desempenho da turma observado por ele ao longo dessa folha de exercícios. Suas intenções era inscrever alguns alunos na feira de matemática, mas isso era coisa mais pro desenrolar do ano. Abrimos a apostila e começamos matéria de verdade: círculo trigonométrico. Nossa, eu estava quebrando a cabeça mas até que estava compreendendo bem. Acabei focando de verdade na aula e me interessando pela matéria. Por alguns minutos consegui desprender meus pensamentos do Caio. Mas meu sossego não demorou muito. O sinal soou. Era o fim da aula do Pablo. O professor despediu dos alunos e conforme ele saiu, entrou Caio pela porta. Atrasado! Entrando no segundo horário. Meu coração gelou. (Sua cara estava péssima, pior que a minha, suas olheiras estavam gritantes. Pelo visto não fui o único que fiquei acordado essa madrugada.) Me fuzilou com os olhos enquanto vinha em minha direção. Não consegui decifrar seu olhar. Gabriel e Thais foram os primeiros a observar e de cara já comentaram:

-Meu Deus! Olha o outro também. Com cara de morte! Passaram a noite inteira se falando no FaceTime, aposto! - Brincou Thais

-Que isso ein Mano, só de love com o Novato - zoou Gabriel

Continuei na minha de cabeça baixa.

Caio um pouco estressado:

-Não enche vocês dois. Me deixa quieto!

-Iiiiih TPM - comentou Júlia

Caio sentou em sua poltrona, não moveu uma palavra pra mim. Continuei na minha, até resolver devolver a ele seu caderno.

Virei pra trás esticando o braço e entregando a ele o caderno, nossos olhos se encontraram nesse momento. Apesar do distanciamento, nossos olhares se conectaram um com o outro numa expressão de “eu te amo apesar de tudo”.

-Obrigado por ter me emprestado. Ajudou muito!

-De nada! - respondeu Caio na maior frieza

A maneira como ele falou comigo foi como uma facada no meu coração. Cruel e fria!

Tentei ignorar seu desprezo e tentei mais uma vez puxar assunto, então, continuei:

-Voce esqueceu o açaí ontem lá em casa, se você quiser passar pra buscar, ou então...

-Relaxa! Pode comer! - mais uma vez Frio e seco nas respostas, Caio corto minha fala me impedindo de falar e demonstrando não muito interessado em conversar comigo.

Caio tava sendo curto e grosso comigo, e evitava ao máximo olhar pra mim, tentando impedir que nossos olhares se cruzassem.

Magoado, decepcionado e frustrado, virei pra frente. Ele não me tratava assim, pelo contrário. A maneira como Caio passou a falar comigo e me olhar me machucava demais. Parecia que eu passei a ser um estranho qualquer pra ele, que não tínhamos intimidade e que nada estava rolando entre nós. Ele não me evitou por completo, não foi grosso mas começou a me tratar como se eu fosse um de seus colegas de time da turma B e C, que conhece mas não tem intimidade. Eu não queria isso!!! Tentei não me afetar por isso. Mas era quase impossível!

Aquele dia, passei a aula inteira cabisbaixo. O pessoal tentava interagir comigo, eu tentava retribuir mas tava nítido minha expressão de desânimo. Caio pelo contrário, rapidamente, se camuflou em uma pessoa extrovertida, vivendo como se tudo fosse flores, e ignorando ao máximo minha presença ali. Na verdade, não é de se surpreender né!? Ele é bom com máscaras e fachadas. Bobo era eu. Eu sabia que no fundo, apesar dele não estar demonstrando, ele também estava afetado com tudo isso, mas o medo, o orgulho, o impediria de extravasar, transparecer e botar pra fora tudo o que estava passando em sua cabeça e seu coração, diferentemente de mim.

É óbvio que o Gabriel e as meninas notaram esse climão e esse distanciamento entre nós dois. Desconfiados de algo não demoraram muito pra começar a investigar o que tava rolando.

As próximas aulas fluíram tranquilamente, todos prestando atenção no conteúdo. Quando o sinal tocou indicando que era horário do recreio, Caio e Gabriel desceram pro pátio na frente como de costume. E eu desci logo depois acompanhado das meninas. Mas ao contrário das outras vezes, nosso assunto dessa vez não foi os meninos bonitos do 3º ano, mas “eu e Caio”.

-Vocês brigaram ou o que? Pode desembuchando porque ja pesquei o clima entre vocês - disse Thais

-Ih não é nada. Longa história

-Então pode começar a falar, estou aqui pra escutar. As meninas também...

-Sei nem por onde começar

-Simples. Começa pelo começo. Que tal? Rsrsrs - brincou Laura

Terminei de comer minha fruta. Eu suava frio mas precisava desabafar. Então foi quando comecei a colocar tudo pra fora...

-Basicamente foi assim, ontem eu estava prestes a começar a almoçar quando meu celular tocou e era o Caio. Aí... - comecei a contar tudooooooooo nos mínimos detalhes de como foi o meu dia ontem com o Caio e tal, enquanto descíamos as escadas e íamos em direção ao banco onde sentamos no primeiro dia de aula. Caio novamente estava no banco no outro lado da pátio na mesma direção que a gente com Gabriel e outros meninos, porém, dessa vez, ele mudou de posição e optou por ficar de costas pra onde a gente tava. Tentando me ignorar e não olhar pra onde estávamos.

-Ih gente. A coisa ta feia mesmo, ele está até de costas pra gente hoje - Comentou Laura em meio ao assunto.

Julia sempre calada na dela, apenas escutando tudo o que falávamos, e de olho no comportamento do Caio lá no outro lado do pátio.

Nosso assunto foi cortado pelos alunos do 3 ano. Era tradição no colégio, o 3º ano vender brigadeiro e doces no horário do intervalo pra arrecadar fundos pra festa de formatura deles. E foi logo naquele dia, naquele momento que eles começaram os trabalhos.

-Licença moças e rapaz. Brigadeiro do 3ao por apenas R$1,50, aquele gostoso que vocês já conhecem rsrs - ofereceu-nos uma menina morena super simpática.

-Só R$1,50 Pra ajudar a gente, vai galera? Ano que vem são vocês aqui ein - completou a fala o menino gato que me fuzilava com os olhos. Foi quando notei sua presença ali. Meus olhos se chocaram com a beleza daquele garoto mais uma vez. Eu ficava impactado toda vez que ficava perto dele. Um verdadeiro colírio! Ele também não quis nem um pouco disfarçar e retribuiu o olhar 43, novamente me comendo com os olhos.

-Eu quero 2 - disse Julia

Thais reparando o nítido flerte entre eu e o tal garoto cutucou a Laura pra olhar pra gente. Eu me interessei em comprar o brigadeiro, não porque eu queria comer chocolate, mas pra ajudar o gato do 3 ano.

-Eu também quero 1- falei

Revirei a mão no bolso e catei algumas moedas, infelizmente somadas eu só tinha R$1,00 ali comigo naquele momento.

-Poxa, só to com R$1,00 aqui. Meu dinheiro ficou lá em cima na mochila- continuei, numa expressão de desânimo.

Mas no mesmo instante o garoto interviu:

-Relaxa, pode pegar, depois você me dá os 50 centavos restantes. Pode ser?

Respondi que sim com um sorriso e estendi a mão pra ele entregando as moedas. Seus dedos fizeram questão de tocar minha mão enquanto pegava as moedas. E a menina logo em seguida me entregou o brigadeiro.

-Seu nome mesmo qual é? - perguntou o garoto antes de sair

-João Lucas! - não tive cabeça nem pra perguntar o nome dele também, mas pra minha sorte, ele automaticamente já respondeu:

-João Lucas, o meu é Cadu.

Trocamos sorrisos tímidos e eles logo saíram, continuando suas vendas ao redor do pátio da escola durante todo o intervalo.

-Menino, você tá que tá! Paquerando o Cadu também! E ele é um gato tá!? Meu Deus - disse Laura

Thais logo respondeu, não perdeu tempo:

-Eu não vou nem falar nada. Até acabou o clima pra falar do Caio depois dessa troca de olhar de agora

-Ih não gente, nem me senti atraído por ele. Ele realmente é um gato, não podemos negar, mas não. Aí sei lá, não mesmo!

-Sei! - duvidou Julia

Mas realmente ele é um garoto muito bonito, atraente, porém o fato de eu achá-lo MUITO gato não queria dizer que eu tinha interesse em me relacionar com ele, de verdade. Afinal eu só tinha olhos pro Caio naquele momento e não queria saber de mais nenhum menino.

Passado alguns segundos, quebrando o gelo entre a gente, perguntei:

-Ele e gay? Só curiosidade mesmo - perguntei

-Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Que? Aiai, falo nem nada- riu Thais

-Para gente! É tudo fofoca a gente nem sabe de nada - comentou Júlia

-Ai por favor né Julia, o garoto passou o rodo no colégio inteiro e você vem falar de fofoca? Não é fofoca, todo mundo já sabe disso!! - prosseguiu Laura

Thais também não deixou de falar:

-Pois é. Uma pena, um puta de um homão da porra porém não vale nadinha!!!

-Affs!! - respondi num tom de desânimo enquanto comia o brigadeiro e observava o Cadu vendendo os doces.

O sinal rapidamente tocou. Os 20 minutos do intervalo passaram depressa! Era hora de subir. As meninas foram todas ao banheiro como sempre né!? E eu resolvi subir as escadas sozinho mesmo. Entrei na sala e sentei na cadeira, quieto na minha. O pessoal aos poucos foi entrando e se ajeitando em seus lugares e não demorou muito pro bonitão do Caio aparecer na porta junto com o Gabriel. Ele estava gargalhando, falando alto, interagindo até com os meninos que me zoavam desde o primeiro dia de aula.

Eu estava triste mas no fundo eu tinha pena do Caio. Coitado! Como pode um rapaz lindo preferir viver uma farsa do que assumir sua própria identidade.

Tentei ignorá-lo mas aí já era pedir demais pro meu pobre coraçãozinho. Quando as meninas voltaram, Gabriel começou com uns cochichos com a Thaís. Não sabia o que era, mas meu extinto dizia que estavam falando sobre eu e Caio. Não sei se ele falou algo pro Gabriel e muito menos sei qual versão ele contou. Isso me deixou muito tenso e curioso!

Não demorou muito pro professor de história pedir silêncio e os assuntos se encerraram ali.

Não tenho muito o que contar das aulas! Nada diferente aconteceu. Pelo contrário, a mesma chatice. Eu já estava saturado! Não aguentava mais dividir a mesma sala com o Caio naquele estava. Tudo aquilo estava afetando na minha concentração e eu só queria ir embora. Os 3 últimos horário demoraram uma eternidade pra mim. Por fim o último sinal soou, e eu com pressa peguei meu material e fui em direção à porta, sem ao menos despedir do pessoal. Fui um dos primeiros a sair. Ninguém entendeu nada e ficou olhando pra minha cara, mas segui meu caminho. Depois eu me justificava com eles.

Quando pisei no corredor, vi Cadu vindo em direção a escada. Assim que me viu sorriu. Ele estava acompanhado da mesma menina do intervalo e mais outras duas que eu também não conhecia. Retribui o sorriso e esperei-o pra falar com ele:

-Ei, seu dinheiro, deixa eu te entregar antes que eu esqueça.

-Pelo amor de Deus! Pode deixar, 50 centavos poo, deixa pra lá

-Lógico que não! Faço questão

Peguei uma nota de 2 reais na carteira e coloquei em sua mão.

-Finge que não tem troco rsrs- brinquei

-Calma aí poo, tem troco pra te dar sim

-Sério! Não precisa, por favor - contestei

-Vou deixar como bônus pro próximo doce então kkk- respondeu Cadu sendo extrovertido. E logo continuou:

-Tá descendo pra ir embora?

-Sim sim

-Bora então

Muito tímido fui andando em direção ao portão da escola acompanhado do Cadu e de suas amigas. Quando eu estava lá em baixo no pátio olhei para os andares de cima e vi Caio olhando em minha direção. Ignorei sua presença e segui o percurso. Quando chegamos na calçada, Cadu despediu das meninas e tentou puxar algum assunto comigo:

-Mas e aí, você nem falou nada, gostou do brigadeiro?

-Sim, estava muito gostoso. Você quem fez?

-Nao haha sou péssimo na cozinha kkkk

-Somos dois então kkkk

-A mãe das meninas que fizeram

-Ah Sim

Um silêncio se acomodou entre nós. Cadu pra quebrar o gelo, puxou de novo o papo

-Você vai embora andando, de ônibus, carro?

-Então, meu pai vem me buscar, tenho que ligar pra ele

-entendi. Eu vou andando então se não perco meu ônibus

-Vai lá então

-Ah! Antes será que você me passaria seu número? - falou ele esticando seu celular pra eu digitar meu número

Olhei pra ele com um olhar de “pra que você quer meu número?”. Ele percebeu e meio envergonhado respondeu:

-Pra gente manter contato poo, fazer amizades, posso te falar um pouco de como foi meu segundo ano...

Sem responder nada e com um olhar desconfiado, digitei meu número no celular do Cadu e devolvi pra ele. Ele pegou de volta e pisou o olho pra mim num sorriso muito malicioso. Muito gostosinho esse garoto, parecia ser safado.

-Vou indo nessa. Até amanhã! - disse ele

-Até.

-Juízo ein kk

-Voce também! Rs - respondi

-Tenho muito! Kkkk

-Aham! Sei kk

Cadu se despediu com um aperto de mão e um abraço. Foi exatamente no momento dessa despedida que Caio saiu pelo portão. Um pouco chocado com a cena, tentou voltar pra trás e se esconder atrás do portão da escola, mas eu já tinha notado sua presença ali. Disfarcei e fingi que não o estava vendo, mas ele não queria sair pois seria obrigado a passar ao meu lado. Fiquei na mesma posição na calçada tentando ligar pro meu pai. Não estava conseguindo falar com papai de jeito nenhum. Também não vi as meninas saindo pra ir embora e nem Gabriel. Me ferrei! Estava só eu ali, e com receio de ir pra casa sozinho. Não demorou nem 5 minutos pro portão esvaziar, todos já tinham ido embora e eu continuava no mesmo lugar. Minha expressão já era de aflição. Foi quando Caio novamente saiu, dessa vez de cabeça baixa, com os fones encaixados nos ouvidos e fingindo estar mexendo no celular. Graças a Deus, meu pai apontou na esquina com o carro no mesmo momento. Fui andando em direção a beirada da rua, tentando me distanciar do Caio. E ele seguiu andando na calçada, nem despediu, nem falou nada comigo.

Entrei no carro e bocejei. Cumprimentei papai com um beijo no rosto:

-E aí filho como foi a aula?

-Ah foi normal pai, na verdade hoje foi um pouco chata - respondi enquanto jogava minhas coisas no banco de trás do carro.

Antes de sair, papai avistou o Caio e perguntou:

-Ué, ali não é o Caio?

-Aham!

-E porque ele não vai com a gente hoje? Não ofereceu carona?

-Ele não quis

Papai olhou pra mim numa expressão desconfiada do tipo “O que aconteceu? O que vocês aprontaram?”. Caio estava parado na Facha de pedestre próximo à esquina esperando para atravessar a rua. Papai Inconformado com minha resposta, e querendo saber o que realmente aconteceu, andou com o carro até próximo a ele, parou, abriu o vidro do meu lado e gritou:

-Caio!

Caio tirou os fones de ouvido e abaixou para olhar dentro do carro. Eu estava sério olhando pra frente e continuei na mesma posição. Só pensava um coisa “O QUE MEU PAI TÁ FAZENDO? NAO ESTOU ACREDITANDO”.

-Entra aí poo, recusando carona, eu te levo em casa, garoto!

-Não precisa, se preocupa comigo não. Vou andando mesmo

-Lógico que não, vamos, eu te levo.

Caio percebeu que estava sem escapatório e que meu pai não desistiria tão fácil, então muito sem graça acabou aceitando e entrou no banco de trás do carro.

-Licença! - disse ele

-O que aconteceu que você ia a pé sozinho? - começou papai a puxar assunto

-Pensei que o João Lucas ia embora com o novo amigo dele, não quis incomodar.

Senti um ar de ironia na fala do Caio e também um pouco de ciúmes. Nessa hora eu revirei os olhos e preferi ficar quieto na minha, nada respondi.

Papai curioso perguntou:

-Que amigo filho?

-Amigo não, conhecido! E eu também não saio andando com gente que mal conheço por aí não- respondi não perdendo tempo tentando alfinetar o Caio.

Caio nada me respondeu e papai prosseguiu conversando com o Caio durante todo o percurso, sobre assuntos cotidianos, super nada a ver, tentando amenizar o situação. Eu não disse se quer uma palavra. No momento em que meu pai estacionou o carro no portão da casa do Caio, ele depressa pegou sua mochila e despediu já abrindo a porta:

-Muito obrigado mesmo pela carona, mas não precisava se preocupar.

-Imagina garoto, faço questão. Está entregue.

-Tchau João!

-Tchau Caio! - respondi na mesma frieza que ele (talvez um pouco mais que ele, mas enfim. Sou pirracento mesmo)

E antes que Caio fechasse a porta e seguisse em direção sua casa, papai falou:

-ah! Aparece lá em casa quando quiser, será sempre bem vindo

-Pode deixar que vou sim!

Papai acenou com a cabeça, Caio respondeu e foi embora.

Esperamos Caio entrar no portão pra depois sairmos. Enquanto papai dava marcha ré, retruquei:

-Precisava dessa cena toda?

-Que cena meu filho? Eu não to entendendo o que tá acontecendo entre vocês mas eu não vou mudar com o rapaz por causa de bobeira de adolescente

-Aaah tá bom papai! Você viu que o garoto tá me evitando e você com papinho de “ah aparece lá em casa”. Forçou a barra né!?

-João Lucas não to te entendendo!!!

-Nada, deixa. Esquece

Fiquei quieto, estava irritado. Prossegui mudo pelo caminho até nossa casa. Uns 5 minutos de silêncio entre a gente e papai retruca:

-Meu filho você tá ficando pior que velho, irritado e reclamando de tudo.

-Ta bom pai! - irônico respondi super seco, nada a fim de iniciar uma discussão.

Assim que chegamos no estacionamento do prédio, peguei minha mochila no banco de trás com umas bolsas de mercado, porque papai tinha comprado umas coisas e fui em direção ao elevador.

Assim que chegamos na porta de casa meu celular começou a chegar notificação de mensagem igual um louco. MEU DEUS!! QUE TANTAS MENSAGENS SÃO ESSAS!?!?!?

Coloquei as bolsas na cozinha, cumprimentei mamãe com um beijo no rosto assim como minha irmãzinha que estava sentada na mesa brincando com umas frutas que ficavam na fruteira.

-Oi meu filho. Como foi a aula?

-Normal mãe! Vou pro meu quarto, to cansado

-Coloca a roupa no cesto! Almoço ja tá quase pronto

-Ta bom!

Entrei no meu quarto já fechando tudo: porta, janela... ligando o ar e jogando minhas coisas no canto do quarto. Me joguei na cama e fui ver as mensagens que tinham chegado.

Mensagem do Cadu, grupo com as meninas, Gabriel e Caio.

“-Chegou bem em casa? - Cadu”

Visualizei com um sorriso no rosto.

AAAAH MEU DEUS!! NÃO PERDE O FOCO JOÃO LUCAS, NAO VA SE APAIXONAR PELO MENINO DO 3 ANO. FOCO NO CAIO! FOCO NO CAIO!

Visualizei as mensagens do grupo, estavam combinando a tal tarde dos amigos, com noite do pijama pra sexta feira, sendo que hoje já era quinta.

Ficou combinado de todos chegarem na casa da Laura as 16:00. Os meninos teriam que levar algo pra beber, as meninas coisas pra lanchar e todos levarem pijama e travesseiro. Apenas concordei com tudo, não tinha muito o que falar. Mas eu estava muuuuito animado pra noite do pijama. Eu tava com um intuição boa rs.

Resolvi respondeu o Cadu

-Opaaa. Tudo bem? Cheguei bem sim e você?

Ele não estava online, resolvi então fazer outras coisas enquanto isso. Só deu tempo de colocar a Tv na Netflix, trocar de roupa e mamãe aparecer na porta chamando pra almoçar, e pronto, mensagem de Cadu. Fiquei nervoso hahaha Eu, euzinho mesmo, conversando com um menino do 3 ano maravilhoso. Tava nítido que ele tava a fim de mim! Aí meu deus, aquele garoto era gato! (Só não mais que Caio rsrs)

Não respondi! Resolvi fazer um charme e dar um tempo, pra não parecer que eu tava suuuuuuuuper interessado nele. Resolvi almoçar primeiro pra depois responder.

Cheguei na cozinha já estavam todos posicionados em seus lugares na mesa e arrumando seus pratos.

Dei um beijo na testa do meu irmão e sentei na cadeira ao seu lado

-E aí maninho, tudo bem? Estudou muito?

-Tudo bem! Pouquinho só!

-Novidades?

-Mais ou menos

-iiiiiiiih quero saber depois

-ok

Mamãe atenta na minha conversa com Matheus, assim como papai. Meu irmão como vocês já sabem era meu melhor amigo, cúmplice, como um pai. Eu era muito fechado com meus pais, mas com ele não, me sentia livre pra desabafar tudo.

No meio do almoço, meu irmão solta uma na mesa:

-O que vamos fazer amanhã à noite? Algo especial já marcado?

-acho que nada meu filho, porque? - respondeu mamãe olhando pra papai esperando uma resposta dele. Papai apenas acenou com a cabeça demonstrando que não faríamos nada de diferente. Então Matheus continuou:

-Queria trazer uma pessoa pra jantar com a gente amanhã! Queria que voces conhecessem.

Engasguei com a comida na mesma hora. Eu não tava preparado pra ver meu irmão namorando. Eu tinha medo dele começar a dar Mais atenção pra namorada do que pra mim. Não queria meu irmão distante de mim por causa de mulher! Sem nem saber quem é, já criei antipatia pela suposta namorada do meu irmão.

-Por mim tudo bem meu filho! Será um prazer. Namorada? - respondeu papai

-Vai pedir comida ou vai querer que faço algo especial? - completou mamãe

-Namorada ainda não, mas talvez seja rs estou gostando muito. E eu pensei em algo caseiro mamãe, não queria pedir nada, queria que você preparasse algo, se a senhora puder, lógico.

-Claro meu filho, só temos que ir ao supermercado comprar algumas coisinhas

-um bom vinho não pode faltar! - já logo afirmou papai!

-Os amigos da escola me convidaram pra uma noite do pijama, assistir filme à tarde e depois dormir lá, e será amanhã também- questionei!!!!

-Ué meu filho mas você nem falou nada com a gente- respondeu mamãe

-To falando agora ué

-Ah maninho, marca pra outro dia, queria muito sua presença com a gente!

-Ou então fica à tarde com seus amigos, brinca, assiste o filme e quando for horário do jantar eu te busco- logo propôs papai querendo ser legal e tentando conciliar as duas coisas

Todos concordaram!!!

Eu não estava nem um pouco a fim de fazer cena pra namoradinha do meu irmão. Sim, eu estava com ciúmes! E daí? E também perderia a chance de dormir com os meus amigos e talvez ficar juntinho com o Caio. Mas eu não podia de jeito nenhum deixar meu irmão de lado nesse momento. Era ele que tava comigo sempre, meu egoísmo e ciúmes não podia impedir de prestigiar meu irmão apresentando sua cônjuge. Afinal ele tava feliz e eu preciso estar feliz por ele também!!!! Enfim... terminado o almoço, coloquei as louças na pia e fui pro meu quarto novamente. Era hora de responder o bonitão né!?

“Tudo tranquilo e aí? Cheguei bem também haha fazendo o que de bom aí?”

Hmmmmmmmm demonstrando interesse. Gracinha!

-Acabei de almoçar e agora to deitado vendo sério no meu quarto. E você?- respondi

Cadu estava online e não demorou muito pra me responder:

-legal!! Que série você vê? Eu to deitado também haha aproveitando que ainda não tenho matéria pra estudar pro vestibular”

Cadu estava no último ano do colégio, ou seja, ano de vestibular, desde a nossa primeira conversa, estive consciente de que ele se dedicaria muito aos estudos, e isso significa que ele não teria muuuito tempo pra ficar falando comigo caso rolasse algo entre a gente. Mas não me restringi a isso. Resolvi dar uma chance e continuar o papo pra ver até onde isso ia dar.

-Once upon a time kkkkkkkkk me julgue mas eu amo! Aproveita mesmo, daqui a pouco não vai ter mais essa moleza de ficar deitado

-Nem fala, ja folheei uns livros do pré vestibular e quase chorei de nervoso. Aaaaaaaa não conheço essa série? É boa? Eu assisto uma mas você vai rir kkk

-qual? Kkkkk fala, não vou rir, juro

-RuPauls

-Kkkkkkkkkkkkkkk

-Viu, você riu. Tchau! Não vou falar mais nada- brincou Cadu

-desculpa, parei!! Mas RuPauls não é série, é um reality

-Que seja! Mas é so isso que vejo na Netflix. Não tenho muito tempo também por isso não vejo nada

-RuPauls é legal, também assisto às vezes

“RUPAULS!!!!! SE EXISTIA DÚVIDA SE CADU ERA VIADO ATÉ AGORA, AGORA NÃO EXISTE MAIS. É FATO!!”

O assunto foi fluindo naturalmente, eu estava confortável com ele...

-Posso te ligar?

-Me ligar?

-É ué! Chamada de vídeo!

-FaceTime? Ta doido! Aaaah não, to horrível - questionei

-Sério, sem charme. Anda, atende aí

Pois é, ele ligou mesmo.

Atendi com uma cara horrível, tentando esconder um pouco do meu rosto com o braço, e Cadu com um sorriso mais malandrão e fofo do mundo.

-Que fofo sua cara de sono

-Nossa! To horrível

-ta nada, para! Aqui, vai fazer o que amanhã à noite?

-Amanhã? Vou encontrar meus amigos e depois jantar com a minha família, meu irmão vai apresentar a namorada

-nossa! Que chato ein. Aproveita e já me apresenta como seu namorado também kkkkkkkk - brincou Cadu

Abusado!!!! Ele era muito pra frente! Apesar de ser brincadeira

-Ia te chamar pra ir num lugar maneiro mas deixa pra próxima então - logo continuou ele

-Ah sim. Poxa! Amanhã não vai dar mesmo mas vamos marcar outro dia ue

(...)

Eu estava quase esquecendo o Caio, eu disse quase, mas conversar com o Cadu por mais que ele era incrível, gato, um garoto sensacional, com um perfil perfeito pra ser meu namorado kkkkkk ainda soava estranho, afinal ele não era o Caio, então não era a mesma coisa. Sentia algo diferente. Mas me deixei levar, mesmo estando ciente disso também!

Enquanto eu conversava com o Cadu, do nada apareceu uma mensagem do Caio.

“-João Lucas, tá ai?”

Respondi na mesma hora, lógico. Arrumei uma desculpa super esfarrapada e desliguei a ligação com o Cadu na mesma hora, só pra responder o Caio:

-Oii, to

-Precisamos conversar!

-conversar? Sim, concordo! Pode falar

-Aqui não né!? Pelo amor de Deus, pessoalmente

-Ta bom ué. Sobre o que to pensando?

-Acho que sim!

-Ok! Quando?

-Amanhã antes da gente ir pra casa da Laura. Aí vamos juntos. Pode ser?

-aham! Onde e que horas?

-vou sair de casa 14:20 e passo aí na sua casa e a gente vai pra algum lugar

-Ok. Tá bom, pode ser!

Fim de assunto!!! Não falei mais nada! Nem ele! Fiquei aguardando mais mensagem do Caio, mas nada!!!! Na verdade eu nem esperava essas mensagens. Realmente me surpreendi muito com essa atitude dele. Já criei um pouco de esperança.

Se eu já estava ansioso pra sexta feira, agora então, mais ainda né!? Já sabia que essa seria uma daquelas típicas noites que passava acordado de tanto nervosismo e ansiedade.

A partir daquele momento eu já não queria mais saber do Cadu de novo. Não prossegui com nossa conversa no WhatsApp naquele momento. Terminei a tarde vendo episódios da minha série predileta até o horário do jantar. Já era noite quando resolvi arrumar meu quarto, organizar mochila e uniforme pro colégio no dia seguinte e organizar umas coisas também pra ver o Caio e ir pra casa da Laura à tarde. Logo que terminei, fui pro banho.

Vocês já perceberam o quanto reservado sou, se deixar passo o dia inteiro trancado no meu quarto. Tomei um banho quente demorado! A água batendo nas minhas costas me relaxava demais! Varios pensamos distantes, varios pensamentos com o Caio e por aí vai . Até que o tesao bateu, sempre na hora do banho né!? E sempre com ele né!? Senhor Caio. Não perdi a chance de bater uma punheta. Encostei na parede e comecei a me masturbar. Eu me masturbava bem devagar, passava o dedão na cabeça do meu pau que já escorria um líquido viscoso e com os olhos fechados, delirava de tesao. Eu queria muito chupar o Caio, queria que ele me chupasse, queria dar pra ele, enfim, quero tê-lo nu só pra mim, e eu só pra ele. Eu estava quase tendo um orgasmo quando fui pego no flagra. Sim, cometi o descuido de esquecer a porta destrancada! Papai abriu a porta rapidamente e deu de cara comigo nu me masturbando. Com o susto eu só pensei em gritar e tentar me esconder com a toalha. Que vexame!!!!!!! Minha vontade foi de cavar um buraco e enfiar minha cara. Papai ficou mais constrangido por me ver constrangido e logo fechou a porta, mas foi tempo o suficiente de me ver completamente nu e sacar o que estava fazendo ali né!? Por mais que fosse algo natural, é algo particular demais e se torna constrangedor. Brochei e não consegui mais gozar. Terminei o banho pensando na cara que ia chegar na mesa pra jantar. Vesti meu pijama, penteei o cabelo e fui até a área de serviço pendurar minha toalha no varal. Na volta já sentei na mesa e fiquei por ali esperando todos pra comer. O cheiro estava fantástico. Mamãe tinha feito fricassê. E o dela é simplesmente fantástico!!!

-comida tá pronta crianças, vem comer!

Papai foi o primeiro a chegar na mesa e já foi arrumando seu prato. Meu irmão apontou no corredor com a Dudinha no colo e sentou ao meu lado.

-João Lucas me dá comida na boca?

-Claro meu amor, senta aqui no colo do irmão

Minha irmã tava sentindo falta de mim. Afinal aquele dia eu quase não dei atenção a ela, se quer brinquei e falei com ela. E eu era muito apegado a minha maninha!

Arrumei meu prato e deixei esfriando enquanto dava comida a minha irma.

Os assuntos durante o jantar não fugiram da rotina dessa vez, falamos sobre o jantar da sexta, sobre coisas da empresa e algumas outras coisas do dia a dia. Assim que terminamos de comer, ajudei mamãe e meu irmão com as louças, aproveitamos pra tagarelar um pouco mais também.E Dudinha foi pro quarto com papai. Terminado tudo, cozinha já Limpa:

-Vou dormir. Boa noite pra vocês. Amo vocês!

-Boa noite meu filho, até amanhã! Bons sonhos! Deus te abençoe

-Durma bem maninho. Também te amo. Despedi dos dois com um beijo e um abraço!

Passei só no banheiro, escovei meus dentes e fui pro meu quarto ,e deitei continuando vendo minha série. Me ajeitei no meio dos meus edredons, de maneira a me sentir confortável no meio de tanta coberta. Meu quarto tava gelado, gostoso demais. O constrangimento todo do banheiro me fez esquecer de toda a ansiedade pela tão badalada e esperada sexta feira cheia de acontecimentos. Por fim, dormi tranquilamente. Dormi no meio do episódio, deixando a tv ligada.